90 anos do Auditório Araújo Vianna são destacados na Câmara Municipal
A Câmara Municipal de Porto Alegre dedicou o período de Comunicações, na sessão ordinária desta segunda-feira (18/9) à tarde, para homenagear a passagem dos 90 anos de inauguração do Auditório Araújo Vianna, localizado no Parque Farroupilha. Durante a homenagem, o coordenador de Música da prefeitura municipal, Paulo Moreira, representando a Secretaria Municipal da Cultura, e a coordenadora do Araújo Vianna, Andréia Martins, receberam o diploma pela passagem da data e em reconhecimento à importância do Auditório para a cultura da cidade.
Proponente da homenagem, o vereador Cassiá Carpes (PP), ressaltou o significado do Araújo Vianna para a vida cultural da cidade, tendo sido palco de grandes shows desde 1964. Lembrou que o Araújo se manteve em funcionamento até o ano 2002, quando foi interditado por questões de segurança, tendo sido reaberto em 2012, quando a prefeitura firmou uma Parceria Público Privada com a produtora Opus. Desde que a Opus assumiu a gerência do Auditório, segundo Cassiá, ele voltou a receber grandes espetáculos, estando orçado em mais de R$ 18 milhões e com patrocínio de várias empresas privadas.
"Esta é uma homenagem a uma instituição que é do município. A Opus administra este espaço junto com Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre e foi remodelado com as melhorias necessárias para garantir conforto e segurança ao público, melhor acústica e uma nova cobertura, bem como maior acessibilidade, camarotes e banheiros novos", disse o vereador.
Observou que, de acordo com o contrato, a produtora tem direito a ocupar 75% das datas anuais do Araújo Vianna, enquanto a prefeitura ficou com os restantes 25% do calendário de atrações. "Desde a reabertura, mais de 150 espetáculos foram realizados, com público superior a 450 mil pessoas. Vários artistas de renome nacional e internacional já se apresentaram lá, que também foi espaço de manifestações políticas e palestras de personalidades renomadas como o escritor português José Saramago."
Em 1997, o Araújo Vianna foi tombado pelo patrimônio histórico e cultural como parte integrante do Parque Farroupilha. A lona que cobriu o Auditório foi inaugurada em 1996, com o show do músico João Gilberto, mas ficou inviabilizada em 2002. Em 2005, ela foi interditada por questão de segurança, já que houve o rompimento de um cabo. A média de utilização do espaço era, então, inferior a 30 dias por ano. "O local é um orgulho para os gaúchos e para a nossa capital. A prefeitura e a parceira Opus fizeram sua parte e hoje a cultura tem um local consagrado na cidade", disse Cassiá Carpes.
Patrimônio
Em nome da Opus, a coordenadora do Auditório Araújo Vianna, Andréia Martins. agradeceu a homenagem e reafirmou o compromisso da empresa em cuidar da manutenção do espaço, "que é cara, diária e difícil". Segundo ela, artistas nacionais e estrangeiros reconhecem o Araújo Vianna como patrimônio da cidade e do país.
O coordenador de Música, Paulo Moreira, também agradeceu a homenagem, em nome da Secretaria Municipal da Cultura, e garantiu que a parcela de utilização a que a prefeitura tem direito está sendo destinada a atrações promovidas pela própria prefeitura ou por cedência a terceiros. "É um espaço cultural da cidade que recebe atrações nacionais, internacionais e locais. É uma parceria muito bem sucedida."
História
A vereadora Sofia Cavedon (PT) disse ter "um carinho especial pelo Auditório, que faz parte da história de Porto Alegre". Lembrou que o Araújo Vianna foi construído para abrigar a Banda Municipal e lembrou que muitas vezes ela participou de eventos públicos no local. "O Araújo ocupa um lugar maravilhoso, o Parque Farroupilha, e pertence à história cultural da cidade. Ele compõe o patrimônio em ambiência diferenciada."
Sofia, no entanto, criticou "a opção que os últimos governos fizeram", pela privatização do espaço, e o cercamento do local. "O Araújo tinha de permanecer sem cercas." Também lamentou que o governo tenha optado por não permitir a volta da Banda Municipal ao local. "É preciso fazer uma avaliação após os dez anos de concessão e verificar se o contrato foi cumprido e houve a contrapartida de 25% de uso pela prefeitura."
Para o vereador Reginaldo Pujol (DEM) houve acerto da administração municipal em assinar o contrato com a produtora Opus para que a empresa assumisse a gerência do Auditório. "Houve a recuperação de área importante da cidade, que estava em escombros e hoje é uma sala da melhor qualidade, capaz de receber as mais diferentes manifestações culturais, com os artistas que ali se apresentam. A Opus tem sido uma parceira adequada, mostrando que o poder público pode buscar competência e credibilidade para realizar tarefas com resultados positivos."
Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)