Cultura

Acervo de artes plásticas da Câmara está aberto diariamente para visitação

Aproximar a comunidade da cultura também faz parte do Legislativo Municipal

  • Obras de arte na Câmara. Na foto, a obra Transgredindo, de Irineu Garcia
    Escultura de Irineu Garcia está exposta em frente ao acesso térreo (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Obras de arte na Câmara. Na foto, a obra Madona, de Débora Spalter
    Madona foi incorporada ao acervo da casa por meio do Salão de Artes (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

O Poder Legislativo de Porto Alegre, por meio de sua Câmara Municipal, tem a função social fiscalizatória e, mais que isso, legislativa das normas sociais para que a cidade se desenvolva em harmonia. A Casa não se limita, contudo, a essas funções. Aproximar a comunidade porto-alegrense de atrativos culturais também faz parte da rotina parlamentar. Anualmente, há na sede da Câmara projetos especiais, com exposições e mostras de artistas, assim como um acervo fixo aberto diariamente para visitação. 

O Legislativo, ao assumir um papel propagador da educação e do conhecimento para o cidadão, a partir da difusão cultural - com visitas liberadas, estende a noção de preservação da história e do desenvolvimento artístico. Não à toa, a Seção de Memorial da Câmara tem como duas de suas finalidades zelar e dispor do acervo que habita a estrutura do órgão. 

Acervo

O acervo artístico da Câmara Municipal, sob responsabilidade da sua Seção de Memorial, contabiliza, aproximadamente, 28 obras de artistas gaúchos renomados. Na grande maioria são quadros, cerâmicas, desenhos e colagens, fotografias, objetos instalados, esculturas e outros. Todo espalhado pelo Legislativo: na sala da presidência (único local onde a visitação é restrita); nos jardins; no andar térreo, assim como na própria sala do Memorial localizada neste pavimento; no segundo andar - entre o Plenário Otávio Rocha e o Teatro Glênio Peres; e no mezanino do terceiro piso. São, em geral, três as formas de aquisição dessas obras: compra, doação e por meio do bianual Salão de Artes. 

Normalmente, a compra de uma obra é proposta em plenário por algum vereador. No entanto, essa sugestão só é realizada quando a aquisição pressupõe valor cultural e histórico para a Capital. Já para as doações (feitas por artistas ou não) é aberto o chamado ‘processo de aquisição por doação’. Realizado em anos pares (em 2020 ocorrerá a 23ª edição do evento), por sua vez, o Salão de Artes Plásticas da Câmara abre espaço para que artistas se inscrevam, exponham suas obras, ganhem prêmios e incentivem a criatividade. 

Salão de Artes

Criado em 1952 por iniciativa do falecido escritor e ex-vereador Josué Guimarães (1921-1986), o Salão de Artes Plásticas da Câmara surgiu com o objetivo de construir um acervo artístico para Porto Alegre. O evento ocorreu anualmente até 1960, organizado pela Associação Chico Lisboa. Em 1971 ele aparentemente retornou com uma série de normativas não específicas e nunca postas em prática, sendo revogado em 1988 com a volta do tradicional Salão durante a gestão de Joaquim José Felizardo na secretaria Municipal de Cultura.

Desde então, o acontecimento passou a ser bianual e a aceitar somente obras de artistas gaúchos ou residentes no Estado há pelo menos cinco anos, porque uma das intenções do Salão é valorizar e incentivar os artistas locais. Das obras expostas, seis são premiadas. Destas, a de maior destaque passa a fazer parte do acervo permanente da Câmara e, possivelmente, exposta em algum lugar do Legislativo. 

Cabe observar, todavia, que a Casa Municipal não cessa no quesito arte. Em todos os anos é realizada a Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres, que seleciona atrações de teatro, circo, música e dança. Nos anos ímpares, ocorre o concurso Sioma Breitman de Fotografia. A qualquer momento, exposições de artes visuais ou montadas para marcar alguma data ou causa podem ser indicadas por gabinetes de vereadores ou por algum setor da Casa. Nos anos pares, contudo, conforme sublinhado anteriormente, acontece o Salão de Artes Plásticas.

O 22º e último Salão foi realizado em 2018. O Prêmio Aquisão da edição ficou com a artista plástica Mariana Riera, autora do acrílico sobre tela intitulado Grande, com dimensão de 150X200cm. A obra apresentada pela artista faz parte de uma série fotográfica de retratos humanos em que a pessoa capturada é clicada deitada no chão. A proposta subverte, de alguma forma, o formato tradicional do gênero retrato. Por competência, a tela incorporou o acervo da Câmara, embora também existam outras obras significativas. 

Obras

Dentre as principais obras dispostas pela Câmara, na parte externa próximo a um dos acessos centrais, está fixada a escultura de madeira, brita e fio de aço, com 3,00 X 0,40 cm, intitulada Transgredindo, 1988, de Irineu Garcia. O autor venceu o 8º Salão de Artes Plásticas com o prêmio aquisição. Desde então a escultura incorporou o acervo do Legislativo e, inclusive, foi recentemente reposicionada para a parte externa (antes estava na parte interna) com a intenção de ganhar maior visibilidade.

Em seguida, na parte interna do andar térreo, onde está localizada a sala da Seção de Memorial, que tem a parede e a porta de entrada transparentes, por serem de vidro, fica a cerâmica Madona, 1994, amplamente visível aos transeuntes. De autoria da artista Débora Spalter, a cerâmica de 100 X 36 X 26 cm, em formato de gente, levou o prêmio aquisição do 11º Salão e, por isso, também foi adicionada ao acervo da Casa.

Sitiuada na Avenida Loureiro da Silva, n. 255, no bairro Centro Histórico, a Câmara Municipal de Porto Alegre está aberta diatiamente, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h. A visitação do acervo, além de ser gratuita, é acessível ao público em geral. Para mais informações, poderá haver o contato com a Seção de Memorial da Câmara, por meio do telefone: (51) 3220-4318. 

Texto: Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

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