Sessão Solene

Câmara celebra 68 anos de criação do Estado de Israel

Proposta por Valter Nagelstein (PMDB), homenagem lembrou sessão presidida por Osvaldo Aranha na ONU

  • Sessão Solene em homenagem aos 68 anos da criação do Estado de Israel. Na foto: Proponente da homenagem, vereador Valter Nagelstein.
    Nagelstein lembrou estreita ligação entre Israel e Rio Grande do Sul (Foto: Matheus Piccini/CMPA)
  • Sessão Solene em homenagem aos 68 anos da criação do Estado de Israel. Na foto:  Vice-cônsul geral de Israel, Fares Saeb.
    Fares Saeb destacou liderança de Israel na área tecnológica (Foto: Matheus Piccini/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou, na tarde desta terça-feira (24/5), no Plenário Otávio Rocha, uma sessão solene em homenagem aos 68 anos da criação do Estado de Israel, proposta pelo vereador Valter Nagelstein (PMDB). A sessão, tradicional no Legislativo, foi presidida pelo vereador Guilherme Socias Villela e marca a Proclamação do Estado de Israel como nação independente e geograficamente estabelecida em 14 de maio de 1948.

Valter Nagelstein lembrou a estreita relação entre o Rio Grande do Sul e o Estado de Israel. “O Brasil foi um dos primeiros a reconhecer o Estado de Israel, quando, em 1947, o então  embaixador brasileiro e gaúcho Osvaldo Aranha presidiu a primeira Sessão Especial da Assembleia Geral da ONU que culminou na aprovação da Resolução nº 181 da ONU, chamada de "Plano de Partilha", que dividiu a Palestina entre árabes e judeus”, disse.

Nagelstein ressaltou ainda que é de sua autoria a lei da obrigatoriedade do ensino do holocausto na escolas municipais de Porto Alegre. “Essa pauta é mandatória no currículo municipal, promovendo uma politica de direitos humanos”, destacou. O vereador ainda complementou, afirmando que a iniciativa é como um antidoto. “Conhecedoras da história, nossas crianças e jovens evitarão que, no futuro, a experiência humana nunca mais vivencie momentos tão terríveis como o holocausto”, afirmou.

O vereador disse também que Israel é uma nação ancestral, que por duas vezes foi afastada da sua terra. “A bíblia manteve nosso povo unido, tonando nossa terra única e indivisível. Por isso, neste parlamento sempre buscamos realçar as virtudes da recriação do estado moderno de Israel, tendo em vista que em Porto Alegre há uma comunidade forte e pujante que contribui a cada dia em todas as áreas na busca pela paz”, concluiu.

Princípios éticos e morais

Representando a presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputada Silvana Covatti, o deputado Mauricio Dziedricki disse que o Estado de Israel carrega princípios éticos e morais que, se fossem expandidos para outras nações, conquistariam a paz mundial. “Sua população de 8 milhões de habitantes é pequena, mas consegue projeções grandiosas. A cultura e formação do povo são prioridades em um Estado vocacionado para construir laços”, finalizou.

Fares Saeb, vice-cônsul geral de Israel, enfatizou que o Estado de Israel emergiu da Segunda Guerra Mundial e começou como um país de imigrantes e refugiados, que hoje é líder mundial em tecnologia. “O Estado ao qual represento traz consigo o sonho da democracia e do multiculturismo. Israel é um exemplo para todo o mundo de que podemos viver juntos e em paz.”

Presidente da Federação Israelita, Zalmir Schwartman destacou que Nagelstein interpreta brilhantemente o pensamento e sentimento da comunidade judaica em Porto Alegre. “Somos o povo da memória. Por essa razão, sempre seremos gratos pela acolhida do povo porto-alegrense”, finalizou.

Também prestigiaram a sessão solene a representante do Ministério Público do RS, promotora de justiça Sandra Goldman Ruwel, o representante do Comando Geral da Brigada Militar, coronel Alberto da Costa Iriarde, o rabino Gershow Kwasniewski e o vice-presidente da Sinagoga Sibra, Henrique Kiperman.

Estado de Israel 

Às 16 horas de 14 de maio de 1948, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas reconheceu a existência do Estado de Israel. Desde a destruição do Segundo Templo pelos romanos, em 70 d.C, passando pelo holocausto que dizimou milhões de judeus durante a Segunda Grande Guerra, transcorreram 1.878 anos até que os judeus pudessem reconquistar seu país, uma terra para chamar de sua, a Terra Santa prometida ao patriarca Abraão. Na dimensão política, é improvável encontrarmos conquista de maior importância para um país que o reconhecimento internacional de sua soberania e território.

Texto: Lisie Venegas (reg. prof. 13.688)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)