Audiência Pública

Câmara debate efeitos do temporal de 29 de janeiro

  • Audiência Pública para debater sobre as consequências do temporal que atingiu a cidade em 29 de janeiro.
    Ambientalistas pediram ações preventivas para evitar destruição (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Audiência Pública para debater sobre as consequências do temporal que atingiu a cidade em 29 de janeiro.
    Ativistas marcaram presença nas galerias do plenário (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou, na noite desta quinta-feira (19/5), uma audiência pública com o objetivo de discutir os eventos climáticos ocorridos na cidade em 29 de janeiro. O presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Leonardo Melgarejo, defendeu o mapeamento da arborização da cidade. A Agapan faz parte do Fórum Ambiental de Porto Alegre, que solicitou a audiência.

"É preciso haver mais estudo, planejamento técnico e prevenção. Entendemos também que exista um orçamento para adotar um sistema subterrâneo de cabos e fios. Além disso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) está sobrecarregada e deve receber mais investimentos para melhorar e aperfeiçoar o seu trabalho", afirmou Melgarejo.  

Já o ex-presidente da Agapan e atual tesoureiro, Alfredo Ferreira, reiterou que a entidade possui mais de 45 anos de lutas e precisa de ajuda para ampliar seu trabalho. "Aceitamos voluntários de qualquer partido que desejem lutar pela causa ambiental. A Agapan precisa de uma sede e de voluntários para plantar árvores e levantar nossas bandeiras, independentemente do partido", afirmou.

Conforme o conselheiro da Agapan e ex-vereador Beto Moesch, Porto Alegre é conhecida, no Brasil e no mundo, como uma cidade arborizada. Esta característica se deve à historia de uma Capital que sempre arborizou suas ruas e quintais, incluindo um planejamento urbano formado por praças e áreas verdes. "De acordo com a Lei Orgânica do Município, precisamos plantar mais árvores e debater a questão da compensação ambiental", afirmou. Beto ainda alertou para o fato de leigos estarem fazendo as podas de árvores para a Companhia Estadual de Energia Elétrica. "O que a CEEE faz é um crime, é um desrespeito com a lei, e o Ministério Público deveria fiscalizar. O trabalho é totalmente precário e causa a queda das árvores, devido às podas drásticas, causando um necrosamento interno das árvores", lamentou.

De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente (Smam), Léo Bulling, os ventos de mais de 120 quilômetros por hora que atingiram a cidade na noite de 29 de janeiro podem comprometer a estabilidade de qualquer árvore. "Na mesma madrugada do temporal, começar a reconstrução da cidade. Realizamos um mutirão formado por diferentes secretarias e Exército e retiramos mais de 10 toneladas de resíduos. Com certeza, se a fiação fosse subterrânea, seria muito melhor, mas o custo disso é inviável. A maioria dos problemas foi causada pela queda de árvores e não de postes. A capacidade de uma cidade voltar a sua situação natural após sofrer com um efeito climático como este é fundamental. Qualquer cidade do mundo no lugar de Porto Alegre teria sofrido os impactos de um efeito climático desse porte", ponderou.

O presidente da Câmara, vereador Cassio Trogildo (PTB), salientou a importância do debate ocorrido na noite de ontem. "Quero agradecer à Agapan por proporcionar este debate de grande relevância. A Câmara está de portas abertas para a entidade e para os grandes debates desta cidade", finalizou.  

                                                                                                                                                                                                                                                                              Texto: Jonathan Colla
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)