Câmara e Executivo firmam convênio para promover produções culturais

Foi assinado, na manhã desta quinta-feira (21/6), o termo de cooperação entre a Prefeitura e a Câmara Municipal para viabilizar a execução do projeto Porto Alegre na História, idealizado pela atual Mesa Diretora do Legislativo da capital gaúcha. O documento, subscrito pelo presidente Valter Nagelstein (MDB), pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior e pelo secretário Municipal da Cultura, Luciano Alabarse, permitirá que, já em setembro deste ano, a opera-rock Uma História de Sangue e Metal - releitura teatral e musicalizada do livro Revolução Farroupilha, de Luiz Coronel, com ilustrações do artista visual Danúbio Gonçalves - seja apresentada no Teatro Glênio Peres e levada gratuitamente a diversas regiões da cidade.

Para Nagelstein, o convênio representa a vitória sobre outro inimigo: “a burocracia”. O vereador explicou que foram meses de reuniões para que o formato correto do convênio fosse encontrado e permitisse que a Câmara de Porto Alegre aportasse os recursos, na ordem de R$ 300 mil, e o Executivo - com agradecimentos especiais ao secretário Alabarse - participasse com o repasse de sua estrutura, para o apoio profissional na área da Cultura.

O presidente disse que levar cultura e educação à população “é, sim, também papel da Câmara Municipal”. O espetáculo escolhido, salienta, “irá apresentar uma visão moderna de como se construiu a história rio-grandense, que ecoa até hoje dos pampas à Capital”. Nagelstein antecipou que o projeto Porto Alegre na História vai além desse espetáculo e lembrou que outras iniciativas inovadoras na área cultural já estão em curso, como o Cine Câmara, que exibe, na TV Câmara, filmes realizados com o apoio do Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística (Fumproarte).

Marchezan classificou como “relevante” a parceria, reconhecendo a importância do Legislativo, por meio da liberação dos recursos para que o projeto aconteça. Disse que levar às comunidades a história da Revolução Farroupilha permitirá que as pessoas possam conhecer e entender como se deu a construção do Estado a partir das escolhas feitas ao longo da história, “que, em determinados momentos, nos colocou na vanguarda do Brasil e, em outros, atrás do restante do país”.

Autor da obra que servirá como base para a realização da ópera-rock, o escritor e poeta Luiz Coronel afirmou que a Revolução Farroupilha é um dos três pilares da construção da identidade gaúcha, formada ainda pelo período das missões jesuíticas e da imigração. Ressaltou, também, que muitos dos ideais dos farrapos, como os que estão relacionados à Federação, ainda estão inalcançados. Para ele, essa releitura permitirá que a população não apenas cultue a celebração farroupilha, mas possa ter um amor consciente da sua representação no contexto histórico da época e seus reflexos para a atualidade. “E é para isso que existe o trabalho de artistas, teatrólogos, historiadores e músicos, que irão potencializá-los, iluminá-los, torná-los mais empolgantes ao grande público”, finalizou.

Participaram do ato de assinatura do convênio ainda os vereadores André Carús (MDB), Cassio Trogildo (PTB), Mendes Ribeiro (MDB) e Reginaldo Pujol (DEM), além do secretário-adjunto da Cultura de Porto Alegre, Leonardo Maricato; da produtora cultural Cida Pimentel; e do coordenador do Fumproarte, Miguel Sisto.

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)