Plenário

Câmara não terá ponto facultativo durante a Copa, diz Nagelstein

Movimentação de plenario. Na foto: vereador Valter Naglestein
O presidente citou realizações do Legislativo da Capital neste ano (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Valter Nagelstein (MDB), informou que a Casa não fará ponto facultativo e "trabalhará normalmente" durante os jogos da Copa do Mundo, que será realizada entre os dias 14 de junho e 15 de julho. "A Câmara não vai parar durante a Copa", garantiu. Lembrando seu compromisso de inovar e dialogar, em sua gestão como presidente da Casa, destacou iniciativas que o Legislativo tem protagonizado neste ano, como a visita à trincheira da Ceará, que auxiliou na agilização da abertura da via. Também recordou que a Casa ofereceu a devolução de R$ 10 milhões ao Executivo para ajudar a minorar a situação dos moradores de rua, bem como R$ 10 milhões para a reativação da usina de asfalto da Restinga. "Isso é agir e inovar. Ainda inauguramos uma subestação, cujo projeto foi iniciado na gestão passada, para geração de energia fotovoltaica na Câmara, programa único e precursor no país."

Nagelstein relatou que a Casa vem implementando medidas de redução de custos e em favor do meio ambiente, diminuindo a utilização de papel e a geração de resíduos sólidos. "Tínhamos uma frota de carros que era subaproveitada, fizemos a doação de 50% ao Executivo para ser alocada para a segurança pública. Estamos também projetando, junto com os próprios servidores, um redesenho das estruturas internas da Casa. Constatamos que havia 68 unidades administrativas da Casa abaixo da Presidência, e estamos propondo a redução de 20% desta estrutura e de um terço das funções gratificadas (FG)."

Lembrando que a primeira conquista da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira de Futebol ocorreu em 1958, Nagelstein observou que, desde lá, a nação não avançou ainda em muitas áreas. "Estamos numa nau quase desgovernada no país, onde há três icebergs: a extrema esquerda, a extrema direita e as generalizações e julgamentos rasos a respeito da atividade política." Para o presidente da Câmara, Brasília foi cercada pelas corporações desde a sua criação, "um dos erros fundantes da democracia brasileira". Comentou o período que antecedeu o golpe militar de 1964, com a renúncia de Jânio Quadros, a destituição posterior de João Goulart e o começo da ditadura no Brasil. "Minha geração não é responsável por isso que estamos vivendo no Brasil. É preciso avançar na liberdade jurídica e econômica e na segurança jurídica. Durante os 30 dias de Copa do Mundo, a população estará adormecida no país. Quando sairmos da Copa, estaremos a três meses da eleição. Não há outra saída que não seja a partir das nossas próprias escolhas."

O presidente da Câmara afirmou ainda que deseja que a Casa dê o exemplo de como o poder Legislativo deve dialogar, construir consensos e mostrar à sociedade qual o caminho a sociedade deve seguir. "É uma tarefa inglória, mas é preciso fé, esperança, convicção e perseverança. É necessário desviar dos icebergs que estão na nossa frente: os extremos e os tribunais levianos das redes sociais. Desejo que o país se reencontre e saia do mar de lama em que está."

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)