Comissão

Cece recebe relatório de educação e discute acolhimento para autismo

Entrega de relatorio de Avaliação do Plano Municipal de Edecação/PME de Porto Alegre.
Fórum Municipal de Educação apresentou relatório do ano de 2019 aos vereadores (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizou, na tarde desta terça-feira (10/12), reunião para receber do Fórum Municipal de Educação (FME) relatório de avaliação sobre metas e estratégias com indicativos do ano de 2019 e também discutiu a ampliação de políticas de acompanhamento para as pessoas com autismo na capital.

Na oportunidade, a coordenadora do Fórum, Célia Maria Trevisan Teixeira, ressaltou que uma das principais observações apontadas no relatório é a escassez de políticas especiais no município como, por exemplo, a questão do autismo. “Julgamos importante pensar em políticas públicas, principalmente no espectro do autista. O principal ponto é a educação infantil que deve ser universalizado na pré-escola e ela deve estar preparada para receber alunos especiais”, explicou.

Autismo

Outro assunto abordado durante a reunião foi justamente a questão das políticas de acompanhamento de pessoas com autismo e de que que forma as escolas têm trabalhado este tema. Conforme a diretora da Escola Municipal Especial Professor Luiz Francisco Lucena Borges, Carla da Silva, a instituição conta atualmente com 110 alunos com autismo, e gradua todos os anos dois alunos com esta condição.

A Lucena Borges, como explicou Carla, acolhe estudantes desde o ensino infantil, a partir de quatro anos de idade, até os 21 anos quando então completam sua formação. “Infelizmente, depois dessa idade, eles não tem para onde ir, e todo o ensino e habilidade que recebem acaba se perdendo e o aluno regredindo”, lamentou ela. “Falta estrutura social e de saúde. A parte educacional foi cumprida, mas o governo não acolhe, no decorrer da vivência social, pessoas com autismo”.

Smed

A coordenadora de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Cláudia Amaral, informou que no município existem 340 alunos especiais, entre autistas e deficientes visuais. Desses, 80% estão em escolas comuns, e somente 12% estudam em escolas especiais. “Trabalhamos em caráter preventivo para um futuro diagnóstico, não exigimos laudo médico desses alunos e para eles temos 20 professores capacitados que trabalham em quatro escolas especiais. Nossa intenção é de ampliar esse número para podermos mapear esses alunos antes deles chegarem na escola fundamental”. Segundo Cláudia, no ensino fundamental são 80 professores e mais 350 monitores que auxiliam no trabalho de educação desses alunos. “Defendemos a escola especial como espaço de aprendizado”.

Assentos

Como encaminhamento das discussões, os vereadores propuseram a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um programa municipal de acolhimento, principalmente para pessoas com autismo a partir dos 21 anos e de seus familiares. O presidente da comissão, vereador Professor Alex Fraga (PSol), ressaltou que outra iniciativa positiva seria a criação de um projeto de lei para que os autistas pudessem ter assento preferencial no transporte público. “Tendo em vista a dificuldade que enfrentam pela falta de adaptação nos coletivos, seria fundamental a adequação desses espaços como já acontece em outros municípios”.

Também estiveram presentes à reunião os vereadores Alvoni Medina (Republicanos), Engº Comassetto (PT), Mauro Zacher (PDT), Cassiá Carpes (PP) e representantes da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e da Associação de Familiares e Amigos das Pessoas com Autismo de Porto Alegre.

Texto

Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Tópicos:Fórum Municipal de EducaçãoAutismo