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Cedecondh ouve presidente da Umespa vítima de agressão

  • Comissão discute agressão sofrida pela presidente da UMESPA Vitória Cabreira. Na foto, Vitória entrega à presidente da comissão notas taquigráficas da reunião do CONTU onde ocorreu a agressão.
    Vitória Cabreira (d) exibiu atas das reuniões do Comtu aos vereadores (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)
  • Comissão discute agressão sofrida pela presidente da UMESPA Vitória Cabreira.
    A reunião da comissão foi realizada na tarde desta terça-feira (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

Na reunião desta terça-feira à tarde (3/4) a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), da Câmara Municipal, analisou o caso de agressão à presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa), Vitória Cabreira. O fato ocorreu no dia 9 de março, durante a última reunião do Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) em que se votou o aumento da tarifa dos ônibus.

Segundo a estudante de 17 anos, na reunião do Comtu ela teve sua fala interrompida duas vezes. Estas interrupções teriam revoltado um funcionário da Umespa, que se desentendeu com outro conselheiro, desencadeando uma briga. Ao tentar apartar a desavença, Vitória foi agredida. “A pauta da passagem é muito importante para os estudantes; a Umespa sempre manifesta sua posição perante esta questão. Tentam justificar as agressões por causa do teor do meu discurso, mas elas nunca ocorreram nas votações anteriores. É um consenso que o Comtu não representa corretamente a população de Porto Alegre há muito tempo”, disse ela. 

Lincon da Fonseca, diretor da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (Uges), afirmou que o Comtu tentou inibir a expressão de parte da população da cidade. “Ridículo esse machismo; é um preconceito que não cabe mais na nossa sociedade”, lamentou. Marcos Adriano, representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), considerou que o ocorrido simboliza a soma de fatores decorrentes da composição do Conselho, visto que não representa a sociedade.

O vice-presidente da Comissão, Moisés Barboza (PSDB), reconheceu que a agressão a Vitória Cabreira contém agravantes por ela ser menor de idade e mulher, mas lembrou que este nível de violência “é chocante e revoltante por si só, independentemente de posição social, ideologia, escolaridade, raça, sexo, religiosidade ou qualquer outra coisa.

“É um caso gravíssimo de violência contra a mulher. Vendo as notas taquigráficas fica claro. É inadmissível, é uma agressão a todas as mulheres” declarou a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL). Já André Carús (PMDB) lembrou que as últimas manifestações organizadas pela Umespa foram pacíficas. 

O vereador Prof. Alex Fraga (PSOL) destacou a importância da ampliação da representatividade da mulher nos espaços, principalmente nos políticos. “Não importam os argumentos. Vitória estava manifestando a posição da entidade que representa. É inaceitável, precisamos combater o machismo”, apontou.

A comissão concordou em encaminhar conjuntamente tanto pela Cedecondh como pela Procuradoria Especial da Mulher. Decidiram que acompanharão o andamento do processo civil, analisarão o regimento do Comtu e também enviarão um ofício ao Conselho e à EPTC. O estudo do regimento permitirá que o Legislativo verifique a possibilidade de se propor ajustes que garantam a representatividade democrática que os Conselhos Municipais exigem. Já o envio do ofício aos órgãos municipais se dará pelo "descaso e pelo desrespeito oriundo da ausência de representantes do COMTU nesta reunião".

Texto: Alex Marchand (estagiário de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)