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Cedecondh tentará evitar fechamento do Senai Restinga

  • Reunião sobre a manutenção do Senai Restinga
    Senai da Restinga existe há 40 anos (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Reunião sobre a manutenção do Senai Restinga
    Vereadores vão se reunir com Executivo nesta quinta-feira (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A manutenção do Senai Restinga foi o tema de reunião que lotou o Plenário Ana Terra, da Câmara Municipal de Porto Alegre, na tarde desta terça-feira (12/7). O encontro foi organizado pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) com a intenção de gerar um debate entre os representantes dos órgãos envolvidos e, conforme o presidente da comissão, Dr. Thiago (DEM), “porque a comunidade não quer o fechamento do centro”. Após o debate, a Cedecondh marcou uma reunião com o vice-prefeito Sebastião Melo para a próxima quinta-feira (14/7), às 9h, na Prefeitura, para buscar uma solução.

Criado em 1976, o Senai Restinga atende 80 alunos por ano possibilitando formação profissional aos jovens do bairro e é uma parceria entre o Senai e a Prefeitura. A escola oferece gratuitamente os cursos de manutenção elétrica, básico em madeira e mobiliário e eletricista instalador predial.  A causa para o possível fechamento é a necessidade de adequação do prédio, cedido pela prefeitura, às normas de acessibilidade e ao Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI). O custo para as reformas é de R$ 480 mil e o impasse está em quem irá arcar com as despesas.

O diretor regional e membro do Conselho Regional do Senai-RS, Carlos Trein, explicou que a Instituição não possui condições financeiras para realizar as mudanças e que “não podemos investir o patrimônio da indústria em um prédio público”. A função do Senai é formar profissionais para a indústria e foi decidido em reunião do Conselho Regional que alguns dos 148 centros do Rio Grande do Sul seriam realocados ou fechados, de acordo com as demandas e necessidades de cada região, pela falta de recursos do Senai em mantê-las abertas. No entanto, devido às reivindicações da comunidade, o diretor afirmou que “o Senai Restinga permanece aberto se forem realizadas as adequações legais”.

Segundo a moradora, mãe e esposa de ex-alunos da escola, os cursos também possibilitam “renda para que o aluno continue estudando e possa ajudar a família”. Rogério Deckeches, que há 31 anos realizou o curso de Elétrica na instituição, trabalha como eletricista pelo município e disse que consegue sustentar a família graças aos conhecimentos adquiridos nas aulas. “O Senai possui uma função social muito grande, ainda mais na Restinga que possui um alto índice de vulnerabilidade social” e, se ele fosse fechado, seria “uma perda irreversível para a nossa comunidade”, finalizou.

A Restinga, localizada no extremo sul da cidade, possui cerca de 150 mil moradores distribuídos em 28 vilas. O professor Jaime Morticelli, que lecionou durante 36 anos no Senai Restinga, confirma que a escola é muito importante, pois “nós conseguimos resgatar muitos jovens”. O empreendedor Jeferson Carvalho tem “muito orgulho de dizer que foi formado pelo Senai” e atribui todas as suas conquistas à instituição, que “proporciona muitos exemplos de sucesso”.

Representando o Executivo municipal, o secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Antonio Kleber de Paula, falou que a secretaria não possui verba no orçamento de 2016 para realizar as mudanças e sugeriu que este problema seja levado até o Gabinete do Prefeito para buscar alternativas. A secretária de Trabalho e Emprego, Angela Oetinger, destacou a importância do centro, pois “falta qualificação dos trabalhadores”. 

Falando pelo Legislativo, o vereador José Freitas (PRB) parabenizou a comunidade pela mobilização e afirmou: “Vamos trabalhar para manter e ampliar o Senai do bairro”. Prof. Alex Fraga (PSOL) comentou que o “gestor público tem responsabilidades” com a população e que os vereadores precisam colaborar para resolver o impasse. Por fim, Reginaldo Pujol (DEM), que ajudou na implantação do centro, declarou que “não vai sair da Restinga um Senai que eu ajudei a levar para lá”.

Estiveram presentes na reunião também os vereadores Marcelo Sgarbossa (PT), Jussara Cony (PCdoB), Cláudio Janta (SD), Delegado Cleiton (PDT) e Engenheiro Comassetto (PT), o representante do Ministério Público Estadual, Moisés Luis, e representantes do bairro, além de pais, professores e alunos do Senai Restinga.

Texto: Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)