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Comunidade do Menino Deus demonstra preocupação com o futuro do Cete

  • Vereadores visitam  CETE (Centro de Treinamento Esportivo) e escutam representantes e usuários do centro a respeito da possível transferência da sede do Corpo de Bombeiros para o espaço. Na foto, vereadores conversam com moradores do bairro Menino Deus.
    Vereadores foram ao Cete ouvir a comunidade do bairro (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)
  • Vereadores visitam  CETE (Centro de Treinamento Esportivo) e escutam representantes e usuários do centro a respeito da possível transferência da sede do Corpo de Bombeiros para o espaço.
    Projeto do governo do Estado pretende transferir Corpo de Bombeiros para o local (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) esteve na tarde desta terça-feira (10/4) no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), para se inteirar das condições estruturais do local e conversar com a comunidade a respeito da possível construção de uma unidade do Corpo de Bombeiros naquele espaço. A primeira reunião para tratar do tema foi no dia 20 de março.

Uma proposta apresentada pela Brigada Militar à Câmara Municipal, que trata da instalação do Corpo de Bombeiros no Cete, gera desconforto nos frequentadores da área. A articulação depende da venda do Ginásio da Brigada Militar e do local em que se situam a escola e o comando do Corpo de Bombeiros.

Comunidade

Segundo o presidente da Associação de Moradores do Bairro Menino Deus, José Paulo Barros, essa mudança reduziria ou acabaria com o espaço esportivo para a comunidade. “Segurança é educação; esporte é educação”, ressaltou. Barros reclamou da falta de comunicação do poder público com a população, indagando sobre o andamento da questão e solicitando uma audiência pública junto ao governador José Ivo Sartori.

Itagiba Vitório, na condição de representante da Associação das Federações Esportivas do Rio Grande do Sul, deixou claro que a população não é contrária ao Corpo de Bombeiros, mas que questões importantes como o estacionamento dos usuários seriam atingidas. 

Loy Marques Ribeiro Júnior, advogado e morador do bairro, ressaltou que o Cete é um espaço de integração entre diversas camadas sociais. Silmara Ribeiro, professora de hapkido no local, lembrou que teve aulas canceladas por causa de treinamentos dos bombeiros, o que acontecerá novamente na corrente semana.

Os demais representantes da comunidade presentes demonstraram preocupação com o setor imobiliário. “Ninguém vai querer acordar às 5 horas da manhã com o toque de alvorada”. Uma dúvida comum dos moradores também diz respeito à autoria e ao andamento da proposta.

Cete

O coordenador do Cete e representante da Secretaria de Cultura, Turismo e Lazer do município, Ernani Campelo, disse que o Centro não tem posicionamento sobre a situação por enquanto, visto que, segundo ele, não há nenhum documento ou projeto de construção oficialmente apresentado. Para ele, não há problema em dividir o espaço com o Corpo de Bombeiros, já que a área é pública. “Quanto mais for utilizada, melhor vai cumprir seu propósito”, afirmou.

Vereadores

Sofia Cavedon (PT) destacou que para a retirada de um estacionamento previsto no plano diretor deve haver uma compensação. Para ela, as questões devem ser tratadas primeiramente em âmbito político e, só após a falha desse recurso, encaminhadas para a justiça. “Não é possível imaginar que, suprimindo área de estacionamento e trazendo para cá uma organização, nenhum impacto será causado”, afirmou. Atentou, ainda, para o barulho e a influência no trânsito que a mudança causaria, assim como para a possível perda de projetos esportivos do Cete.

“Há um grito enorme da comunidade para que isso não seja feito, porque o espaço do Cete já está reduzido e ficará ainda mais”, declarou Tarciso Flecha Negra (PSD). Segundo ele, foi solicitada uma reunião com o governo estadual, a fim de expor a opinião da comunidade e compreender o projeto.

Por fim, a comissão comprometeu-se em buscar informações a respeito do andamento do projeto, de modo a informar a comunidade e a impedir que decisões sejam tomadas sem o conhecimento da população do bairro Menino Deus. Além disso, buscará pautar o assunto na agenda do governador do Estado.

Estavam presentes também os vereadores Cassiá Carpes (PP), Reginaldo Pujol (DEM), Alvoni Medina (PRB) e Marcelo Sgarbossa (PT).

Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)