Comissões

Cosmam avalia Centro de Planejamento Familiar do HPV

Maria Isabel (e) lembrou que HPV tem deficiências em recursos humanos Foto: Leonardo Contursi
Maria Isabel (e) lembrou que HPV tem deficiências em recursos humanos Foto: Leonardo Contursi

Priorização na designação de profissionais anestesistas para o Hospital Presidente Vargas (HPV), reforço na necessidade de oferecimento de métodos de anticoncepção reversíveis de alta eficácia na rede pública e discussão com a Secretaria Municipal de Saúde, Coordenadoria da Saúde da Mulher e Gerência Regional do Serviço de Saúde (GRSS) para adequação do fluxo direto no atendimento a consultas ligadas ao planejamento familiar.  Estes foram os três encaminhamentos definidos pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), da Câmara Municipal de Porto Alegre, em reunião realizada na manhã desta terça-feira (6/12) quando foi discutido o Centro Municipal de Planejamento Familiar instalado no HPV.

No início da reunião, o vereador Dr. Raul Torelly (PMDB) lembrou que a criação do Centro Municipal foi aprovada pelo Legislativo porto-alegrense em dezembro de 2007, tendo sido instalado no HPV em junho de 2009. “A proposta era de que fosse não apenas um local de consultas, mas um catalizador de ações de planejamento familiar para a cidade”, destacou.

Conforme o vereador, a questão operacional ainda preocupa: “É preciso haver priorizações e ter comprometimento com esta causa”. Dr. Raul destacou ainda que o atendimento deve ser acessível a pessoas de baixa renda. “Temos avanços, mas é preciso ter uma sequência no atendimento e no tratamento. E nisso há dificuldades”.

Cuidados

Diretora-geral do HPV e médica ginecologista, Maria Isabel de Bittencourt recordou que, antes mesmo da instalação do Centro Municipal, o hospital trabalhava com planejamento familiar seguindo orientações de lei federal que determina tempo de espera, discussões em grupo, entrevistas e cuidados psicossociais com os pacientes. “Temos o cuidado de orientar bem para que ninguém se arrependa ao usar um método irreversível”, disse.

Conforme a médica, a demora em alguns atendimentos, principalmente em cirurgias de esterilização, se deve à falta de recursos humanos. “Não há como priorizar uma laqueadura em relação a uma mastectomia”, explicou, ao citar que a instituição atualmente tem deficiência em médico anestesiologista. Contudo, Maria Isabel disse ainda que, mesmo sendo repostas todas as deficiências, o hospital não dará conta da demanda existente na cidade.

Entraves 

Também participaram da reunião integrantes da ONG Projeto Social Solidário – Posso, que atua em Porto Alegre, Alvorada e Guaíba na orientação e encaminhamento de pessoas de baixa renda a programas de planejamento familiar. Silas Gonçalves Duarte, coordenador da Posso na Capital, afirmou que há vontade da população pobre em participar de programas de planejamento familiar, mas reclamou dos entraves existentes no setor público.

“Planejamento é uma decisão pessoal da mulher, e não pode ser encarado como decisão de outro”, afirmou Duarte ao lembrar que em alguns acasos atendentes da área da saúde interferem em questões particulares. “É decepcionante ver como as pessoas são tratadas, como se fossem pessoas sem liberdade” disse o coordenador da Posso.

Gestantes de alto risco

Na segunda parte da reunião, a Cosmam tratou do atendimento na rede pública a gestantes de alto risco. Representantes dos hospitais Conceição, Fêmina e Presidente Vargas informaram que, nos casos de emergência que chegam aos estabelecimentos, é feita a internação da paciente ou marcada consulta no ambulatório dos próprios hospitais. Neste caso, a partir daí, a gestante não precisa mais ir a algum posto de saúde, pois terá consulta marcada automaticamente no ambulatório. A Santa Casa informou que ainda está fazendo ajustes em sua estrutura e que, por causa disso, não faz agendamento de consultas em seu ambulatório.

Quanto à preocupação do vereador Dr. Thiago Duarte (PDT) sobre atendimento a gestantes de alto risco por problemas mentais, tanto os representantes dos hospitais quanto da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informaram que não há acompanhamento médico especial para grávidas. Segundo Rosa Vilarino, do setor de Saúde da Mulher da SMS, a gestante tem de procurar um posto de saúde para depois ser encaminhada aos postos da Vila Cruzeiro ou do IAPI, onde há atendimento para distúrbios mentais. Se houver necessidade de internação, a instituição habilitada é o Presidente Vargas. 

A reunião da comissão teve ainda a presença dos vereadores Aldacir Oliboni (PT) e Carlos Todeschini (PT), além de representantes da Secretaria Municipal da Saúde, da Gerência Regional do Serviço de Saúde (GRSS) e de hospitais da cidade.

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)