Comissões

Cosmam debate a Semana da Água

Preservação, abastecimento e conscientização foram os principais pontos debatidos.

  • Reunião sobre a Semana da Água. Na foto, o engenheiro químico do DMAE, Marcelo Gil Faccin.
    Faccin disse que mau cheiro da água se deve à presença de algas (Foto: Candace Bauer/CMPA)
  • Reunião sobre a Semana da Água. Na foto, o vereador Aldacir oliboni (ao microfone).
    Oliboni (microfone) reclamou do odor e gosto ruins da água do Dmae (Foto: Candace Bauer/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) realizou nesta terça-feira (03/10), na Câmara Municipal de Porto Alegre, reunião para tratar da Semana da Água abordando o tema "Água segura - vida saudável, reservatórios limpos, água protegida". A reunião teve a presença de diversas entidades que tratam o tema da conscientização e abastecimento de água. A 24ª Semana Interamericana e 17ª Semana Estadual da Água se iniciou no último sábado (30/9) e vai até o próximo sábado (7/10), realizada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do Rio Grande do Sul (Abes-RS).

O presidente da Cosmam, vereador André Carús (PMDB), destacou a importância da divulgação de ações que esclareçam à população o processo de educação ambiental e a conscientização da preservação de mananciais hídricos. “É dever desta comissão alertar sobre uma das vitais fontes de sobrevivência, a água, e trazer aqui profissionais técnicos que sintetizem de que forma podemos melhorar a qualidade de água nas nossas casas, tendo em vista que os rios Gravataí, Caí e Sinos estão entre os mais poluídos do mundo”, explica.

Os vereadores integrantes da Cosmam Aldacir Oliboni (PT) e José Freitas (PRB), que estiveram na reunião, fizeram alguns questionamentos sobre o descontentamento da população sobre a água. Oliboni lembrou do odor da água, que muito tem incomodado os moradores da Capital, e o gosto terroso que identificam. E questionou se “há uma fiscalização do poder público sobre os agricultores no regamento de suas produções, quanto ao desperdício e qualidade da água”. Freitas reconheceu o trabalho realizado pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), porém mostrou preocupação sobre a poluição do rio Guaíba e perguntou se há uma interlocução com os municípios vizinhos para a despoluição. E sobre o problema enfrentado no bairro Lomba do Pinheiro, ele sugeriu a realização de um projeto de caixas d’água para a população local. “Seria uma alternativa de abastecimento a todos da região”.

Dmae

O diretor de tratamento do Dmae, Marcelo Gil Faccin, ressaltou as grandes dificuldades enfrentadas pelo departamento, tendo em vista os 90 elevatórios e 100 reservatórios de água tratadas que a instituição administra. “A cidade passa por diversas situações climáticas, como o último temporal do final de semana que prejudicou o abastecimento de água em algumas regiões da Capital e da falta de uma infraestrutura que depende da integração de diversos órgãos municipais e estaduais para o sucesso do processo hídrico”, explicou. Disse ainda que o Dmae tem se empenhado para que a população receba na sua casa água de qualidade, tratada e não tenha escassez. E que o importante é que a população tenha também o seu próprio reservatório e mantenha acesso seguro através da conscientização, evitando o desperdício de água.

Sobre o odor e o cheiro terroso da água, Faccin explicou que o fenômeno que ocorre principalmente no verão é devido a presença de algas que liberam substâncias causando o incômodo, mas que o Dmae tem tratado desta questão em suas estações de tratamento. “Nosso departamento utiliza carvão ativado que detém esses compostos, trazendo assim total segurança no consumo da água, e está buscando alternativas para que se perceba cada vez menos este cheiro.”

Destacou também que o Comitê do Lago Guaíba, projeto realizado pela prefeitura, vem realizando a interlocução com os municípios que circunvizinham a Capital para trabalhar na melhoria do abastecimento, tendo passado de 27% para 80% na capacidade de tratamento das águas. ”Isso é um avanço para nossa população”, ressalta.

Já o diretor de abastecimento do Dmae lembrou que a Lomba do Pinheiro, localizada na zona leste da Capital, possui muitas nascentes e seria necessária uma integração e muita responsabilidade para se viabilizar a criação de caixas d’água no local, para que não haja proliferação de mosquitos, agravando ainda mais a situação no local. “Reafirmo que todos temos que trabalhar juntos na restruturação da habitação, do esgoto, da vigilância e da conscientização de todos para que só assim possamos atender a todos de forma justa”. 

Na oportunidade, a segunda secretária da Abes-RS, Ana Elisabeth Carara, convidou a todos para conhecerem o cronograma de divulgação para Semana da Água que está no site da Abes, onde terá uma ação de parceria com o Dmae conscientizando também junto às escolas da Capital.

Também estiveram presentes os vereadores Paulo Brum (PTB) e Mauro Pinheiro (Rede) e representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sindicato dos Engenheiros e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde.

Texto: Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)