Plenário

Dia da Mulher é tema de debate na Câmara

Vereadoras e homenageadas destacaram que a luta das mulheres pela garantia de direitos é permanente.

  • Dia Internacional da Mulher, uma história de lutas. Na foto, vereadoras e homenageadas do dia.
    Vereadoras homenagearam mulheres que atuam na luta por direitos (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Dia Internacional da Mulher, uma história de lutas. Na foto: vereadora Mônica Leal na presidência
    Mulheres defendem igualdade de direitos e fim do preconceito (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

O Dia Internacional da Mulher foi tema de debate durante o período de Comunicações Temáticas da sessão ordinária desta quarta-feira (8/3), no plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. O debate contou com a participação de mulheres homenageadas pelas vereadoras, que lutam por reconhecimento de direitos iguais, e também com a presença dos representantes da Assembleia Legislativa, deputados Adão Vilaverde e Luiz Fernando Mainardi, ambos do PT. 

A vereadora Mônica Leal (PP) agradeceu a todas mulheres presentes. "A cada 8 de março reforçamos para o mundo que a luta pelos direitos já conquistados é permanente e a luta contra violência é diário.” Ela disse se orgulhar em contribuir, junto às quatro vereadoras da Casa, para um dia chegar a uma situação mais justa na política. Ela destacou a trajetória da sua homenageada, Maria Bernadete Cordoni Magalhões, vice-presidente do Lar Santo Antônio dos Excepcionais, "onde trabalha há 31 anos sempre no auxílio de pessoas com necessidades". 

"Longe estamos de ter uma democracia substantiva na questão da política, mas a luta das mulheres há de se reconhecer", ressaltou Sofia Cavedon (PT). Em crítica à reforma da previdência, lembrou que a pauta das mulheres não se resume apenas à violência. A homenageada pela vereadora petista, Maria Otilia Kroeff Susin, graduada em História e também mestre e doutora em Educação pela UFRGS, foi responsável por muita reflexão sobre a educação, principalmente no âmbito infantil.

A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) discursou sobre a diversidade de mulheres que lutam contra discriminação e preconceito. "Não é um dia de festa, é um dia de luta", destacou. Homenageou Luiza Eduarda dos Santos pela luta, coragem e militância. Melchionna ainda defendeu políticas públicas para combater a violência contra mulheres e transexuais. Em homenagem à Barbara Penna de Moraes Souza, vítima de violência doméstica, a Comandante Nádia (PMDB) parabenizou-a pela sua luta e a todas as mulheres que lutam por respeito e combate à violência.

Luta permanente

Rodrigo Maroni (PR) saudou as mulheres presentes no plenário, pois, para ele, a luta delas é permanente. Se disse emocionado pelos discursos e vídeos apresentados durante a sessão pela passagem do 8 de março. Maroni destacou a diversidade das mulheres presentes durante as homenagens pelo Dia Internacional da Mulher e disse que estava emocionado pela presença de Bárbara Penna Moraes de Souza, que enfrentou uma situação brutal de violência doméstica e, mesmo assim, estava ali, participando do evento de hoje à tarde. Segundo ele, a luta de Bárbara é semelhante à de Maria da Penha, que inspirou a aprovação da lei de mesmo nome no Congresso Nacional.

Já Laura Sito (PT) conclamou as mulheres presentes a atuarem em favor do crescimento do movimento feminista. Assinalou que seu discurso seria em homenagem às mulheres negras comprometidas com o movimento de gênero combinado com os temas da discriminação racial. Exaltou o papel da ONG Maria Mulher, que lidera o debate sobre as questões sociais da população negra na cidade de Porto Alegre. Conforme a vereadora, essa população sofre muito mais com a crise econômica, de modo que a taxa de desemprego dos negros na Capital é o dobro na comparação com a população branca. “A expectativa de uma mulher negra é de 11 anos a menos do que a de uma mulher não negra.” 

Margarete Moraes (PT) disse que não teria como resumir os serviços prestados por Nelsa Inês Nespolo. Nelsa, segundo Margarete, realiza uma série de programas de inclusão social, tais como a produção das cooperativas de catadores, de costureiras, se constituindo em referência mundial no tema da economia solidária. “A Nelsa já plantou muitas vezes, teve filhos e escreveu um livro”, assinalou. Por sua vez, Iyá Vera Soares (PT) disse que o dia de hoje serve para lembrar a dor de muitas mulheres, pois “não há muito o que comemorar”. Disse que foi uma dia para recordar Márcia Santana e Saraí Soares e todas as mulheres que morreram em meio à luta das mulheres. 

Foram também homenageadas, por proposição do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre (Sindicâmara), as funcionárias Vera Anita da Conceição, chefe da Seção de Serviços Auxiliares, e Rosa Cristina Harzheim, médica do Ambulatório da Câmara. Em seu pronunciamento, Rosa estendeu a honraria a todas as profissionais do Legislativo e defendeu a luta pela igualdade através da busca por tolerância. “Devemos construir um ambiente seguro, que proporcione a convivência entre os desiguais, para que o 8 de março passe a ser verdadeiramente uma data de comemoração.”

Vereadores

Parlamentares da Câmara Municipal também realizaram pronunciamentos em homenagem às mulheres. José Freitas (PRB) afirmou que “o dia da mulher é todos os dias” e parabenizou as componentes da mesa por suas histórias de força e luta. Junto ao colega Alvoni Medina (PRB), ele convocou as vereadoras da Câmara e as homenageadas para receber um rosa em nome da legenda, simbolizando, segundo Freitas, a “força e beleza da mulher”.

Tarciso Flecha Negra (PSD) cumprimentou todas as “mulheres de luta”. “Elas não se contentam apenas com um buquê de rosas, pois precisam de mais Delegacias da Mulher, vivem em situação de violência, brigam por atendimento de saúde e vagas no mercado de trabalho”, declarou. De acordo com ele, as mulheres querem uma vida digna, sem machismo e qualquer tipo de desigualdade ou violência. “Todos nós, representantes do povo, devemos lutar por elas”, completou o parlamentar.

Já Luciano Marcantônio (PTB) agradeceu a presença das componentes da mesa, salientando que as mesmas “enriquecem a Casa do Povo”. O vereador reiterou a existência do preconceito sofrido pelas mulheres na sociedade brasileira e defendeu que as estruturas públicas devem avançar no apoio à mulher. “Temos que lutar por políticas públicas eficientes”, disse.

Texto : Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
            Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
            Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)
 Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)