Campanha

Dia do Orgulho Autista é celebrado em 18 de junho

Desde 2015, a Câmara da Capital aprovou dois projetos sobre autismo

Filme retrata a vida da cientista autista Temple Grandin
Filme conta a história da cientista autista Temple Grandin, dos EUA (Foto: Canal HBO/Divulgação)

O autismo é uma condição geral de disfunção no desenvolvimento cerebral, verificada durante os primeiros anos de vida. Atualmente, ele atinge mais de 70 milhões de pessoas, cerca de 1% da população mundial, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Com o objetivo de celebrar o lado positivo do autismo e trabalhar a ideia da neurodiversidade, foi criado, em 2005, o Dia Internacional do Orgulho Autista. Celebrada em 18 de junho, a campanha é uma iniciativa lançada pela organização norte-americana Aspies for Freedom.

Na Câmara Municipal de Porto Alegre, desde o primeiro semestre do ano passado, já foram aprovados dois projetos de lei, ambos de autoria do vereador Paulo Brum (PTB), que propõem mais visibilidade ao tema. O primeiro, de abril de 2015, incluiu o Dia Municipal de Conscientização sobre o Autismo no Calendário de Datas Comemorativas de Conscientização do Município. A data é marcada anualmente em 2 de abril, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, criado pela ONU em 2007.

Já o segundo projeto aprovado, de março deste ano, reconheceu o portador de transtorno do espectro autista como pessoa com deficiência, proporcionando a plena fruição dos direitos previstos pela legislação do Município. Na prática, a proposta garante atendimento integral aos autistas e possibilita o diagnóstico precoce desse transtorno de desenvolvimento.

Sintomas e diagnóstico

O transtorno geralmente é identificado nos primeiros meses de contato do bebê. Mesmo podendo ser determinado apenas por um especialista, algumas reações podem ser observadas em crianças que possuem a disfunção de comportamento, tais como: não se reconhecer pelo nome, não reclamar ao ser deixada sozinha, ter fisionomia pouco expressiva, não interagir com outras crianças e demonstrar comportamentos repetitivos.

No Brasil, o autismo atinge cerca de 2 milhões de pessoas e é dividido em três níveis - leve, moderado e grave. Suas causas ainda são desconhecidas, mas, conforme o médico pediatra e neurologista infantil Clay Brites, no site Entendendo Autismo, o diagnóstico prévio é fundamental. “O diagnóstico precoce e a implantação correta dos tratamentos resultam em uma melhora significativa no desenvolvimento infantil e na qualidade de vida da criança e de seus familiares”, afirma.

Autismo nas telas

O autismo também é protagonista em diversas produções cinematográficas e televisivas. Muitas foram as obras que enfatizaram a necessidade de compreensão sobre o transtorno e a possibilidade de proporcionar uma qualidade de vida melhor a seus portadores. Dentre elas, destacam-se Rain Man (1988), Experimentando a Vida (1999) e Temple Grandin (2010). Este último - o relato da história de uma cientista norte-americana portadora de autismo, que colaborou para a melhoria no tratamento de animais em fazendas e abatedouros - venceu o Prêmio Emmy de 2010 em cinco das sete categorias indicadas para minissérie ou telefilme. Dentre eles, o de melhor atriz, protagonizada por Claire Danes. Temple Grandin, hoje com 68 anos, tem pós-doutorado em Ciências Animais na Universidade Estadual do Colorado, e dedica-se também à conscientização sobre o autismo, tendo um blog oficial e diversos livros publicados.

Texto: Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)