Comissões

Educação de Porto Alegre é tema de reunião conjunta da CEFOR e CCJ

Esclarecimento sobre a situação educacional de Porto Alegre com o comparecimento do Secretario de Educação Sr.Adriano Naves de Brito.
Secretário apresentou números da Smed (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

A situação educacional de Porto Alegre foi o tema abordado em reunião conjunta das comissões de Constituição e Justiça e de Economia, Finanças, Orçamento e do Mecosul (CCJ e Cefor) da Câmara Municipal da capital na manhã desta terça-feira (18/6). O encontro contou com participação do secretário Municipal da Educação, Adriano Naves de Brito, que ressaltou que apesar da penúria financeira que a cidade vive, os recursos investidos nas escolas subiram 15% em relação à gestão anterior, valor que, de acordo com Naves, é destinado ao pagamento da folha, o que, segundo ele, está relacionado com uma lógica que favorece a melhoria da qualidade no ensino.

“Hoje as crianças da rede pública municipal têm uma rotina escolar com 30% a mais de aula, mas em contraponto, nossa cidade está entre as últimas posições na formação de professores. Para se ter uma ideia, no último chamamento para concurso de professores para anos iniciais, apenas 10% dos que se inscreveram foram aprovados. Precisamos formar mestres em nível graduado também na rede comunitária e precisamos aumentar a educação integral”, ressaltou o secretário, informando que de dez alunos que se inscrevem na escola, quatro frequentam as aulas e apenas dois são aprovados.

Naves enfatizou ainda que é necessário um sistema plural com resultados que possam ser comparados entre si. “Temos que avaliar o sistema em geral, não queremos crucificar ninguém. Por exemplo, nós realizamos uma prova de proficiência com os alunos. Nos anos iniciais, 50% dos alunos tinham o ensino esperado para as séries. Já nos níveis mais velhos a porcentagem já caiu para 45% em português e 35% em matemática”, explicou. 

“Atualmente cerca de 859 professores já podem se aposentar, de um total de 3.700”, ressaltou Naves, dizendo ainda que 86 % da educação básica do Brasil está no setor público. “A educação é um setor regimental e deve ser regulamentado. Temos que ter consciência que os investimentos no setor são de duas décadas”, afirmou, lembrando que são 216 as escolas conveniadas com o município. “ São 22 mil crianças atendidas por esse sistema. A educação nada mais é que uma aposta no futuro, trabalhamos com foco e nunca desacreditamos no potencial de cada aluno”, concluiu. 

Vereadores 

Presidente da Cefor, o vereador Airton Ferronato (PSB) cumprimentou o secretário pelo trabalho junto às escolas comunitárias. O presidente da CCJ, Ricardo Gomes (PP), afirmou que a Secretaria de Educação é uma Ilha de excelência dentro da administração, considerando os elementos que o secretário Naves conseguiu implementar. “Contudo, considero um desastre que a educação da capital esteja na mão de sindicalistas e não de professores. O professor municipal é o mais bem remunerado do Brasil”, declarou. 

O vereador Felipe Camozatto (Novo) disse que o que não é medido não é gerenciado. Questionando sobre como com os salários mais altos do país, os professores obtiveram resultados tão ruins no aprendizado dos alunos. Já Adeli Sell (PT) se disse alinhadíssimo com os educadores. “São professores que têm uma história dentro da SMED. Nossa cidade tem escolas de qualidade física bem razoável. 

Mauro Pinheiro (Rede) saudou a coragem do secretário Adriano no enfrentamento às corporações. “Naves está na defesa de quem mais precisa, que são os alunos e a sociedade. O governo tem operado por um serviço público não unicamente estatal”, disse. Já Marcio Bins Ely (PDT) lembrou que nessa gestão duas escolas estão sendo fechadas. “Na educação não é quanto custa, mas quanto vale.  Não fechem as escolas Emílio Meyer e a Liberato Salzano. A única ferramenta para libertar a nossa sociedade é a educação”, finalizou. 

Também participaram da reunião os vereadores Reginaldo Pujol (DEM), Idenir Cecchin (MDB), Mendes Ribeiro (MDB), João Carlos Nedel (PP), Claudio Janta (SD) e Cassio Trogildo (PTB). 

Texto

Lisie Bastos Venegas (reg.prof.13688)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)