Tribuna Popular

Esquizofrênicos pedem oficialização de data para combater preconceito

Associação de pacientes destacou o dia 24 de maio como de conscientização sobre essa doença

  • Tribuna Popular com a instituição Agafape, com o intuito de instituir neste município o “Dia da Conscientização da Esquizofrenia”. Na foto, Marília Coelho Cruz
    Conforme Marília, da Agafape, o preconceito é um dos problemas enfrentados pelos pacientes (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Tribuna Popular com a instituição Agafape, com o intuito de instituir neste município o “Dia da Conscientização da Esquizofrenia”.
    Familiares e diretoria da entidade acompanharam pronunciamento da tribuna popular (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
“Precisamos abrir as portas contra o preconceito, fazendo uma maior divulgação sobre a esquizofrenia”. Ao fazer esta afirmação, Marília Coelho Cruz, presidente da Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Equizofrênicos (Agafape) lembrou que no dia 24 de maio a entidade promoveu em Porto Alegre uma comemoração sobre o tema. “Infelizmente, não apareceu ninguém da imprensa para divulgar”. E completou: “com certeza, se algum dos pacientes tivesse agredido alguém, no outro dia estaria em todos os jornais”. A manifestação foi feita na tarde desta quinta-feira (7/6), na tribuna popular da sessão ordinária da Câmara Municipal.

Marília agradeceu a atenção dos vereadores e vereadoras pelo apoio sempre recebido, e solicitou que a data citada, 24 de maio – Dia Mundial da Consciência sobre a Esquizofrenia -, seja nomeada oficialmente na capital, com esse propósito. “No mundo foi escolhido este dia para se olhar com maior atenção para esta doença”, explicou. “Queremos mostrar para a sociedade o que existe de cuidados e o trabalho que realizamos para que os pacientes possam viver de modo normal”. Salientou ainda ao criticar: “sobre isso não há nenhuma divulgação”. Conforme disse Marília, a Agafape existe há 26 anos, sempre atuando com familiares e pacientes.

Segundo a presidente da Associação, um dos maiores problemas enfrentados pelos pacientes e familiares de esquizofrênicos é justamente o preconceito. Ela destacou que, muitas vezes, também por preconceito, o diagnóstico não é aceito por familiares, o que faz com que o portador dessa doença fique sem receber o tratamento adequado. Para Marília, a oficialização da data poderá ser uma oportunidade para se romper barreiras que impedem essas pessoas de terem a atenção que precisam. “É só isso que queremos, que os pacientes sejam respeitados e considerados como cidadãos normais”. O pronunciamento foi acompanhado nas galerias do Plenário Otávio Rocha pela diretoria da Agafape.

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)