Cosmam

Faltam terrenos para hortas comunitárias no centro de Porto Alegre

Agricultura Urbana e Revitalização de Espaços Ociosos.
Cosmam ouviu propostas e sugeriu criação de Grupo de Trabalho (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

Os quatro terrenos do centro de Porto Alegre reivindicados pelas associações de agroecologia não poderão ser cedidos pelo Município sem que os interessados vençam um nó burocrático difícil de ser desatado. É o que se conclui a partir da explicação de representantes da Secretaria da Fazenda na reunião da Cosmam nesta terça-feira (18/04). As áreas foram solicitadas para criação de hortas comunitárias e sistemas de compostagem. Os entraves envolvem questões legais.

Desde 2006, existe uma lei em Porto Alegre para estimular a produção de hortaliças, plantas fitoterápicas e construção de sistemas de compostagem no espaço urbano. A experiência já ocorre em áreas como a Lomba do Pinheiro, Vila Cruzeiro, Belém Novo, Vila Nova e no bairro Humaitá, inclusive com integração e participação ativa das comunidades locais. Entretanto, encontrar áreas na região central com espaço adequado é a equação mais complicada por conta da escassez de terrenos. 

No número 70 da Rua José do Patrocínio há um próprio municipal considerado perfeito, uma vez que já tem árvores frutíferas e o espaço é suficiente para uma grande experiência na região central, porém o terreno está sendo negociado com o Previmpa. A mesma situação se repete no 1750 da Avenida Loureiro da Silva. Já o terreno número 760 da Washington Luiz, também propriedade do município, está cedido ao DMLU. A área localizada ao lado da Câmara Municipal pertence à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa).  

Representante do Planejamento e Gestão, Luiz Carlos Moreira disse que a ideia é racionalizar o espaço urbano e evitar o aluguel. “Não temos hoje espaço em prédios. Há diversos espaços compatíveis, mas necessitariam de reformas e demandariam despesas. A Secretaria está aberta a sugestões na busca desses novos espaços”, informou. Vinicius Escobar, da Secretaria da Educação, explicou que a Smed tem de comprar alimentos da agricultura familiar e reconheceu que a colocação de hortas nos terrenos das escolas é algo a ser pensado. Para ele, até hoje não existe uma prática nesse aspecto, porém não enxerga um impeditivo.  

Vereadores

Os integrantes da Cosmam sugeriram que a Prefeitura crie um Grupo de Trabalho para encontrar alternativas. Aldacir Oliboni (PT) chamou a atenção que existem árvores que não podem ser plantadas. Questionou quem poderia orientar uma escola com espaço adequado no sentido de criar e manter hortas.

Mauro Pinheiro (Rede) salientou que há a concordância sobre a necessidade de melhorar o aproveitamento do espaço público. “Onde nasce uma horta, muitas vezes deixa de nascer um lixão”, observou. Para tanto, sugeriu que um primeiro passo é demarcar áreas possíveis tanto para o plantio quanto para a compostagem.

Moisés Maluco do Bem (PSDB) disse que pode contribuir na parte técnica. Ele vem de uma família de professores de escolas técnicas rurais e se formou técnico agrícola em Viamão. Com isso, se considera apto a participar do grupo de trabalho.

Finalizada a reunião, o presidente da Cosmam, André Carús (PMDB), foi lembrado que a área nos fundos da própria Câmara poderia servir de experiência-piloto por se tratar de um terreno de largas dimensões e que não vem sendo utilizado. Disse que iria procurar o presidente Cássio Trogildo (PTB) para saber se existe viabilidade legal e operacional. Também participaram da reunião da Cosmam os vereadores Paulo Brum (PTB) e José Freitas (PRB).

Texto: Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)

Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)