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Frente vai atuar em defesa da Carris e do transporte público

Instalação da Frente Parlamentar em defesa da Carris e do transporte público. Na foto: presidente da Frente, vereador Roberto Robaina (ao microfone) e demais parlamentares
Vereadores ouviram relatos sobre a situação da empresa (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre instalou no final da tarde desta terça-feira (16/05) a Frente Parlamentar em Defesa da Carris e do Transporte Público. A iniciativa é conjunta dos vereadores Roberto Robaina (PSOL) e Paulinho Motorista (PSB). Ao abrir os trabalhos, Robaina destacou um encontro ocorrido pela manhã, com os trabalhadores e sindicalistas do setor na empresa, que antecipou o debate inicial, pontuando situações que deverão ser tratadas no âmbito da frente parlamentar, como o desmonte estrutural da companhia e o assédio moral aos seus funcionários. 

“Esse será um fórum coletivo que objetiva analisar o que ocorre na Carris, acompanhar os movimentos do governo Marchezan e lutar pela qualificação da gestão para a garantia do seu caráter público e social”, declarou o vereador do PSOL. Ele ainda ressaltou que outro foco é o da organização e luta dos servidores. Robaina adiantou que a primeira medida da frente será o pedido de uma conversa com a direção da empresa. “Assumiu um presidente depois de 30 dias de início de governo, depois deixou o cargo e assumiu a nova gestora, mas a verdade é que até o momento não houve qualquer diálogo com os trabalhadores, mesmo isso tendo sido prometido pelo prefeito logo após a sua posse”, recordou.

Integrante da categoria dos rodoviários por muitos anos, o vereador Paulinho Motorista (PSB) foi direto ao afirmar que estará sempre ao lado dos seus “companheiros”. Disse que conhece bem a pressão que motoristas e cobradores sofrem para cumprir tabelas “que são praticamente impossíveis” diante do trânsito da cidade. Afirmou que está atento ao debate pelo fim da função do cobrador, recordando que ela vai além do recebimento da passagem e tem uma relação intrínseca com a atividade do motorista. Por fim, ressaltou o caráter pluripartidário e coletivo da frente, cuja luta é pela valorização do patrimônio público e a qualificação do serviço prestado e das condições de trabalho dos funcionários da empresa.

Presente ao ato, o diretor do Sistema de Atendimento ao Cliente (SAC) da Carris, Isaac Ferreira Marques, disse que a companhia decidiu na manhã desta terça-feira enviá-lo para a instalação da frente com a missão de ouvir as demandas e levá-las ao conhecimento da diretoria. Ele reconheceu que “há uma certa dificuldade para o diálogo”, mas ponderou que a atual presidente está disposta a iniciar esse processo de aproximação com os trabalhadores.

Os pontos mais críticos levantados nas manifestações se referem à falta de reposição de peças, que, segundo os interlocutores, tem o objetivo de sucatear a empresa e prepará-la para a privatização. “Ameaça feita a todo o momento pelo prefeito Marchezan”, destacou Robaina. Outro item trata-se da revista diária dos funcionários, “fato que não acontece em outras empresas, numa clara visão de intimidação e humilhação”, afirmou. O vereador citou o caso de uma servidora que foi punida com uma advertência por ter filmado a falta de peças para reposição em coletivos.

Participaram do ato de instalação da frente, além de funcionários da Carris e sindicalistas do setor rodoviário, os vereadores André Carús (PMDB), Fernanda Melchionna (PSOL), Professor Alex Fraga (PSOL), Aldacir Oliboni (PT) e Sofia Cavedon (PT). Também prestigiaram a atividade a ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL) e o deputado estadual Pedro Ruas (PSOL).

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)