Tribuna Popular

Motoristas pedem derrubada de veto do Executivo na Lei dos Aplicativos

Prefeito vetou parte do que diz respeito a sistema de segurança para os motoristas, como afirmou a Ampritec

Tribuna Popular com a Ampritec. Na foto, Talgino Ramos, presidente, ao microfone
Ramos, da Ampritec, com a vereadora Mônica Leal (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Veto do prefeito municipal na Lei dos Aplicativos, em parte que trata da segurança dos motoristas, foi tema debatido na Tribuna Popular da sessão ordinária desta quinta-feira (28/6). Para falar a respeito, a Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu Talgino Reinaldo Ferraz Ramos, presidente da Associação de Motoristas Privados e de Tecnologia (Ampritec). Falando também como motorista, o presidente da Ampritec afirmou que veto adotado pelo prefeito da capital vai contra a integridade dos motoristas de aplicativos, em virtude da falta de segurança na cidade. O projeto do Executivo teve sua votação finalizada pelo plenário da Câmara Municipal no dia 18 de abril.

Ramos lamentou o fato de o Executivo ter vetado parte do texto justamente relacionada ao sistema de segurança, que para a categoria, é o que tem mais importância. “É a vida do motorista”, frisou. 
Conforme o presidente da entidade, 11 motoristas já morreram vítimas da violência em Porto Alegre. Na parte vetada, o presidente da entidade destacou alguns pontos que trariam mais proteção aos condutores dos veículos privados. Um deles, por exemplo, é a questão de identificação do passageiro. Segundo Talgino Reinaldo, a foto do passageiro – que só apareceria caso o motorista aceitasse a corrida – e o fornecimento de CPF são as medidas básicas solicitadas pelos trabalhadores de aplicativos. “O motorista não vai ter acesso aos dados, e sim a plataforma”, disse ao explicar que. as informações facilitariam a identificação do usuário em decorrência de assalto.

Talgino Reinaldo ainda alegou que a justificativa para vetar o sistema de segurança utilizada pela prefeitura é a mesma da empresa Uber. "A frase final do prefeito é que não pode interferir no modelo de negócio do aplicativo. É exatamente o que a Uber apresentou. Não quer interferir no sistema de negócio, mas interfere na vida do motorista", lamentou. o orador pediu que os vereadores derrubem o veto ao texto, quando vier ao plenário para apreciação.

Também descontente com o modelo de vistoria dos veículos, através da EPTC, Ramos contestou a cobrança de R$ 300,00 para que a checagem mecânica fosse cumprida mediante as normas da prefeitura. Em suas considerações finais, Talgino Reinaldo pediu que os vereadores apoiassem os pedidos da categoria.
 “Trabalhar com segurança. Esse é o pedido. Espero que não abandonem os motoristas, assim como o prefeito fez”, completou. 

Texto: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)