Institucional

Piquè defende virada legislativa para incentivar empreendedores

Espanhol afirmou que papel da Câmara Municipal neste processo é fundamental

  • Presidente Valter Nagelstein participa da palestra  "Aliança pela Inovação" com o professor Josep Piquè.
    Piqué (d) afirmou que é preciso serem estabelecidos novos marcos regulatórios (Foto: Andielli Silveira/CMPA)
  • Presidente Valter Nagelstein participa da palestra  "Aliança pela Inovação" com o professor Josep Piquè.
    Palestra foi realizada no Legislativo porto-alegrense na noite de terça-feira (Foto: Andielli Silveira/CMPA)
Presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos e Áreas de Inovação (IASP) e articulador da Aliança para Inovação de Porto Alegre, o espanhol Josep Piquè defendeu, em reunião na Câmara Municipal, na noite desta terça-feira (3/7), uma virada legislativa que incentive os empreendedores locais a promover inovação na cidade. Idealizador do Projeto Barcelona @22, que transformou a cidade em uma referência na área de smart cities e distritos de inovação no mundo, o engenheiro afirmou que a inovação passa, necessariamente, por regulação e classificou de fundamental o papel da Câmara neste processo.

De acordo com Piquè, o estabelecimento de novos marcos regulatórios é imprescindível para fazer avançar a cultura da inovação. “É preciso permitir a inovação por meio de certos dispositivos legais, como o que ocorreu em Barcelona, por exemplo. Lá, a administração pública foi muito ágil e eficaz e fomentou a proliferação deste ecossistema, que faz com que as pessoas sintam que vivem numa cidade melhor.” 

Ao destacar que inovação nem sempre tem espaço nos governos, em função da burocracia, disse que Barcelona abriu a oportunidade para que empreendedores fizessem experiências piloto, sem custos para a administração, que posteriormente avaliava as boas práticas e decidia sobre o processo de compra pública. “Em Porto Alegre, podem haver incentivos para a especialização de clusters territoriais, como o da saúde e que preserve o patrimônio histórico do 4º Distrito, por exemplo. Porém, para que a cidade seja geradora de riqueza, é preciso pensar em ações para reter talentos e gerar tecnologia. O futuro de Porto Alegre é algo que devemos escrever agora”, defendeu.

Para Piquè, os desafios da cidade são as fontes da inovação. “Que Porto Alegre queremos e qual a estratégia para estabelecer projetos concretos?”, questionou. Em Barcelona, afirmou, foi feito um pacto para o crescimento. Medellín, na Colômbia, também mudou por meio da inovação coletiva, garantiu. “Santa Catarina, com ações efetivas, também tem um pacto sólido e ativo entre universidades e empresas neste sentido. Aqui em Porto Alegre estamos abrindo um debate para estabelecermos uma visão compartilhada para o futuro da cidade.” 

O presidente da Câmara, vereador Valter Nagelstein (MDB), afirmou que este momento é muito especial para a cidade e que o Legislativo precisa participar deste processo. “Venho testemunhando que Florianópolis teve esta capacidade de consensuar onde queria chegar. O gaúcho se perde nas diferenças e não consegue pactuar estes avanços. Precisamos unir forças  para pôr em prática projetos como o Master Plan do 4º Distrito, por exemplo.” Nagelstein  pediu ao líder do governo, vereador Moisés Barboza (PSDB), que interceda para que a Prefeitura encaminhe à Câmara o projeto de revitalização do 4º Distrito. 

O diretor da Escola de Engenharia do Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, disse que ficar parado não é a solução para Porto Alegre. “Trabalhar de forma conjunta, em torno de uma agenda compartilhada, com o apoio do Legislativo, é mais eficiente, rápido e transformador para construirmos essa virada na cidade.” 

Também participaram da reunião os vereadores João Carlos Nedel (PP) e Ricardo Gomes (PP). 

Texto: Cibele Carneiro (reg. prof. 11.977)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)