Plenário

Sessão Ordinária / Comunicações e Lideranças

Homenagem às pessoas com Síndrome de Down proposta pelo vereador Paulo Brum.
O Plenário Otávio Rocha na sessão desta segunda-feira (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

Durante os períodos destinados às Comunicações e às Lideranças, na sessão ordinária desta segunda-feira (26/3), os vereadores de Porto Alegre trataram dos seguintes temas:

CAMPANHA - Cassio Trogildo (PTB) comentou o lançamento da campanha POA 250, com a hashtag #EuSouACidade. De acordo com Trogildo, a campanha é liderada por ativistas das redes sociais e indivíduos preocupados com a cidade e visa a projetar Porto Alegre, que completará 250 anos no ano de 2022, e difundir a cultura da resiliência. "É preciso melhorar a cidade em que vivemos, com ações desenvolvidas por cidadãos e organizações." Citou como exemplo a entidade Ciupoa (Centro de Inteligência Urbana), que, desde 2011, realiza um trabalho especial em relação ao Morro da Cruz, que sofre com as ocupações em áreas de risco e com as mudanças climáticas. A empresa tem foco no público jovem e na realização de atividades culturais e abertura de mercado de trabalho. (CS)

DRACONIANA - Sofia Cavedon (PT) ressaltou que os taxistas sofrem ainda com "exigências draconianas", sendo uma atividade "massacrada pelas novas relações de trabalho e pelos aplicativos que chegaram à cidade". A vereadora também manifestou, em nome do PT, o "profundo repúdio" do partido pela forma como a caravana do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva foi agredida no interior do Estado. "Pode-se não gostar de Lula e divergir de seu projeto, mas protestamos que o RS tenha sido palco do retorno da violência que caracterizou a ditadura militar. O Rio Grande do Sul, que se orgulha de ser politizado, não pode ter o uso de apedrejamento e chicote e a intolerância. Foi assustador ver mulheres recebendo socos e sendo ameaçadas em sua integridade física." Sofia também criticou a declaração da senadora Ana Amélia Lemos, que parabenizou a atitude dos manifestantes. "É no diálogo e no voto que se resolvem as diferenças." Lembrou ainda que a vereadora carioca Marielle Franco foi assassinada por lutar por direitos humanos. (CS)

VIOLÊNCIA - Fernanda Melchionna (PSOL) manifestou a solidariedade do PSOL ao PT contra as agressões sofridas pela caravana que acompanhou Lula no RS e considerou "inadmissíveis as cenas de violência, ódio e intolerância" ocorridas no interior do Estado. "É lamentável que a senadora (Ana Amélia Lemos) faça coro a isto." Lembrou que PSOL também recebeu a solidariedade do PT quando do assassinato de Marielle Franco e disse que o partido segue pedindo justiça pela morte da vereadora e do motorista Anderson. Lembrando a data comemorativa ao aniversário de Porto Alegre, Fernanda disse que a cidade "tem pouquíssimo a comemorar", pois está esburacada, sem capina, e o prefeito Marchezan promove desmonte de políticas sociais na cidade. "Vivemos tempos de resistência em defesa da cidade para que haja respeito à população e se garantam políticas sociais". Também manifestou apoio às reivindicações dos taxistas e à garantia de que haja uma concorrência mais justa com os aplicativos. (CS)

VÍTIMAS - Sobre os protestos do PT contra as agressões sofridas pela caravana de Lula, Ricardo Gomes (PP) lembrou que a senadora petista Gleisi Hoffmann havia declarado, recentemente, que, para prenderem Lula, teriam que matar muita gente". Observou que não houve protestos dos petistas quando o prefeito de São Paulo, João Dória, foi alvejado com ovos durante manifestações. O que ocorreu no interior do Estado não é ódio da direita. O PT está colhendo o que semeou. Ninguém defende a violência, mas é preciso reconhecer que, em Passo Fundo, pessoas que foram vítimas de roubo se manifestaram contra aqueles que roubaram. Foram R$ 88 bilhões que o PT ajudou a subtrair da Petrobras." Gomes também considerou que a sociedade brasileira sofreu uma derrota, pois a Justiça decidiu que Lula não vai cumprir a pena apesar de já condenado em segunda instância. "É preciso refletir por que as pessoas saíram de casa e pararam a caravana contra o discurso partidário que estava sendo feito em uma universidade pública." (CS)

TAXISTAS - Roberto Robaina (PSOL) disse que a categoria dos taxistas está sendo penalizada pela recessão econômica nacional. "Isso se combinou com alteração tecnológica no mundo inteiro, pois a Uber é uma empresa que atua em diversos países sem nenhum compromisso com eles." Segundo ele, o prefeito Marchezan não apoia motoristas dos aplicativos e sim os seus proprietários. "A categoria dos taxistas vai ser extinta se depender da lógica neoliberal de Marchezan." Considerou "grave" a fala de Ricardo Gomes em defesa das manifestações contra Lula e lembrou que o PP, partido de Gomes, "foi campeão de denúncias" na operação Lava-Jato. "Não há partido com mais acusações por corrupção." Considerou que o discurso de Ricardo Gomes respalda ações de setores reacionários, elitistas. "A senadora Ana Amelia Lemos fez um papelão ao instigar uma posição fascista que vai contra todo o tipo de organização da classe trabalhadora." (CS)

CRISE - Mônica Leal (PP) observou que o Brasil enfrenta a sua maior crise econômica e política. Salientou que Lula é réu na Justiça Federal, pois foi condenado em segunda instância. Segundo ela, as manifestações contra a caravana de Lula podem ser explicadas devido ao cansaço do povo com a roubalheira promovida pelas gestões petistas. "Estão faltando recursos na saúde, educação e segurança. É um absurdo que Lula seja candidato a presidente, tem de valer a pena ser honesto neste país. Nós, do PP, não temos corrupto de estimação. Defendemos que aqueles que tenham praticado corrupção sejam expulsos do partido." Também lembrou que a senadora petista Gleisi Hoffmann dizia que, para prender Lula, teriam de matar muita gente. "A senadora Ana Amelia Lemos é a melhor senadora do Brasil. Ela apenas disse que o povo está cansado de roubalheira. Ela deu voz ao povo, pois nós, do Rio Grande do Sul, não queremos receber um ladrão." (CS)

BADERNA - Idenir Cecchim (PMDB) questionou quantas vezes o PT e o PSOL trancaram o trânsito para fazer manifestações e classificou os atos de "baderna". Ao dizer que é contra a violência, Cecchim afirmou que "o Brasil está cansado do PT e da esquerdalha". "Ladrão é ladrão e tem que ficar com ladrão. Nós queremos ficar junto de quem trabalha, como os taxistas, por exemplo." (CC)

ERRO - Com relação aos 246 anos de Porto Alegre, Clàudio Janta (SD) comparou a cidade a um doente no CTI, que comemora seu aniversário na expectativa de conseguir chegar ao ano seguinte. Ao lembrar que deixou a liderança do governo, pediu desculpas por ter pedido votos para o  prefeito Nelson Marchezan Júnior. "Foi um erro. Nossa cidade está agonizando", lamentou. "O prefeito não tem dinheiro para a merenda escolar, para as piscinas públicas, para o Carnaval, para Navegantes, para a leitura, mas pode dar dinheiro para se auto promover", disse Janta, ao afirmar que a Procempa patrocinou, na semana passada, a participação de Marchezan no projeto Tá na Mesa da Federasul. (CC)

TÁXI I - Adeli Sell (PT) aproveitou o aniversário da cidade e a presença dos taxistas na Câmara para homenagear a histórica categoria que é responsável pelo transporte individual de passageiros na Capital. Lembrou que a legislação está na contramão do que é estabelecido por esferas superiores do poder público. O vereador desejou que “sejam aprovadas as melhores legislações possíveis, sem que se penalize qualquer pessoa, e que permitam dignidade”. Também desejou que tanto usuários como taxistas tenham segurança e vontade para circular pela cidade. (AM)

TÁXI II - Rodrigo Maroni (Podemos) mostrou-se favorável à atualização da categoria dos taxistas. “Antes permitia um padrão de vida razoável. Hoje, infelizmente, está mais difícil. Sou favorável a qualquer iniciativa que venha melhorar e gerar competitividade. Os taxistas podem ser colocados em situações iguais”, afirmou. Maroni pediu aos taxistas para que aproveitam a oportunidade, já que interagem diariamente com muitas pessoas, e discutam sobre a causa animal. “Aqui em Porto Alegre há uma tentativa de minimizar danos, mas são os animais que pagam pela ausência de políticas públicas. Quem deveria cumprir esta responsabilidade é a prefeitura, o poder público”, denunciou. (AM)

GOVERNO - Aldacir Oliboni (PT) lamentou a conduta do governo ser diferente da que foi prometida durante a campanha eleitoral. Responsabilizou o governo por obras inacabadas, pontos turísticos inacessíveis (citando a orla do Guaíba) e perspectivas de privatização do patrimônio público. “Queremos fazer o registro de que está na hora de governar, acabar com as filas na area da saude, conversar com a população, valorizar o funcionalismo público. A maioria dos projetos criados e aprovados pelo Legislativo são vetados pelo Executivo. Queremos que os serviços públicos funcionem a contento, não que sejam entregues à iniciativa privada. O mais importante é a abertura do diálogo” concluiu. (AM)


Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
           Cibele Carneiro (reg. prof. 11.977)

           Alex Marchand (estagiário de jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)