Plenário

Sessão ordinária / Grande Expediente e Lideranças

  • Movimentação de plenario.
    Vereador Moisés Maluco do Bem (PSDB) (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
  • Vereadora Fernanda Melchionna na tribuna
    Vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

No período de Grande Expediente e nos tempos de Lideranças da sessão ordinária desta segunda-feira (11/9), os vereadores e vereadoras falaram sobre os seguintes assuntos:

SAÚDE - Moisés Maluco do Bem (PSDB) leu um breve relatório a pedido do secretário municipal da Saúde. Para o vereador, muitos parlamentares questionam a administração do prefeito Nelson Marchezan Júnior e fazem interpretações equivocadas. Nos últimos meses, Moisés destacou que houve transparência nos projetos voltados à saúde de Porto Alegre, como a redução da fila de espera por consultas médicas, novas contratações de profissionais e as 71 novas câmaras de vacina. Seguindo os dados da SMS, houve a implantação do sistema de controle de entrega de medicamentos, dois postos de saúde com atendimento até as 22 horas, ampliação do tratamento da sífilis, unidades móveis, Operação Inverno e trabalho voluntário, bem como a aquisição de novos leitos em hospitais da Capital, além de outras iniciativas. (MF) 

CIDADE – André Carús (PMDB) falou da importância da Comissão Especial ao Mobiliário Urbano. O vereador defendeu que o tema, já aprovado em plenário, envolve questões urbanísticas e ambientais. Conforme Carús, há muitos problemas em Porto Alegre, como a falta de placas de denominação de ruas, a falta de relógios que indicam também a temperatura, assim como espaços públicos desgastados e depredados. "Vamos dedicar o trabalho para revisar a legislação que hoje vigora e por que não aprofundar o debate?”, questionou.  De acordo com ele, o projeto busca atender o propósito maior que é a população. Outro tema apontado por Carús foi o projeto que revisa a banca de valores do IPTU. Para ele, o projeto deveria ser reconsiderado pelo prefeito, já que o cenário econômico do país apresenta grande índice de desemprego. O plano de carreira do servidor público e a situação do transporte coletivo também deveriam ser reavaliados,  já que ambos projetos interferem no dia-a-dia da cidade. Ele ainda defendeu mais diálogo com a população. (MF) 

PARÂMETROS - Cassiá Carpes (PP) disse que os maiores problemas de corrupção estão em nível nacional, na esfera pública, tendo havido uma quebra de parâmetros. Para ele, o fortalecimento das instituições é o caminho para que sejam corrigidos os rumos do país. "Os membros do STF, no passado, raramente puniam parlamentares do Congresso Nacional. Essa sistemática mudou a partir do momento em que as primeiras e segundas instâncias da Justiça começaram a atuar e prender corruptos. Havia um conluio do STF com o Congresso; os parlamentares eram intocáveis." Cassiá entende que há muita dificuldade para haver renovação na política. "As pessoas falam em anular o voto nas próximas eleições." Em nível estadual, disse ele, a segurança pública é um problema gravíssimo a ser enfrentado, pois a Brigada Militar está desvalorizada e tem contingente baixo. "É vergonhoso para o Estado que os brigadianos tenham de fazer a segurança pública recebendo R$ 350." Afirmou que continuará votando contra aumento de impostos e criticou proposta de aumento do IPTU e a forma como o projeto foi enviado à Câmara pela Prefeitura. (CS)

ARTE - Adeli Sell (PT) se disse surpreendido em saber ontem que uma exposição de arte no Santander Cultural havia sido encerrada em razão de protestos. Adeli ponderou que as pessoas podem ou não gostar de determinada arte, "mas não podem sair atacando coisas porque se sentem chocadas por elas". "Quem faz este tipo de ilação deveria entrar na Capela Sistina e ver as obras que existem lá." Criticou que "pessoas que pertencem a esse grupelho" que teria promovido os protestos falem sobre moral. "Ouvi gente falando em proibir determinados autores, isso é absurdo. Então não se poderia ler Édipo, que casou com a mãe e teve quatro filhos, nem se poderia ler Guimarães Rosa, que trata do encontro de Riobaldo e Diadorim. Viva a liberdade!" (CS)

MOBILIDADE - Fabricio Lunardi (NOVO) afirmou que a mobilidade urbana em Porto Alegre é um tema que merece ser mais discutido, pois o transporte coletivo da cidade é caro, os ônibus estão sempre lotados, com paradas longes da residências das pessoas. "O Estado quer definir tudo, inclusive tarifas. Mas são os mais pobres, os que mais utilizam o transporte público, que sofrem mais estes problemas." Criticou o oligopólio de empresas de ônibus, que mantêm exclusividade no uso de cada linha, e sugeriu que pudesse haver abertura de mercado com aplicativos, assim como ocorreu no transporte individual. "Por que não se pensar em abrir mercado e deixar que pessoas apresentem propostas?" Defendeu que possa haver serviço de transporte alternativo para levar pessoas para casa e que o poder público possa repensar políticas já definidas visando a melhorar a cidade. (CS)

EXCESSO - Comentando a exposição do Santander, Dr. Thiago Duarte (DEM) disse que a liberdade de expressão não exime a crítica. "A exposição foi um excesso. Havia crianças vendo imagens de pedofilia e bestialismo. Foi um excesso do artista." Considerou "de bom tom" que Santander tenha feito a retirada da exposição. Sobre os problemas na área da saúde, disse que os casos de diagnósticos de patologias oncológicas continuam sem atendimento adequado, pois as pessoas fazem cirurgias em hospitais públicos e são orientadas a voltar ao posto de saúde para serem encaminhadas novamente ao hospital. "A Secretaria tem de tomar alguma providência, pois isso faz com que doenças curáveis se tornem incuráveis." Lembrou lei municipal que prevê a realização de mutirões de cirurgias e defendeu a regionalização do atendimento na saúde, para que os pacientes precisem procurar consulta em um local longe da sua casa. (CS)

SANTANDER I – Valter Nagelstein (PMDB) se disse um “amante da liberdade das artes”. Esclareceu conhecer as obras de arte de Roma, Florença, Nova York e São Francisco, entre outros lugares. Segundo ele, a arte é provocativa e revolucionária. Mas como liberal e conservador, entende que os valores da sociedade são filtros originários desde o iluminismo, pois a arte é a expressão da divindade. No seu entendimento, a modernidade retira a estética e enaltece o funcionalismo. O vereador opina que nem tudo pode. “A liberdade total não pode desrespeitar os outros”, afirmou. Nagelstein se disse a favor da parada gay e da “parada das putinhas aborteiras”, pois faz parte da sociedade. Entretanto, complementou que não se pode divulgar questões com essas temáticas em exposições públicas. (FC)

SANTANDER II – João Carlos Nedel (PP) disse que a exposição do Santander é na realidade uma perseguição religiosa e cultural. Para o vereador, são obras que deixam de ser arte e passam a ser ofensa. “Para mim, como católico, a forma como os símbolos dos católicos foram expostos não passam de uma verdadeira agressão aos seguidores da religião”, assinalou. Nedel destacou que Arquidiocese também se manifestou contra a exposição, que, segundo ele, fazia apologia à zoofilia e à pedofilia. “Graças à sensibilidade do Banco Santander, a exposição foi retirada e que não se repita”, finalizou o vereador. (FC)

SANTANDER III – Roberto Robaina (PSOL) afirmou que a posição do seu partido é completamente diferente. “Nós defendemos a liberdade da arte, que tem de ser irrestrita”, justificou. Em sua opinião, se a arte agride a uns não pode ser banida. Para ele, trata-se da ideia que preponderou na Idade Média estimulada pela Igreja Católica contra as obras de arte com corpos nus. Robaina acusou o Movimento Brasil Livre (MBL) de pressionar o Banco Santander para retirar a exposição. Segundo o vereador, havia monitores dentro da área do Santander Cultural, explicando o conteúdo para advertir aqueles que se sentiriam ofendidos a não percorrer as galerias da exposição. No seu entendimento, o MBL está se transformando em movimento de extrema-direita de orientação fascista. (FC)

SANTANDER IV – Mônica Leal (PP) reforçou o sentimento de que falta interpretação sobre o que seja arte ou inflexão. “É inadmissível que se ofendam os símbolos dos católicos”, afirmou. Ela declarou que frequenta a missa católica todos os dias e que os objetos litúrgicos servem ao culto divino e não podem ser manuseados de maneira displicente e desrespeitosa. Na sua visão, a colocação de hóstias junto a temáticas sobre sexualidade na exposição do Santander Cultural é absolutamente injustificável. (FC)

SANTANDER V - Fernanda Melchionna (PSOL) considerou lamentável a visão do prefeito da Capital sobre a exposição suspensa no Santander Cultural. Disse que era preciso saber qual a real visão do governo, visto que o secretário de Cultura apresentou posição diferente na imprensa. A vereadora chamou a atenção, apresentando fotos no telão do plenário, para obras de arte expostas em famosos museus pelo mundo, como do Louvre e Rodin. Ela cobrou coerência dos críticos ao trabalho exposto no Santander, já que é constante a presença da nudez em esculturas e pinturas de artistas mundialmente famosos. Disse que é preciso ter cuidado com os posicionamentos que se amparam no argumento da blasfêmia, o mesmo utilizado pelo Estado Islâmico e regimes como o Nazismo, como argumento para a prática de atentados e a destruição de obras de arte milenares. (MG)
 

SANTANDER VI - Clàudio Janta (SD) afirmou que não levaria a sua filha para ver a exposição, mas que gostaria de ver as mesmas falas dos críticos contra a novela das 21 horas da Globo, que mostra aos jovens as vantagens de ser traficante. Disse que atos obscenos foram os vistos a semana passada, de malas e caixas com mais de R$ 50 milhões, desviados de obras públicas não concluídas. E falou das declarações do ex-ministro Antônio Palocci de que, somente num aporte, o presidente Lula levou mais R$ 300 milhões para cobrir as suas despesas. Janta disse não entender como existe quem ainda defenda e acredite que o único discurso verdadeiro é o de Lula. Que todos os demais são falsos e o dele é o que vale. Chamou a atenção que o governo que está instalado em Brasília é resultado da mesma eleição, do mesmo projeto que, com o PT governou o país por 12 anos. (MG)

Texto: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
           Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
           Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)
           
Milton Gerson (reg.prof. 6539)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)