Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Período de Comunicações em homenagem ao Dia do Idoso. Na foto, na tribuna, o vereador Cassiá Carpes.
Vereador Cassiá Carpes (PP) na tribuna nesta quinta-feira (Foto: Giulia Secco/CMPA)

No período de Lideranças da sessão ordinária desta quinta-feira (4/10), os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre falaram sobre os seguintes temas:

GOVERNO - Adeli Sell (PT) se disse obrigado a retomar o debate a respeito do requerimento de abertura do processo de impeachment contra o prefeito, rejeitado na tarde ontem (3/10). Adeli ressaltou que a legalidade, um dos principais princípios da Constituição, foi afrontado pelo prefeito, por não solicitar à Câmara a autorização do repasse de recursos que foram destinados à empresa Carris. Para o vereador, o Legislativo poderia ajudar nesta questão, pela experiência de alguns vereadores da oposição na gestão da empresa, por conhecerem questões internas e orçamentos. “O prefeito tem problemas com a sua base, está em confronto com a Câmara e está em confronto com a cidade”. (MF) 

GOVERNO II – Para Luciano Victorino (PSOL), também é importante destacar a necessidade de investigação sobre o repasse de verba à Carris. Conforme ele, é preciso que o prefeito tome consciência e respeite o Legislativo. “O prefeito tem debochado da Câmara”. Durante seu discurso, o vereador aproveitou para falar sobre projetos debatidos em 2016. Um deles foi sobre o artigo 150 da Lei Orgânica do Município que dispõe sobre as denúncias de atos racistas, homofóbicos, dentre outras discriminações. O vereador disse ser uma legislação ainda desconhecida pela maioria da população e por isso pediu que a Casa divulgue esta informação. Outro ponto tratado por ele foi a falta de apoio da prefeitura para a realização da Parada LGBTQ neste ano. Conforme Victorino, é preciso que o prefeito reveja suas práticas e que promova políticas para a diversidade que englobe a comunidade LGBTQ. (MF) 

POLÍTICA - O presidente do Legislativo, Valter Nagelstein (MDB), manifestou sua insatisfação com a situação política no cenário atual. Ao longo de seu pronunciamento, o vereador destacou o significado de sua gravata vermelha, que, segundo ele, simboliza o sangue daqueles que morrem através da opressão de regimes totalitários de esquerda. "Qual o reflexo real do sonho que movimenta essas pessoas?", disse, ao questionar qual a correlação que alimenta essas pessoas com o sangue representado em sua gravata. De acordo com o vereador, no leste europeu não há nenhum registro de saudosismo do comunismo, regime reverenciado ainda na América Latina. "A maior crise humanitária na América Latina é devido ao regime comunista na Venezuela", acrescentou. Para ele, o país passa por uma encruzilhada existencial e é preciso ir contra vertentes marxistas que apostam no conflito e na divisão da população. (MF) 

CIDADANIA - Em nome da bancada de oposição, Adeli Sell (PT) afirmou que o Legislativo deve ser um lugar onde ocorrem grandes debates sobre o processo civilizatório. Em sua convicção, os jovens precisam de condições para o estudo e de uma carteira de trabalho assinada, com todas as garantias dos direitos trabalhistas. Para o vereador, hoje esses direitos estão ameaçados. Ele também disse que o armamento não é a solução para a sociedade, e que não se pode copiar os Estados Unidos nesta questão. "Queremos uma cultura de paz", frisou. Adeli ainda declarou que o crescimento econômico que se quer para a cidade não está sendo espelhado em nenhuma economia fracassada, mas numa cidade livre e igualitária. "Que vença a civilização".  (MF) 

DEMOCRACIA - Motivado pela proximidade com o período eleitoral, Cassiá Carpes (PP) apresentou suas reflexões. Destacou que o início de sua participação política remete ao ano de 1984, em comício pelas Diretas Já. Desde então, foram muitos anos dedicados a atuação política, tanto como vereador e como secretário municipal. ”Vivi a democracia, mas parece que o regime democrático não fez bem para muitas pessoas que se dizem democráticas. Vejo pessoas querendo apenas direitos, não deveres. Opinião é uma coisa”, disse, reprovando o condicionamento da opinião pública pelas concessões de mídia. Sua crítica compreendeu ainda o que considera ataques à religião cristã, que, na sua opinião, objetivam "criar cisão na sociedade". Exemplificou com o discurso de posse do vereador Luciano Victorino (PSol), que informou sua sexualidade gay e sua militância pela causa LGBT. “Pra mim não interessa, é indiferente. É uma pessoa a ser tratada como qualquer outra”, afirmou. (AM)

Texto de: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 
               Alex Marchand (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)