Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Movimentação de plenário
Sessão Plenária de hoje (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)

Durante o período de Lideranças da sessão desta quinta-feira (4/8) da Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores abordaram os seguintes temas:

SEGURANÇA - Adeli Sell (PT) afirmou que “se instaurou no dia 4 de agosto o dia do medo em Porto Alegre” em função da possível paralisação dos servidores estaduais, em especial da Brigada Militar. “O povo está indignado com o parcelamento dos salários, mas para que serve essa política do medo? A cidade não pode parar por causa dessa situação”. O vereador comentou sobre as 38 mortes ocorridas na capital no último final de semana e salientou que houve um processo de pacificação no centro da cidade com um acréscimo no número de policiais nos últimos meses. Para finalizar, Adeli falou sobre um grupo em favor da educação criado pelos pais e mães dos alunos que invadiram a Secretaria Estadual da Fazenda. “Nós lutaremos por liberdade democrática, liberdade de expressão. A educação é um direito garantido pela Constituição”. (CM)

SEGURANÇA II - Paulinho Rubem Berta (PPS) falou sobre o toque de recolher na cidade”. “Se reclamam que o centro tem pouca segurança o que vamos falar dos bairros mais perigosos? Vidas humanas estão se perdendo, não interessa se eles são “marginais”, estão tirando as suas vidas”. Para o vereador, é necessário um mutirão de todos os partidos e governos para conseguir resolver o problema da falta de segurança na capital. “Vamos trabalhar juntos, todos somos responsáveis e precisamos nos unir”. Sobre as notícias veiculadas pela imprensa que informavam a paralisação dos policiais, Paulinho disse que “estamos dando um alvará de abandono da cidade”. (CM)

SEGURANÇA III - Iniciando com uma gravação de tiroteio que recebeu no celular, o vereador Cláudio Janta (SD) explicou que os tiros ocorreram ontem no bairro Mario Quintana e que os últimos dias têm sido assim na região. “Parece o Iraque, é uma praça de guerra. Eles usam armamento bélico”. Comentando sobre o corpo esquartejado e decapitado encontrado na Zona Norte, hoje, Janta afirmou que “nem no Rio de Janeiro se viu tanta violência como se tem visto em Porto Alegre”, especialmente na região Leste. “O comércio está fechado, as escolas estão sem aula e há toque de recolher em pelo menos três bairros da cidade”. Para o vereador, a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Pública (Cedecondh) deveria enviar um encaminhamento para a Prefeitura entrar em contato com o governo estadual para que sejam tomadas as providências para falta de segurança”. (CM)

SEGURANÇA IV – Engenheiro Comassetto (PT) disse que “precisamos fazer uma reflexão sobre o responsável pela situação da segurança em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul”. “A falta de segurança é a queixa número um em todos os lugares por onde passamos”. Segundo o vereador, o culpado pelo que está acontecendo é o governador José Ivo Sartori, que ainda não apresentou nenhum programa que tenha consistência. “É apenas elaboração de marketing”. A Brigada Militar “não tem estrutura para se locomover” e está ocorrendo um “desmantelamento da estrutura da segurança no estado”. (CM)

SEGURANÇA V - Tarciso Flecha Negra (PSD) iniciou dizendo que “quando o time joga mal, é fácil culpar apenas um”. “Jamais falei diretamente sobre um governador ou prefeito, pois sei que o Brasil todo está nessa guerra”, declarou, referindo-se aos problemas da segurança pública. Segundo Tarciso, a sociedade também tem obrigação de participar do processo. Ele afirmou ainda que, por mais lamentável que seja a situação, é preciso olhar para as crianças e adolescentes. “ Temos de dar condições aos mais jovens de sonhar com alguma coisa no futuro”, completou. (PE)

SEGURANÇA VI - Jussara Cony (PCdoB) relacionou os problemas da segurança com o processo de impeachment. “Depois da herança cruel do neoliberalismo, estamos vivendo um golpe no estado democrático de direito. Para ela, “quando a democracia retrocede, retrocedem também as políticas sociais. “Quem mais sofre são as mulheres, que são mães”, ressaltou. Jussara também afirmou que Porto Alegre não cumpre as metas de reforma urbana e não possui política de moradia. “Se faz política àqueles que têm interesses econômicos, em uma cidade sem planejamento estratégico”, finalizou. (PE)

SEGURANÇA VII - Mauro Pinheiro (Rede) manifestou preocupação com a situação da segurança pública na Capital. “Especialmente a região leste da cidade, onde episódios como o de ontem (tiroteio) vêm acontecendo seguidamente”. O parlamentar também criticou ocupações irregulares presentes na cidade, ponderando que estas ocorrem pela ausência de uma política de moradia. “O poder público vem cometendo vários erros ao longo dos anos”, reconheceu. Pinheiro defendeu também que a segurança não seja buscada apenas pelo policiamento ostensivo. “É necessário um conjunto de ações sociais, principalmente nas regiões de periferia”, expôs. (PE)

HOSPITAL - Dr. Goulart (PTB) defendeu que seja tomado “um cuidado especial” com o Hospital Psiquiátrico São Pedro. “Muitas pessoas imaginaram que ele havia encerrado as atividades, mas ainda funciona tanto no cuidado às pessoas que estão lá, quanto nos que são internados, em sua maioria usuários de entorpecentes, além de acolhimentos de urgência”. Citando a visita realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) ao hospital, Goulart sugeriu a criação de uma frente parlamentar em defesa da instituição. “Não descuidemos deste espaço. O Hospital São Pedro é necessário e precisa continuar”, assegurou o vereador. (PE)

ESPORTE – O vereador Márcio Bins Ely (PDT) citou as Olimpíadas como exemplo de inclusão social através do esporte. “Hierarquia e disciplina pode ser uma resposta a toda essa violência que o Brasil está sofrendo”, declarou. Bins Ely também lembrou de quando foi Secretário Municipal de Esportes e pôde observar o respeito que as crianças têm pelos seus professores de esporte. Comentou sobre os esportes aquáticos e que Porto Alegre tem “nadadores que têm tido um belo desempenho”. Por fim, reiterou que o esporte é um caminho para o fim da violência. (AZ)

POLÍTICA - Dr. Thiago Duarte (DEM) comentou que será líder do partido durante a licença do colega de bancada Reginaldo Pujol e falou sobre a atual situação política do país. “Vivemos outros tempos na política. Tanto pela forma de se fazer quanto pelas alterações que tem sido feitas”, declarou Duarte, e afirmou ainda que o problema do Brasil não são os Três Poderes. “Temos maus profissionais em todas as áreas, inclusive na política. Mas não é a maioria. A maior parte da Câmara de Vereadores, por exemplo, é feita de pessoas bem-intencionadas”, disse o vereador. (AZ)

Texto: Ananda Zambi (estagiária de Jornalismo)
Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)