Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças e Comunicações

Movimentação de plenario.
Vereadores Ricardo Gomes e Reginaldo Pujol na sessão desta segunda-feira (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

Durante os períodos destinados às Lideranças e às Comunicações, na sessão ordinária desta segunda-feira (9/12), os vereadores e vereadoras trataram dos seguintes temas:

DESEMPREGO - Engº Comassetto (PT) observou que a cidade, hoje, parou parcialmente "por ação justa e correta" dos trabalhadores do transporte coletivo em protesto contra a possível demissão de cobradores. "Os cobradores auxiliam a população que utiliza transporte público, especialmente os idosos e pessoas com deficiência nos ônibus. Muitos deles se tornam referência dentro das comunidades." Comasseto alertou ainda que o projeto do Executivo causará o desemprego de 3,6 mil trabalhadores na cidade e lembrou que o término do Imesf já ameaça causar a demissão de mais de 1,8 mil trabalhadores. "Muitas famílias irão passar fome devido à política equivocada do governo Marchezan." (CS)

IMPUNIDADE - Moisés Barboza (PSDB) relatou ter estado em Brasília, na semana passada, e, a convite do senador Álvaro Dias (Pode/PR), participou de mobilização para tentar reverter decisão do STF que vedou a prisão em decisão de segunda instância. Segundo ele, lideranças do Senado estarão em Porto Alegre, no dia 6 de fevereiro do ano que vem, para participar de evento que discutirá, além da volta da possibilidade de prisão em segunda instãncia, o fim do foro privilegiado para os políticos. Convidou os vereadores de todas as bancadas a estarem presentes ao evento, que será pluripartidário. "Tenho certeza de que os vereadores não comungam com a impunidade, mesmo que seus partidos tenham políticos condenados. E é inconcebível que o país tenha tratamento diferenciado para políticos." (CS)

RODOVIÁRIO - Paulinho Motorista (PSB) afirmou que defenderá a causa dos cobradores e votará contrariamente ao projeto do Executivo que prevê extinção de cargos de cobradores no transporte coletivo. "Como motorista, sempre precisei dos cobradores para me auxiliar. Sem o cobrador no ônibus, como o motorista conseguirá dirigir e cobrar ao mesmo tempo?", questionou. "O motorista já tem de dirigir neste trânsito caótico da cidade." Paulinho lamentou que, se aprovado o projeto, serão 3,6 mil cobradores sem emprego na cidade. "E já há 12 milhões de desempregados no país. Sou da classe rodoviária e estou no segundo mandato de vereador. Vou lutar sempre pela minha classe." Apelou ao prefeito para que retire o projeto de tramitação na Câmara. "Este projeto não pode passar, temos de conservar nossos cobradores. Lutaremos até o fim para que continuem com seus empregos." (CS)

INJUSTIÇA - Professor Alex Fraga (PSOL) criticou o projeto do Executivo que possibilita a demissão de cobradores de ônibus. "O projeto do governo causará injustiça e problema social a muitas famílias em Porto Alegre, que já sofre com a crise por desemprego." Segundo Alex, o sistema de transporte público da cidade não comporta a retirada dos cobradores, pois, na maior parte das vias urbanas, não há sequer espaços específicos para os coletivos pararem. Ele alertou que, se o motorista for o único responsável para fazer todo o trabalho dentro do ônibus, as viagens se estenderão demais e causarão transtornos ao trânsito já caótico. "Sem cobradores nos ônibus, a tendência é piorar a situação. O cobrador controla inclusive o fluxo de passageiros dentro do ônibus. É preciso reestruturar o sistema de transporte da cidade, reorganizando os modais. A cada ano perde-se mais passageiros de ônibus por falta de planejamento e racionalidade." (CS)

REAÇÃO - Aldacir Oliboni (PT) destacou reação do prefeito Nelson Marchezan Jr. sobre a manifestação dos cobradores: "estavam reagindo como criminosos". “Crime é tirar o emprego de mais de 3,600 mil famílias. Não cumpriu decisão judicial, sobre a questão da segunda passagem. Não é um prefeito para todos, somente para os empresários. Agora vem com mais uma medida de acabar com os trabalhadores reduzindo os horários dos cobradores, para diminuir a passagem”, disse Oliboni. O vereador salientou ainda que o seu partido irá se rebelar e vão fazer todos os movimentos necessários para não deixar que acabem com esta categoria de trabalhadores. “O prefeito tem uma rejeição de 60% por parte da população. Ele não representa a maior parte da população porto-alegrense”. (PB)

DEFESA - Clàudio Janta (SD) enfatizou que a questão da segunda instância deve incluir também questões do dia a dia, como acidentes e aposentadorias. “Queremos que todas as decisões sejam ágeis em segunda instância, não só para crimes políticos”. Outra questão que ele abordou foi sobre dos cobradores de ônibus: “Não desejo tirar o emprego das famílias". “Hoje as empresas têm totem para desempregar, nos bancos, nos aeroportos, e agora também no transporte público. Desempregaram os guardadores de carro e agora querem desempregar 3.600 cobradores para reduzir a passagem”. Segundo Janta, há uma movimento de explorar o sistema de transporte em Porto Alegre. “São 65.7 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Precisamos de mais segurança, transporte de qualidade e passagem mais barata. Não vamos contribuir para o desemprego na nossa cidade”, disse ainda Janta. (PB)

SAÚDE - Dr. Humberto Goulart (PTB) também defendeu os cobradores de ônibus dizendo temer por seus empregos. “Nosso partido está preocupado com esta situação e não deve ser para economizar uma fortuna que a prefeitura está tomando esta decisão. Nós anunciamos nosso apoio à classe”. Outro fato trazido pelo vereador foi a questão dos funcionários do Hospital Fêmina, que está para ser fechado e o prédio trocado. “Onde vamos realizar partos nesta localidade, pois o Parque Belém que fica na região também está fechado, o Divina Providência não possuiu SUS. O Hospital de Clínicas construiu uma ala que nunca funciona. Não podemos permitir que o Hospital Fêmina também feche suas portas”. (PB)

APOIO - João Bosco Vaz (PDT) lembrou que a automação de serviços é um fato, mas anunciou que irá votar contra o projeto do Executivo que retira servidores dos ônibus. “Em nome do meu partido digo que este projeto está sendo atropelado. Já votamos aqui nesta Casa um projeto de lei para retirar das ruas as carroças por dez anos, e dos cobradores querem votar em 30 dias”. Bosco ainda ressaltou que muitas carroças ainda não foram retiradas das ruas. “Precisamos abrir uma porta, para àqueles que ficarão sem emprego". O vereador lembrou ainda que a economia prevista com o fim dos cobradores é de R$0,5 na passagem: "não vai resolver a diminuição na tarifa. Os servidores precisão de um longo tempo de reabilitação para serem relocados em outra função. Não podemos tomar uma decisão em cima da hora. Mantenho minha posição para retirarmos de pauta este projeto do Executivo”. (PB)

SEGURANÇA - Comandante Nádia (MDB) destacou que o MDB entrou no governo para ajudar na gestão da cidade. “Quando fui secretária atuei na área de desenvolvimento social, esportes direitos humanos, emprego e diversidades”, lembrou.  A parlamentar destacou a caminhada que aconteceu na última semana em Porto Alegre e que lhe deu muito orgulho. “Brigadianos e bombeiros andaram para manifestar sua contrariedade à reforma do governo Eduardo Leite, porque segurança pública se faz com homens e mulheres nas ruas. São eles que garantem que professores e alunos caminhem com segurança, postos de saúde sejam protegidos e que garantem democracia para aqueles que gostam de fazer baderna e também os trabalhares”. Ela concluiu pedindo que os gaúchos estejam ao lado desses trabalhadores. (LV)

RODOVIÁRIOS - Paulinho Motorista (PSB) afirmou que não pode deixar de falar sobre o projeto de extinção dos cobradores. “Eu faço parte dessa classe. Imagina o cara passar as festas de fim de ano pensando quando será que vão me mandar embora? Espero que a proposta seja retirada porque será algo parcial no início, mas acabará sendo total”, relatou. Ele disse ainda que sempre vai lutar a favor dos rodoviários. “Lembrei de quando era motorista e houve um assalto a um menino de 13 anos. Se não fosse o cobrador me avisar eu não saberia o que estaria ocorrendo, por isso peço aos vereadores para derrubarmos esse projeto”, solicitou. (LV) 

ECONOMIA - Felipe Camozatto (Novo) disse que não poderia deixar de registrar a reunião pública sobre o projeto que trata da lei de liberdade econômica, cria empregos e cria renda. “No PL, apresentado em conjunto com Ricardo Gomes e Mendes Ribeiro, está a apresentação e detalhamento que permite que se retire as amarras de quem pretende empreender, além de beneficiar especialmente o micro e pequenos empreendedores que hoje ficam à mercê do governo municipal e esperam durante meses para poder começar a trabalhar”, destacou. O parlamentar enfatizou ainda que a ideia é que Porto Alegre respire esse ar de desburocratização e consiga ter mais crescimento emprego e renda e possa olhar para o resto do Brasil e dizer para que sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra. (LV)

Texto

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)
Lisie Bastos Venegas (reg. prof. 13688)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)