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Procempa presta contas à Cefor e apresenta projetos e desafios

Reunião Ordinária de Prestação de Contas do Balanço Financeiro em conjunto com a PROCEMPA. Na foto, o diretor-técnico Alexandre Horn, o Presidente Paulo Roberto Miranda e os vereadores Felipe Camozzato e João Carlos Nedel
Paulo Miranda (c) destacou que projeto de cercamento eletrônico da cidade demandaria cerca de R$ 30 milhões (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)

O presidente da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa), Paulo Roberto Miranda, apresentou à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor), na manhã desta terça-feira (2/10), os resultados econômico-financeiros de 2017. Projetos em andamento, como o cercamento eletrônico da cidade, e as perspectivas e desafios para o futuro da empresa também foram abordados. 

Miranda destacou que foram feitos ajustes nos critérios contábeis da Procempa, que provocaram um resultado operacional melhor na comparação com 2016, mas com um prejuízo de R$ 8,9 milhões em função das provisões trabalhistas. De acordo com ele, a Procempa possui mais de 200 ações trabalhistas e não havia, até então, uma reserva de contingência nos níveis adequados. “Houve este prejuízo contábil de quase R$ 9 milhões, mesmo que o resultado de 2017 tenha sido melhor que 2016. A geração de caixa líquida se manteve estável e mostra uma situação de boa gestão financeira.” 

De acordo com o balanço, houve ainda redução de 3,83% da receita operacional bruta, que passou de R$ 142,6 milhões, em 2016, para de R$ 137,1 milhões, em 2017. Segundo o presidente, isso decorre de um novo contrato firmado com a Prefeitura. “Até 2015, a Procempa não tinha contrato com a Prefeitura. Em 2017, reestruturamos este contrato e caracterizamos melhor todos os serviços, o que permite à Prefeitura gerir e avaliar com mais precisão cada um deles. Estas revisões levaram à redução da receita operacional, que hoje corresponde à realidade, com preços que podem ser comparados com o mercado.” Para 2019, afirmou, a Procempa deve promover uma evolução neste contrato e aperfeiçoá-lo ainda mais. 

A Procempa também promoveu um esforço para reduzir custos que, segundo Miranda, caíram 5,09%, passando de R$ 91 milhões, em 2016, para R$ 80 milhões, em 2017. Entre as medidas, citou a renegociação do passivo com fornecedores, que caiu de R$ 8,3 milhões, em 2016, para R$ 5,9 milhões em 2017; a redução dos gastos com plano de saúde, que estavam chegando a R$ 10 milhões ao ano e foram reduzidos para R$ 4,2 milhões; e a adoção do teto de remuneração de R$ 19 mil.

Projetos

Entre os projetos que a Procempa está desenvolvendo, Miranda citou a modernização do Sistema 156, que deverá ser estendido para outras plataformas além do telefone; a iluminação pública inteligente; o cruzamento de grandes volumes de dados; e a consolidação de dados abertos, a fim de fomentar a participação de startups e de médias e pequenas empresas de Tecnologia da Informação (TI) na resolução de problemas da cidade. “São diversas iniciativas inovadoras, a partir de articulações com a iniciativa privada e universidades, pois sozinha a Prefeitura não consegue fazer tudo, até pela velocidade das mudanças tecnológicas. A evolução do uso da tecnologia passa necessariamente por parcerias com outros segmentos da sociedade, o que buscamos intensivamente na Procempa.” 

O presidente da Cefor, vereador João Carlos Nedel (PP), questionou sobre o andamento do projeto de cercamento eletrônico da cidade. Miranda destacou que a implantação completa do projeto demandaria cerca de R$ 30 milhões, valores que atualmente a Prefeitura não dispõe. Disse, porém, que há diversas ações que integram o cercamento sendo implementadas. Citou a liberação de 150 licenças de uso para a Brigada Militar de um aplicativo de celular que identifica placas de veículos irregulares e a conversão de todas as câmeras de lombadas eletrônicas da cidade para pontos de identificação de placas, ambas já implementadas. “Os pardais eletrônicos também estão em processo de conversão e serão integrados ao sistema de cercamento eletrônico da cidade. Neste sistema, a Procempa recebe a imagem, identifica a placa do veículo, consulta a base de dados do Detran e dispara um alarme para um grupo de triagem caso identifique algum problema com o veículo. Em se confirmando a suspeita, este grupo repassa o alarme para a equipe de ação da polícia.” Em 2018, este sistema já identificou 18 mil veículos com problemas de licenciamento, mais de 100 carros roubados e 17 clonados. 

Desafios

Conforme Miranda, a Procempa está passando por um reposicionamento em várias áreas, necessário à sua sobrevivência. “A Procempa sempre foi uma empresa muito operacional. Nosso grande desafio é transformar uma empresa tradicional de TI no motor de transformação da cidade. Como aplicar novas tecnologias nos serviços que estamos oferecendo? Como incorporar as novas tecnologias para qualificar e atender melhor a cidade? São estes desafios que estamos tentando enfrentar. Precisamos trabalhar neste novo modelo para atender as demandas da sociedade a partir de parcerias e outras ações.”

Miranda também descartou a possibilidade de a Procempa ser privatizada. “A Procempa só tem valor como empresa estatal, pois ela pode contratar com a Prefeitura sem licitação a cada serviço. O risco da Procempa não é ela ser vendida. O risco é ela perder a capacidade de dar as respostas que a cidade precisa. O mundo está caminhando para as smart cities, e as estruturas de tecnologia da Prefeitura têm que ser capazes de dar estas respostas. O que precisamos fazer é acelerar este processo.”

Nedel destacou a importância do comparecimento da Procempa na reunião solicitada pelo vice-presidente, vereador Felipe Camozzato (Novo), também presente no encontro. Adiantou que a Cefor promoverá reuniões similares a de hoje: no dia 16; com o DMAE; e, no dia 23, com a EPTC. 

Também participaram da reunião o diretor técnico da Procempa, Alexandre Horn, o diretor administrativo, Ricardo Mendes de Oliveira, e outros representantes da Prefeitura. 

Texto: Cibele Carneiro (reg. prof. 11.977)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

 

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