Cidadania

Procuradoria Especial da Mulher conversa sobre violência de gênero

Conversa promovida pela Procuradoria Especial da Mulher com o tema Violência de gênero.
Vereadora Karen Santos (e) coordenou a roda de conversa (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

"Só no início deste ano já foram mais de 100 feminicídios no Brasil", lamentou a procuradora especial da Mulher na Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Karen Santos (PSOL). A parlamentar coordenou, na tarde desta sexta-feira (24/05), uma discussão sobre violência de gênero, doméstica, sexual e assédio moral no trabalho, no Plenário Ana Terra da Câmara. Proposta pela Procuradoria Especial da Mulher do Legislativo Municipal, a rodada de conversa contou, especialmente, com a presença de funcionárias da Casa. Os diálogos foram impulsionados a partir da distribuição, às convidadas, de postagens polêmicas difundidas nas redes sociais, havendo depois a discussão dessas postagens.

Na oportunidade, Karen mencionou que está vereadora, mas que, como professora de Educação Física da rede estadual, sempre trabalhou questões de gênero, abordou assuntos sobre o corpo e falou a respeito da família, entre outros ensinamentos pertinentes com os alunos dela. Como procuradora, a parlamentar observou que a ideia da Procuradoria é dialogar acerca da situação da mulher na sociedade de hoje, estando aberta também à participação dos homens nos debates. A psolista disse que, na Lomba do Pinheiro, por exemplo, tanto mulheres quanto homens discutem juntos a condição da mulher na sociedade. "Nossos corpos, nossas regras", disse Karen, ao comentar que "a cultura machista coloca nossos corpos como poder, mas podemos conquistar o poder de outras formas". 

"O feminismo nunca matou ninguém; mas o machismo mata todos os dias", disse Taís Chaves da Silva, funcionária terceirizada no Legislativo. Taís afirmou a não aceitação masculina das mulheres. Exemplificou com a possibilidade de ela sair do trabalho, encontrar as amigas, ou até mesmo "ir em um bar beber uma cervejinha", e um homem usar sua condição masculina para se opor a isso. "Hoje as mulheres são independentes", destacou Taís. Ela também questionou a falta desse tipo de debate nas escolas, além de as famílias terem o papel do diálogo dentro de casa. "Precisamos abrir a cabeça dos jovens", opinou. 

Para concluir, Karen Santos disse que quer engajar mais as mulheres. "Vocês, funcionárias terceirizadas da Câmara, muitas vezes não recebem um bom dia ou uma boa noite", lastimou. "Mas contem com a gente. Somos um espaço de apoio, e o nosso trabalho é com o futuro do Brasil", concluiu.

Texto

Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:mulheresviolência de gêneroProcuradoria Especial da Mulher