Plenário

Proposta prevê o tombamento da sede do Jardim Botânico

Imagem aérea do Jardim Botânico de Porto Alegre
Área do Jardim Botânico é de 39 hectares / (Foto: Fundação Zoobotânica do RS)

Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o projeto do vereador Marcelo Sgarbossa (PT) que propõe o tombamento do imóvel onde está a sede do Jardim Botânico, localizado na Rua Dr. Salvador França, 1.427, em Porto Alegre.  Com o tombamento, se aprovado o projeto, o imóvel passará a integrar o Patrimônio Cultural e Histórico do Município de Porto Alegre, ficando vedadas alterações que o modifiquem ou descaracterizem. Pela proposta, fica permitida a exploração comercial do imóvel tombado, sendo proibida a utilização de verbas públicas para o fim do tombamento, "exceto as já previstas em lei ou as que sejam objeto de convênio específico".

Ao justificar a proposta, Sgarbossa destaca que o Jardim Botânico, aberto ao público desde o dia 10 de setembro de 1958, é considerado um dos cinco maiores jardins botânicos brasileiros, possuindo um acervo significativo da flora regional. Em 2003, tornou-se também patrimônio cultural do Estado do Rio Grande do Sul. "Com a missão de realizar a conservação integrada da flora nativa e dos ecossistemas regionais, tornando-se um centro de referência para a pesquisa, a educação, a cultura e o lazer, contribuindo para a qualidade de vida, o Jardim Botânico possui uma área de 39 hectares, com 8 mil exemplares de 650 espécies da flora nativa do Estado."

Para o vereador, o Jardim Botânico é um "importante pulmão verde da Capital", sendo um dos locais mais aprazíveis da cidade, notabilizando-se pela guarda de significativas coleções científicas. Além do manejo, da manutenção e da ampliação das coleções vivas de plantas, diz Sgarbossa, o Jardim Botânico realiza pesquisas com plantas ameaçadas de extinção e diversas atividades educativas e culturais, buscando conscientizar a sociedade sobre a relação entre a conservação da flora e a qualidade de vida.

Fundação Zoobotânica

A primeira casa de vegetação foi inaugurada em 1º de maio de 1962, pelo então governador Leonel Brizola, para abrigar parte da coleção de cactos. Dez anos depois, por meio da Lei nº 6.497, de 20 de dezembro de 1972, foi instituída a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS), com o objetivo de administrar e manter áreas destinadas à proteção e à conservação da flora e da fauna regionais. Em 1974, o Jardim Botânico foi transferido para a FZB/RS, para que fosse administrado de maneira integrada com outras áreas de conservação do Estado. A partir desse ano, estabeleceu-se o foco do trabalho nas plantas nativas do Rio Grande do Sul.

Em 1988, com um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), foi inaugurado o Núcleo de Educação Irmão Teodoro Luís, em homenagem ao primeiro administrador do Jardim Botânico, com o objetivo de qualificar o atendimento aos visitantes e o desenvolvimento de atividades educativas. A partir de 1997, foram construídas instalações para o banco de sementes e para as casas de vegetação para abrigar coleções de cactos, orquídeas e bromélias. Além disso, foram construídos prédios para o setor de apoio e para a administração do Núcleo de Educação Irmão Teodoro Luís.

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)