Presidência

Recicladores terão canal direto de comunicação com Cootravipa e DMLU

Presidente Valter Nagelstein se reúne com catadores, diretoria do DMLU e COOTRAVIPA.
Reunião foi realizada no início da noite desta quarta-feira (Foto: Andielli Silveira/CMPA)

Problemas na entrega de cargas da Coleta Seletiva, furto de recicláveis por garis, encaminhamento de resíduos orgânicos e da construção civil para as Unidades de Triagem são alguns dos problemas corriqueiros que passarão a ser relatados em tempo real à Cootravipa (empresa responsável pela Coleta Seletiva) e ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Em reunião no fim da tarde desta quarta-feira (30/5)) na Câmara, ficou acordado que será criado um grupo de WhatsApp para que problemas operacionais enfrentados pelos recicladores sejam relatados de forma imediata, a fim de qualificar a prestação dos serviços.

A medida, porém, não é suficiente para sanar o impasse da reciclagem da Capital. Recicladores cobram da prefeitura a melhor distribuição das cargas, fiscalização da coleta clandestina e normalização do pagamento, que em alguns casos está atrasado desde setembro de 2017. O diretor-geral do DMLU, René José Machado de Souza, apresentou proposta de cronograma para analisar de forma individualizada as prestações de contas das UTs, entre 4 e 15 de junho, com o objetivo de regularizar pendências e encaminhar os pedidos de pagamento à Secretaria Municipal da Fazenda (SMF). Souza informou ainda que o DMLU também pretende realizar um workshop com os recicladores e contadores municipais, em 27 de junho, a fim de melhorar a entrega das prestações de contas e dar mais celeridade aos pagamentos. 

Os recicladores não concordaram. Julio Alex Goulart, da UT Anjos da Ecologia, classificou de absurda a demora para a análise das prestações de contas e cobrou regularização imediata dos pagamentos. “Estamos há 8 meses sem receber os repasses do DMLU. Não temos luvas para trabalhar, cortaram a nossa luz. Recebemos cargas à luz de velas no período da noite. Entregamos a prestação de contas em janeiro e querem que a gente espere até 14 de junho para ter alguma resposta? A gente não pode esperar a prefeitura analisar uma prestação de contas a cada três ou seis meses sem receber.” 

O vereador Adeli Sell (PT) solicitou ao representante da SMF, Mário de Lima, que a prefeitura elabore com prioridade um estudo a fim de garantir o pagamento imediato de 50% dos repasses atrasados às Uts. “O que as UTs não conseguirem comprovar, que seja glosado pela Prefeitura. O que não dá é para deixar os recicladores esperando mais tempo sem receber.”

Fundo

Aprovado no final de 2016 pela Câmara, o Fundo de Inclusão Produtiva da Reciclagem, que deveria estar recebendo 20% do valor das multas aplicadas pelo DMLU para subsidiar os galpões, ainda não foi implementado pela Prefeitura. Lima disse que a SMF tem como prerrogativa arrecadar e pagar, não sendo sua competência estabelecer o Fundo. Sugeriu que a Câmara chame para uma próxima reunião a Secretaria Municipal do Planejamento, que precisa definir a previsão orçamentária.

O vereador André Carús (MDB) foi enfático e disse que não irá mais aguardar ação da Prefeitura. “Na próxima segunda-feira, eu e os vereadores que quiserem me acompanhar vamos ao Ministério Público solicitar o cumprimento da Lei do Fundo pela Prefeitura, que não é implementado por falta de vontade política.”

O assunto voltará a ser tratado na próxima reunião, conforme encaminhamento do presidente da Câmara, vereador Valter Nagelstein (MDB). O parlamentar também solicitou ao DMLU um cronograma de pagamento das UTs, a ser apresentado no próximo encontro, cuja data será marcada semana que vem. “Em venho dizendo que governar é elencar prioridades. A SMF precisa de um olhar prioritário para o pagamentos dos recicladores.” 

Também participaram da reunião os vereadores Fernanda Melchiona (PSOL) e Marcelo Sgarbossa (PT) e a presidente da Cootravipa, Imanjara de Paula. 

Texto: Cibele Carneiro (reg. prof. 11.977) 

Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof 7154)