Relembre: há 20 anos, Câmara Municipal homenageava Alberto Ruschel
Consagrado internacionalmente, ator gaúcho tornou-se Cidadão de Porto Alegre em dezembro de 1995
Alberto Ruschel foi Teodoro em O Cangaceiro (1952) 
Ruschel também integrou o elenco de Appassionata (1952)
Em dezembro de 1995, a Câmara Municipal entregou o título de Cidadão de Porto Alegre ao ator e diretor de cinema Alberto Manuel Miranda Ruschel. Mesmo antes de aprovar o projeto de lei para conceder a distinção - de autoria do ex-vereador Pedro Ruas (então no PDT e hoje deputado estadual pelo PSOL) -, a Casa homenageou Ruschel, devido a seu estado de saúde já debilitado à época.
Nascido em Estrela (RS), em 1918, o cineasta migrou para Porto Alegre ainda criança. Em 1940, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou a carreira artística. Primeiramente, foi cantor no conjunto Quitandinha Serenade’s. Após, conheceu Grande Otelo e, através dele, chegou ao cinema pela companhia Atlântida, atuando em comédias carnavalescas.
Na sequência, Ruschel ingressou na Vera Cruz, de São Paulo, onde tornou-se famoso, inclusive internacionalmente, ao protagonizar o filme O Cangaceiro (1952), de Lima Barreto. A obra foi selecionada para o Festival de Cannes de 1953, onde ganhou dois prêmios: Melhor Filme de Aventura e Menção Especial para Música. Atuando em vários filmes durante a década de 1950, seu sucesso o levou ao exterior, sendo ator principal em produções na Espanha e na Argentina.
Em 1973, realizou a primeira experiência como diretor-roteirista, em Pontal da Solidão, filmado em Torres (RS). Ao longo da carreira, recebeu diversas homenagens e recompensas, como a Medalha dos Andradas do Instituto Histórico e Geográfico de Santos (1990), pelos “serviços prestados à Arte a à Cultura do país” e o Troféu Saci, do jornal O Estado de São Paulo, como melhor ator nos filmes Angela (1951), Apassionata (1952) e Cara de Fogo (1958).
Por toda dedicação ao cinema nacional, Alberto Ruschel foi homenageado no 21º Festival de Cinema de Gramado em 1993, com o troféu Oscarito. Conforme Pedro Ruas expôs na proposta original, o laureado “projetou o estado e Porto Alegre – cidade que escolheu para viver - em todo cenário nacional e além dele, merecendo o reconhecimento de nossa comunidade”.
Em 18 de janeiro de 1996, pouco tempo depois de receber a homenagem da Câmara Municipal, Ruschel faleceu, aos 77 anos, devido a uma hemorragia no duodeno quando se recuperava de uma cirurgia cardíaca. Ele vivia no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Posteriormente, o projeto que o tornou Cidadão de Porto Alegre foi desarquivado por Pedro Ruas e aprovado em votação simbólica, em dezembro de 2000, sendo sancionado em janeiro do ano seguinte pelo então prefeito da Capital, Tarso Genro.
Texto: Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)