Comissões

Representantes municipais discutem ações para pessoas idosas

  • Reunião sobre política de ações culturais para as Pessoas idosas em Porto Alegre. Na foto, vereador Alvoni Medina.
    Vereadores Tarciso Flecha Negra (ao fundo) e Alvoni Medina, durante a reunião da Cece (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Reunião sobre política de ações culturais para as Pessoas idosas em Porto Alegre. Na foto, representante do Conselho Municipal do Idoso (Comui)
    Enilda Ferreira, do Conselho Municipal do Idoso, destacou maior necessidade de cuidados em saúde na terceira idade (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu com entidades do município, na tarde desta terça-feira (02/10), para discutir sobre a Política de Ações Culturais para as Pessoas Idosas na cidade. O encontro, que contou com a presença de pessoas idosas e representantes da sociedade, ocorreu na sala de reuniões das comissões do Legislativo.   

O proponente do debate, vereador Alvoni Medina (PRB), é o autor do Projeto de Lei que institui a Política Municipal do Idoso em Porto Alegre. “Esta pauta é da sociedade civil. Devemos dedicar importância, cuidado e zelo às pessoas idosas. Nós, como parlamentares, precisamos fazer projetos para que os direitos dos idosos sejam respeitados”, considerou.  

Os problemas enfrentados por pessoas acima dos 60 anos em Porto Alegre, capital com o maior índice de idosos no Brasil, geram uma grande demanda de serviços no município. É o que Silvio Juremar Leal, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte (Smdse), apontou durante a reunião, como parte da coordenaçação do Idoso da secretaria. Para ele, é preciso debater temas relevantes para a terceira idade, pela necessidade da conscientização das políticas emplementadas e pela necessidade de atenção as atividades de lazer, cultura e esporte. “É preciso dar visibilidade ao idoso”, defendeu. Ainda de acordo com ele, é importante que parcerias com entidades e com o Legislativo possibilitem avançar na questão, levando atividades culturais e esportivas que incentivem a vida do idoso a ser mais saudável, participativa e produtiva.  

Como representante da Secretaria Municipal da Cultura, Renato Wierniewsis falou a respeito da explanação das atividades a serem emplementadas e de serviços que já estão em vigor em na capital, como a Lei da gratuidade do Idoso em todos eventos promovidos pela SMC. De acordo com Renato, a secretaria trabalha com projetos no Bairro Restinga, onde um centro cultural comunitário disponibiliza oficinas para a terceira a idade. Para área central da cidade, ele explica que há a ideia de realizar uma literatura solidária voltada para idosos ainda está sendo estudada, como outros projetos que estão inseridos no meio cultural. “A secretaria de cultura também faz parte do Conselho Municipal do Idoso, participando ativamente das demandas”, acrescentou.

Apesar dos últimas avanços nas políticas públicas, Nelson Khlil, integrante do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (Comped), afirmou que Porto Alegre está longe de ser a Cidade Amiga do Idoso, título concedido a capital pelos serviços prestados a esta parcela da população. “Precisamos de uma cidade acessível. Acessibilidade não é só um direito do deficiente, é um meio que torna a cidade menos hostil para todos”, frisou. Segundo Nelson, a cultura tem um papel importante da integração do idoso a sociedade e por isso reforçou a necessidade de ofertas a terceira idade nesta área, bem como no esporte.  

Na mesma perspetiva, Enilda Ferreira, do Conselho Municipal do Idoso (Comui), destacou que é preciso unir tanto jovens quanto os mais velhos em prol da conscientização dos direitos conquistados pelos idosos. Além de resgatar a história da instituição, que foi a entidade pioneira na defesa do idoso no país, Enilda alertou sobre a falta de cuidados de saúde na terceira idade, sobretudo, na população masculina. "Se nos dedicarmos e unirmos forças, os mais jovens do Brasil atingirão os 120 anos", declarou ela, que também defendeu o avanço na política do idoso, para que a longevidade seja com qualidade de vida. 

Representante da Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos (SDSTJDH), Estela Abreu falou sobre o lançamento, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ/RS), do diagnóstico de pessoas idosas no Estado. “O diagnóstico serve como base para as políticas relativas a idosos, trabalha em todas as áreas e com outras secretarias. No mês de dezembro deve ser lançado o plano decenal para o estado”, informou. “Dados mais atualizados, entre os anos de 2001 e 2015, revelam o Rio Grande do Sul com a maior população idosa do país. Por isso, o idoso precisa se cuidar e se prevenir de doenças”, afirmou. Estela Abreu também comentou uma situação presente no diagnóstico. “Tem aparecido muito o dado em relação ao suicídio de adolescentes e idosos”, declarou.  

Vereadores

Presidente da Cece, o vereador Tarciso Flecha Negra (PSD) destacou a necessidade de as pessoas idosas viverem socialmente e em comunidade. “É a vivência das pessoas que nos dá o potencial de seguirmos longe. Cada bairro poderia ter um centro esportivo. O governo deveria proporcionar essa saúde, porque é muito caro as pessoas saírem dos bairros delas”, disse. 

"As entidades poderiam se juntar ao Executivo para que possamos fazer um diagnóstico, uma unificação de entidades", sugeriu o vereador Cassiá Carpes (PP), se referindo a entidades fora do âmbito governamental. “Quando o Executivo se afasta, entidades privadas surgem e começam a se aproveitar dos idosos. E os idosos, ao mesmo tempo em que são uma população muito consumidora, também são muito vulneráveis”, afirmou. 

Reginaldo Pujol (DEM) destacou o aumento da média de idade dos brasileiros. Ele aproveitou a oportunidade para parabenizar o envolvimento dos convidados com o tema e ressaltou fazer parte de uma comissão muito especial, por lidar com questões de cultura, esporte e juventude. "Apesar dos problemas, os programas podem produzir os resultados que esperam."

“Para o envelhecimento saudável, é crucial o desenvolvimento de políticas públicas para idosos”, considerou o vereador Alvoni Medina. “Estive, hoje cedo, na abertura da Semana do Idoso, no Ginásio Tesourinha. As pessoas saíram de longe para estar lá. Eu vi pessoas com 70 ou 80 anos com lágrimas nos olhos. Eles não podem perder o lazer, o esporte, e ficar somente em casa, com depressão”, relatou Alvoni ao lembrar a retirada de alguns professores de secretarias. Segundo ele, até 2060 a estimativa é de que existam 58 milhões de idosos no mundo. O proponente da discussão recordou os 15 anos da Lei n. 10.741/03, o Estatuto do Idoso, comemorados neste ano. “Já existe um Estatuto que, infelizmente, grande parte dele não é cumprido. Mas queremos os nossos direitos respeitados”, afirmou. 

 

Texto: Bruna Schlisting Machado (estagiária de jornalismo)
          Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

 

Tópicos:pessoas idosasPolítica Municipal do Idosoidosos