Comissão Especial

Reunião entre vereadores, grevistas e Executivo não produz acordo

  • Reunião com o vice-prefeito de Porto Legre, Gustavo Paim e representantes do Simpa.
    Vereadores e líderes sindicais foram recebidos na Prefeitura (Foto: Candace Bauer/CMPA)
  • Reunião com o vice-prefeito de Porto Legre, Gustavo Paim e representantes do Simpa.
    Servidores protestaram contra o governo municipal em frente ao Paço (Foto: Candace Bauer/CMPA)

A reunião realizada na manhã desta terça-feira (10/10) entre vereadores, o vice-prefeito Gustavo Paim e o comando de greve do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), na Prefeitura, terminou sem acordo. No encontro, Dr. Thiago Duarte (DEM), que preside a comissão especial criada na Câmara Municipal para analisar o pacote de projetos do governo da Capital - que prevê alterações na relação da administração pública com os servidores públicos -, entregou ao vice-prefeito o requerimento assinado na tarde de ontem (9/10) por 23 parlamentares pela retirada das matérias de tramitação.

Ao final da reunião, Paim afirmou que foram tratadas as duas pautas do comando de greve. “Quanto à questão do parcelamento, explicamos que, enquanto não houver dinheiro, o parcelamento continuará”, salientou. Ele lembrou, ainda, que o Tribunal de Contas analisa a situação financeira da Prefeitura e que medidas para a redução de despesas e aumento de receita são necessárias para garantir o equilíbrio financeiro da administração pública da Capital. “Assim como o projeto do IPTU, esses que tratam de outros dispositivos para reduzir despesas estão no local certo para o debate, que é o Legislativo, a Casa do Povo, onde os vereadores poderão dialogar e aperfeiçoá-lo.”  

Para o presidente da Comissão Especial, vereador Dr. Thiago Duarte, é um erro estratégico a decisão da Prefeitura de não retirar os projetos para negociar com os servidores. "Seria um sinal de apaziguamento, de predisposição ao diálogo do Executivo". O vereador garantiu que as matérias, a continuarem tramitando, não terão os votos necessários para a sua aprovação "e será mais uma derrota do prefeito", frisou. Para Duarte, como estão, os projetos "destroem" as carreiras públicas de Porto Alegre. "O edital do concurso representa um contrato firmado com o servidor e não pode ser quebrado unilateralmente". O vereador disse que os parlamentares continuarão trabalhando por um entendimento entre o governo e os servidores e que a comissão irá produzir um relatório com base em toda a análise dos fatos e posições apresentadas nas reuniões e documentos que estão sendo recebidos. 

O diretor-geral do Simpa, Alberto Terres, afirmou que o encontro não gerou sinalização da Prefeitura para um acordo com os servidores. Terres disse que, diante disso, a categoria seguirá mobilizada e debatendo com os vereadores a retirada dos projetos, mas que a tendência é pela continuidade da greve. “A categoria sai frustada em função do próprio governo não apresentar nenhum posicionamento positivo para as nossas reivindicações”, lamentou.

Terres, no entanto, lembrou o fortalecimento do movimento diante da indignação dos municipários com o posicionamento da Prefeitura. “Não há saída para os trabalhadores terminarem a greve. Nós estamos em greve pela retirada dos projetos e pelo não-parcelamento. Nós saímos daqui sem nenhuma pauta positiva. E, com certeza, no debate, nós vamos fortalecer a nossa unidade e aumentar a adesão à greve”, afirmou o sindicalista.

Também participaram da reunião no Paço o secretário municipal de Planejamento e Gestão, José Alfredo Parode; os vereadores Fernanda Melchionna (PSOL), Prof. Alex Fraga (PSOL), Roberto Robaina (PSOL), Airto Ferronato (PSB), Mauro Pinheiro (REDE), Mônica Leal (PP), Sofia Cavedon (PT), Marcelo Sgarbossa (PT), Aldacir Oliboni (PT), Moisés Maluco do Bem (PSDB), Luciano Marcantônio (PTB) e o suplente Matheus Ayres (PP), além de representantes de outras pastas do Executivo. 

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)