Plenário

Secretário da Cultura garante realização do carnaval na Capital

O Secretário Municipal de Cultura, Luciano Alabarse, discutiu na Câmara a verba para o carnaval de 2017. Na foto: Secretário municipal de Cultura, Luciano Alabarse (cinza) e Presidente da CMPA, vereador Cássio Trogildo.
Alabarse compareceu hoje na Câmara Municipal (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

“O carnaval de Porto Alegre de 2017 vai sair” nos dias 23, 24 e 25 de março, garantiu o secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, nesta quinta-feira (2/3), durante comparecimento ao Legislativo municipal. No início de janeiro, o prefeito Nelson Marchezan Jr anunciou que a Prefeitura não financiaria o desfile das escolas de samba em 2017, assim como acontecia anualmente, e que a arrecadação da verba para a concretização do evento seria captada através de uma força tarefa municipal em parceria com a Liga Independente das Escolas de Samba de Porto Alegre (Liespa).

De acordo com Alabarse, o grupo foi montado em 16 de janeiro com a participação de alguns secretários municipais e carnavalescos e está “correndo contra o tempo” para conseguir incentivos privados para a consumação da edição fora de época, que integrará as comemorações do 245º aniversário da cidade. “Somente juntos vamos superar o desafio de em tão pouco tempo viabilizar o carnaval de Porto Alegre”.

Até o momento, a estrutura no Complexo Cultural Porto Seco está garantida graças a uma parceria com a empresa Impacto Vento Norte. O secretário ainda comentou que existem possibilidades de patrocínio e, na medida em que os contratos forem assinados, as parcerias serão divulgadas. “O tamanho desta edição será condicionado à quantidade de apoiadores”. Além disso, “o dinheiro será entregue diretamente à Liespa e não passará pela prefeitura. Assim como não há nenhum envolvimento do serviço público na venda ou publicização dos ingressos”, explicou. 

O secretário se colocou a disposição dos vereadores para comparecer à Casa após o Carnaval para explicitar os gastos e a organização do evento, pois a secretaria precisa do apoio da Câmara. “Conheço os problemas da cultura em Porto Alegre, mas eu quero saber das soluções, porque ela sempre esteve em crise. Quero que as coisas andem por elas mesmas e não dependam de quem está na gestão.” Ele também ressaltou que a cultura precisa do apoio de todos, pois ela é um instrumento eficaz de combate à violência, insegurança, intolerância e ignorância. “A identidade e felicidade da cidade passam pela cultura”.

Para Alabarse, o carnaval é uma das festas que mais legitima a identidade do povo brasileiro e o grupo de trabalho criado para viabilizar e edição deste ano demonstra toda a sua importância. Por fim, ele afirmou que possui uma identificação com o prefeito municipal e que acredita, sinceramente, que ele quer melhorar a cidade. “No que me diz respeito, ele tem me deixado trabalhar”, encerrou.

Parlamentares

Os vereadores da Capital também se manifestaram sobre o carnaval e os demais temas envolvendo a pasta da Cultura.

INTEGRAÇÃO - Adeli Sell (PT) defendeu a realização de um carnaval integrado, entre escolas de samba, blocos e salões e ressaltou a necessidade do poder público incentivar a realização da festa popular. “Temos que rememorar os carnavais do passado, fazendo uma reciclagem do presente para criar uma perspectiva para o futuro”, afirmou ele. Adeli também tratou sobre outras atividades culturais da cidade, como a Semana Farroupilha e futuros eventos literários. “Gostaríamos de voltar a trazer grandes escritores, mas nunca esquecendo a cor local”, completou o vereador. (PE)

CULTURA - Prof. Alex Fraga (PSOL) parabenizou o secretário pelo empenho em prol da cultura popular, ponderando que o conceito de cultura é bastante subjetivo. “Nossa cidade é heterogênea, e devemos ser democráticos e abrangentes para levar a cultura a todos”, declarou. O vereador lamentou os ataques realizados ao carnaval, que o desconsideram como manifestação artística, e disse que o quadro de violência e insegurança deve ser combatido através da cultura, da educação e do esporte. Por fim, Alex lamentou que, nos últimos anos, o carnaval tem sido realizado com estruturas provisórias. “Isso gera um custo enorme para a cidade, que seria diminuído se fossem construídas estruturas fixas”, atestou. (PE)

COMPLEXO - Fernanda Melchionna (PSOL) reconheceu o trabalho de Alabarse na defesa da cultura, ao mesmo tempo em que registrou sua preocupação pela realização do carnaval em 2017, que não receberá aporte de recursos do governo municipal. “Desde a década de 1940 a prefeitura estimula essa grande festividade, e ainda tenho receio sobre a realização”, atestou. A parlamentar também lamentou a utilização do complexo cultural do Porto Seco apenas para os desfiles das escolas de samba. “A obra do sambódromo é interminável. O Porto Seco deveria receber bibliotecas, oficinas, cinema ao ar livre e outras atividades”, salientou. Fernanda ainda questionou o secretário sobre as possíveis contrapartidas da prefeitura às empresas parceiras que viabilizarão a realização do carnaval. (PE)

IBERÊ - Moisés Maluco do Bem (PSDB) se disse feliz com a presença do secretário e comentou sobre redução do horário de funcionamento do Museu Iberê Camargo. “Algumas pessoas responsabilizam, equivocadamente, a prefeitura municipal pela redução do horário”, lamentou. Segundo ele, alguns órgãos de imprensa deram a entender que a responsabilidade seria da Secretaria de Cultura. “Na verdade, a Fundação Iberê Camargo é independente”, expôs. O vereador ainda saudou os componentes da escola de samba Império dos Herdeiros, da qual participa. (PE)

PRIVADO - Cassiá Carpes (PP) saudou a alternativa encontrada pela Secretaria Municipal da Cultura para financiar o carnaval, buscando parceiros privados. "Neste momento em que a prefeitura encontra-se em situação financeira dramática, foi o melhor caminho para o carnaval. Isso talvez possibilite inclusive que, futuramente, o carnaval de Porto Alegre possa andar pelas suas próprias pernas, com o auxílio da iniciativa privada." Destacou que o desfile de blocos no carnaval de bairro tem crescido muito na cidade, agregando muitas parcerias. "O carnaval emprega muitas pessoas e gera renda. A independência dará ao carnaval um futuro melhor, com investimento privado." (CS)

SAUDAÇÃO - Felipe Camozzato (Novo) parabenizou a gestão do secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, devido às vias alternativas para que o carnaval fosse realizado. “Um cenário bastante adverso economicamente e, na crise, é preciso saber priorizar, mas também saber a importância cultural que o carnaval tem para a população”. O vereador aproveitou também para desejar os melhores votos ao secretário. (MF)

CULTURA - Tárciso Flecha Negra (PSD) também saudou a vinda de Luciano Alabarse e falou que há tempo vem lutando para uma estrutura fixa no Porto Seco. “Há muita criança no entorno daquele complexo, e quando a gente tira alguma coisa da cultura, do esporte e do lazer a gente aumenta a violência”, alertou, exemplificando que cada sala de aula tirada da população é mais um presídio que tem que ser construído. O vereador falou sobre a importância do acontecimento do carnaval em Porto Alegre. “São quatro dias de trabalho, de conhecimentos”. Tarciso lembrou também dos blocos de rua na Cidade Baixa, onde, de acordo com ele, há mais coisas boas do que ruins. (MF)

CULTURA II - Sofia Cavedon (PT) também parabenizando o secretário municipal da Cultura e falou sobre a possibilidade de construir um espaço que pode ser utilizado durante o ano inteiro, não apenas no carnaval. “Quando se pensou na pista de eventos, se pensou em levar cultura e integração com o Centro Vida para oferta de oficinas num local que recebe várias comunidades. É uma demanda muito forte das lideranças comunitárias”. A vereadora ainda disse ter confiança que vai sair um grande evento. A vereadora lembrou que a educação e a cultura são essenciais numa sociedade. “Temos uma massa crítica de primeira linha no ensino municipal, temos capacidade de produzir soluções novas para o desafio de crescimento cultural da cidade e para o capital cultural de professores”. A vereadora destacou que o diálogo entre cultura e educação é enriquecedor e pode dar muito certo.  (MF)

ESCLARECIMENTOS - Idenir Cecchim (PMDB) cumprimentou o prefeito Marchezan Jr. pela escolha do secretário municipal de Cultura. Para ele, é preciso que seja revista a questão das contas públicas e esclarecidas as dúvidas sobre dívidas para que seja um carnaval tranquilo. Conforme o vereador, se for apenas investimento privado no carnaval, não será necessário que sejam abertas as explicações. 

CULTURA III - Também destacando a importância do carnaval, Valter Nagelstein (PMDB) disse que chega a ser visto muitas vezes como inimigo da cultura pela extrema esquerda. "Se olharmos com mais cuidado para o arco-íris, não existe só azul e vermelho, mas sim diversas posições políticas que se expressam na Câmara."  O vereador falou da necessidade de consciência com a cidade, que no período de festividade fica muito degradada. "Há muito para ser refletido, temos que nos despir de preconceitos se quisermos avançar". 

Texto: Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
           Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
          M
unique Freitas (estagiária de Jornalismo)
         C
arlos Scomazzon (reg. prof. 7400)