Sessão

Sessão Ordinária / Lideranças

  • Movimentações de plenário. Na foto, o vereador Rodrigo Maroni.
    Vereador Rodrigo Maroni (PODE) na tribuna (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Movimentações de plenário. Na foto, a vereadora Mônica Leal.
    Vereadora Mônica Leal (PP) na tribuna nesta segunda-feira (Foto: Giulia Secco/CMPA)

Os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre, durante os períodos de Comunicações e Lideranças da sessão ordinária desta segunda-feira (17/12), trataram dos seguintes temas:

IMPRENSA - Rodrigo Maroni (Pode) falou sobre o trabalho da imprensa. “Entrei nesta Casa com a convicção do trabalho mal feito da imprensa. Saio com a mesma convicção”, afirmou. Maroni citou o exercício dos jornalistas como “infelizmente, feito de forma panfletária”. Comentou o fato de ele ter nominado, na semana passada, uma rua de Porto Alegre como “Marielle Franco” (a vereadora carioca assassinada em 14 de março deste ano). A partir disso, criticou um jornalista por ter entrado em contato com ele para falar da homenagem. “Todas as ruas que não têm nome não são valorizadas”, defendeu. “Queriam que eu colocasse o nome da Marielle na Nilo Peçanha ou na Protásio Alves?” Por fim, reforçou a posição dele de que jornalista não é parceiro. “Eles são provocadores. Precisam vender matéria”, disse. “Lamentavelmente, o nosso povo é despolitizado. Com uma imprensa dessas, não tem como ter outro resultado”, finalizou. (BSM)

IMPRENSA II - Mônica Leal (PP) - também jornalista - contestou Rodrigo Maroni acerca das críticas dele ao trabalho da imprensa, e lembrou de outros colegas da Casa, igualmente jornalistas: João Bosco Vaz (PDT) e Aldacir Oliboni (PT). “Não existe essa de que jornalista não é amigo e de que não ajuda”, falou. “O jornalista faz o seu trabalho”, defendeu Mônica. Nesse sentido, a parlamentar mencionou a fala do colega como “constrangedora”. Como futura presidente da Casa, disse não aceitar esse tipo de manifestação, “principalmente no momento em que Maroni está deixando a Câmara”. “Todos os jornalistas merecem o nosso respeito”, concluiu. (BSM)        

DRENAGEM - Aldacir Oliboni (PT) comentou que “é prerrogativa do vereador ter a iniciativa de projeto de lei e também dar nome de rua”. Registrou, contudo, que devem ser consultados os “moradores daquela rua”, assim como os vereadores da bancada. Sobre a questão da imprensa, Oliboni contextualizou matéria ublicada em jornal no final de semana. “O jornalista fez o questionamento de ambas as partes”, disse. “Não se dá nome de rua sem ter, antes, discussão política”, ressaltou o vereador. O petista também tratou de um segundo tema, ao lamentar a manifestação do secretário municipal de Serviços Urbanos (SMSurb), Ramiro Rosário, que disse não ser atribuição dele concluir o projeto de drenagem iniciado no governo anterior. "Por isso, o governo municipal perdeu R$ 150 milhões. Se o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) foi incorporado à secretaria dele, de quem é o compromisso?”, interrogou o parlamentar. (BSM)

MARIELLE - Roberto Robaina (PSol) observou que o colega Maroni é, no mínimo, controverso. “Divirjo da linha editorial da RBS, mas a imprensa é importante”, alegou. Porque, “de modo maior ou menor, ela exerce algum nível de fiscalização”, reforçou Robaina. “A minha crítica é que ela fiscaliza menos do que deveria”, disse. A respeito da nomeação de uma rua da cidade de Marielle Franco, o vereador lembrou do assassinato da vereadora Marielle em março de 2018. No mês subsequente, em abril, “Maroni fez o projeto desse nome de rua”, mencionou. “Mas em abril nós (do PSol) estávamos mais preocupados em exigir uma investigação do que colocar nome de rua”, sinalizou Robaina, ao afirmar que, embora façam isso, “o PSol não tem como ato central nomear ruas e praças”. Na justificativa, argumentou que deve haver o sentido de homenagem, que é o sentido que a Câmara Municipal quer dar. “Vamos pedir para que seja restabelecida a verdadeira homenagem para a vereadora Marielle”, destacou ele, ao apontar que “o que nos desapontou é que não houve nenhuma discussão com os moradores da rua”. (BSM)

RECURSOS - Airto Ferronato (PSB) também lamentou a perda dos recursos destinados às obras de drenagem das casas bombas de Porto Alegre. “Faço um apelo ao prefeito para que desenvolva tratativas para recuperar o recurso perdido”. Conforme o vereador, as casas de bombas tiveram uma mínima recuperação na década de 1970, e desde então não foi feita a ampliação do sistema, que, para ele, não se encontra em boas condições. Ainda de acordo com Ferronato, o valor de R$ 150 milhões destinado às obras referidas beneficiaria milhares de porto-alegrenses, pois hoje a cidade corre um sério risco de alagamento. (MF)  

SERVIDORES – Para Marcelo Sgarbossa (PT), o prefeito Nelson Marchezan Jr. vem prejudicando os servidores do município na medida em que não anuncia quando os trabalhadores receberão o 13º salário. “Cria um elemento de tensão às vésperas do Natal”. De acordo com o vereador, o prefeito acaba por pautar a cidade com temas irrelevantes e precisa rever suas posições nos próximos anos. A proposta do Executivo que institui a jornada de 40 horas para os servidores também foi criticada por Sgarbossa. “O ataque que o prefeito faz é meramente ideológico”, disse, ao afirmar que o prefeito continua a atacar pessoas que prestam serviços para a cidade. (MF)  

ECONOMIA - Cláudio Janta (SD) discursou sobre a importância de rever a cobrança de impostos nos principais alimentos que ocupam a maioria das mesas dos lares brasileiros. Conforme levantado pelo vereador, mais de R$ 2 trilhões de impostos já foram pagos pela população durante este ano. “Um absurdo de impostos”, protestou. Contribuição que, segundo Janta, proporciona um retorno quase inexistente em áreas como a da saúde, na qual pessoas não encontram o atendimento que precisam, assim como na educação, na infraestrutura e logística do país. Com isso, o vereador afirmou que vê a necessidade de uma reforma tributária no país.  (MF) 

CONTROVERSO - Em resposta ao vereador Roberto Robaina (PSOL), Rodrigo Maroni (PODE) disse não ser o vereador mais controverso da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas talvez de todas as câmaras do país. “Luto pelo melhor”, disse o vereador. Em crítica ao discurso da bancada do PSOL, Maroni disse ser um partido com mesmo discurso de 30 anos atrás. Durante seu pronunciamento, o vereador dirigiu críticas ao vereador Roberto Robaina, que, segundo ele, passou a adotar um discurso absolutamente conservador em alguns assuntos discutidos na Casa. (MF)

Texto: Bruna Schlisting Machado (estagiária de jornalismo) 
         Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)