Tribuna Popular

Simpa pede que Legislativo busque diálogo com Executivo em nome da categoria

Sindicato destacou hoje, na Tribuna Popular, quebra histórica de mesa de negociações desde 2016

  • Alberto Terres, Diretor do SIMPA, discursa na tribuna e pede abertura de negociações com a prefeitura pela data basa.  Municiparios pedem reposição salarial.
    Terres, na tribuna do Plenário Otávio Rocha, lembrou que data-base da categoria é em maio (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Alberto Terres, Diretor do SIMPA, discursa na tribuna e pede abertura de negociações com a prefeitura pela data basa.  Municiparios pedem reposição salarial.
    Representantes da categoria acompanharam manifestação nas galerias do plenário (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Intermediação do Legislativo para que o prefeito municipal estabeleça mesa de conversação e negociação com os municipários a respeito de reivindicações ligadas à reposição salarial foi solicitação apresentada nesta segunda-feira (24/6) ao plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. “A categoria está empobrecendo, está sem condições de manter suas dívidas em dia por conta do achatamento salarial”, destacou Alberto Terres, diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), ao falar aos vereadores e vereadoras durante o período de Tribuna Popular na sessão ordinária desta tarde. “O Legislativo tem o dever de intermediar uma situação quando há conflito”, destacou o sindicalista.

“Maio é o mês da data-base, quando a categoria se reúne, discute perdas e apresenta a pauta para o Executivo”, explicou Terres ao plenário, sobre a reivindicação feita aos vereadores. “Historicamente era feito desta forma. O Executivo recebia a categoria e se partia para a negociação”, disse ele, e completou: “infelizmente, desde 2016 este histórico não tem acontecido”. Conforme o dirigente, naquele ano o prefeito inicialmente recebeu os trabalhadores e depois suspendeu “todo e qualquer diálogo”. Terres disse que, com isso, o Executivo remeteu o debate para a Câmara Municipal. “A prefeitura não está com a situação financeira verbalizada para a sociedade. Trabalhamos lá e sabemos que há condições de atender as reivindicações”. 

Conforme Terres, as perdas históricas da categoria chegam a 8,85%, e o achatamento dos salários, que não vêm recebendo reposição da inflação desde 2016, está acima dos 24%. O dirigente igualmente salientou que, conforme os balanços mais recentes da prefeitura, as receitas liquidas do município tiveram uma variação positiva de 6,2%, enquanto as despesas com pessoal caíram 1,6%. Ele também chamou a atenção ao fato de que os limites previstos para gasto com pessoal, determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, estão longe do índice prudencial determinando legalmente. A redução no número de servidores, como destacou Terres, também significa uma redução nos serviços prestados à cidade.

Diálogo

Ao se manifestar pelo seu partido, o vereador Eng. Comassetto (PT) disse ser papel da Câmara Municipal tentar construir o entendimento entre servidores municipais e Executivo a partir do diálogo. “O resultado não sabemos, não podemos prever. Mas, se não há diálogo, só há um resultado, o da incoerência, da intolerância, da discriminação”, afirmou. Comassetto considerou que a falta de diálogo não causa prejuízos apenas aos servidores municipais, mas à toda a cidade. “O atual governo fez uma reestruturação administrativa que não foi concluída”, destacou igualmente o vereador. “O funcionalismo está perdido dentro da prefeitura e o prefeito alega ineficiência dos municipários”, criticou ele. “Isso é a falta de condução política, de um projeto de cidade”, completou.

Também apoiaram a reivindicação do Simpa os vereadores João Bosco Vaz (PDT), Marcelo Sgarbossa (PT), Roberto Robaina (PSol) e Karen Santos (PSol).

Texto

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Tópicos:Reposição SalarialData-BaseSimpaSindicato dos Municipários de Porto AlegreMunicipários