Simpa pede que Legislativo busque diálogo com Executivo em nome da categoria
Sindicato destacou hoje, na Tribuna Popular, quebra histórica de mesa de negociações desde 2016
Intermediação do Legislativo para que o prefeito municipal estabeleça mesa de conversação e negociação com os municipários a respeito de reivindicações ligadas à reposição salarial foi solicitação apresentada nesta segunda-feira (24/6) ao plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. “A categoria está empobrecendo, está sem condições de manter suas dívidas em dia por conta do achatamento salarial”, destacou Alberto Terres, diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), ao falar aos vereadores e vereadoras durante o período de Tribuna Popular na sessão ordinária desta tarde. “O Legislativo tem o dever de intermediar uma situação quando há conflito”, destacou o sindicalista.
“Maio é o mês da data-base, quando a categoria se reúne, discute perdas e apresenta a pauta para o Executivo”, explicou Terres ao plenário, sobre a reivindicação feita aos vereadores. “Historicamente era feito desta forma. O Executivo recebia a categoria e se partia para a negociação”, disse ele, e completou: “infelizmente, desde 2016 este histórico não tem acontecido”. Conforme o dirigente, naquele ano o prefeito inicialmente recebeu os trabalhadores e depois suspendeu “todo e qualquer diálogo”. Terres disse que, com isso, o Executivo remeteu o debate para a Câmara Municipal. “A prefeitura não está com a situação financeira verbalizada para a sociedade. Trabalhamos lá e sabemos que há condições de atender as reivindicações”.
Conforme Terres, as perdas históricas da categoria chegam a 8,85%, e o achatamento dos salários, que não vêm recebendo reposição da inflação desde 2016, está acima dos 24%. O dirigente igualmente salientou que, conforme os balanços mais recentes da prefeitura, as receitas liquidas do município tiveram uma variação positiva de 6,2%, enquanto as despesas com pessoal caíram 1,6%. Ele também chamou a atenção ao fato de que os limites previstos para gasto com pessoal, determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, estão longe do índice prudencial determinando legalmente. A redução no número de servidores, como destacou Terres, também significa uma redução nos serviços prestados à cidade.
Diálogo
Ao se manifestar pelo seu partido, o vereador Eng. Comassetto (PT) disse ser papel da Câmara Municipal tentar construir o entendimento entre servidores municipais e Executivo a partir do diálogo. “O resultado não sabemos, não podemos prever. Mas, se não há diálogo, só há um resultado, o da incoerência, da intolerância, da discriminação”, afirmou. Comassetto considerou que a falta de diálogo não causa prejuízos apenas aos servidores municipais, mas à toda a cidade. “O atual governo fez uma reestruturação administrativa que não foi concluída”, destacou igualmente o vereador. “O funcionalismo está perdido dentro da prefeitura e o prefeito alega ineficiência dos municipários”, criticou ele. “Isso é a falta de condução política, de um projeto de cidade”, completou.
Também apoiaram a reivindicação do Simpa os vereadores João Bosco Vaz (PDT), Marcelo Sgarbossa (PT), Roberto Robaina (PSol) e Karen Santos (PSol).