Cosmam

Sindicato Rural alerta para leishmaniose na Zona Sul

Cordovez defende vacinar animais Foto: Elson Sempé Pedroso
Cordovez defende vacinar animais Foto: Elson Sempé Pedroso

O Sindicato Rural de Porto Alegre demonstrou preocupação com casos de leishmaniose em cães no bairro Lageado, na zona Sul de Porto Alegre, em reunião realizada hoje (9/8) na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal (Cosmam). Conforme o veterinário do sindicato, Carlos Cordovez, foram detectados quatro casos. "Se há casos em animais, poderá haver também em humanos", alertou. Cordovez e o presidente do sindicato, Cleber Vieira, defenderam a vacinação de cães num raio de cinco quilômetros, o que abrangeria cerca de mil animais, como forma de prevenir um surto da doença.

O coordenador da Vigilância Sanitária de Porto Alegre, José Carlos Sangiovane, admitiu que houve registro de quatro casos no Lageado e garantiu que a Vigilância está tentando encontrar o foco do mosquito transmissor da doença. Sangiovane esclareceu, porém, que há controvérsia sobre o tipo de ação que se deve tomar em relação à doença. "Não há consenso entre órgãos com os ministérios da Agricultura e da Saúde sobre vacinar, tratar ou sacrificar os animais. As vacinas existentes foram aprovadas pela Agricultura, mas não pela Saúde."

A veterinária da Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda) Anamaria Brenner alertou que não se pode simplesmente decidir pela vacinação em massa de animais. Destacou que o custo da vacina é alto (cerca de R$ 220,00) e questionou de onde sairiam as verbas para custear o procedimento. "E os proprietários nas áreas urbanas da cidade? Será preciso fazer uma campanha de conscientização junto à população para que também vacinem seus cães."

Vereadores

O presidente da Cosmam, vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), sugeriu que os órgãos envolvidos discutam uma forma de viabilizar economicamente a vacinação em massa. Propôs ainda que a Seda promova campanhas educativas, especialmente no bairro Lageado, informando a população sobre a importância de cuidados na crianção dos cães domésticos.

Aldacir Oliboni (PT) sugeriu que os órgãos de fiscalização façam o monitoramento dos animais infectados e acredita que o controle biológico, de combate ao mosquito transmissor, deve ser implementado até que se chegue a uma definição sobre a vacinação.

Os vereadores Dr. Raul (PMDB) e Beto Moesch (PP) também participaram da reunião.

O que é a leishmaniose?

É uma doença transmitida ao cão por um protozoário através de mosquitos flebotomíneos. Tem duas formas: cutânea e visceral. A forma mais grave é a visceral, que, se transmitida ao ser humano, atinge órgãos como fígado, baço e medula óssea, podendo levar à morte principalmente pessoas com baixa imunidade.

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)