Plenário

Tribuna Popular discute os perigos da psoríase

Presidente da Psoríase Brasil, Gládis Lima, alertou sobre o preconceito sofrido pelos portadores da doença.

  • Exposição acerca da gravidade da doença psoríase. Na foto: Presidente da Psoríase Brasil Gládis Lima
    Gládis Lima: "Enfermidade afeta mais de 5 milhões de brasileiros e 3% da população mundial" (Foto: Josiele Silva/CMPA)
  • Vereador José Freitas na tribuna do plenário
    Projeto de José Freitas (PRB) cria a Rede de Atenção às Pessoas com Psoríase (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)

A falta de informação e os perigos da doença de pele Psoríase foram discutidos na Tribuna Popular, durante a sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (7/12) no plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A presidente da Psoríase Brasil, Gládis Lima, falou aos vereadores sobre as dificuldades de tratamento e as escassas políticas públicas para auxiliar os portadores da doença. A Psoríase Brasil foi fundada em 2010 com a intenção de fortalecer as associações sobre a doença, a partir de ações integradas para divulgar informações e tentar auxiliar os portadores no tratamento e convivência com a psoríase. A enfermidade afeta mais de 5 milhões de brasileiros e cerca de 3% da população mundial, manifestando-se, normalmente, antes dos 30 anos e após os 50 anos de idade, sendo de difícil diagnóstico. “A psoríase não tem cura, mas tem tratamento”, afirma a presidente, que complementa dizendo que, dependendo do estágio da doença, os remédios são muito caros, dificultando o acesso ao tratamento. 

A psoríase é uma doença inflamatória de pele crônica caracterizada pela presença de manchas vermelhas espessadas e descarnativas. No entanto, em alguns casos mais graves, pode afetar as articulações e causar depressão e isolamento social dos portadores por causa da discriminação. “Ela causa muito constrangimento e dificuldades interpessoais porque as pessoas convivem o tempo inteiro com a doença e ficam se escondendo embaixo de roupas. Os portadores não têm o direito de estar na sociedade porque ela é cruel com o preconceito.” Para Gládis Lima, a discriminação acontece porque a sociedade não sabe que a psoríase não é contagiosa e as pessoas tentam se afastar de quem a possui. “Precisamos informar as pessoas para que saibam que é possível conviver com quem tem psoríase”, finalizou.

O vereador José Freitas (PRB) também falou sobre a doença, comentando que têm vários amigos que sofrem com a enfermidade e que está tramitando na Casa um projeto de lei que institui uma Rede de Atenção às Pessoas com Psoríase. “Quero pedir o apoio de todos os colegas para quando vier a votação se sensibilizem e, se puderem, estudem o tema e coloquem emendas para melhorar este projeto, que vai ajudar milhares de pacientes.” Já Fernanda Melchionna (PSOL), que possui a doença, parabenizou a Psoríase Brasil por tirar da invisibilidade essa enfermidade crônica e grave. “A doença não tem cura, mas o preconceito sempre tem. Precisamos de campanhas informacionais e que o Ministério da Saúde dê mais atenção para a psoríase, a fim de que possamos avançar no acesso ao seu tratamento.”

Segundo a vereadora Sofia Cavedon (PT), "é importante essa mobilização para mostrar tanta dor, preconceito e dificuldade de inserção social causadas pela doença. Precisamos chamar a atenção da sociedade para a psoríase e outras doenças. É assustador que tenhamos redução nos investimentos em saúde no município de Porto Alegre. Contem com a bancada no PT nesta batalha."

Já o vereador Dr Thiago Duarte (DEM) afirmou que os portadores de psoríase sofrem com preconceito e descriminação social. "Existe muito desconhecimento por parte das pessoas em relação à psoríase. As crianças sofrem com bullying no colégio. Também se trata de uma patologia de difícil diagnóstico. O vereador José Freitas está de parabéns pela sua iniciativa", afirmou.

Texto: Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
           Jonathan Colla (Reg. prof. 18352)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)