Tribuna Popular

Sindipolo contra negociação entre Petrobras e Braskem/Odebrecht

Rodrigues ocupou a Tribuna Popular Foto: Elson Sempé Pedroso
Rodrigues ocupou a Tribuna Popular Foto: Elson Sempé Pedroso

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo/RS (Sindipolo), Carlos Eitor Machado Rodrigues, ocupou a Tribuna Popular, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (30/3), para pedir o apoio da Câmara Municipal contra a negociação que está sendo feita entre a Petrobras e a Braskem, empresa do grupo baiano Odebrecht que atua no ramo petroquímico. De acordo com Rodrigues, a negociação poderá resultar na passagem do controle acionário do complexo industrial gaúcho para o grupo baiano, que já controla o Pólo de Camaçari, na Bahia. Ele alertou que o governo federal deverá tomar uma decisão sobre o assunto nesta sexta-feira (31/3). Pelas tratativas, a Petrobras indicaria os ativos que entregaria em troca do aumento de sua participação na Braskem. Poderiam entrar os 15% que a Petrobras tem na Copesul, a Triunfo e 40% que tem na Petroquímica Paulínia (SP).

“Seria o primeiro passo para que este grupo econômico assuma o controle do Pólo gaúcho e, em conseqüência, do mercado petroquímico, pois cerca de 80% estarão nas mãos da Odebrecht”, disse Rodrigues. Desta forma, explicou, os preços de produtos petroquímicos ficarão subordinados à vontade da Braskem/Odebrecht, cujas decisões estão centralizadas na Bahia. “Haverá demissão de muitos trabalhadores do Pólo de Triunfo, tal como em 2002, quando a Braskem assumiu o Pólo baiano de Camaçari.”

O Sindipolo defende que a Petrobras aumente sua presença no Pólo de Triunfo, integrando atividades com a Refinaria Alberto Pasqualini e aumentando sua participação na Copesul, passando dos atuais 15% para 30%, garantindo investimentos para duplicar a produção da empresa. “A Petrobras tem potencial maior para gerar emprego e desenvolvimento. Somos contra a negociação que está sendo feita com a Braskem.” Ele alertou, no entanto, que a decisão será tomada pelo governo federal, que controla a Petrobras, e disse ter informações de que técnicos da estatal são contrários à negociação, mas estão subordinados ao governo.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Dr. Goulart (PDT) e os vereadores Raul Carrion (PCdoB), Elói Guimarães (PTB) e Carlos Comassetto (PT), em nome de suas bancadas, manifestaram apoio ao movimento.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)