Plenário

Uber é assunto principal nos tempos de Lideranças

Janta, autor do projeto que proíbe o Uber na Capital, no plenário lotado Foto: Elson Sempé Pedroso
Janta, autor do projeto que proíbe o Uber na Capital, no plenário lotado Foto: Elson Sempé Pedroso (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
No período destinado às comunicações de Lideranças, na tarde desta quarta-feira (25/11), o prinicipal tema debatido pelos vereadores de Porto Alegre foi o aplicativo Uber, de transporte individual de passageiros:

UBER - Clàudio Janta (SDD) afirmou que o clamor das ruas deve sempre ser escutado pelo poder público. "Estão dizendo que nós devemos permitir o transporte de pessoas em veículos particulares, mas não conseguirão com esta pressão", disse. O vereador destacou que a empresa que quer regulamentar o Uber em Porto Alegre está pressionando os parlamentares de forma irregular e imprópria. "Esta empresa está mentindo e fazendo coisas mirabolantes para regulamentar o Uber na Capital", ressaltou. Janta afirmou que, no México, é o poder público quem regulamenta o transporte de pessoas nas cidades e que é preciso copiar a forma como aquele país procede. (JD)

UBER II - Jussara Cony (PCdoB) cumprimentou os sindicatos presentes no plenário e disse que é preciso avançar muito na mobilidade urbana em Porto Alegre. "Para nós, o serviço de transporte deve ser 100% público, e o Uber não admite esse tipo de regulamentação", destacou. A vereadora ressaltou que é necessário discutir a qualidade dos transportes em Porto Alegre e que o debate abrange a questão de livre mercado e do neoliberalismo. "E se houver um acidente com alguém que use o Uber? Eu gostaria de saber o que iria acontecer com essa pessoa, já que o transporte não seria regulamentado", questionou. Jussara afirmou que o PCdoB é favorável ao serviço público, bem como ao transporte popular na Capital. (JD)  

UBER III - Bernardino Vendruscolo (PROS) afirmou que não conhece o sistema Uber e que nunca teve a oportunidade de usá-lo. "Por isso, vou votar contra o projeto que regulamenta o Uber", disse. Contudo, o vereador destacou que acredita que chegou o momento de as lideranças sindicais dos taxistas promoverem ajustes tecnológicos nos seus carros, para atender as expectativas da sociedade, que está, cada vez mais, modernizada. "Está nas mãos dos senhores o avanço tecnológico dos táxis de Porto Alegre, e é preciso repensar as melhorias que estão sendo apresentadas para melhorar o trânsito da Capital", ressaltou. (JD) 

UBER IV - Mônica Leal (PP) afirmou que não consegue entender o porquê de votar um projeto que proíbe algo que é ilegal. “Nós deveríamos estar debatendo a regulamentação de um serviço que a população quer. Sou a favor do Uber, tendo em vista que é uma ferramenta que propõe melhorias”, disse. A parlamentar enfatizou que os vereadores devem se aprofundar, estudar e incentivar a regulamentação daquilo que o povo está clamando. “Defendo a livre iniciativa e concorrência. Eu sou a favor de tudo que está dentro da lei. Neste momento, devemos ter responsabilidade e trabalhar para a construção de uma lei que inclua o Uber na legislação da Capital”, conclui. (LV)

UBER V - João Bosco Vaz (PDT) enfatizou que sua posição é clara e definitiva e afirmou que a Câmara é uma casa de debate, onde os vereadores têm o direito de se expressar. “Quando vieram as tecnologias, pensei em criar um aplicativo para o transporte escolar, mas não pode porque tem lei. Eu estudei, fiz pós-graduação e mestrado e hoje não precisa mais diploma de jornalista. Aí o taxista investe e vem um aplicativo na mão grande passar sob as leis existentes aqui”, exemplificou. Bosco destacou que problemas existem em todas as categorias, inclusive entre os taxistas, mas isso não significa autorizar um serviço que diante, das leis da Capital, é classificado como pirata. (LV)

UBER VI
 - Saudando os taxistas presentes nas galerias, Fernanda Melchionna (PSOL) apontou que o debate em torno do aplicativo Uber não poderia desconsiderar que se trata de uma grande empresa multinacional capitalista que começou a operar em diversos países sem qualquer regulamentação. "É verdade que temos também queixas e casos graves envolvendo os taxistas da cidade. Porém, de modo nenhum, acredito que isso seja pretexto para condenarmos toda uma categoria. Além disso, uma empresa com capital milionário internacional não pode entrar em Porto Alegre e deixar pouco retorno", opinou, reafirmando que se manteria ao lado dos trabalhadores taxistas. (CV)

UBER VII - Elizandro Sabino (PTB) fez detalhada exposição de argumentos em relação à discussão do aplicativo Uber até o momento. Conforme Sabino, o Executivo municipal compreende que seria importante criar um grupo de trabalho para tratar o assunto. Ele mencionou a lei federal que regulamenta a profissão de taxista e prevê que, para realizar esse trabalho, é preciso de autorização municipal. "Eu apoio incondicionalmente, nesse primeiro momento, o projeto de lei do vereador Clàudio Janta (SDD)", revelou. (CV)

UBER VIII - Na análise de Reginaldo Pujol (DEM), a discussão a respeito do aplicativo Uber poderia ser abreviada. "É lícito desenvolver atividades contrariando a lei? Não! Deu, acabou, já há lei que trate disso", recordou. Pujol alegou que taxistas, ainda que contrariados, cumprem determinações legais. Ademais, ele defendeu o grupo de condutores de carros laranjas do que chamou de "concorrência desleal e predatória". "Contem comigo contra o Uber. Fora da lei não há solução", afirmou. (CV)

UBER IX - Com quatro décadas de experiência no serviço público, Airto Ferronato (PSB) desafiou o aplicativo estadunidense a respeitar e atender as leis da capital gaúcha. "Porto Alegre não é a casa da mãe Joana", esclareceu. Ferronato ponderou, entretanto, que a votação do projeto de lei na tarde desta quarta-feira fosse uma jogada política arriscada. "Já temos lei sobre o tema que proíbe algo como o Uber. Há chance de aprovarmos essa lei hoje e depois a Justiça invalidá-la; daí acabou a história", advertiu. (CV)

AGRADECIMENTO - Pérola Sampaio (PT) afirmou que é motivo de muita satisfação poder estar na tribuna como vereadora de Porto Alegre. "Agradeço a todos movimentos sociais que estiveram conosco nesta semana e que puderam acompanhar a nossa prestação de contas à sociedade, com a apresentação de projetos e a participação ativa no plenário", disse. A vereadora destacou todos os projetos protocolados por ela e por seus colegas de partido que também tomaram posse na Semana da Consciência Negra. "Sem luta, não há vitória, e acredito que fizemos a nossa parte na luta por um parlamento mais justo e abrangente", concluiu. (JD)

Texto: Lisie Venegas (reg. prof. 13.688)
         Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
         Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)

Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)