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Vereador apresenta Marielle Franco para nome de rua no Aberta dos Morros

Movimentação de Plenário. Na foto, o vereador Rodrigo Maroni na tribuna.
Vereador Maroni na tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre (Foto: Andielli Silveira/CMPA)

Está em tramitação na Câmara Municipal de Porto Alegre o projeto de lei do legislativo do vereador Rodrigo Maroni (Pode), que denomina como Rua Marielle Franco logradouro público conhecido como Passagem 5.022, localizado no Bairro Aberta dos Morros. De acordo com a proposta, as placas denominativas conterão, abaixo do nome, os seguintes dizeres: Vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Homenageada

Marielle Francisco da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 27 de julho de 1979. Foi uma socióloga, feminista, defensora dos direitos humanos e política brasileira. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSol), elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro para a Legislatura 2017-2020, durante a eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação. Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros junto a Anderson Pedro Mathias Gomes na região central do Rio de Janeiro.

Com criação católica, nasceu no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, e se apresentava como "cria da Maré". Em 1990, aos 11 anos de idade, começou a trabalhar, usando o salário para ajudar a pagar os seus estudos. Posteriormente, também exerceu a função de educadora infantil em uma creche. Em 1998, Franco deu à luz sua primeira e única filha, Luyara. Naquele mesmo ano, matriculou-se na primeira turma de pré-vestibular comunitário oferecido no Complexo da Maré. Em 2000, começou a militar pelos direitos humanos, depois de uma de suas amigas ser atingida fatalmente por uma troca de tiros entre policiais e traficantes na Maré.

Em 2002, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estudando Ciências Sociais com uma bolsa integral obtida pelo Programa Universidade para Todos (Prouni). Após se graduar em Ciências Sociais, concluiu um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu a dissertação intitulada "UPP - A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro". Franco identificava-se como parte da comunidade LGBT e, em 2017, mudou-se para o bairro carioca da Tijuca com sua companheira Mônica Benício e sua filha Luyara.

Em 2016, em sua primeira disputa eleitoral, foi eleita vereadora na capital fluminense. Com mais de 46 mil votos, foi a quinta candidata mais votada no município e a segunda mulher mais votada ao cargo de vereadora em todo o país. Marielle Franco foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço, por volta das 21h30min de 14 de março de 2018, quando também foi assassinado Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do veículo em que a vereadora se encontrava. De acordo com a Human Rights Watch, o assassinato dela relacionou-se à "impunidade existente no Rio de Janeiro" e ao "sistema de segurança falido" do estado.

Texto: Matheus Lourenço (estagiário de Jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Tópicos:Rio de JaneiroVereadoraMarielle Franco