Comissões

Vereadores conhecem Projeto Motociclista Seguro

Segundo o Detran, 80% dos acidentes de moto com óbito são ocasionados por homens, e a Avenida Protásio Alves é a mais perigosa

Pautas: Estatísticas estaduais do Detran/RS sobre a acidentalidade envolvendo motociclistas no nosso Estado e apresentação do Projeto Motociclista Seguro proposto pelo Programa Vida no Trânsito para o Município de Porto Alegre.
A Cedecondh recebeu técnicos de órgãos municipais e estaduais de trânsito e saúde (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
Com objetivo de conhecer o projeto Motociclista Seguro, proposto pelo Programa Vida no Trânsito, e a apresentação de estatísticas estaduais do Detran/RS sobre a acidentalidade envolvendo motociclistas no Estado, a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), da Câmara Municipal de Porto Alegre, recebeu, na tarde desta terça-feira (29/5), representantes da EPTC, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Detran/RS, Sindimotos e Secretaria Municipal da Saúde (SMS). 

Na apresentação, Rosimeri Bertuzzi Alves, do Detran, demonstrou dados levantados em acidentes com motociclistas entre 2014 e 2017 em vias públicas municipais, estadual e federal. Informou que 80% dos acidentes com óbitos são ocasionados por homens e que a frota de motociclistas na Capital é de 12%. Ela disse que as noites de sexta-feira, sábados e domingos em Porto Alegre são as que apresentam maior número de acidentes. Falou também que na Capital a avenida Protásio Alves é a mais perigosa, com 14 mortes.  “Depois temos a João de Oliveira Remião, seguida pela Bento Gonçalves e Assis Brasil.”  

Quanto às BRs, Rosimeri demonstrou que a 116 é a que apresenta maior número de acidentes, seguida da 386, 290 e 392. Já nas estaduais, segundo ela, a RS-239 é a mais perigosa. “Depois temos a 040, a 453 e a 122.” 

Quanto aos municípios, segundo dados levantados, Porto Alegre, por sua população, apresenta o maior índice de óbitos. “Foram 171 acidentes com 176 mortes neste período”, declarou a representante do Detran/RS. Na sequência, informou que as cidades de Pelotas, Canoas, Alvorada e Caxias do Sul são tão perigosas quanto. “Estas cidades tem uma característica que influencia muito. Elas são cortadas por rodovias”, declarou. Além destes fatores, segundo Rosimeri, o consumo de álcool pelos motoristas e as condições climáticas são bastante relevantes. 

Gelson Luiz Guarda, também do Detran/RS, falou dos programas que estão em andamento na cidade. Segundo ele, a Balada e a Viagem Segura são os principais. “Estamos mudando a cultura dos brasileiros”, afirmou. Falou também que as escolas, através da conscientização das crianças, têm ajudado muito.

Rafael Pereira, da PRF, considerou que algumas rodovias são mais críticas. “A BR-116 é uma delas, pois os motociclistas andam entre os carros e caminhões”, disse. Afirmou também, que, na BR-392, em Santa Maria, o número de acidentes fatais é considerável. Ele informou que a PRF conta hoje com 650 agentes para atender todas as rodovias do Estado. 

Luciana Farias, da EPTC, disse que o trabalho que os agentes de trânsito realizam em Porto Alegre tem a intenção de diminuir o número de acidentes. “Nossa intenção é fazer com que tenham em mente que nosso propósito é ajudar”, declarou.

Karla Livi, da SMS, falou do Programa Vida no Trânsito, realizado em parceria com a EPTC e o Detran/RS. “Desenvolvemos políticas voltadas para a segurança no trânsito, além de fornecimento de subsídios para os gestores”, disse. Karla declarou que dos 90 óbitos registrados no trânsito em Porto Alegre em 2017, 39% foram de motociclistas. “O consumo de álcool, o excesso de velocidade e a falta de habilitação contribuíram muito para este dado”, lamentou. 

No final do encontro, a presidente da Cedecondh, vereadora Comandante Nádia (MDB), propôs que os programas sejam apresentados na Câmara, através de um seminário. “Também podemos ser agentes transformadores”, considerou. Ela acatou ainda a sugestão do vereador João Bosco Vaz (PDT), que pediu que o governo demonstre onde é aplicado o dinheiro arrecadado nas multas. Segundo Bosco, 5% devem ser destinados para educação no trânsito. Também participaram da reunião os vereadores Marcelo Sgarbossa (PT), Mônica Leal (PP) e Prof. Alex Fraga (PSOL). 

Texto: Regina Andrade (reg. prof. 8.423)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)