Plenário

Vereadores criticam declarações do prefeito sobre o Legislativo

Declarações de Marchezan na imprensa, nesta quarta-feira, foram rebatidas pelo plenário

  • Movimentação de Plenario.
    Vereador Aldacir Oliboni sugeriu o uso de Direito de Resposta (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
  • Movimentação de Plenario.
    Moisés Barboza disse que irá buscar esclarecimentos no Paço Municipal (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

Durante o período de Lideranças da Sessão Ordinária desta quarta-feira (17/10), vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre falaram a respeito de declarações do prefeito Nelson Marchezan Júnior, vinculadas nesta data pela imprensa da capital:

GOVERNO - João Bosco Vaz (PDT) elogiou pronunciamento do vereador Valter Nagelstein (MDB), no qual criticou as ações do Governo Municipal. Segundo ele, as palavras retrataram “o sentimento do cidadão porto-alegrense”. O vereador questionou a postura do prefeito, Nelson Marchezan Júnior, que estaria trancando a votação de projetos dos vereadores, além de mandar “retirar quórum de onze sessões consecutivas” em votações de projetos do próprio Executivo. Ao dizer que “ninguém aceita ser secretário de seu governo”, o vereador disse acreditar que Marchezan Júnior não possui equilíbrio emocional para ocupar cargo de prefeito. “Faz o seguinte, vai tomar um Gardenal, vai tomar um Rivotril, que essa Casa não aguenta mais”, ironizou. (MC)

GOVERNO II - Líder do governo na Câmara, Moisés Barboza (PSDB) disse se sentir surpreendido com a coluna do jornalista Felipe Vieira, na qual afirma que o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, estaria esperando maior produtividade dos vereadores. Segundo ele, a única informação que recebeu do secretário de Comunicação é de que "o prefeito não teria concedido nenhuma entrevista" durante a semana, e se propôs a esclarecer o ocorrido. “Com toda humildade e transparência terei que buscar no Paço Municipal o esclarecimento necessário”, disse. (MC)

GOVERNO III - Sofia Cavedon (PT) afirmou que o mal-estar do Executivo com o Legislativo não se originou no Parlamento. De acordo com ela, o Legislativo realizou inúmeros esforços para resolver crises em diversas áreas, desde a realização de reuniões ou de visitas em locais do município. Considera que o Prefeito não apenas não faz, mas também prejudica a cidade. “No mínimo, deveria ter a dignidade de assumir que foi a Câmara que tratou da greve de 40 dias dos servidores municipais. Lamentável que o município tenha que conviver com um Prefeito desta natureza”, pontuou. No seu entendimento, o Legislativo segue cumprindo seu papel de defender a cidade da negligência e de projetos que prejudicam Porto Alegre, que ocorrem principalmente por meio do desmonte de políticas fundamentais. (AM)

GOVERNO IV - “Lamentável a declaração do prefeito. Como um moleque, sai atribuindo suas irresponsabilidades aos outros”, considerou Dr. Thiago (DEM). Para ele, quem produz pouco e gera retrocesso à cidade é a Prefeitura Municipal. Citando diversos exemplos, justificou a qualificação. O caso mais notório, conforme o vereador, foi o da votação do projeto do IPTU, a pauta tinha sido acordada entre os líderes, mas o governo sempre retirou o quórum de sua base nas sessões de votações. “O desrespeito com o parlamento mostra que ele não tem noção da posição que deveria ocupar. A Câmara precisa avançar e reforçar seu respeito”, disse, declarando a necessidade de um pedido de desculpas. (AM)

GOVERNO V - Aldacir Oliboni (PT), lembrando da lei de direito de resposta na imprensa, disse que, se fosse pertinente, poderia ser uma opção requisitada pelo parlamento. Denunciou que este tipo de tentativa de transferir a responsabilidade sobre a situação da cidade para o Legislativo não seria a primeira, é uma ação reincidente na gestão de Nelson Marchezan Júnior. Reiterou o que o vereador Dr. Thiago (DEM) havia dito, sobre as diversas votações que foram impedidas de acontecerem por retirada de quórum da base do governo nas sessões. Defendeu a eficácia do parlamento, explicando que uma das responsabilidades é fiscalizar as ações do poder Executivo. Nesse sentido, detalhou que as Comissões da Câmara têm realizado diversas reuniões e saídas a campo, concluindo averiguações de falhas na gestão do Prefeito Municipal. (AM)

GOVERNO VI - Prof. Alex Fraga (PSol) declarou preferir aguardar a confirmação do líder do governo na Câmara sobre a veracidade das informações divulgadas na imprensa, antes de criticar o prefeito. Todavia, destacou que existem diversos outros motivos para crítica do governo. A situação de algumas escolas municipais, que considera lamentável, é um dos principais pontos. Lamentou que o déficit na área educacional, notificado ao secretário de Educação e divulgado pela imprensa, não tenha sido resolvido. Também tentou elucidar quanto as responsabilidades do parlamento: “Somos fiscalizadores, verificamos problemas. Diariamente percorremos a cidade, não existem momentos de descanso”. “Pedimos providências e elas não são atendidas. Que olhe para seu umbigo e não nos envergonhe mais”, complementou, questionando quem, de fato, não estaria trabalhando. (AM)

Textos: Matheus Closs (estagiário de jornalismo)
           Alex Marchand (estagiário de jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)