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Coester defende Aeromóvel para recuperar transporte coletivo

Empresário garante que o modelo tem baixo custo energético e oferece rapidez e qualidade aos passageiros

  • Comissão organiza reuinião para debater sobre o Aeromóvel como solução para o transporte em Porto Alegre. Na foto, da Esquerda para à direita, os vereadores Felipe Camozzato, João Carlos Nedel e o Presidente da Aeromóvel Brasil S.A, Marcus Coester.
    Marcus Coester (d) falou aos vereadores da Cefor hoje pela manhã (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Comissão organiza reuinião para debater sobre o Aeromóvel como solução para o transporte em Porto Alegre.
    Felipe Camozzato, João Carlos Nedel e Lourdes Sprenger receberam o diretor (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

O empresário Marcus Coester, diretor executivo da Aeromóvel Brasil S.A. declarou, na manhã desta terça-feira (24/4), que a tecnologia do Aeromóvel é conceitualmente moderna e eficiente, e o modelo para a sua implantação é autossustentável. “Com vontade política e um estudo de viabilidade que garanta um mínimo de 10 mil usuários pagantes para cada quilômetro de vias suspensas implantadas, existem investidores dispostos a tocar o projeto”, disse ele à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor), da Câmara Municipal de Porto Alegre. 

De acordo com Coester, os estudos de linhas do Aeromóvel na Capital demonstraram que é mito a alegação de que o modelo não comporta um alto volume de passageiros. “Ao contrário, ele aponta maior retorno em trechos de concentração urbana, em regiões centrais, sendo capaz de garantir maior rapidez e qualidade aos passageiros”, salientou. O diretor disse também que a viabilidade econômica do Aeromóvel está provada. “Ele tem um custo reduzido de consumo de energia, para a construção da via elevada e trilhos, pelo menor peso dos veículos - que não dispõem de motor e são movidos pela propulsão de ar provocada por grandes turbinas -, com capacidade entre 150 e 600 passageiros”, afirmou. Para justificar que o modelo é viável, declarou que “a autonomia-dia pode chegar a 24 mil passageiros por linha, semelhante ao volume do corredor de ônibus da Assis Brasil, que está na faixa de 20 mil pessoas transportadas”. 

O empresário destacou ainda que já são 65 projetos do Aeromóvel em curso, dentro e fora do Brasil, citando o exemplo da Colômbia, onde uma linha de 18 quilômetros deverá ligar o aeroporto de Medellín à cidade vizinha de Rio Negro. Coester falou da situação de Canoas, alegando que a interrupção da implantação do sistema se deve a “questões políticas”, já que os estudos comprovam a eficácia da linha, semelhante à que faz a ligação do Trensurb com o Aeroporto Salgado Filho. Os recursos foram garantidos pela gestão anterior da Prefeitura junto à Caixa Econômica Federal. “Na linha do aeroporto, em um pequeno trecho, comprovamos, na prática, a eficácia do sistema, pois atraímos diariamente ao metrô de superfície 4 mil novos passageiros. Pessoas que antes não utilizavam o Trensurb.” 

Para garantir a viabilidade econômica aos investidores, no entanto, Coester lembra que é preciso simplificar o processo de implantação das estações, que devem ser simples, “semelhantes às das paradas de ônibus, apenas para o rápido embarque e desembarque”. Com isso, segundo ele, foi garantida a operação do sistema com uma tarifa, hoje, de aproximadamente 1,20 dólar, ou cerca de R$ 4,00.  

Filho de Oscar Coester, inventor do Aeromóvel, Marcus diz que o pai foi visionário. Engenheiro da Varig, dez anos após iniciar o projeto, ele pediu demissão do emprego para se dedicar ao sonho da sua vida. “Isso na época foi considerado uma loucura por todos. É como hoje ser demissionário de um Google da vida”, comparou. O empresário reiterou que o modelo tecnológico do Aeromóvel não pretende concorrer com as empresas operadoras dos demais modais de transporte. "Apenas estamos oferecendo aos governos e a essas mesmas empresas algo novo, moderno, que se utiliza de uma via elevada segregada e, portanto, sem interrupções em cruzamentos, de baixo custo energético, sustentável e que permite maior eficiência para garantir um processo de recuperação de passageiros do que os modais coletivos a diesel vêm perdendo, devido ao colapso, ao esgotamento gerado pelo alto custo e a baixa efetividade, em razão da demora das viagens e tempo de espera”, disse. 

A reunião da Cefor foi presidida pelo vereador João Carlos Nedel (PP), que destacou a importância de trazer o tema para o Legislativo. "Temos que olhar com atenção para projetos como esse, de tecnologia local e que pode contribuir para desfazer o nó do sistema de transporte coletivo da Capital", assinalou. Nedel ainda lembrou que o tema deverá ser tratado também no âmbito da Frente Parlamentar do Transporte. O encontro da Cefor desta terça contou também com as presenças dos vereadores Felipe Camozzato (NOVO) e Lourdes Sprenger (PMDB).

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)