Cosmam

Entidades ressaltam importância da doação de órgãos e tecidos

  • Reunião para abordar sobre ações de incentivo ao Setembro Verde. Na foto, Dr. Valter Duro Garcia, representante da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
    Médico Valter Garcia destacou importância das campanhas de doação de órgãos e tecidos (Foto: Martha Izabel/CMPA)
  • Reunião para abordar sobre ações de incentivo ao Setembro Verde. Na foto, a Presidente do Coren-RS, senhora Rosangela Gomes Schneider.
    Rosangela Schneider relatou trabalho de profissionais, autarquias e universidades em prol da cultura doadora (Foto: Martha Izabel/CMPA)

Em reunião virtual nesta terça-feira (21/9), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre tratou da necessidade de ampliar ações visando a incentivar o Setembro Verde, que é dedicado à conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Na oportunidade, parlamentares e entidades ressaltaram que potencializar a iniciativa junto à sociedade é fundamental, especialmente, com o advento da pandemia pela covid-19, que ocasionou o represamento de transplantes e doações.

Representando a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, o médico Valter Garcia afirmou ser muito importante ampliar as campanhas de doação. “É uma tarefa de importância tornar o fim da nossa vida a salvação de outras pessoas. O transplante é a única forma de tratamento que depende da sociedade, tem que estar junto, participar, entender e ser valorizada neste processo. Esperamos retomar as doações e transplantes. Temos 16 doadores por milhão no Rio Grande do Sul; Paraná e Santa Catarina já estão com quase 40. A negativa das famílias é de 42%; ou seja, de cada dez famílias, seis autorizam e quatro negam”, lamentou.

Ao falar sobre o impacto da pandemia, o coordenador adjunto da Central Estadual de Transplantes, Departamento de Regulação Estadual, Diego Fraga Pereira, destacou ser inegável o aumento da fila de espera. “Transplantes de córnea tiveram mais de 900% de aumento; em transplantes de rim, o aumento foi de 25% nesse último período da pandemia, e a redução de 10% a 20% nas possibilidades de doações. Nossa Central coordena praticamente todo o processo, desde o diagnóstico da morte encefálica, conversa com familiares, transporte de órgãos e contato com as equipes de transplantadores”, disse.

A presidente voluntária da Diretoria Executiva Viavida Pró-Doações e Transplantes, Maria Lucia Kruel Elbern, destacou o trabalho desenvolvido pela entidade, principalmente, no que se refere à área educacional e de conscientização da população, com o apoio de cerca de 70 voluntários. “Mantemos uma casa de hospedagem desde 2004 em apoio às famílias. Com a pandemia, reduzimos muito as ações, mas nosso enfoque continua na doação de órgãos e na prevenção para que menos pessoas entrem nessa lista de espera. Quase 49% das famílias dizem que o falecido não era doador e somente 5% desconhecem a vontade do mesmo. Precisamos fazer um trabalho muito grande”, salientou.

A presidente do Conselho Regional de Enfermagem, enfermeira Rosangela Schneider, contou sobre o trabalho conjunto da autarquia, especialmente, com universidades e profissionais sobre a importância da cultura doadora. “A enfermagem gaúcha tem muito a contribuir neste processo, pois estamos sempre ao lado de quem vai doar ou receber e dos familiares”, finalizou.

Vereadores

Ao reforçar a relevância do Setembro Verde, o presidente da Cosmam, vereador Jessé Sangalli (Cidadania), disse que “já solicitamos à Mesa Diretora que, em homenagem ao Setembro Verde e também ao Amarelo, de prevenção ao suicídio, fosse feita a iluminação do prédio da Câmara para tratar dessas questões da conscientização da população sobre a importância dos temas”, informou.

A proponente da reunião, vereadora Cláudia Araújo (PSD), lembrou que o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, estando atrás apenas dos Estados Unidos. “Precisamos trabalhar todos os meses do ano essa questão com campanhas informativas, melhorar as condições de acesso das pessoas para que possam fazer seus transplantes. Quando a gente morre, o que fica é o nosso corpo físico; então, por que não ser doador? Precisamos desmistificar isso, para que as pessoas sejam doadoras de órgãos”, pontuou, fazendo a sugestão de que o tema deve ser debatido desde a educação infantil, para que, de forma lúdica, as crianças possam entender a importância do tema desde cedo.

A vereadora Psicóloga Tanise Sabino (PTB) destacou que o mês de setembro é marcado por algumas campanhas, como também o Setembro Amarelo. “Apoio também a causa, porque entendo que é um ato de amor, de solidariedade e que salva vidas. Fico imaginando a dor, a aflição e a ansiedade de quem está na fila à espera da doação de um órgão e a expectativa de um recomeço”, salientou.

A reunião também contou com a participação dos vereadores Aldacir Oliboni (PT) e José Freitas (Republicanos) e da vereadora Lourdes Sprenger (MDB), além de representes de instituições de saúde e de entidades ligadas ao tema em debate.

Texto

Bruna Mena Bueno (reg. prof. 15.774)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Setembro Verdetecidosdoação de órgãos