ATA DA VIGÉSIMA
SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEGUNDA LEGISLATURA, EM 13.04.1998.
Aos
treze dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se,
no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Motta,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante
a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio
Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães,
Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário,
Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Tereza Franco.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da
Vigésima Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Décima Nona Sessão
Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência de "quorum"
deliberativo. À MESA foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução
nº 20/98 (Processo nº 1159/98); pelo Vereador Adeli Sell, 01 Pedido de
Providências, os Pedidos de Informações nºs 43, 44 e 45/98 (Processos nºs 1116,
1117 e 1118/98, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 45/98
(Processo nº 1057/98); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 03 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providências e as
Indicações nºs 23 e 24/98 (Processos nºs 1112 e 1113/98, respectivamente); pela
Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações
nº 42/98 (Processo nº 1103/98); pelo Vereador Elói Guimarães, a Indicação nº
22/98 (Processo nº 1097/98); pelo Vereador Fernando Záchia, o Pedido de
Informações nº 41/98 (Processo nº 1101/98); pelo Vereador Hélio Corbellini, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 04/98 (Processo
nº 1093/98); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências;
pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador José
Valdir, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 06/97
(Processo nº 482/97); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador Renato Guimarães, as Indicações nºs 25, 26 e 27/98 (Processos nºs
1143, 1146 e 1147/98, respectivamente). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 147/98,
do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do
Executivo nº 10/98 (Processo nº 1173/98). Também, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamentos:
de autoria do Vereador Nereu D'Ávila, dos Projetos de Lei do Legislativo nºs
54/91, 28, 50 e 141/96 (Processos nºs 947/91, 652, 951 e
2229/96, respectivamente). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 02/98, da Senhora Rosângela de Campos,
Presidenta da Associação dos Servidores do Hospital de Pronto Socorro de Porto
Alegre; 1027/98, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do
Estado/RS; s/nº, do Deputado Federal Germano Rigotto; s/nº, do Senhor Cézar
Busatto, Deputado Estadual/RS; Cartão: da Senhora Ângela Machado Treptow,
Delegada de Educação - 5ª DE - Pelotas/RS; Telegramas: do Senhor Germano
Mostardeiro Bonow, Secretário de Estado da Saúde e do Meio Ambiente/RS; do
Professor Luiz Moraes Soares; do Senhor Beto Albuquerque, Deputado Estadual/RS;
da Senhora Maria Thereza Druck Bastide, Diretora de Desenvolvimento e
Comunicação do Grupo Habitasul; do Senhor Ivar Piazzeto, Presidente da Pactum -
Consultoria Empresarial Ltda. A seguir, o Senhor Presidente informou que a
Senhora Izabel L'Aryan, Presidenta do Sindicato dos Compositores Musicais do
Rio Grande do Sul, inscrita para ocupar a Tribuna Popular, não se encontrava
presente para fazer uso da palavra. Em continuidade, o Senhor Presidente
registrou o comparecimento, nos termos do Requerimento nº 63/98 (Processo nº
780/98), de autoria do Vereador Hélio Corbellini, do Deputado Estadual Beto
Albuquerque, concedendo a palavra à Sua Excelência, que discorreu acerca de
Projeto de Lei de sua autoria, em tramitação na Assembléia Legislativa do
Estado do Rio Grande do Sul, que trata
da municipalização da inspeção de segurança veicular. Ainda, nos termos do § 1º
do artigo 138 do Regimento, os
Vereadores Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Carlos Garcia, Guilherme
Barbosa, Adeli Sell, Maria do Rosário e Pedro Américo Leal, manifestaram-se e
formularam questionamentos ao Deputado Beto Albuquerque acerca do assunto em
debate. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Deputados
Estaduais Vieira da Cunha e Wilson Müller, do Suplente João Pirulito, do Senhor
Jorge Duarte e dos Senhores Ivo Fortes e Edel Lorena Beck, os dois últimos
integrantes da Executiva Municipal do PSB. Na oportunidade, foi apregoado
Requerimento de Licença para Tratamento de Saúde, de autoria do Vereador
Reginaldo Pujol, para o dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Às quinze horas e
quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, tendo os
mesmos sido retomados às quinze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a
existência de “quorum”. Em continuidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou
Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Ávila
comentou nota divulgada na coluna de hoje do Jornalista José Barrionuevo, do
Jornal Zero Hora, segundo a qual a Vereadora Maria do Rosário, Líder da Bancada
do PT, estaria cobrando posturas políticas do PDT e PSB. Nesse sentido,
destacou a ausência de acordos formais entre os partidos mencionados e a
orientação independente seguida pelo PDT. O Vereador Lauro Hagemann referiu-se ao recrudescimento do comportamento
negativo no trânsito observado junto aos motoristas gaúchos, defendeu a
implementação de um programa de educação no trânsito, ressaltando existência de
leis pertinentes ao assunto. O Vereador Pedro Américo Leal reportou-se ao
discurso do Vereador Lauro Hagemann e salientou a importância da tomada de
providências por parte do Governo Estadual, através de uma fiscalização mais
intensa e efetiva e do uso de punições mais severas aos infratores do trânsito.
O Vereador Carlos Garcia teceu comentários a respeito da nota divulgada na
coluna de hoje do Jornalista José Barrionuevo, do Jornal Zero Hora, sobre a
consonância de postura política do PSB com o PT, alegando a independência de
seu partido e justificando as razões das divergências partidárias observadas
durante as votações, nesta Casa, de Projetos de Lei vetados pelo Executivo
Municipal. O Vereador Gilberto Batista manifestou sua preocupação para com as
eleições dos Conselhos Tutelares no município de Porto Alegre, afirmando que os
dados referentes à organização e às datas previstas para essas eleições não
estão sendo devidamente divulgados pelo órgão competente. Na ocasião, face a
Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Clovis Ilgenfritz
e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da publicação
e vigência da Lei Complementar nº 413, promulgada no dia dois de abril do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria do Rosário teceu
considerações acerca das discussões políticas que estão sendo realizadas entre
os partidos políticos de oposição ao Governo Federal, visando ao
estabelecimento de uma aliança para a disputa das próximas eleições. O Vereador
Antonio Hohlfeldt teceu críticas ao Executivo Municipal, solicitando respostas
e soluções às questões que levantou acerca da ausência de fiscalização no
trânsito e colocação de "out-doors" em determinadas áreas da cidade.
O Vereador Fernando Záchia declarou haver falta de interesse do Poder Executivo
Municipal em encaminhar soluções para a área ocupada pelo Sport Club
Internacional, manifestando sua estranheza a declarações efetuadas à imprensa
pelo Prefeito Raul Pont, acerca do assunto. O Vereador Eliseu Sabino referiu-se
a denúncias feitas pela Direção da Escola Municipal Laura Rodrigues, sobre a
retirada da guarda municipal e de atendimento odontológico às crianças dessa
escola, propugnando por soluções imediatas do Executivo Municipal para a
questão. Na oportunidade, através de Questão de Ordem, o Vereador Juarez
Pinheiro registrou o transcurso, no dia de hoje, dos qüinquagésimo aniversário
de fundação do Clube de Cinema de Porto Alegre. Também, face a Requerimento
verbal do Vereador Cláudio Sebenelo, deferido pelo Senhor Presidente, foi
realizado um minuto de silêncio em memória da Médica Fani Job, falecida no dia
nove de abril do corrente. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador
Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão,
por dezesseis votos SIM, sete votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador
João Motta, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson
Almeida, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel,
Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Tereza Franco, Não
os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Décio Schauren, João Motta, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann e Renato Guimarães e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Clovis Ilgenfritz e Maria do Rosário. Após, foi aprovado o
Requerimento verbal do Vereador Antonio Hohlfeldt, anteriormente apregoado,
solicitando a alteração na ordem de apreciação dos Projetos constantes na Ordem
do Dia. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 02/98, por vinte e seis votos SIM, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Gerson Almeida, Elói Guimarães e Cláudio Sebenelo,
tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino,
Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique
Fontana, João Carlos Nedel, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Gilberto Batista. Na oportunidade, o
Vereador Gerson Almeida manifestou-se acerca do Projeto de Lei do Legislativo
nº 02/98, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do assunto.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº
04/98, por vinte e um votos SIM, após ser encaminhado à votação pelo Vereador
Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado
Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Renato Guimarães e Gilberto Batista. Na ocasião, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca do artigo 124 do Regimento. Em
Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 07/98. Foi
aprovado o Requerimento nº 107/98 (Processo nº 1206/98 - autorização para
representar esta Casa no evento “SUS - Um Direito Conquistado em Lei, Um
Caminho a Trilhar em Vacaria”, no dia quinze de abril do corrente), de autoria
do Vereador Henrique Fontana. Foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora
Maria do Rosário, solicitando renovação de votação do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 23/97 (Processo nº 2808/97), após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Nereu D’Ávila e Cláudio
Sebenelo. A seguir, foi votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão,
nos termos regimentais, a qual recebeu sete votos SIM e cinco votos NÃO, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, João Motta, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal e Gilberto Batista e Não os Vereadores Carlos Garcia,
Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro e Maria do Rosário, votação
esta considerada nula face à inexistência de “quorum” deliberativo. Às dezoito
horas e sete minutos, constatada a inexistência de “quorum” deliberativo, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz,
Paulo Brum e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro,
Paulo Brum e Adeli Sell, este como Secretário "ad hoc". Do que eu,
Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos
à
Hoje com o Sindicato dos Compositores Musicais do Rio Grande do
Sul, temos como oradora a Sra. Izabel
L’Aryan, que é a Presidente do Sindicato. (Pausa.)
Na ausência dos companheiros que
requereram a Tribuna Popular, passamos para a fase de Comparecimentos.
Conosco, hoje, o Deputado Estadual Beto
Albuquerque, que veio tratar da questão da municipalização da inspeção de
segurança veicular, através do Requerimento nº 063/98, de autoria do Ver. Hélio
Corbellini.
Convidamos, também, o Deputado Vieira da
Cunha para fazer parte da Mesa Diretora dos trabalhos.
O Sr. Beto Albuquerque está com a
palavra.
O
SR. BETO ALBUQUERQUE:
Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Vereadores, permitam-me que estenda um
fraternal abraço e uma saudação especial em nome dos Vereadores que honram o
Partido Socialista Brasileiro nesta Casa, Ver. Carlos Garcia e Ver. Hélio
Corbellini, em nome dos quais desejamos saudar todos os Vereadores e Vereadoras
desta Casa. Quero saudar, também, o colega Dep. Vieira da Cunha, que se encontra
presente. É muito honroso que possamos estar nesta Câmara de Vereadores,
através de Requerimento aprovado, para aqui abordarmos tema de alta relevância
e de interesse dos municípios do Rio Grande do Sul e, sobremaneira, do
Município de Porto Alegre, e que esta Casa, tenho certeza, tem a meta
fundamental de zelar e de preservar os interesses da comunidade
Porto-alegrense. O novo Código de Trânsito Brasileiro, que entrou em vigor
desde o dia 23 de janeiro, trouxe inúmeras inovações. Entre elas - e vou-me
referir exclusivamente a esta porque é a ela que diz respeito o projeto que
pretendo explicitar aos senhores e senhoras - no art. 104 há uma nova obrigação
a todos os proprietários de veículos automotores que tenham os seus veículos
registrados no Brasil. Qual seja? A obrigatoriedade de, anualmente, submeter o
seu automóvel, o seu caminhão ou a sua motocicleta a uma chamada inspeção
veicular. Até então convivíamos com a chamada vistoria veicular, que é
extremamente diferente daquilo que o novo Código está a impor aos proprietários
de veículos automotores. Com a vistoria veicular nós todos, junto ao DETRAN,
verificávamos se o número do chassi do automóvel não estava adulterado, se a
placa estava afixada adequadamente, se a cor do veículo não estava adulterada,
se o cinto de segurança estava funcionando, se o extintor estava carregado, e
assim por diante. A inspeção veicular de que trata o Novo Código de Trânsito
Brasileiro vai muito além desta obrigação, ou seja, ela obriga a que o
proprietário do veículo submeta o seu veículo automotor a uma inspeção que
atenda às condições de trafegabilidade desse veículo, que são as condições de
direção, de freio, de sinalização, de parte elétrica, as condições estruturais
da carroceria do veículo, e também a medição anual do grau de emissão de
poluentes que cada veículo está a produzir, se é um veículo poluidor ou se é um
veículo que está dentro das normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o
CONAMA, no que diz respeito à emissão de gases. Ora, uma inspeção veicular desse
nível e desse porte gerará, ao proprietário do veículo, mais um encargo, o
encargo de recolher, a propósito de submeter o seu veículo à chamada inspeção
veicular, o desembolso de uma tarifa anual para alguém que venha a executar
esse serviço. Esse é o grande debate que se estabelece no Brasil neste momento,
porque, quando falamos em inspeção veicular, nós estamos falando da
possibilidade, a partir de agora, de cada proprietário de veículo automotor, no
Estado e no País, ter que desembolsar, anualmente, em torno de 50 reais a
pretexto de tarifa para fazer a inspeção de seu veículo. No Brasil, isso
significa um interesse econômico que gira em torno de um bilhão e meio de reais
por ano apenas a pretexto de recolhimento de taxa para a chamada inspeção veicular.
No Rio Grande do Sul, onde temos dois milhões e meio de veículos, eu estou
falando em 130 milhões de reais anuais que circularão a pretexto de taxa.
Obviamente que a inspeção veicular se transformou numa grande indústria de
fazer dinheiro e numa grande indústria de movimentar interesses, porque apenas
decorrente da chamada inspeção veicular outros 20 bilhões de reais circularão,
em nível nacional, a pretexto de consertos, reparos, reposição de peças e
geração de emprego, que poderá, a chamada inspeção veicular, mobilizar em torno
da verificação da condição de trafegabilidade de cada automóvel, de cada
caminhão, de cada motocicleta. Os setores empresariais que, obviamente, lutam,
de forma legítima, por nichos de mercados, estão mobilizadíssimos em torno da
chamada inspeção veicular.
Em 1995, o Conselho Nacional de Trânsito
- CONTRAN - fixou duas resoluções, em nível nacional, a Resolução nº 809 e a
821, pincelando as regras do jogo para a chamada inspeção veicular. Eram
inspeções, sabidamente e por nós denunciadas desde o seu primeiro momento,
altamente comprometidas com os interesses econômicos e que dirigiam o futuro
mercado de inspeção veicular ao interesse de algumas grandes empresas em nível
nacional, especialmente empresas do circuito São Paulo - Rio de Janeiro.
Com o advento do novo Código, desde 23 de
janeiro de 1998, a primeira decisão da nova composição do Conselho Nacional de
Trânsito foi, exatamente, de revogar essas Resoluções, porque segundo o
Presidente do Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - o Dr. José Roberto
Dias de Moraes, essas Resoluções estavam eivadas de cumplicidades com “lobbies”
econômicos que estavam ocorrendo na inspeção veicular e que visavam muito mais
ao interesse econômico do que, efetivamente, a um meio de coibir a chacina que
o trânsito brasileiro promove a cada mês, a cada ano, ceifando e mutilando
vidas de Norte a Sul deste País. Foram revogadas as Resoluções e, portanto, com
isso se pôs por terra a opção que o Governo Antônio Britto, aqui no Rio Grande
do Sul, havia adotado no ano de 1996 de encaminhar a futura inspeção veicular,
no Estado, com vias privadas, através da terceirização para a iniciativa
privada. Esse processo, com o advento da revogação das Resoluções e do novo
Código Nacional de Trânsito, pôs por terra o processo de licitação que vinha em
curso no Rio Grande do Sul para privatizar a chamada inspeção veicular, por uma
razão muito simples: uma licitação, para acontecer, precisa ter objeto
jurídico; nada se licita se isso não houver para apontar o desejo e o objetivo
de uma licitação. A licitação que estava em curso pelo Governo do Estado dizia
respeito ao art. 37 do Código de Trânsito Brasileiro, que foi revogado no dia
23 de janeiro. Hoje, o dispositivo que fala de inspeção veicular no Código
Nacional do Trânsito é o art. 104. Em segundo lugar, o instrumento técnico, o
que instruía a chamada licitação do Governo do Estado para privatização da
inspeção veicular, era um instrumento baseado nos itens técnicos das Resoluções
809 e 821, que há pouco me referi, que foram revogadas e não existem mais. Ora,
se não existe mais um dispositivo do código anterior porque está revogado e, se
não existem mais as Resoluções que embasavam a licitação, não pode mais haver
licitação. De forma que essa licitação que estava em curso e preparava a
entrega de dois milhões e meio de
veículos gaúchos para as mãos de seis ou sete consórcios privados, simplesmente
foi zerada. A pretexto desse episódio é que entramos com um projeto de lei, na
Assembléia Legislativa, prevendo a inversão desses valores, propondo que a
chamada inspeção veicular, antes do debate privado passe pelo debate de
interesse dos municípios, das prefeituras que, com o novo Código de Trânsito,
passaram a receber encargos e ônus pesados referentes ao trânsito que não
tinham antes e que, para cumprir, a partir de agora, dependerão de fontes de
custeio e de estruturas para cumprir com as suas obrigações. Na verdade, o que
se faz, até o momento, quando se fala em municipalização de trânsito, é apenas
transferir aos prefeitos os encargos e os ônus. Os recursos, estamos a debater
se irão para a iniciativa privada ou se irão para os cofres dos municípios.
Nunca é demais lembrar que o Prefeito de Porto Alegre, como o Prefeito de
Canoas, como qualquer prefeito neste País, desde o dia 23 de janeiro, com o
novo Código, está sob a égide da responsabilidade criminal e civil no caso de
acidente de trânsito. Se alguém estiver em qualquer esquina de Porto Alegre
onde não haja faixa de segurança, no caso de um atropelamento, ou uma placa que
indique preferência de via, a
responsabilidade criminal, a partir do novo Código de Trânsito, passa a ser da
autoridade máxima do município, o Chefe do Executivo. A obrigação de sinalizar todas as vias, seja de forma
horizontal ou através da política de semáforos, é dos municípios. A fiscalização do trânsito passou a ser dos
municípios. No Rio Grande do Sul, a maioria dos municípios têm apenas até o mês
de outubro para rescindir o acordo com a Brigada Militar e passar, a partir
daí, a ter que responder, com estrutura própria sua, pela política de fiscalização. Como farão os
Prefeitos para implementar tantas medidas, para se prevenir frente à
responsabilidade criminal, se apenas até então se deu aos municípios a receita
proveniente de multas? A multa é uma fonte de receita completamente
contraditória, porque, se o Município quer implementar uma política de
saneamento de trânsito, nós não podemos apostar na multa, nós temos que apostar
no fim da infração. Se acabar a infração, acaba a receita do Município ou o
Prefeito vai ter que fazer vista grossa, estimular a infração para ter receita.
O que nós queremos com esse Projeto de municipalização na inspeção veicular é
assegurar ao Município uma fonte real e permanente de receita, capaz de
suportar esta tarefa de inspecionar os veículos e outras tantas que foram
agregadas ao interesse dos municípios no que diz respeito ao trânsito.
O nosso Projeto não prevê a transferência
imediata aos municípios, nós prevemos três estágios.
I - a inspeção veicular será
municipalizada, em primeiro lugar, para os municípios que desejarem
municipalizar, não se fará uma transferência compulsória às prefeituras.
II - o Estado poderá transferir a
inspeção veicular para consórcios de municípios que vierem a se informar com esse objetivo. Por que esse segundo
aspecto? Porque alguns municípios do Estado, e não são poucos, a frota de
veículo a ser inspecionada, é uma frota pequena, cujo investimento talvez fosse
maior do que a expectativa de receita. Portanto, juntar cinco ou dez municípios
de pequeno porte para formar uma frota de veículos, de cinco ou dez mil
veículos, é uma segunda hipótese que nós estamos abrindo no Projeto.
III - o nosso Projeto diz o seguinte: “...em não tendo município
que queira, em não tendo consórcio que queira nesses lugares, aí, sim, o Estado
poderá terceirizar para a iniciativa privada. Essa é uma lógica ao inverso do
que o Governo Antônio Britto fez. O Governo não ouviu os municípios e nem
ofereceu a oportunidade de que eles optassem e diretamente decidiu que a
iniciativa privada ficaria com esse filé “mignon” da receita da inspeção
veicular. Está errado e nós queremos reverter isso. Essa chamada inspeção
veicular não pode ser, e não será, uma inspeção manual, que fique ao arbítrio
da escolha de alguém com a sua visão humana sobre a condição de trafegabilidade
do automóvel do cidadão. Necessariamente, terá de ser uma inspeção eletrônica,
em boa medida automatizada, onde a máquina fale as condições do veículo, e não
o homem opine sobre as condições do veículo, para evitar políticas de coação,
de coerção ou de chantagem material ou econômica para fins da inspeção
veicular, tampouco poderá processar-se em estações de inspeção veicular que
estejam direta ou indiretamente associadas a algum interesse de reparo, de
conserto, de revenda de veículos, de transportes ou de revenda de autopeças,
tem de ser estação para apenas fazer e realizar a chamada inspeção veicular.
Isso pressupõe que os municípios terão de fazer investimentos mínimos para
montar às suas praças de estação de inspeção veicular e de posse delas fazer,
com habitual rigor as resoluções que o Conselho Nacional de Trânsito está por
fixar novamente, a chamada inspeção veicular.
No Projeto de Privatização da Inspeção
Veicular proposto pelo Governo Estadual atual, o Governo reservava-se apenas a
contentar-se com dez por cento da receita auferida com inspeção veicular
promovida pela iniciativa privada, ou seja, esta faria a execução da inspeção
veicular, embolsaria noventa por cento dessa receita e transferiria, a título
de fiscalização e gestão, apenas dez por cento ao Departamento de Trânsito do
Rio Grande do Sul. No nosso Projeto estamos mantendo a filosofia desses dez por
cento, ou seja, da receita auferida pelos municípios, dez por cento será transferida
ao Estado para que ele seja o órgão gestor, fiscalizador e divulgador do
sistema de inspeção veicular, quando a aplicação dos recursos oriundos dessa
receita de inspeção veicular em nível municipal caberá a cada município,
através de sua Câmara Municipal, disciplinar onde e como investir os
recursos que ali serão apurados.
Em Porto Alegre, eu deixei com a Mesa
Diretora uma cópia do Projeto e também uma cópia de uma tabela onde fizemos uma
expectativa município por município do Rio Grande do Sul a pretexto da cobrança
da tarifa da chamada inspeção veicular. Em Porto Alegre, temos uma expectativa
- ainda que esta minha tabela já esteja defasada, pois teríamos que agregar a
ela uma correção de cerca de 20%, tanto na frota quanto na expectativa de receita
- em torno de 615 mil veículos automotores registrados. Isso dá uma expectativa
de receita anual para o Município de Porto Alegre de mais de trinta milhões de
reais. Ou esses trinta milhões de reais irão para os cofres de uma empresa,
possivelmente paulista, ou ficarão nos cofres do Município para que ele invista
no setor trânsito, tão imprescindível e de tamanhas responsabilidades hoje
adquiridas. Porto Alegre precisaria hoje, ainda que não tenhamos os critérios
técnicos novamente definidos, em torno de 5 milhões de reais de investimento
para implantar suas chamadas “Estações de Inspeção Veicular”, que não pode ser
uma, obviamente, para inspecionar 600 mil veículos. Terão que ser várias. Um
investimento de 5 milhões para que, já no primeiro ano, o Município de Porto
Alegre recolha mais de trinta milhões de inspeção veicular. Um alto negócio com
amortização já no primeiro ano não existe em lugar algum a qualquer título de
investimento econômico. Se eu pegar o Município de Esteio, cuja frota de
veículos é infinitamente menor, eu vou trabalhar com um custo de instalação de
uma praça de inspeção veicular, incluindo os equipamentos, a construção do
prédio e o pessoal efetivo à disposição, na ordem de 100 mil dólares, para uma
receita, já no primeiro ano, de 750 mil reais. Se eu pegar Pelotas, chegarei a
um investimento de 800 mil dólares para montagem das praças de inspeções para
uma receita esperada, já no primeiro ano, de quase 5 milhões de reais. Se eu
pegar Santa Maria, vou chegar a um investimento na ordem de 600 mil reais, para
uma expectativa de receita na ordem de 4 milhões. Se eu pegar a minha terra,
Passo Fundo, vou chegar a um investimento de 400 mil dólares para a montagem e
estruturação de uma praça de inspeção veicular, e já com a expectativa de receita,
no primeiro ano, de 2,5 milhões de reais. Não há nenhuma matemática que o
Governo do Estado tenha tido condições de fazer para justificar a não entrega
dos serviços de inspeção veicular às estruturas municipais, nem de ordem
econômica, nem de ordem política, tampouco de ordem administrativa. Não sei
qual é o grau de cumplicidade existente nessa discussão da municipalização ou
privatização da inspeção veicular, mas que há cumplicidade há, porque até hoje
nos debates que tenho travado com o Secretário José Eichenberg, nos debates de
audiência pública que temos feito na Assembléia, em nenhum momento, o Governo
do Estado foi capaz de dizer: Deputado Beto Albuquerque, a sua proposta é inviável por isso e aquilo. Não há argumento
a não ser de ordem de interesse econômico para justificar que o município de
Porto Alegre abra mão para uma empresa privada de uma receita tão fabulosa com
a chamada inspeção veicular. Não há um argumento sequer capaz de dizer que os
municípios pequenos não vão ter condições de enfrentar a exigência tecnológica
da inspeção veicular. Mentira. O consórcio de municípios pode tranqüilamente
formar e formatar uma estrutura de inspeção veicular competente e qualificada
porque em primeiro lugar não é o Prefeito que vai dizer o que inspecionar no
veículo; quem vai dizer em que nível, em que grau e quais os critérios técnicos
serão as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito. Portanto, não há como
fugir desta responsabilidade de fazer a inspeção veicular quando as normas
serão nacionais, tanto para o município de Camargo, lá no interior, quanto para
o município de Porto Alegre, ou para Manaus e assim por diante. Haverá um
critério único, técnico para se fazer a inspeção veicular, assim como a
tarifa da inspeção veicular será única
em nível nacional, porque a regra do jogo também será única em nível nacional.
Felizmente estamos colhendo o apoio quase que unânime dos Prefeitos do Rio
Grande do Sul. A GRANPAL, Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre, que
é presidida pelo Prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, cujo vice-presidente é o
Prefeito Vanderlan Vasconcelos de Esteio já tomou a decisão por absoluta
unanimidade de seus prefeitos em prol da municipalização. A FAMURS, Federação
das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, tem decisão em torno do
Projeto. A AGM, Associação Gaúcha dos Municípios, também já deliberou a defesa
do processo de municipalização. O que estamos fazendo aqui, com a gentileza que
os Senhores nos permitem, a partir do Requerimento do Ver. Hélio Corbellini, é
trazer a esta colenda Assembléia de Parlamentares do Município de Porto Alegre,
a necessária tomada de decisão também
em nível de Câmaras de Vereadores, de apoio de bancadas, de partidos, de
Vereadores, de Parlamentares, de Prefeitos em torno desse tema. Não haverá
outra forma de vencermos o obstáculo do interesse econômico em jogo na chamada
inspeção veicular senão a forma da pressão política de partidos, de Bancadas
sobre os seus Deputados, dos seus partidos junto, à Assembléia Legislativa.
Fizemos, e já oferecemos a esta matéria, pedido de urgência pois queremos muito
rapidamente decidir o conteúdo desse projeto em Plenário, na Assembléia, talvez
ainda neste mês. E a manifestação de Partidos, de Prefeitos, sobre esse tema
passa a ser indispensável para que possamos conquistar a chamada
municipalização da inspeção veicular. Diria ao final da minha exposição
preliminar, para posteriormente, muito honrosamente, ouvir apartes,
questionamentos ou considerações das Senhoras e dos Senhores Vereadores, de que
o que está em jogo não é uma disputa entre o Governo e a Oposição, não é uma
disputa entre o conceito do capitalismo e do socialismo. O que está em disputa
aqui é se esses cento e trinta milhões de reais da chamada inspeção veicular
ficarão com meia dúzia de empresários ou ficarão com quatrocentos e sessenta e
sete Prefeitos, cada vez, com menores condições de receita, cada vez com mais
obrigações e encargos, ou não. É isso que está colocado para examinar essa
matéria. Não vamos ideologizar esse debate, não vamos aqui fazer apologia de
conceitos, não vamos aqui tão-somente criar o ufanismo do Governo e da
Oposição. O que está em jogo, aqui, é o direito do Prefeito de ter recursos
para administrar suas obrigações ou o direito da iniciativa privada ganhar essa
montanha de dinheiro e ir embora, como iriam fazer a maioria das empresas que
estavam disputando a licitação aqui no Rio Grande do Sul. A maioria delas
empresas paulistas, que não têm nenhuma preocupação se está faltando placa ou
faixa de segurança ou semáforo na esquina, e que tampouco estão preocupadas se
o Prefeito de Porto Alegre passou a ter responsabilidade criminal sobre os
acidentes de trânsito ocorridos no perímetro urbano. Estão interessados no
nicho de mercado, o que lhes é legítimo. O que não é legítimo é que nós, homens
públicos, não entendamos ou tenhamos dificuldade ou queiramos complicar a
interpretação da importância dessa matéria para o interesse econômico da
municipalidade do Rio Grande do Sul, de todos os municípios do Rio Grande.
Venho aqui, ao encontro de V. Exas.,
atendendo a este honroso convite para muito rapidamente tentar sintetizar o
espírito que está a nos mover na chamada proposta de municipalização da
inspeção veicular, esperando encontrar na Câmara Municipal de Porto Alegre o apoio,
quem sabe, unânime de Bancadas, de Partidos, de Vereadores sobre esta visão, o
Município não tem que ficar com 5 ou 10% disso, o Município tem que ficar com
tudo o que ele puder desse recurso porque a ele foi dada todas as atribuições,
muitas delas, anteriormente não existentes. De homens públicos, como V. Exas.,
não espero outra atitude, senão aquela de empenhar o apoio em defesa do
interesse do Município de Porto Alegre, dos Municípios do Rio Grande e da
política pública de que os recursos, o filé “mignon” não seja privatizado.
Talvez, essa seja a primeira municipalização que pretende levar aos municípios
recursos e não apenas encargos como tantas outras municipalizações já
promovidas em diferentes áreas, em diferentes setores econômicos do nosso Estado.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito
obrigado, Dep. Beto Albuquerque. Com a palavra o Ver. Hélio Corbellini que
requereu o comparecimento do Dep. Beto Albuquerque.
O
SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, amigo, Deputado e quem sabe futuro Senador desse
Estado, Presidente do Partido Socialista Brasileiro no estado do Rio Grande do
Sul, Dep. Beto Albuquerque. Algo se passa no país desde a Constituição de 1988.
Nós, Vereadores da Província de Porto Alegre, temos que estar absolutamente
ligados e atentos a esses fenômenos que são novas regras nas relações entre
Estado, União e Município que favorecem o exercício da cidadania nos
Municípios. Nessa história nós podemos elencar uma série de leis que
favoreceram as relações dos munícipes com os Prefeitos: é o ECA, é o SUS, é a
LDB, e, ultimamente, a Lei do Trânsito
com a polêmica da inspeção veicular.
A inspeção, Deputado Beto, está dentro
desse novo reordenamento das atribuições dessas esferas públicas e nós não
podemos ficar a par dessa discussão. O PSB faz isso com muita tranqüilidade,
porque ele tem como linha, nessas questões de tributos e taxas, e tem
demonstrado aqui nesta Câmara Municipal,
se colocando a favor do aumento das arrecadações e garantindo que as
receitas do Município não se exauram. Para isso, relembramos o grande debate do
ano passado em relação ao IPTU e no início deste ano com as emendas que
desequilibravam, em nosso entender, o orçamento Municipal. Não fizemos isso
porque o Partido que governa o Município é do nosso campo, mas porque é uma
questão de princípio e essa tem sido a postura coerente de nossa Bancada.
Vejam, Senhores Vereadores e Vereadoras,
são trinta milhões. Relembramos a discussão do orçamento no final do ano passado,
trinta milhões, Deputado Beto, é exatamente a metade do que o Município
arrecada com o IPTU. Quantas casas nós poderíamos fazer com esses trinta
milhões? Quantos terrenos poderiam ser adquiridos com trinta milhões? Quantos
compromissos a Prefeitura poderia assumir para dar segurança ao trânsito, aos
cidadãos, como bem disse o Deputado Beto? São 130 milhões no Estado, é muito dinheiro. Daí o porquê de tanta polêmica em relação a isso. Os
carros, os veículos sejam leves, pesados, ou de passeio, andam pelas ruas que o
Município conserva e asfalta, ruas que o cidadão paga para isso, é justo e
lícito que esse faturamento de trinta milhões da inspeção veicular venha para
os cofres do cidadão de Porto Alegre. Atendendo a isso, nós protocolamos e
queremos anunciar aos Vereadores um Projeto de Lei que já está
de acordo com o Projeto que já está sendo debatido na Assembléia Legislativa.
Nós temos absoluta convicção de que este Projeto será aprovado na Assembléia e
de que esta Câmara aprovará essa autorização de convênio por consenso. Eu
acredito que nenhum Partido, nenhum Vereador vai se negar a aprovar essa
autorização de convênio, porque tenho ouvido debates aqui e todos os
Vereadores, quando se trata de interesse público maior, que são os interesses
dos munícipes desta Cidade, têm apoiado as iniciativas. Tenha certeza, Deputado Beto, que esta Câmara e todos
aqueles Prefeitos que sabem da importância desses recursos também apoiarão e
farão movimentos políticos no sentido de que esta lei seja urgentemente aprovada
na Assembléia Legislativa, para que possamos dotar Porto Alegre desse serviço
em retribuição aos cidadãos. Gostaria de fazer uma pergunta a V. Exa., uma
dúvida que o Senhor poderá nos esclarecer. Estou vendo o Deputado ao seu lado,
um Deputado ligado à Polícia Civil, mas eu faço uma pergunta. No início desse
processo teve muita polêmica para ser extinto o DETRAN. Não vou entrar, como o
Deputado bem colocou, nas questões de mérito de lado a lado, nem ideologizar,
mas é uma questão que quero saber. Ele foi extinto em cima de denúncias de que
coisas não corretas estavam acontecendo lá. A minha pergunta é se nesse novo
sistema que foi a sucessão do antigo DETRAN, esses problemas foram resolvidos?
Por que, se haviam denúncias de carteiras frias, eu continuo vendo na televisão
também derrames de carteiras. Se haviam denúncias de esquentamento de veículos,
continuo vendo na televisão. Então, como é que está isso? Que avanço na
qualidade do serviço, se existiram aquelas suspeitas, se elas foram
absolutamente dirimidas ou se foi um ato para extinguir um órgão que incomodava
alguém? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Queremos
saudar, aqui, as presenças dos nossos amigos, Deputado Vieira da Cunha que já
abrilhantou esta Casa com sua presença e faz parte da história da Câmara
Municipal de Porto Alegre e também o nosso amigo Deputado Wilson Müller, que
nos dá realmente muita alegria com a sua presença aqui, além, é claro, do
Deputado Beto Albuquerque que está aqui, hoje, exatamente para nos dar
informações e para esclarecer este Plenário com relação a um assunto muito
importante.
Estão inscritos os Vereadores Henrique
Fontana, Carlos Alberto Garcia, Guilherme Barbosa e Adeli Sell. Eu vou
solicitar aos Srs. Vereadores para fazermos em bloco de três Vereadores para
que o Deputado possa dar as respostas, se todos os Vereadores aceitarem, nós
vamos proceder exatamente desse modo.
O
Ver. Henrique Fontana está com a palavra.
O
SR. HENRIQUE FONTANA:
Prezado Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz; prezado Deputado Beto
Albuquerque; cumprimento também os Deputados Vieira da Cunha e Wilson Müller.
Primeiro gostaria de expressar em caráter
pessoal, e tenho certeza que também em caráter coletivo, em nome de nossa
Bancada, o nosso total apoio a iniciativa de V. Exa. e total apoio a todos os
movimentos políticos que se fizerem necessários para garantir a aprovação deste
projeto. Conversava há pouco com os Vereadores Hélio Corbellini e Carlos
Garcia, e falávamos, inclusive, que além de um protocolo de um projeto que
traz ao nível municipal a mesma
preocupação que o projeto de V. Exa. traz ao nível estadual, vamos protocolar
uma moção de apoio ao projeto de V. Exa. já que passaremos por um período de
debates no Estado todo, e o apoio político de uma Casa, como a Câmara de Porto
Alegre, certamente fortalecerá este movimento. Uma das coisas que o Deputado
bem colocou ao discorrer sobre o projeto, sobre a preocupação com a garantia da
municipalização da inspeção veicular no Estado do Rio Grande do Sul, e em todo
país, e que nos chama a atenção, é exatamente o fato de que quando se tem a
oportunidade de municipalizar algum tipo de atividade pública que gera receita
para os Municípios, é o momento em que encontramos dificuldades para garantir
esta municipalização. É bom recordar que os Municípios têm sido colocados
diante de uma série de novas responsabilidades, na área da saúde, da educação,
da assistência social, e portanto toda e qualquer possibilidade de receita que
tenhamos, mantendo e garantindo a qualidade dos serviços prestados, o que será
seguramente o caso da inspeção veicular,
obviamente não encontramos nenhum argumento - pelo menos que eu tenha
ouvido até o momento - que possa justificar a sua não municipalização. Mais do
que isto: como este mercado da inspeção veicular é um mercado que podemos chamar de compulsório, ou seja, todos os
proprietários de veículos terão que obrigatoriamente fazer a inspeção veicular
a cada determinado período, é mais do que natural que em primeiro lugar este
mercado seja garantido pelo Poder Público, e somente no caso de o Poder Público
não ter interesse em executar esse serviço é que poderíamos pensar num repasse
a terceiros. A alternativa que o Projeto de V. Exa. traz, de oferecer esta
oportunidade aos Municípios, para que aqueles que entenderem que devem
implementar a inspeção veicular, o “posso fazer” é algo que deveria quase cair
dentro de um consenso, do ponto de vista da análise política desse tema. Pelo
próprio histórico desse Processo, eu acho adequada a preocupação que V. Exa.
coloca, de que não haja nenhum tipo de partidarização ou de ideologização dessa
discussão. Agora, evidente que uma reflexão que vem a todos nós é: por que
tanta dificuldade para se conseguir implementar essa municipalização que é a
vontade de diversos Prefeitos, de diversas entidades representativas de
Prefeitos?
A minha pergunta é: quais são os motivos
apresentados pelo Governo do Estado para justificar a não-implementação da
municipalização desse serviço, se é que existem esses motivos? E se algum deles
existe, que V. Exa. nos coloque qual é a contraposição feita tanto a V. Exa.
como às pessoas que defendem essa municipalização.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol,
solicitando licença para tratamento de saúde no dia de hoje.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de
licença do Ver. Reginaldo Pujol, e dada posse ao Suplente, conforme consta da
Ata.)
O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.
O
SR. CARLOS GARCIA: Sr.
Presidente; prezado Deputado Estadual Beto Albuquerque, Presidente Estadual do
nosso Partido; prezado Deputado Vieira da Cunha; Srs. Vereadores, inicialmente
gostaríamos de parabenizar o Deputado pela sua brilhante iniciativa. É um
Projeto que realmente está mobilizando todo o Estado. E uma das preocupações
que eu tenho é que se fala muito em inspeção veicular e se tem perdido muito
uma palavra que nós julgamos que talvez
seja o mais importante, é uma palavra que fica no meio da expressão:
“inspeção veicular”, porque o nome é “inspeção de segurança veicular”, e é em
cima disso que gostaríamos de discorrer um pouco.
Primeiramente, a questão da multa, e V.
Exa. falou muito bem, é bastante contraditória. O que realmente se quer é
multar ou fazer uma profilaxia em torno de nossos Municípios para evitar e/ou
diminuir o número de acidentes? Sabemos todos nós que, quando foi lançado, em
nível nacional, o Código de Trânsito, dia 23 de janeiro, criou-se uma
expectativa, em torno da população do nosso País, com a diminuição dos índices
de acidentes e de mortes nas nossas estradas. Só que, ao mesmo tempo, pudemos
constatar que, nesta última semana, por ocasião da Páscoa, repetiram-se os índices
altamente alarmantes, não só no nosso Estado, mas também em todo o
País. Esse é o primeiro questionamento:
estaríamos buscando somente luta ou, realmente, procurarmos criar mecanismos
para coibir a violência?
Este Projeto, quando fala em nível
pecuniário, realmente, são valores bastante astronômicos, com a possibilidade
de, em nosso País, ter uma arrecadação de um bilhão e meio de reais; no Rio
Grande do Sul de 130 milhões de reais ao ano. Aí, começam as dúvidas dessas
indústrias: fazer dinheiro e interesses.
O seu Projeto é muito feliz, quando dá um
leque de opções para os Municípios. Primeiro, o livre arbítrio de cada
Município, se ele quer ou não o Projeto. Segundo, é a respeito do consórcio.
Seria um questionamento: de que forma seriam esses consórcios, Deputado? E o
que precisaria, em nível de investimento?
Vejo uma outra grande vantagem e, mais
uma vez, parabenizo-o, pela sua preocupação, em fazer com que o DETRAN, em
todos os momentos, seja o órgão gestor, fiscalizador e divulgador desses 10%.
Perguntaria, para finalizar, se estaria previsto, dentro desses 10%, alguma
campanha em nível educacional, quanto à questão da segurança?
Por último, municipalização ou
privatização, benefício para quem e por quê? Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):
O Dep. Beto Albuquerque está com a palavra e, conforme deliberação do Sr.
Presidente, responderá as três perguntas que foram formuladas por três
Vereadores.
O
SR. BETO ALBUQUERQUE:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Vou começar respondendo ao questionamento do
Ver. Henrique Fontana, dizendo muito objetivamente a V. Exa. que, até hoje, o
Governo do Estado não elencou de forma objetiva para que se pudesse travar
algum tipo de dúvida ao debate, qualquer argumento ou motivo para não mudar de
idéia, no sentido da privatização. Há uma teimosia que não justifica tamanha
cumplicidade.
O argumento que tenho ouvido, vez por
outra, do Governo é o de que as exigências técnicas para a chamada inspeção
veicular são bastantes elevadas e que os Municípios não teriam condições de
prestá-la adequadamente. Tenho ouvido isto não como argumento, mas como uma
tese completamente falaciosa.
Primeiro, porque a regra de como se fazer
uma inspeção veicular será fixada, em nível nacional, pelo Conselho Nacional de
Trânsito. Com que critérios e com que tipos de equipamentos, terá que ser de
forma universal em todo o Brasil.
Não há como haver a melhor ou pior
inspeção veicular, se na mão da iniciativa privada ou se na mão do Município,
na medida em que se vai ter um critério, dentro do qual a inspeção veicular
deverá ser feita.
Não há como fugir ou imaginar que o
Município não poderá prestar um serviço de melhor qualidade. O Município de
Porto Alegre, por exemplo, já faz inspeção veicular nos ônibus, nos táxis, nos
táxis-lotação, e o faz bem, não deixa nada, absolutamente, a desejar.
Nunca precisou a iniciativa privada
verificar as condições do freio do ônibus ou a direção do táxi. O Município de
Porto Alegre tem estrutura e faz isso. Mede a emissão de gases e o faz bem.
Isso é um testemunho de que os Prefeitos têm condições, sem dúvida alguma, de
fazer. Então, não há motivo aparente e razoável, para que se possa justificar
isso. O Governo alega a questão de investimentos. Ora, é uma coisa inatingível
para o Município fazer um investimento para formar uma estação de inspeção
veicular! Isso é outra falácia. Se o Município de Porto Alegre investir 5
milhões de reais para, já no primeiro ano, arrecadar trinta milhões de reais,
qual é a dificuldade de Porto Alegre para montar a sua estrutura de inspeção
veicular? Nenhuma! Aliás, os fornecedores de equipamentos para as chamadas
inspeções veiculares facilitarão a venda desses equipamentos onde for o caso,
porque sabem que esse é um negócio de amortização imediata, no primeiro ano. Um
Município que tenha dez mil automóveis para inspecionar, hoje, com 150 mil dólares
monta a praça de inspeção. Porto Alegre gasta cinco milhões de reais porque tem
uma frota de 600 mil veículos. Isso não significa que cinco milhões seja um
investimento para todos os Municípios. Não, o investimento variará de acordo
com a frota alvo de inspeção veicular. Então, claro que é possível investir,
porque o primeiro ano amortiza todo o tipo de investimento.
A questão de controle de segurança
técnica é, com toda a certeza, executado
sem nenhum problema, e a agência do Estado - a AGERGS - reguladora dos
serviços concedidos ficará sendo a
agência fiscalizadora de todo o sistema pelo nosso projeto.
O Ver. Garcia abordava a questão da
multa. Na verdade, Vereador Garcia, se nós formos olhar os acidentes havidos na
Semana Santa, que mutilaram pessoas e ceifaram vidas aqui no Rio Grande do Sul,
não veremos um acidente sequer que tenha ocorrido por falha mecânica de algum
automóvel. Todos os acidentes se deram, nesse feriadão, ou por imprudência do
motorista ou devido ao mau estado da rodovia. Embora essa guerra toda em torno
da inspeção de segurança veicular, os acidentes motivados por falha mecânica -
por problema de freio, por soltar-se a barra de direção - não chegam a 3% de
todos os acidentes que ocorrem no Brasil.
É óbvio que a mobilização em torno da
chamada inspeção veicular é uma mobilização de interesse econômico. Trinta por
cento das mortes no trânsito seriam, Senhoras e Senhores Vereadores, evitadas
com sinaleiras e faixas de segurança, porque são mortes por atropelamento. No
entanto, para esse tipo de segurança de trânsito não se está vendo grande
mobilização. A inspeção de segurança veicular é necessária sim, porque existem
veículos sem nenhuma condição de trafegabilidade. E aquele veículo que não
tiver condição de transitar ou de reparo no seu defeito, capaz de colocá-lo
minimamente em condições, ele vai ter que ser excluído do tráfego. Isto é uma
lógica que está colocada pelo novo Código, não sou eu que estou dizendo. Acho
que é uma lógica razoável de ser compreendida.
É claro que verificar as condições de
trafegabilidade de um veículo pode interagir, no sentido de diminuir acidentes,
mas não esqueçamos que apenas 3% dos acidentes de trânsito no Brasil são
decorrentes de falhas mecânicas; 97% deles têm a ver com a falta de educação do
motorista, da mistura bebida e volante, com a imprudência e a má conservação de
rodovias. Esses são os verdadeiros detentores de percentuais elevados que tiram vidas em nível nacional. Acho que
fazer a verificação das condições mecânicas, obviamente são necessárias sem que
o objetivo seja o espírito da multa. E, nisto, V. Exa. tem absoluta razão nas
suas considerações.
O Ver. Hélio Corbellini, a quem agradeço
as considerações da sua exposição, fez um último questionamento sobre a questão
do DETRAN. Eu diria, meu companheiro Hélio, que se antes existia, como dizia o
Governo na sua apologia de convencimento para privatizar o Departamento de
Trânsito, alguma falha, algum índice de corrupção, de manipulação indevida em
documentos de trânsito, se existia isso, hoje, posso dizer ao nobre Vereador
que isso pode ser multiplicado por muitas vezes. E, simplesmente, se existia
corrupção, ela foi pulverizada no Estado. Porque esse processo de privatização
do DETRAN não encontra qualquer mecanismo de controle ou de auditoria
permanente.
Posso dar um exemplo ao Ver. Hélio
Corbellini: quando a Brigada Militar apreende uma carteira de motorista - hoje,
já temos a indústria de apreensão de carteiras de motorista no Estado -, muitas
vezes imotivadamente, porque só existe uma ou duas razões legais para se
apreender a carteira de motorista, a orientação para a entrega dessa carteira é
para que seja feita num Centro de Habilitação privado. Se essa carteira não for
levada a um centro de operações da Polícia Civil, onde existe um sistema “on
line” de informações, simplesmente este Centro de Habilitação pode negociar a
devolução da carteira, sem que o DETRAN, ou o sistema, jamais fique sabendo
disso, e isso tem ocorrido no Rio grande do Sul, porque o DETRAN privatizou o
serviço, mas hoje está sendo incapaz de manter uma auditoria permanente tanto
na emissão de documentos, como de carteiras, apreensões e tantas outras coisas.
Não há mecanismos de segurança, e é por essa razão que V. Exa. tem ouvido
argumentos de derrames de carteiras, etc.
É uma privatização completamente sem
controle, cujo êxito de acelerar a liberação de uma carteira de motorista nós
já tínhamos anteriormente, quando uma carteira de motorista demorava de três a
cinco dias. A reformulação do DETRAN, através do ímpeto de antecipar-se que o
Governador Antônio Britto tem, pois ele gosta muito de ser o primeiro dos
primeiros, no sentido de espelhar-se no Governo Federal, faz com que hoje
estejamos enfrentando algumas contradições intransponíveis com o Novo Código de
Trânsito como, por exemplo: o Governo Antônio Britto privatizou o teste prático
de direção. Quem está fazendo isso no Rio Grande do Sul e recebendo R$ 20,00
por teste, é a Fundação Carlos Chagas. Só que o Novo Código de Trânsito passou
a dizer: “O teste prático de direção não pode ser terceirizado. É o Estado que
tem que fazê-lo diretamente, através de um conselho de prova, composto por, no
mínimo, três agentes públicos”. Como é que o Rio Grande vai resolver isso? E
tantas outras questões em que o Governo acabou se antecipando e que agora está
tendo que “morder a língua” porque, legalmente, já não comporta mais.
Enfim, o investimento do consórcio
municipal, Ver. Carlos Garcia, depende do volume da frota, mas é investimento
absolutamente viável para qualquer Município ou consórcio fazer e ter retorno
imediato. Eu diria que a cada 5 mil veículos é necessário um investimento em
torno de 75 mil dólares, para que se possa fazer a inspeção veicular. Mas 5 mil
veículos dá uma expectativa de receita de 250 mil reais. Então qualquer que
seja a frota em consórcio será altamente amortizada. Está reservado, dentro
desses 10% que ficariam com o DETRAN, exatamente a campanha publicitária a que
V. Exa. se refere, do ponto de vista educacional. É preciso haver, também,
campanhas institucionais.
Se V. Exa. permitir, gostaria de fazer um
rápido parêntese do interesse econômico que estava por trás do processo de
privatização da inspeção veicular aqui no Rio Grande do Sul. Nós éramos o único
Estado cuja licitação reservava, Srs. Vereadores, 10% da expectativa da receita
de inspeção veicular. Ou seja, 13 milhões de reais para campanhas publicitárias
a serem gerenciadas pelo Governo do Estado. Na Bahia onde tínhamos um processo
de licitação de inspeção veicular, ou no Paraná, a reserva de contingência de
recurso para publicidade de sistema variava de ½ a 1%. Aqui no Estado chegava a
10%. Estava lá na licitação em um dos anexos. Ou seja, nós teríamos uma
campanha milionária nas mãos do governo para difundir o sistema, o sistema e
algumas outras coisas, porque era muito dinheiro para publicidade do chamado
sistema. Com esse percentual reservado, a preocupação de V. Exa. também estaria
contemplada, no sentido da campanha educacional.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro):
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente Juarez Pinheiro, Dep. Beto Albuquerque, é com muita satisfação
que me dirijo a V. Exa. para
cumprimentá-lo pelo projeto que está em tramitação na Assembléia Legislativa. E
dizer que, desde a última Constituição Federal de 1988, o Município foi
reforçado na sua função. E eu sou, em princípio, um defensor dos processos de
municipalização, até porque temos um exemplo muito forte aqui em Porto Alegre,
que é a municipalização do serviço de saneamento. O DMAE é um exemplo de que os
processos muncipalizados podem dar certo, podem ser melhores que quando a
estrutura é estadual ou federal. Mas, essa é a tese, temos visto que essa tese tem sido utilizada para empurrar aos
municípios muitos encargos sem que as condições de pessoal, de recursos
financeiros tenham sido também alocadas para que o Município consiga
desenvolver bem essas novas funções. O Novo Código de Trânsito é um exemplo
disso, ele passa ao Município novos encargos, nessa questão do trânsito, muito
maior do que já tinha, mas não prevê as possibilidades de como o Município pode
levar adiante essa tarefa. Uma possibilidade que se coloca é exatamente essa da
inspeção veicular. O que acontece? O que vemos neste Estado e em outros Estados
do País é que essa iniciativa envolve um recurso financeiro extraordinário, e a
partir de um investimento baixo para instalar o que V. Exa. chama de praça de
inspeção, no ano seguinte, em torno de cinco vezes aquilo que foi investido, e
já se consegue arrecadar, com certeza, desempenhando uma qualidade muito maior,
porque os interesses serão diferentes se esses eventos forem prestados pela
Prefeitura ao invés de empresas privadas. Eu gostaria de saber como V. Exa.
está sentindo a tramitação do processo na Assembléia Legislativa. Sabemos que
há essa reação contra do Governo do Estado que tem uma base parlamentar sólida
no nosso Legislativo Estadual. E gostaria de saber também se há possibilidade
de o projeto ser vitorioso. Além da expectativa interna tem que trabalhar, como
V. Exa. está fazendo, com as associações de Prefeitos, com apoio de Câmaras de
Vereadores. Outra pergunta que quero deixar é que há uma informação de que um
dos conselheiros da AGERGS, nominadamente o Presidente da FIERGS - Dagoberto
Lima Godoy -, teria a possibilidade de ter uma empresa que faria também inspeção veicular ao mesmo tempo em
que a AGERGS tem S.Sa. Dagoberto Lima Godoy como sendo um dos conselheiros, ou
seja, iria fiscalizar a si próprio. Não sei se essa informação V. Exa. possui,
mas acredito ser uma situação muitíssimo complicada e que agride tremendamente
a ética. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O segundo Vereador inscrito, neste segundo
bloco, é o Ver. Adeli Sell, que está com a palavra por 5 minutos.
O
SR. ADELI SELL: Prezado
Presidente e Prezado Deputado Beto Albuquerque, é muito importante a presença
de V. Exa. nesta tarde para discutirmos esse tema. Eu creio que a iniciativa
privada pode assumir uma série de funções que os estados brasileiros acabaram
assumindo no passado, mas creio que há algumas questões que são questões de
estado. A fiscalização, em todos os sentidos, no meu modo de pensar, não pode
ficar fora do âmbito do poder do estado porque, se isso acontecer, nós vamos
ter todas essas questões levantadas por outros Vereadores, e inclusive
colocadas na sua intervenção inicial e que, por isso, me parece mais justo do
que nunca nós discutirmos o papel do Estado e sua função fiscalizadora, porque
essa é uma das funções fundamentais do Estado. Eu também me preocupo com a
forma com que os governo federal e estadual tratam as chamadas concessões de
serviços, porque não há, de fato, um controle objetivo nas concessões de um
modo geral. Eu posso nominar aqui a questão da concessão das estradas mediante
o pagamento de pedágio. Eu li porque recebi através de um Pedido de Informações
o contrato entre o DNER e a CONCEPA, que tem a concessão da estrada chamada
Porto Alegre - Osório, e, na minha opinião, acho escandaloso o que li nesse
contrato. Assim, eu tenho notícias e pretendo estudar mais esses tipos de
concessões que estão sendo feitas hoje pelo governo federal e estadual à
iniciativa privada, sem nenhum controle do Estado e muito menos sem nenhum
poder do cidadão. No contrato que li, o cidadão não tem qualquer ingerência ou
direito. E na inspeção veicular, foi citado agora há pouco, essa questão de que
um cidadão que tenha o poder de gerir essa questão pode simplesmente passar por
cima da própria legislação em vigor. Então, eu queria saber, concordando com o
seu Projeto e com a iniciativa do Ver.
Hélio Corbellini, qual é o papel que V. Exa. espera desta Câmara de Vereadores
e das Câmaras de Vereadores em geral, já que estamos tratando de uma questão
pertinente ao Município. O que nós poderemos fazer para dar sustentação
política, qual a mobilização que V. Exas. esperam de nós, Vereadores, para dar
guarida ao seu Projeto de Lei?
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Nós
temos a inscrição da Vera. Maria do Rosário, do Ver. Gerson Almeida e do Ver.
Pedro Américo Leal. Após o pronunciamento da Vera. Maria do Rosário, vamos
abrir espaço para as respostas e depois abriremos um terceiro bloco.
A Vera. Maria do Rosário está com a
palavra.
A
SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente Clovis Ilgenfritz, neste momento, Sr. Deputado deste Estado, Beto
Albuquerque, que nos honra com sua presença, nós queremos manifestar a nossa
concordância com esse Projeto, inclusive, em nome da própria Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, porque reunimo-nos com o Prefeito Raul Pont, a nossa
Bancada do PT e que, certamente, o Deputado o conhece, porque já conversou com
o Prefeito Raul Pont, através das suas ações relacionadas à AGRAMPAL; mas,
também, em Porto Alegre, existe a concordância de que é possível ao Município,
pela eficiência comprovada que tem, inclusive, no tipo de vistoria que já
realiza nos veículos de transporte coletivo, nos ônibus, lotações, transporte
escolar, táxis, passar a realizar a inspeção veicular.
Nossa concordância é plena com o Projeto
e temos, sobre essa questão, uma preocupação de conceito, inclusive. Eu
conversava com o Ver. Cyro Martini que está hoje no exercício da 1ª Suplência,
mas que é um Vereador que conhece o tema do trânsito, por ter sido Diretor do
DETRAN, e conversávamos sobre a concessão da inspeção veicular que nos parece
uma tentativa de desobrigação do Estado de algo que ele não pode se desobrigar,
pois essa é a função de segurança que ele precisa prestar à população, é uma
função constitucional e institucionalmente estabelecida, e que, quando um
Estado tenta repassá-la para a iniciativa privada, ele fere os princípios do
direito administrativo, inclusive, por não poder o Estado repassar o papel de
polícia que deve ter relacionado àqueles veículos que não estiverem dentro dos
padrões exigidos num processo de inspeção veicular. Ao contrário, o Município,
assumindo essa prerrogativa, essa
tarefa da inspeção veicular, tem, como Poder Público, como parte
constitutiva do Estado num nível municipal, a possibilidade de exercer a sua
função estabelecida a partir do campo administrativo, como parte do seu poder
constituído e também, sem dúvida alguma, a eficiência no sentido de realizá-la.
Quero destacar a importância que existe para o Município do ponto de vista da
arrecadação. Ora, o contribuinte estará mais uma vez desembolsando, e as somas,
sabemos, não serão pequenas para aqueles que são proprietários dos veículos.
Vejam os Senhores, e faço questão, Deputado Albuquerque, de reportar o
argumento que temos levado à tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre em
vários momentos, que é através de diferentes procedimentos do Governo Federal e
do Governo do Estado, como o Fundo de Estabilização Fiscal, a Lei Kandir, o
não-repasse do salário-educação, o Fundo Nacional para Desenvolvimento do
Magistério e Valorização da Educação, e por vários outros títulos, também pelos
incentivos que têm dado através das políticas de isenções e de anistia fiscal
no ICMS, os Municípios perdem receita, descapitalizam-se todos os dias. Porto
Alegre, em cada ano, está perdendo cerca de trinta e seis milhões de reais.
Então, acho muito apropriada a fala do Deputado Albuquerque quando diz que
quanto ao trânsito até agora houve o repasse de encargos, houve repasse do
ônus, assim como na área de assistência social, nas políticas a partir da LOAS,
que é a Lei Orgânica da Assistência Social, nas políticas da educação através
da prefeiturização verdadeira, quando não existe repasse para o ensino de
pré-escola, para o ensino de jovens e adultos. Na saúde também, apesar de todos
os ataques que o nosso Município vem sofrendo, vemos uma política de repasse de
encargos e de não-repasse de recursos. E acho que o Deputado, através da sua
atuação na Assembléia Legislativa, encontra uma perspectiva adequada para o
Município que, ao mesmo tempo em que está assumindo encargos na área do
trânsito e que assume responsabilidades, inclusive civis e criminais na figura
do próprio Prefeito frente a acidentes que possam ocorrer na Cidade, que venha
também a possibilidade do repasse de recursos, que não é pouco para Porto
Alegre, seria na ordem de trinta milhões, que muito nos favorece. Então, do
ponto de vista do conceito, o Estado não pode repassar para a iniciativa
privada a solução única para a inspeção veicular. Ou o Estado mantém uma
política concentrada em si ou os Municípios assumem que podem exercer esse
papel porque são também Estado, porque são Poder Público. De outro lado, na
questão dos recursos é fundamental uma política que consiga descentralizar
recursos, que consiga também nos apresentar soluções, não somente para Porto
Alegre, mas para todos os municípios, na medida em que os encargos já chegaram,
já estão nas nossas portas e os recursos para que possamos desenvolvê-los não
são normalmente repassados. Faço, portanto, essa moção acerca do conceito no
campo do Direito Administrativo a partir do diálogo, da presença sempre
marcante, no nosso Plenário, do Ver. Cyro Martini, que tem estudado e
acompanhado a matéria, na nossa Bancada e nesta Câmara, dessas questões
relativas a trânsito e, particularmente, na época em que vivemos. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: Encontra-se presente, neste Plenário, o Dep.
Vieira da Cunha; o nosso Suplente Ver. João Pirulito; os dirigentes da
Executiva Municipal do PSB Sr. Ivo Fortes e Sra. Ethel; a Liderança da Vila
Farrapos Sr. Jorge Duarte. Sejam bem-vindos.
O Dep. Beto Albuquerque está com a
palavra.
O
SR. BETO ALBUQUERQUE: O
Ver. Guilherme Barbosa questionava sobre a expectativa de tramitação deste
Projeto na Assembléia Legislativa. Sabemos que a Matemática é uma ciência
exata. Se esse debate for esgotado em torno da história de quem é governo e
quem é oposição, esse Projeto, obviamente, como tantas matérias de muito
mérito, muito conteúdo, poderá ser reprovado na Assembléia apenas pelo ufanismo
da maioria e minoria muito bem construída e estabelecida dentro da Assembléia
Legislativa. Entretanto, esse é um Projeto de alto interesse dos Municípios. Assim, por exemplo o Prefeito Lagranha, de
Canoas, o Prefeito Sérgio Moraes, de Santa Cruz, o Prefeito Osvaldo Nascimento,
de Santa Maria, são prefeitos do PTB e estão, firmemente, ao lado da
municipalização da inspeção veicular. Como a Bancada do PTB irá se comportar em
Plenário é uma questão que no dia da
votação poderemos saber. O Prefeito de Passo Fundo, Júlio Teixeira e o Prefeito
de Rio Grande, Vilson Branco são Prefeitos do PMDB e querem a municipalização
da inspeção veicular. Como a Bancada do PMDB irá comportar-se diante desse
Projeto, somente no dia votação saberemos. O fundamental é que o entendimento
da distribuição desse recurso, neste momento, não seja conceituado em torno de
rótulos, mas em torno do interesse dos Municípios. A expectativa que temos é a
de aprovar essa matéria, porque não consigo vislumbrar, na Assembléia
Legislativa, alguma razão que coloque a maioria dos meus colegas Deputados,
independentemente de suas cores partidárias ou ideológicas, contrários a essa
matéria, seria contrariar o bom senso e a vontade dos Municípios para algo
incontestavelmente fundamental, que é a receita oriunda desses recursos para
fazer frente ao processo de obrigações que o novo Código impôs aos Municípios.
Que papel a Câmara pode cumprir, dizia o Ver. Adeli Sell? Penso que é o de interagir
através de suas diferentes Bancadas e o convencimento que cada uma delas poderá
formatar acerca da matéria e, de Bancada para Bancada, interagir junto aos
colegas Deputados lá na Assembléia Legislativa. Penso que os Deputados de todos
os partidos precisam saber qual é o desejo de seus Vereadores, das suas
Bancadas aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre e nas diferentes Câmaras
Municipais do nosso Estado.
Aproveitando a manifestação do Ver. Adeli
Sell, que falava sobre a questão do
controle social, que é muito importante, chamo a atenção de que estamos
prevendo, nessa questão da municipalização veicular, o controle, através de
comissão de controle social, na esfera de cada Município, a ser formada por
usuários e prestadores do serviço, para controlar a execução da inspeção
veicular e, obviamente, a destinação dos recursos que serão arrecadados. Temos
essa visão do controle social. Quero concordar com o conceito que a Vera. Maria
do Rosário externava. Eu também tenho como conceito básico e fundamental que
existem tarefas que são indelegáveis do Estado. Esse debate sobre a
terceirização do DETRAN antecedeu exatamente um debate sobre o papel do Estado
nessa ação característica de polícia, de autoridade policial, na emissão de
documentos, na expedição de carteiras, no licenciamento de automóveis, no
controle da frota e, agora, de fiscalização, que seria um papel indelegável do
poder de polícia do Estado. Fomos vencidos nesse debate na Assembléia.
Entretanto, ações judiciais permanecem discutindo essa transferência para a
iniciativa privada. Acho lógico, absolutamente normal e fundamental que nós
continuemos a patrocinar o debate quanto ao papel do Estado. Acho que o caráter
público da inspeção é importante. O Ver. Guilherme Barbosa fazia menção a um ou
outro concorrente. Posso dar um testemunho de que no processo de licitação da
inspeção veicular, embora a Lei dissesse que não poderiam habilitar-se para
disputar a licitação que estava em curso, e que agora está suspensa no Estado,
empresas que concorressem de forma afim com o meio de transportes, cinco
consórcios estavam habilitados, disputando a licitação ilegalmente,
imoralmente, tendo vínculos com os transportes! O Ver. Guilherme Barbosa fazia
menção a um membro da AGERGS. Na verdade, a empresa que disputava a licitação
num consórcio com outra que tem afinidade e parentesco com o senhor que V. Exa.
falou, porque o filho desse senhor era proprietário de uma empresa que
disputava a licitação.
Quando falamos de estações de inspeção
veicular livres de qualquer influência é exatamente isso o que queremos dizer.
O Município pode dar essa
impessoalidade, essa lisura, essa independência. O empresariado, de uma
forma ou de outra, vai estar vinculado a uma empresa de ônibus, a uma
transportadora, a uma revenda de automóveis, ou coisas que, derivadamente,
acabarão tendo interesse direto ou indireto na chamada aferição de condição de
trafegabilidade dos veículos. Eu, conceitualmente, concordo que essa é uma das
tarefas chamadas de função do Estado. E, como exemplo, o Rio de Janeiro, assim
como o Rio Grande do Sul, havia deflagrado um processo de privatização da
inspeção veicular. Quando se deu conta do tamanho da manipulação dos “lobbies”
econômicos, o Governador do Rio de Janeiro cancelou a licitação e tomou uma decisão:
“Não vou terceirizar, vou fazer diretamente pelo DETRAN do Rio.” Está lá,
através de um trabalho junto com as Universidades do Rio de Janeiro, promovendo
um processo de inspeção de segurança veicular. Aqui, no Rio Grande do Sul, já
que o Estado não quer fazer diretamente, mantenhamos na esfera pública, através
do interesse dos Municípios.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Temos,
ainda, a inscrição do Ver. Gerson Almeida, mas que, no momento, não se encontra
no Plenário. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Deputado Beto Albuquerque. A filosofia
hoje em dia reinante é a de Max Weber: a ética da reflexão não coincide com a
ética da execução. Daí, nós podemos entender - porque nós temos que entender as
coisas - o estado global ou o estado acanhado, pequenino, e o mercado enorme,
as empresas cada vez mais vorazes.
Eu sou um ex-chefe de Polícia e ninguém
vai-me dizer, aqui, que nós fizemos um bom negócio exterminando com o DETRAN.
Claro que não! Mas a introdução das minhas palavras dispensa qualquer
explicação: a ética da reflexão não coincide com a ética da execução. Max Weber, filósofo que o Presidente da
República segue.
Então, eu quero perguntar a V. Exa. como
nós ficamos? Nós somos Poder Legislativo; V. Exa. é do Estado. Hoje, um
Deputado que me procurou, o Fetter; ele é da União. Cada macaco no seu galho.
Onde está o Ministério Público? Alguém tem que cuidar disso. Estão investindo
contra a União, contra o Estado. Eu não posso fazer nada, eu sou Vereador. Se
V. Exa. ficar muito nesse assunto, não faz mais nada. Então, eu pergunto: por
que o Ministério Público não ocupa o lugar de quarto poder, já que o é, na
verdade?
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Passamos
a palavra ao Deputado Beto Albuquerque.
O
SR. BETO ALBUQUERQUE:
Presidente Clovis Ilgenfritz, é muito honroso responder ao sábio questionamento
que faz o Ver. Pedro Américo Leal.
Conseguimos, a partir de um trabalho de
investigação que fizemos na Assembléia, encontrar no Ministério Público o
amparo que V. Exa. reclama para, através de ação cível pública, termos conquistado a suspensão do processo
de licitação que estava em curso aqui no Estado, eivado de problemas de
ilegalidade, de vícios, de cumplicidades, de correlações de interesses e,
através da ação cível pública que moveu o Ministério Público, baseado na coleta
de provas que fizemos ao longo de três meses de investigação, de trabalho, de
pesquisa junto à Assembléia Legislativa, conseguimos suspender. Mas V. Exa. faz
uma afirmação cabal e necessária: há que se ter desse quarto poder uma
contundência de ação muito mais permanente, não só sobre as coisas que são
evidentes, porque o evidente não precisa de investigação, mas fundamentalmente
daquelas coisas do lusco-fusco, que ficam indecifráveis, muitas vezes, perante
a avaliação de uma autoridade pública, quando se faz necessário investigar,
entrar no assunto e, com muito rigorismo, buscar as alternativas que
publicamente, muitas vezes, não vêm à tona. Concordo com a avaliação que V.
Exa. faz quanto a essa cobrança desse instituto, que tem como dever e obrigação
constitucional - felizmente ele existe -
zelar pelo observação do cumprimento da lei e de assegurar os direitos
ao cidadão e, acima de tudo, assegurar que o Estado não seja vilipendiado no
seu papel. Isso é uma tarefa fundamental do nosso Ministério Público que, nesse
caso, interage, através da sua Coordenadoria de Assuntos Cíveis, aqui no
Estado, muito de perto com o trabalho que estamos fazendo.
Meu caro Presidente, Senhoras e Senhores
Vereadores, queria dizer ao final deste debate da minha satisfação de poder ter
vindo a esta Casa, pelo respeito que tenho pelo trabalho parlamentar, em
qualquer uma das suas esferas, trabalho esse indissociável do conceito de
democracia. Não há como imaginarmos a democracia sem a presença de V.Exas. e
seus mandatos, que são mandatos indelegáveis, de missão de representar o povo,
de fiscalizar o Poder Executivo e de cumprir com a tarefa de legislar.
Vim a esta Casa porque espero dela, no conjunto
das suas Bancadas e Partidos, a manifestação junto às Bancadas correlatas lá na
Assembléia Legislativa, de Partidos Políticos, estando ou não ao lado do
propósito do Governo, de tomarem posição acerca desse assunto de alta
relevância econômica, de interesse da Cidade de Porto Alegre e de todos os
municípios do Rio Grande do Sul.
Espero que os Deputados Estaduais de
todos os Partidos possam receber dos seus colegas Vereadores, afetos às suas
Bancadas, a manifestação adequada em torno dessa matéria. Quero agradecer aos
nossos Vereadores do PSB, nosso Líder, Carlos Garcia e ao Ver. Hélio
Corbellini, que honrosamente requereu esta possibilidade de travarmos este
debate. Quero ser grato pelo trabalho que V.Exas. desempenham nesta Câmara
Municipal. Tenho certeza, orgulham, tanto o Ver. Garcia quanto o Ver. Hélio Corbellini, as hostes do Partido Socialista
Brasileiro em todo o Rio Grande do Sul. Muito obrigado, Sr. Presidente, pela
deferência e pela oportunidade, e
esperamos ter a Câmara Municipal de Porto Alegre ao lado na nossa luta de
municipalização da inspeção veicular. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Queremos,
mais uma vez, cumprimentar o Dep. Beto Albuquerque, Deputado Estadual com
grande atuação em todos os níveis de interesse público na nossa Assembléia
Legislativa, mas muito especialmente tem colocado essa questão da
municipalização da inspeção veicular, que, nós temos certeza, Deputado,
preocupa a todos os Vereadores, independentemente de Bancada. Nós, seguramente,
pela Bancada do Partido ao qual eu pertenço, estaremos, lado a lado, para
tentar exigir uma solução para os Municípios do Rio Grande do Sul. O Dep. Beto
Albuquerque esteve aqui a convite da Câmara por um Requerimento do Ver. Hélio
Corbellini.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h49min.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 15h52min): Estão reabertos os trabalhos.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento):
Sr. Presidente, requeiro que seja alterada a Ordem do Dia para que sejam
apreciados, em primeiro lugar, os Requerimentos, pois são vinte e dois e alguns
interessam às diferentes Bancadas da Casa.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Antonio Hohlfeldt, vou ter a ousadia de propor a V. Exa. que nesse
Requerimento, nós possamos incluir o PDL nº 004/98, porque estamos praticamente
com o prazo quase esgotado. É um Projeto de autoria da Comissão de Economia,
Finanças e Orçamento que aprova as contas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre referentes ao
exercício de 1993. O prazo vai findar no dia 16, então pediria que colocássemos
este Projeto como uma das prioridades, a fim de que pudéssemos cumprir os prazos regimentais.
O
Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Outro dia eu já havia comentado sobre uma notícia
que o “Correio do Povo” havia publicado, em que uma facção do PT, chamada
Resistência Socialista, cobrava, através do Presidente Regional do PT, um reenquadramento do PDT em
relação às matérias do Partido dos Trabalhadores nesta Casa.
Naquela oportunidade, eu dizia que ainda não havia sustentação
política para que se fizesse essa
reivindicação. Pois bem: hoje somos colhidos por uma notícia, na página 10, do
consagrado jornalista José Barrionuevo, sob o título “Cobrança”, em que a Líder
do PT, na Câmara Municipal, Vera. Maria do Rosário, está cobrando do PDT e do
PSB uma postura mais coerente com relação à Prefeitura de Porto Alegre: “É
preciso ter coerência entre o discurso da aliança e a prática de suas Bancadas
na Câmara. PSB e PDT costumam votar contra os Projetos do Governo petista na
Capital”. Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu, sinceramente, fico
perplexo com tamanha ousadia! Primeiro, porque quem não tem a competência, a
habilidade de fazer passar Vetos ou Projetos de lei do interesse do Executivo
nesta casa, no diálogo com as bancadas, coloca no jornal uma cobrança, em
relação a uma Bancada, que não deve nada a ninguém, que tem uma postura
independente e que não dá o direito a ninguém de patrulhamento, quanto menos de
querer enquadrar, através da imprensa - considero uma falta de ética. Foi para
a imprensa querendo fazer uma cobrança de uma Bancada que aqui tem se pautado
sempre com respeito às demais Bancadas. Eu fico perplexo, magoado, de uma
maneira que, efetivamente, me deixa até preocupado, porque, em primeiro lugar,
não há acordo algum! Que eu saiba, não há acordo nenhum. Acordos são feitos
através das convenções e ratificadas pela Justiça Eleitoral e esses acordos
dizem, num documento administrativo, no caso da vitória daqueles acordados,
daqueles aliançados, o que se fará, se atingir o governo. Isso está sendo
elaborado mas não está ratificado. Ainda há problemas a serem suplantados, como
por exemplo, a questão do Rio de Janeiro. Aqui, todo mundo sabe, há uma
resistência de ambos os partidos. Eu citaria a Deputada Luciana Genro, que
merece o maior respeito ao seu pensamento, - merece o maior respeito - porque ela tem o direito, tem todo o
direito, sob a nossa ótica, de ter a visão que tem, como o ex-Deputado Wladimir
Palmeira, no Rio, tem todo o direito, na ótica deste Vereador, de querer
candidatura própria, até porque o antecedente, no Rio de Janeiro, é favorável
ao PT. Queria-se, por força, que se apoiasse o candidato Miro Teixeira, nas
últimas eleições e o ex-Vereador Chico Alencar forçou, saiu candidato, o candidato Miro Teixeira
teve oito e ele teve vinte e tantos por cento. Então, tem razão, no seu direito
absoluto de pensamento, lá no Rio, o Sr. Wladimir Palmeira, de disputar, como
aqui têm razão os Prefeitos do PDT e os Vereadores, nos quais eu me encontro,
assentados em raciocínio político correto, no nosso entendimento, de não querer
aliança. Agora, antes mesmo da aliança ser corroborada oficialmente, a Líder do
PT já quer enquadrar o PDT e o PSB a bater continência às matérias do Executivo
aqui nesta Casa. Isso, além de ser um absurdo, é uma ofensa à Bancada do PDT,
porque nós, quando tratamos dos interesses de Porto Alegre, sabemos distinguir.
Agora por exemplo, num caso importantíssimo, vou dar um exemplo, como foi o
IPTU: tentou-se o mesmo procedimento, o
Sr. Raul Pont chegou a telefonar para o Sr. Sereno Chaise, querendo que o PDT,
aqui, onerasse a Cidade de Porto Alegre com um aumento de IPTU. Se nós tivéssemos
feito, hoje nós estaríamos liquidados politicamente, perante a população de
Porto Alegre, porque o PT tem as suas razões de voracidade fiscal: quanto mais
tirar da população, melhor. Agora, a Bancada do PDT resistiu a este tipo de
pressão, e ai dela se tivesse entrado nessa aqui, em nome de uma coligação
político-partidária, atingindo o Governo do Estado, em cima de um documento que
vai ser legitimado ainda, porque não está pronto. Então, o que se quer fazer? A
tradução do texto é a de que vai-se fazer uma pressão após se realizar essa aliança,
eu diria, nos termos do direito, numa coação moral e irresistível, para que o
PDT aqui vote de cabeça baixa, humilhado, invertebrado, tudo o que o Paço
Municipal quiser. Pois eu digo: pago para ver.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Para uma
Comunicação de Líder, pelo PPS, tem a palavra o Ver. Lauro Hagemann.
O
SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nos últimos
dias a imprensa tem se dedicado a insistir numa tecla que nós abordávamos há
mais tempo. Mesmo com a entrada em vigor do novo Código de Trânsito, os
primeiros tempos foram de perplexidade, de acomodação, e houve até uma
diminuição dos acidentes de trânsito, o que foi saudado com muita euforia por
toda a população. Passado o primeiro impacto estamos assistindo ao
recrudescimento do vandalismo a que se assistia anteriormente. São dezenas de
mortes em acidentes os mais variados. A máxima de que a melhor punição é aquela
que se destina ao bolso do contribuinte, isto é, as multas pesadas, parece que
não está surtindo efeito. As pessoas estão sendo multadas, estão pagando as
multas, mas continuam a praticar as mesmas infrações de antes.
Por isso, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, volto a insistir na tecla original: o que está faltando é um
programa de esclarecimento, de ensinamento dos motoristas. E isso está,
inclusive, na nossa legislação municipal. A famosa Lei 8133, no seu art. 48,
principalmente no Parágrafo Primeiro, e em seus incisos e parágrafos
subseqüentes, diz taxativamente que “o Poder Público Municipal, através dos
Poderes Executivo e Legislativo - esta Casa não está imune a esse processo de
ensinamento, de esclarecimento - durante o primeiro semestre de 98 - atentem
Srs. Vereadores para isto - promoverá ampla campanha de esclarecimento e educação,
visando à segurança no trânsito e o respeito aos pedestres, devendo para isto
convidar e buscar o engajamento de entidades da sociedade civil, empresários,
trabalhadores, associações comunitárias, estabelecimentos de ensino, grupos
teatrais, meios de comunicação, e outros interessados”.
A minha presença na tribuna esta tarde é
para cobrar do Executivo Municipal, e também desta Casa, essa campanha de
esclarecimento, de educação. E isso não se refere somente ao Município de Porto
Alegre, tem que ser estendida a todo o Estado, porque as infrações de trânsito
estão sendo cometidas nas estradas federais e estaduais, mas principalmente nas
que se localizam no território do Rio Grande do Sul.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, essa
campanha de esclarecimento, de educação, tem que ser estendida aos mais
variados setores da sociedade. Ainda na Sexta-Feira Santa, por exemplo, uma
médica consagrada desta Cidade foi atropelada e morta dentro de um táxi. E é
sintomático e emblemático, porque ela deveria se constituir na direção de um
dos clubes de serviço desta Cidade. Pois vamos nos dirigir ao Rotary Club, que
a Dra. Fany ia presidir, para solicitar dele ajuda para essa campanha de
esclarecimento, de elucidação e, sobretudo, de educação. Vamos continuar
multando os infratores, mas não vai ser só a multa que vai resolver o problema.
Nós precisamos principalmente dessa campanha de esclarecimento, de educação.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Lauro Hagemann não esclareceu devidamente a
questão, na minha opinião. É que, quando surgiu o Código Brasileiro de
Trânsito, o Brasil acreditou nesse código, acreditou na fiscalização. Mas,
extemporaneamente e repentinamente, essa fiscalização mudou para o Município e
nós entramos num caos de trânsito. Ninguém mais respeita a lei, porque todos
sabem que a lei não é fiscalizada. Eu voltei hoje do Litoral e notei que as
velocidades são extremas. Sabem que essa lei não é para valer, como são quase
todas as leis do Brasil. Então, o que se deu?
Não há fiscalização, passou-se para o Município, no momento em que o Código Brasileiro de Trânsito era, na verdade,
adotado. Péssimo momento para se mudar a fiscalização de uma lei.
Mas o que me traz aqui é - V. Exas. devem ter verificado - que a
PROPEG - uma companhia de propaganda que cobre todo o Brasil - companhia que
não é tão conhecida como outras de que
temos conhecimento, chegou à conclusão sobre várias verdades, por exemplo, o
brasileiro abomina o uso da maconha; o brasileiro é contra a invasão de terras;
o brasileiro rejeita o aborto; o brasileiro não deseja a união de homossexuais;
o brasileiro está dividido quanto à pena de morte. Esses são resultados de pesquisas de uma companhia séria, não
muito conhecida como o IBOPE, mas que cobre 32% do território brasileiro, em
nove estados. Oitenta e sete por cento da população brasileira é favorável - V.
Exas. viram, no “Fantástico” - à imputação do menor como criminoso: a
imputabilidade do menor é admitida. Isso praticamente passou em silêncio, pelo
menos para os meus colegas que têm posição contrária à minha. Não apareceu
alguém que viesse à tribuna realçar esta
verdade: 87% do Brasil está interessado na imputabilidade do menor
decrescer.
Pois bem, pensemos melhor. O que há no
Brasil? Há uma busca incrível para se esvaziarem as cadeias. As penas
alternativas, hoje em dia, são os objetivos dos juristas, dos penalistas, dos
criminalistas, todos são advogados que trabalham na área do crime e, na
verdade, são favoráveis às penas alternativas. Por quê? Porque as cadeias
precisam ser esvaziadas.
Muito bem, mas esvaziadas como? Se nós
temos 180 mil lugares, não temos celas. Se é que se pode chamar de lugar, um
metro quadrado, para um homem dormir e viver. Chamá-lo de adequado.
E quando a Lei de Execuções Penais, assim
como a Constituição solicita no art. 5º, que o homem tenha uma cela de 3m x 2m,
com um vaso sanitário e uma cama, para poder viver enclausurado, o que o
governo quer? O governo deseja esvaziar cadeias, não pretende construí-las,
como tem que fazer, porque tem que colocar 5% da população convertida em celas.
Não é construir escolas nem hospitais, tem que construir celas. Nós temos que
ter 800 mil celas, 5% da população do Brasil.
E os criminalistas, os “iluministas”
desejam fazer com que a pena não tenha o caráter de punição. E V. Exa., Ver.
Lauro Hagemann, vem me dar motivos para esta intervenção.
Aí está o Código Nacional de Trânsito,
chegou no Brasil, foi construído uma beleza de código, foi imposto. Vinte ou
trinta dias, o brasileiro ficou em expectativa armada, temendo o código.
Reparou, contudo que a polícia não fiscalizava e que não havia conseqüências se
ele infringisse a lei.
O que ele fez? Dezesseis mortos aqui no
Rio Grande do Sul, neste fim-de-semana. A pena tem caráter punitivo, sim! Os
penalistas dizem que não. Mas tem caráter punitivo! O indivíduo tem que sentir
a pena em suas ilhargas
Tem o caráter educativo e socializante,
mas é punição. E V. Exas. observem,
porque existe uma Comissão no Ministério da Justiça, a mesma comissão que
recuou, quando do crime de estupro e no crime de seqüestro. Ver. Presidente da
Câmara, V. Exa., que é advogado, fique sabendo que, no dia 26 de março, o
Diário Oficial publicou solicitação dessa comissão para que sugestões fossem
colocadas pelo povo. Quem é que lê o Diário Oficial? O resultado é que ninguém
vai dar sugestões. Um grupinho qualquer de “iluministas” vai fazer algumas
sugestões. Vão mandar para o Congresso, e o Congresso vai sair com outra
bobagem, tentando modificar o Código Penal do Getúlio, a título de que ele
tinha ranço fascista.
Sr. Presidente, pena que o meu tempo
tenha terminado, porque eu estava interessando o PT com a expressão “ranço
fascista”. Eles estavam, quase todos, hipnotizados, e V. Exa. acabou eliminando
esse clima de letargia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Carlos Garcia está com a palavra em Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o motivo que nos traz a esta tribuna é uma
posição semelhante à do Partido Democrático Trabalhista, do qual foi
interlocutor, anteriormente, o Ver. Nereu D’Ávila.
Vou fazer questão, também, de ler a
coluna, veiculada hoje na página 10 da “Zero Hora”: “A Líder do PT na Câmara
Municipal, Vera. Maria do Rosário, está cobrando do PDT e do PSB uma postura
mais coerente com relação à Prefeitura de Porto Alegre. É preciso haver mais
coerência entre o discurso da Aliança e a prática das suas Bancadas na Câmara.
PSB e PDT costumam votar contra os Projetos do Governo Petista na Capital”.
Um outro jornal de Porto Alegre, o
“Correio do Povo” falava, anteriormente, em blocos. Reiteradamente, temos ocupado
esta tribuna e vamos fazê-lo todas as vezes que ocorrerem estes noticiários, o
PSB faz questão de informar que não pertence a nenhum bloco, aqui, nesta Casa.
O PSB tem uma posição independente. Na totalidade dos 17 vetos, o PSB não votou
com o PT em quatro, em todos aqueles de natureza tributária o PSB votou com o
PT, inclusive já dissemos, porque acreditamos e queremos ser Governo o quanto
antes no Município de Porto Alegre.
Agora, o PSB não é o PT. Nós não
concorremos juntos, tomamos uma postura independente.
Por isso, Vereadora, fazemos questão de
colocar onde foram os quatro votos diferentes; um foi relativo às linhas de
lotação, que era um Veto Parcial, e V. Exas. concordaram com essa questão do
veto, que era somente uma delimitação de datas; o segundo, o mais discutido, a
questão de normativos para os planos plurianuais, nós colocamos o porque da
manutenção do veto, fizemos questão de dizer porque estávamos votando contra o
Partido dos Trabalhadores, em função de procurar manter uma coerência entre
Assembléia e Câmara Municipal, já que lá na Assembléia Legislativa, o PSB tinha
votado neste quesito.
O terceiro estabelece normas para
utilização de passeios fronteiros a bares e restaurantes, por uma questão de
coerência, até porque tínhamos uma Emenda no Projeto, fizemos questão de votar
contra.
O último que altera a denominação de
Operador de Raio X para Técnico em Radiologia, que na oportunidade fizemos
esclarecimento do porque do voto, partindo do pressuposto que o próprio edital
era contraditório.
Então, esses foram os vetos. Cada vez
ficamos mais perplexos de nos cobrarem, nos tacharem, ou de tentar nos tutelar.
Ficamos surpresos, porque a grande virtude, o mérito desta Casa é a sua
pluralidade e o espírito democrático. Aquilo que tanto debatemos e criticamos
que acontece na Assembléia Legislativa e no Congresso, o atropelamento
avassalador, ou seja, todo o Projeto é votado contra, simplesmente é votado
contra, não tem a guarida do PSB nesta Casa. O PSB se preocupa em ser coerente
em todos os projetos ou pelo menos tenta discutir, pois a coerência pode
depender das vistas de quem examina.
Portanto, gostaríamos de esclarecer que o
PSB não pertence a nenhum bloco; tem a sua postura independente. Queremos
enfatizar, novamente, que queremos construir essa aliança com o PDT, PT e o PSB
fazendo parte. Até porque esperamos que o PT apoie o PSB nos sete estados do
Norte, onde o PSB certamente será o Partido que mais terá governadores no
próximo ano. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Gilberto Batista está com a palavra em Comunicação de Líder.
O
SR. GILBERTO BATISTA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, utilizo este espaço, trazendo uma preocupação
deste Vereador em relação à eleição dos conselhos tutelares, que será realizada
no dia 31 de maio, em Porto Alegre.
No último feriado fui convidado a uma
reunião junto a alguns candidatos da microrregião 2 pela preocupação de vários
candidatos com essa eleição. O alerta que vim fazer é sobre o relato desses
candidatos nessa reunião. Primeiramente, colocaram que a coordenação das
eleições dos conselheiros ainda não tem local definido para a votação destas
eleições. Sabe-se que as eleições são dia 31 de maio e estamos no dia 13 de
abril. Há uma preocupação enorme, acredito, de todos os candidatos por ainda
não terem sido informados sobre o local das votações desta importante eleição
que elegerá os conselheiros que cuidarão da criança e do adolescente desta
Cidade. A segunda preocupação desse grupo de candidatos foi numa reunião no
foro, em que a Dra. Márcia, coordenadora da Comissão Eleitoral, solicitou a
todos os candidatos presentes que estaria precisando de, se possível, prédios
das mais variadas instituições, associações comunitárias, creches, para que
cedessem esses prédios para a realização da votação no dia 31 de maio. Essa
coordenadora alega que a Secretaria Estadual de Educação está impossibilitando
que os prédios do Estado sejam liberados para a realização desta eleição. Ver.
Záchia, nós, Vereadores, teremos que ter um contato com a Secretaria de
Educação para ver se isso é veredicto. Se não for está-se formando uma eleição
já esculhambada, porque estamos no dia 13 de abril e ainda não temos local para
a eleição do dia 31 de maio.
Outra preocupação é que essa mesma
diretora solicitou aos candidatos que quem pudesse trazer nomes para essa
coordenação para trabalharem como mesários e depois como escrutinadores, que
assim o fizessem. O Tribunal Regional Eleitoral, como vai agir nestas eleições?
Qual a fiscalização, qual o órgão que vai fiscalizar essas eleições em Porto
Alegre? Porque eu acredito que a coordenadora não possa solicitar aos
candidatos que repassem nomes de mesários, de escrutinadores. Os candidatos me
alegaram que a eleição será no dia 31 de maio e, conforme a coordenadora, a
escrutinação será no dia posterior. O pessoal está preocupado aonde ficarão
essas urnas, quem fiscalizará e qual o poder que fiscalizará. Quero deixar um
alerta à Câmara de Vereadores para que possamos ir a fundo e ver o que
realmente está para acontecer nas eleições, aonde será o local de votação, quem
fará o escrutínio, quem serão os mesários, e qual o poder que fiscalizará essa
eleição de tal importância para a criança e o adolescente na cidade de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, no dia 02 de abril de 1998, V. Exa. promulgou a Lei
Complementar n.º 403, oriunda de um Veto derrubado pôr esta Casa, do Sr.
Prefeito Municipal. Ocorre, Sr. Presidente, que já há vários dias, ou seja, 11
dias após a promulgação da Lei Complementar n.º 403, não constatamos a
publicação da referida Lei no Diário Oficial de Porto Alegre. Observamos
também, para colaborar com a Mesa e com V.Exa., que Leis promulgadas nessa
mesma data, por V. Exa., já foram publicadas no Diário Oficial do Município e,
estranha e curiosamente, Sr. Presidente, essa Lei que trata da mudança de
dispositivos que envolvem o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Intervivos,
até hoje não foi publicada pelo Diário Oficial do Município, quando sabemos que
o Diário é administrado pelo Executivo Municipal. Nós sabemos que tão logo
houve a promulgação, setores competentes da Casa encaminharam ao Executivo
Municipal. O fato, ao nosso juízo, é extremamente grave e exige uma providência
da Mesa Diretora, especialmente de V. Exa., na condição de Presidente desta
Casa, porque na nossa avaliação estaria havendo um desrespeito não só a esta
Casa, que tem o Poder Legislativo sob sua responsabilidade, como também a V.
Exa. que promulgou a Lei e cujo ato não foi publicado no Diário Oficial do
Município. Sou grato.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Isaac Ainhorn, assiste razões a V. Exa. para fazer essa Questão de Ordem, mas
vamos verificar com a nossa Diretora Administrativa quais são os problemas que
impediram que esta Lei fosse publicada, só após poderemos retornar a esse
assunto.
O
SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Fazemos
este Requerimento, considerando que a questão anterior não foi Questão de
Ordem, mas o nosso Requerimento é para que V. Exa., o mais breve possível,
esclareça a esta Casa, e ao povo de Porto Alegre, sobre as questões levantadas,
aqui, pelo Ver. Isaac Ainhorn.
Suspeitamos que existam questões mal encaminhadas, pois não sabemos nem
se os prazos expiraram ou se o Município teria entrado na Justiça contra uma
legislação que não concorda. Nós não
podemos informar ao público da forma como foi feito.
O
SR. PRESIDENTE: Nós não
vamos estabelecer polêmicas agora.
Quero avisar aos Srs. Vereadores que,
antes de fazer uma consulta a Diretoria Administrativa, não serão mais
concedidas Questões de Ordem a respeito desse assunto. Preciso informar ao
Plenário exatamente o que ocorreu na tramitação desse Projeto, depois que
assinamos, aqui, a promulgação da lei.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, só para um esclarecimento.
O
SR. PRESIDENTE: Se é
sobre o assunto, pediria a V. Exa. que aguardasse o retorno da Diretoria
Administrativa.
O
SR. ISAAC AINHORN: Mas,
Sr. Presidente, só quero esclarecer em Questão de Ordem, que eu não tinha outro
instrumento legal que não usar o microfone de Apartes e Questões de Ordem para
esclarecer.
O
SR. PRESIDENTE: Por
favor, peço para cortar o som do microfone de apartes, que só ficará aberto
através da Mesa. Não estou contestando as Questões de Ordem, aceitei as duas
questões de ordem, tanto a do Vereador Isaac Ainhorn quanto a do Ver. Clovis
Ilgenfritz. E pedi para que a Diretora Administrativa pudesse vir afim de que
eu possa dar a resposta que esclareça o Plenário. Depois disso é que podemos
tomar as providências, pois como poderemos tomar providências sem saber o que
está ocorrendo?
A Vera. Maria do Rosário está com a
palavra em Comunicação de Líder.
A
SRA. MARIA DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Ocupamos esta tribuna em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores para saudar, na verdade, a disposição e a construção nacional que ora ocorre a partir das
Lideranças nacionais do PSB, do PDT, do PT e dos diferentes partidos que
deverão compor neste País uma grande frente política capaz de apresentar um
projeto político para o Brasil assim como um projeto político para o Estado do
Rio Grande do Sul, em oposição aos rumos que o neoliberalismo impõe ao povo
brasileiro. Na verdade, o nosso debate, mesmo na Câmara Municipal de Porto
Alegre, não se circunscreve, não se limita, em nenhum minuto, a esta Câmara
Municipal, a nossa Pauta e ao que estamos debatendo todos os dias, na Ordem do
Dia, e no debate do cotidiano da Câmara. Em Porto Alegre, Srs. Vereadores, nós
temos tido a ousadia política de, na prática, estabelecermos propostas de
políticas públicas, de democracia direta, de participação do cidadão, de
respeito às comunidades e às entidades organizadas no sentido, exatamente,
contrário ao que é apregoado a partir dos governos de Antônio Britto e de
Fernando Henrique Cardoso. Existe habilidade e competência de sobra,
certamente, para aqueles que já são governo pela terceira vez numa cidade que é
a capital de todos os gaúchos, e que, portanto, são governo, também, para boa
parte de todos os gaúchos. Um terço da nossa população do Estado se concentra
na região metropolitana, e soube comparar e dar a vitória às Frentes Populares
na região metropolitana para diferentes Municípios da nossa região nas últimas
eleições municipais, justamente pela comparação entre aquilo que é combinado,
construído e tratado na Cidade de Porto Alegre e a contradição com aquelas
cidades que ficam empobrecidas, em que o poder se encastela, distante do cidadão, como em outros municípios nós
observamos e como ocorre no Estado do Rio Grande do Sul. Quero dizer aos
Senhores e Senhoras que é o esforço da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
absolutamente sintonizada com o Prefeito desta Cidade, Raul Pont, e com o
Vice-Prefeito José Fortunati, sintonizada com o paço municipal que possamos
construir, Ver. Guilherme Barbosa,
Presidente do nosso PT Municipal, uma aliança que diga a verdade ao nosso povo
e que apresente um projeto alternativo a uma gente que sofre todos os dias. E
temos nós, nas nossas mãos, essa obrigação e essa responsabilidade. São mais de
trinta e cinco milhões de brasileiros excluídos da grande festa da produção
tecnológica da nossa época; são mais de trinta e cinco milhões de brasileiros
excluídos da saúde, da habitação popular, excluídos, descartados completamente
dos mercados e mesmo de um País que se coloca de joelhos frente aos Sete
Grandes, ao Consenso de Washington - que está muito longe de ser um
consenso da nossa gente e dos nossos
direitos. O Brasil, Srs. Vereadores, terá um novo projeto a partir de 04 de outubro, construído pelo
PT, construído por Leonel Brizola do PDT, construído por Miguel Arraes e pelo
PSB, e cabe a nós, sim, permitam-nos dizer isso, cabe a nós construirmos de nossa parte essa aliança que não é
feita soldando-se os grandes dos nossos partidos, porque os nossos partidos têm
base, e base real no meio do povo. E a base dos nossos partidos, certamente,
pulsa muito fortemente nas câmaras Municipais e nas palavras dos Vereadores.
Certamente que nas nossas Bancadas talvez alguns Vereadores sejam contrários a
aliança, de parte a parte, poderão alguns Vereadores serem contrários a
aliança, outros mais recentemente revelando-se, outros há mais tempo contrários
a aliança. mas, na verdade, Srs. Vereadores, a aliança não é para Brizola ou
para Lula, não é para Arrais, a aliança é para o povo brasileiro, para a gente
sofrida, os professores, os funcionários, para todos que querem construir um
novo Brasil e um novo Estado. E é por isso que Porto Alegre, e nós aqui como
Câmara de Vereadores, na medida em que sabe que Porto Alegre é núcleo
elaborador das políticas concretas de
oposição ao projeto neoliberal, queremos, mais uma vez, em nome da Bancada do
PT dizer que o discurso não justifica a prática, mas á prática que justifica o
discurso. E assim, citando Paulo Freire, não queremos ser corregedores, mas
queremos, num processo dialógico, ser construtores de uma proposta que é uma
aliança. E nessa proposta nós estendemos a mão a cada Vereador do PDT, do PSB,
a cada militante do PSB, PC do B, do PCB, do PPS, porque assim, com propostas e
com projetos, é que vamos construir um
futuro para a nossa gente. Permitam-me responder, portanto, as críticas,
dizendo do nosso desejo de que a prática justifique todos os nossos discursos,
como já aprendi com o mestre Paulo Freire. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, até por uma questão de
absoluta isenção e de responsabilidade com o mandato que detenho na
Câmara Municipal. Há poucos minutos recebi o Diário Oficial, publicado no dia 9
de abril, que chegou no meu Gabinete neste momento, que publica a Lei
Complementar nº 413. Portanto, a vigência da
Lei que estabelece o novo ITPI é a partir do primeiro dia útil que é o
dia de hoje. Portanto, Sr. Presidente, reconheço a existência da publicação,
embora com 7 dias de atraso do dia da promulgação.
O SR. PRESIDENTE: Eu assinei no dia certo, só que a
remessa desses documentos às vezes, não é feita no mesmo dia, normalmente não é
feita no mesmo dia. Por isso que eu pedi, quando Ver. Isaac Ainhorn fez a
Questão de Ordem, eu solicitei que antes de dar uma resposta ele consultasse a
Diretoria Legislativa para que não saíssemos tomando providências
desnecessárias com relação a esse assunto. Agi de forma responsável. A Diretora
Administrativa trouxe a publicação, acredito que não é preciso prolongar mais
este assunto.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Parabenizo a forma como V. Exa. encaminhou o assunto. O
Ver. Isaac Ainhorn fez uma autocrítica, realmente os dados não correspondiam.
Esse material chegou no Poder Executivo no dia 7, não ficou dois dias, no dia 9
foi publicado no Diário Oficial do Município.
O
SR. PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, não vou comentar os discursos de companheiros,
Líderes da Casa, que me antecederam, não me cabe isso. Cada Bancada tem a sua própria autonomia. Portanto, não vou
comentar os discursos dos companheiros do PSB, ou do PDT, ou da companheira
Maria do Rosário pelo PT. Mas chamo a atenção da Vera. Maria do Rosário que a
questão da transparência, pelo menos em relação à Câmara dos Vereadores, sobre
as questões trazidas a este Plenário, estão muito aquém do desejado. Lembro
que, há cerca de um mês, fiz uma denúncia formal. V. Exa. me pediu o nome,
horário, local. Forneci, e estou sentado, esperando até hoje uma resposta da
SMT em relação ao agente de trânsito da Secretaria Municipal dos Transportes
que eu denunciei que estava trabalhando, junto com o “flanelinha”, no Centro da Cidade. Também levantei, há
cerca de duas semanas atrás, a questão do verdadeiro desastre que é a ausência
dos fiscais da SMT na Av. Ipiranga, no trecho próximo à PUC, no horário em
torno das 18h e 30min às 19h e 30 min e
até hoje a SMT sequer colocou um agente para fazer uma coisa primária, que é
mudar o tempo da sinaleira da Av. Ipiranga com a Rua Dr. Salvador França, no
horário necessário, das 18h30min às 20h, é primário, até os brigadianos faziam
isso, quando respondiam pelo trânsito de Porto Alegre. É primário, porque é só
programar no computador a mudança do tempo de cruzamento dessa sinaleira.
Resultado: nas últimas noites, a tranqueira começa na rua Monteiro Lobato,
antes do Jardim Botânico, e levamos, dessa rua, até a entrada da PUC,
exatamente, 20 a 25min, só nesse trecho, e não é modo de falar.
A terceira e mais grave transparência,
Vera. Maria do Rosário, é que, se houvesse realmente a vontade de criar esse
debate e responder, levando em conta o esforço do Ver. Adeli Sell, na
sexta-feira, na Rádio Guaíba, ter-se-ia dado a resposta de uma cobrança que
estamos fazendo, objetivamente, sobre os outdoors da CUT, que nessa madrugada,
nesse final de semana, foram deslocados do Largo Glênio Peres, com gente
portando camisetas da EPATUR, e levados para o Largo da EPATUR, mas só que até
agora não tenho a resposta da cobrança que estou fazendo: foi ou não foi
autorizado? Se foi autorizado, com base
em que legislação, porque não é a Municipal.
Se for dito que foi com base na Legislação Municipal, quero ratificar o
que já disse: o PSDB vai requerer a
colocação de outdoors nos mesmos locais, pelos mesmos tempos, e com o ponto de
vista do PSDB. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Fernando Záchia está com a palavra em Comunicação de Líder.
O
SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na Sessão de quarta-feira passada, aqui na
tribuna, este Vereador cobrava e estranhava a ausência de um representante do
Prefeito Municipal ou de seu representante na festa de aniversário do
Internacional, que é a maior instituição desportiva deste País. Estranhava,
porque todas as entidades estavam lá representadas: Governo do Estado, Ministro
de Estado, Secretários, Presidente da Câmara, da Assembléia, do Tribunal de
Justiça e Deputados. Estranhei mais quando ontem, na Rádio Guaíba, o Sr.
Prefeito Municipal dizia que estranhava que este Vereador referia-se que
cobrava do Prefeito, que é colorado assumido, que o Prefeito prejudicasse o
Município em resolver a situação das áreas do Internacional.
Em nenhum momento falei desse assunto
naquele dia. Existe aqui um “release” feito pela Assessoria de Imprensa da
Casa, onde diz que “Záchia lamenta descaso da Prefeitura para com o aniversário
do Internacional.” O Prefeito está mal-informado, o que para mim é uma
surpresa, já que ele tem uma assessoria de informação muito bem-dirigida pelo
nosso Adaucto Vasconcellos. Prefiro dizer que ele está mal-informado para não
dizer que pudesse estar com intenções dúbias.
O Prefeito se referia, nessa entrevista à
Rádio Guaíba, dizendo que aquilo que foi aprovado na Câmara de Vereadores, na
Legislatura 91/92, se o Internacional quisesse, ele cumpriria de imediato. O
Prefeito está mal informado, porque esta Câmara aprovou o Projeto, derrubou o
Veto do Prefeito Municipal e a pendenga foi para a Justiça e, aí sim, não é uma
decisão da Câmara, mas da Justiça. O Ver. Clovis é um dos Vereadores que
participou desse processo - está aqui o processo - com as duas Emendas do Ver.
Dilamar Machado, que foram vetadas parcialmente pelo Prefeito da época, Olívio
Dutra, e esta Casa, em março de 1992, derrubou os Vetos. O que a Casa aprovou,
o Internacional queria. O Internacional não concordou foi que a avaliação dada
pela Prefeitura, na área dos eucaliptos, fosse considerada zero na parte
construtiva. A Prefeitura entendia que aquilo que está construído no Estádio
dos Eucaliptos não vale absolutamente nada. Todas aquelas arquibancadas, toda
aquela construção antiga, na verdade, consta no Processo que o valor é zero. Aí
foi a discordância do Internacional. O que me surpreende, em relação ao Sr.
Prefeito Municipal, é ver a mesma situação do ano passado, quando este
Vereador, o Ver. Hélio Corbellini, o Ver. Cláudio Sebenelo, que são conselheiros do
Internacional - e, com muita simpatia, pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, que sempre
demonstrou um carinho por essa situação - estávamos tentando, juntamente com o
Vice-Prefeito José Fortunati, resolver essa situação, legalizar essas áreas do
Internacional para, quem sabe, fazer uma permuta com o Estádio dos Eucaliptos.
E, surpreendentemente, em meio a essas negociações, em meio a essas reuniões,
que seriam para, definitivamente, resolver a situação do Internacional, o
Prefeito mandou invadir o Parque Gigante. Ora, existiam Vereadores interessados
em resolver, existia a boa vontade do Vice-Prefeito em resolver a questão, mas,
simultaneamente, esta boa vontade, esta disposição de algumas pessoas que
tiveram, Prefeito Raul Pont, interesse público diferentemente do que V. Exa.
dizia ontem, na entrevista da Rádio Guaíba, estranhando que o Ver. Fernando
Záchia estivesse tentando legislar somente pensando nos benefícios do Sport
Club Internacional, em prejuízo a toda cidade. Jamais disse isso, nesta
tribuna! Surpreende-me, quando o Prefeito Municipal tem o desconhecimento, não
das manifestações ditas por alguns Vereadores desta casa, mas que o Prefeito
Municipal tenha o desconhecimento de decisões feitas por esta Casa. Esta Casa
aprovou um Projeto que foi parcialmente vetado pelo Prefeito Olívio Dutra. Esta
Casa, em 1992, derrubou o Veto do Prefeito e, aí, sim, a decisão foi para a
Justiça.
Deixo, aqui, bem clara, a minha
manifestação, não contrária, não de estranheza, que já estou acostumado, pelo
descaso que a Prefeitura Municipal tem em relação ao Sport Club Internacional,
em não comparecer as suas festividades e em não mostrar nenhum sinal para
avançar numa negociação, mas a estranheza das inverdades ditas, publicamente,
pelo Prefeito Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr.
Presidente, retomando a Questão de Ordem anterior em relação à Ordem do Dia,
após ter conversado com as várias Lideranças, queria apresentar, formalmente,
um Requerimento a V. Exa. no sentido de que se votassem, inicialmente, os
Projetos 002/98, 004/98 e 007/98, sucedendo-se os Requerimentos e, depois,
entrando na Ordem do Dia em sua seqüência normal.
O
SR. HENRIQUE FONTANA (Esclarecimento): Nós já estamos na Ordem do Dia?
O
SR. PRESIDENTE: Não.
O
SR. HENRIQUE FONTANA: Já
podemos votar o Requerimento, neste momento?
O
SR. PRESIDENTE: Sim,
nada nos impede.
O
SR. HENRIQUE FONTANA: Como
não estou informado, gostaria de solicitar que o Ver. Antonio Hohlfeldt retarde a avaliação deste Requerimento.
O
SR. PRESIDENTE: Enquanto
V. Exa. se informa, nós damos andamento à Sessão.
Está com a palavra o Ver. Eliseu Sabino
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELISEU SABINO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, ocupamos esta tribuna para trazer a nossa
preocupação com relação a uma denúncia da Escola Municipal Lauro Rodrigues, de
primeiro grau, no Jardim Ingá. A Comissão de Educação acompanhou de perto a
denúncia que diz respeito à segurança, pois a Guarda Municipal foi retirada
dessa escola no meio do ano passado.
Existem alguns argumentos, de parte do
Executivo, que é quem está dominando a situação, de que se trata de uma
situação rotineira e que a questão está sendo reparada com uma patrulha. Os
pais, professores e alunos estão preocupados com a segurança da escola.
Estivemos lá juntamente com o Ver. Garcia
e outros Vereadores, representando a Câmara Municipal. Sabemos que existem
algumas normas para que aquele guarda municipal esteja ali dando atendimento.
Mas, antecipadamente, vem a preocupação deste Vereador e da Comissão de
Educação, por isso, fizemos um pedido para que haja uma iniciativa imediata do
nosso Executivo, ou de quem é de direito, de colocar um guarda municipal na
escola. A escola está desprotegia. Nada aconteceu até agora, mas há insegurança
no local e a nossa intenção é de precaução quando solicitamos esse atendimento.
Segurança é indispensável. Queremos também comentar a retirada de atendimento odontológico que havia na escola há
alguns anos. O argumento para a retirada do gabinete odontológico é de que, em
outro local que não seja a escola, vai haver a possibilidade de atendimento
maior, para mais pessoas que não sejam apenas os alunos. Mas, até hoje, 800
crianças foram atendidas e nós temos a grande preocupação de que, com a
retirada do gabinete odontológico da escola, ele venha a atender outras pessoas
que não sejam as crianças. Por que não continuar com o gabinete ali? Nós
trazemos aqui a nossa preocupação, até como um relatório da nossa visita àquela
escola. Evidentemente, reiteradas vezes, vamos estar aqui para manifestar que a
escola precisa, sim, de um guarda municipal que esteja ali, dando um
atendimento de segurança naquele local, pois se trata até de um local que está
sendo invadido por pessoas que são portadoras de drogas, que estão passando
drogas para as crianças. Os portões são abertos, não há a mínima segurança.
Então, antes que aconteça alguma coisa, antes que venhamos a ter um dissabor de
trazer, através dos meios de comunicação, uma notícia triste, desagradável,
recorremos ao Executivo para que tome essa iniciativa. Recorremos ao Secretário
Municipal de Educação, Prof. José Clóvis, aos que atuam junto com ele, para que
tomem as devidas providências. Também, como ex-Conselheiro Tutelar e atuante
nesta área, acompanhando de perto o que está para acontecer, a eleição dos
Conselheiros Tutelares, no dia 31 de maio, trazemos a nossa preocupação com
relação à eleição. Hoje, estamos a menos de 60 dias da eleição, ainda não
sabemos os locais de votação. Há interesse em não divulgar essa informação aos
candidatos ao Conselho Tutelar? Posteriormente, estaremos abordando esse
assunto e trazemos aqui também a nossa preocupação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Juarez Pinheiro para um requerimento.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr.
Presidente, requeiro a V. Exa. que passe para os Anais da Casa a comemoração do
Clube do Cinema de Porto Alegre, que é o mais antigo do Brasil. Hoje
comemora-se os cinqüenta anos de fundação desse Clube. Um dos fundadores foi o
Jornalista Paulo Fontoura Gastal que faleceu no ano passado.
O
SR. PRESIDENTE: Nós só
não vamos determinar o registro nos Anais como tomar o seu registro como uma
homenagem aos cinqüenta anos do Clube do Cinema de nossa Cidade.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr.
Presidente, na Quinta-Feira Santa foi vítima de um acidente de trânsito a
Professora Fani Job, que tinha sessenta e nove anos de idade. Ela era médica
hematologista e introdutora da técnica de transplante de medula no Instituto de
Hematologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Naquela manhã, ela se
dirigia ao trabalho, na sua função de médica, mesmo sendo feriado, Sr.
Presidente, e teve sua vida ceifada de nosso convívio de maneira trágica.
Solicito a homenagem desta Casa a essa ilustre dama da qual nossa sociedade,
com pesar e saudade, se despede. Queremos registrar o seu pioneirismo, a
coragem e o intenso benefício social que imprimiu através de sua atividade. Por
tudo isso, Sr. Presidente, requeiro um minuto de silêncio em homenagem a Dra.
Fani Job.
0
SR. PRESIDENTE: Vamos
fazer um minuto de silêncio, atendendo ao Requerimento do Ver. Cláudio
Sebenelo.
(É feito um minuto de silêncio.)
O
SR. ISAAC AINHORN (Requerimento):
Sr. Presidente, tendo em vista o horário e o tempo regimental da Sessão, que
são de quatro horas, solicito a V. Exa. que submeta ao Plenário a inversão dos
trabalhos, em primeiro lugar a Ordem do
Dia e, após, a discussão de Pauta.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação
nominal, a pedido do Ver. João Motta, o Requerimento de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn. (Após chamada.) APROVADO
por 16 votos SIM e 07 votos NÃO, 02 ABSTENÇÕES.
O
SR. PRESIDENTE: Havendo
quórum, passamos à
Requerimento de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt para que, em primeiro lugar, votemos os projetos das páginas 14, 15 e
18 e, posteriormente, os requerimentos. Em votação. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0466/98 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 002/98,
de autoria do Ver. Gerson Almeida, que concede o título honorífico de Cidadão
de Porto Alegre ao Senhor Carlos Alberto Dayrell.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Guilherme
Barbosa: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, §
2°, V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Não havendo quem queira discuti-lo, está em votação.
O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
para encaminhar.
O
SR. GERSON ALMEIDA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar eu gostaria de agradecer à Casa
e às lideranças por colocarem esse Projeto como primeiro na Ordem do Dia. O Sr.
Carlos Alberto Dayrell é aquele que, quando estudante da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, fez um ato simbólico, emblemático da luta ambientalista
de Porto Alegre e, certamente, da luta ambientalista do País, quando, num gesto
singelo de subir em uma árvore, impediu que continuasse a devastação de uma
série de árvores para construir uma obra importante na Cidade de Porto Alegre,
que era o viaduto da João Pessoa em direção à Salgado Filho. Não que construir
viadutos seja equivocado ou derrubar árvores não possa ser uma coisa
necessária. A questão é que sempre imperava uma idéia de desenvolvimento urbano
que, a rigor, apenas incluía a construção civil e a construção de cidades que
não levavam em conta um outro fator fundamental como este, que é a qualidade de
vida dos habitantes das grandes metrópoles.
Os dados de demógrafos da ONU indicam que
mais de 80% da população do planeta estará vivendo em cidades nas próximas duas
décadas. Isso significa que qualquer ação que fizermos hoje em relação à
qualidade de vida dos habitantes das grandes cidades, naturalmente vai ter um
efeito direto na vida de 80% da população do planeta. Portanto, gestos como o
de Dayrell, há quase 24 anos, colocaram uma interrogação a todos os cidadãos de
Porto Alegre e ao Poder Público, Executivo e Legislativo: que era preciso dar
um momento, um basta, uma interrupção naquele processo, que era o processo de
crescimento desenfreado das cidades no Brasil, na década de 70, para
incorporar, no desenvolvimento necessário, um elemento que é: em que condições
nós devemos ampliar a construção da cidade? Acho que o Dayrell, em fevereiro de
1975, num ato muito singelo, ao subir
em uma árvore conseguiu abrir uma caixa de Pandora de coisas boas, que foi,
exatamente, a discussão sobre os parâmetros necessários para a construção da
cidade de tal forma que ela não seja apenas um lugar onde imperam o concreto e
o cimento armado, necessários, naturalmente, mas que ela seja mais do que isso:
seja um lugar que, em última instância, tenha como sujeito e objeto da ação
política o cidadão e a sua qualidade de vida.
Estou colocando isso porque esse ato não
foi o primeiro ato ambientalista no Brasil. Naturalmente, existiram muitas
outras figuras importantes na luta ambientalista que, nos seus exercícios quase isolados, fizeram muitas coisas
boas, mas esse foi o ato inaugural, aquele que conseguiu sintetizar, motivar o
surgimento de inúmeras organizações não-governamentais, e até mesmo
governamentais, dirigidas à questão do meio ambiente.
O Dayrell era um filiado à AGAPAN, que
havia surgido há pouco tempo; um pouco antes desse ato dele, havia sido criada
a primeira Secretaria Municipal de Meio
Ambiente do Brasil - SMAM. Então, já havia uma certa maturidade social
em Porto Alegre, que fez com que um ato como esse acabasse galvanizando essa
consciência, incipiente ainda, mas já existente.
Concluo pedindo o voto de todos os
Vereadores a este Projeto, que é uma homenagem singela, mas muito
significativa, a esse cidadão que muito fez por Porto Alegre; é mineiro, está
em Montes Claros, em Minas Gerais, e virá aqui no dia 28.
Peço mais dez segundos para dizer o
seguinte: tenho, aqui, uma carta do Diretor da Faculdade de Direito, Eduardo
Carrion, solicitando para darmos esse título, se ele for aprovado pela Câmara
de Vereadores de Porto Alegre, numa solenidade comemorativa ao centenário da
Faculdade de Direito, lá na Faculdade de Direito e não aqui na Câmara. Então,
peço a aprovação do Projeto e o apoio das bancadas para que possamos fazer esse
ato de entrega do título de Cidadão de Porto Alegre ao Dayrell na Faculdade de
Direito, como parte comemorativa aos 100 anos da Faculdade de Direito. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro):
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Esse Projeto, de autoria do Ver. Gerson Almeida, é
excelente, porque rememora um dos mais altos gritos que já se deu neste País,
Ver. Gerson Almeida, na defesa do meio ambiente e da ecologia.
Porque é bom que se diga que o ambiente
de defesa da ecologia, a consciência ecológica é recente. Ela dista,
seguramente, com algum grau de conscientização, de trinta anos a esta data.
Então, quando o jovem estudante Carlos
Alberto Dayrell sobe na árvore, ele está fazendo, uma das mais efetivas
manifestações na defesa da vida, do meio ambiente e da ecologia.
Então, foi um grande momento, um grande
toque e um grande alarme que se deu aqui, em Porto Alegre, na defesa do meio
ambiente.
E quando o Diretor da Faculdade de
Direito, Dr. Eduardo Carrion, solicita à Casa que façamos lá a Sessão Solene,
vem em boa hora, porque a Faculdade de Direito também vai realizar o seu
centenário.
Eu tive, Ver. Gerson Almeida, a
oportunidade de ser estudante de Direito da Universidade do Rio Grande do Sul,
e conheci a referida árvore, assim como as demais árvores.
Então, é como bem disse V. Exa., com
muita propriedade: não foi um movimento contra a construção de viadutos e
estradas. Absolutamente, não! Foi, exatamente, um grande movimento na defesa do
meio ambiente, na defesa da ecologia. A
partir do grito do estudante, houve um grande crescimento, no Rio Grande do Sul
e em Porto Alegre, de todos os movimentos ambientalistas. Houve toda uma
discussão; passou a ser uma das grandes bandeiras a defesa do meio ambiente, a
defesa da ecologia, que, em última análise - nem poderia ser diferente -, é a
defesa da vida, da qualidade de vida.
Então, o título ao Dayrell, que V. Exa.
propõe, é extremamente oportuno, extremamente adequado. Evidentemente, o
Projeto receberá a manifestação unânime da Casa e vale por sua importância
histórica, pois aquele acontecimento detonou um grande movimento.
Porto Alegre ser considerada, hoje, uma
das cidades de melhor qualidade de vida no País tem a contribuição indiscutível
do Dayrell. Todo um ambiente que se criou no Rio Grande do Sul, aqui em Porto
Alegre principalmente, deve-se àquele grito, àquela chamada, àquele despertar
de consciências. Aquele foi, indiscutivelmente, um acontecimento de grande
importância para que se criasse a consciência da defesa do meio ambiente, da
defesa da ecologia.
Os meus parabéns a V. Exa. pela
oportunidade do Projeto: nunca é de demais chamarmos a atenção para a defesa da
ecologia. Tivemos, não faz muito, um incêndio na Amazônia. Parece-nos ter
havido uma certa tardança, uma preocupação muito lenta de parte das autoridades
federais sobre aquela catástrofe. Talvez tenhamos que, mais uma vez, chamar a
atenção para a defesa do meio ambiente, para a defesa da ecologia. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra
para encaminhar.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é muito difícil algum Vereador desta Casa ser
contra este magnífico Projeto do Ver. Gerson Almeida, pelo oportunismo, pelo
talento e inteligência do nobre Vereador, que tem voltado a sua atuação, toda
ela, para o meio ambiente, para a ecologia. Temos que fazer justiça a esse tipo
de trabalho do Ver. Gerson Almeida.
O mundo está mudando, está dando uma
grande volta, está num processo de reviravolta, isto é, daquele antigo
racionalismo ortodoxo, acadêmico, daquele cientificismo da exatidão, da experiência,
das suas conclusões, das leis físicas, surgiu uma sociedade industrial, cujos
produtos e seqüelas arcamos, hoje, não só com a responsabilidade, mas também
com o seu lado nocivo. E com a nocividade desta sociedade industrial que
fizemos, que plasmamos como seres humanos, feridos por ela, lambendo nossas
feridas, suportando as dores deste final de sociedade industrial, começamos a
voltar nossos olhos, nossa ciência, nossa sensibilidade para a mãe natureza.
Há 20 anos surgia - fenômeno fundamental
- essa consciência de que era necessário mudar, preservar a fonte permanente de oxigênio que representa o
arvoredo de uma cidade; as benesses da natureza, da ecologia. Em nossa Cidade
plantamos muitas árvores que não são naturais de Porto Alegre, que importamos
da Europa, a maioria delas, hoje, fazendo parte da nossa paisagem, fazendo
parte do nosso acervo ecológico do qual, como os Vereadores da Cidade, a
população sabe que não abriremos mão de nenhum centímetro de nossa ecologia;
dessa ecologia que Carlos Dayrell emblematicamente defendeu. Neste momento tão
feliz em que o Ver. Gerson Almeida traz esse tipo de proposta, perguntamos por
que não a Faculdade de Direito? Essa Faculdade que tem nas proximidades uma
arborização riquíssima, ao lado de construções com estilo magnífico. Não só o
estilo da arquitetura, mas enfeitados e beneficiados pelas árvores, o que foi
defendido bravamente por um jovem, que enfrentou, inclusive, a violência das
milícias da época e não saiu de lá, dizendo que só sairia morto, porque iria
morrer com a natureza. O homem compreendeu; a natureza lhe foi pródiga e ele
preservou a vida.
Hoje, distantes 20 anos, trazemos de
volta essa pessoa que nos merece toda a admiração pelo emblema que ela
representa, pelo distintivo, pela representação não do ato, mas do que ele,
sutilmente, sugere a toda sociedade, da preservação do ambiente natural.
Nós, Vereadores desta Casa, que agora
vamos debater o Plano Diretor, que iremos debater o Projeto da Vera Clênia
Maranhão sobre a pista de eventos, que já trouxemos aqui denúncias contra a
ecologia da nossa Cidade, como a barbaridade do Projeto Hermes, a luta pelo
arroio dilúvio, e tantos outros fatos, temos nesse magnífico exemplo o norte a
seguir, nesta Casa dos Vereadores e da Cidade de Porto Alegre.
Parabéns Ver. Gerson Almeida pela
homenagem, e mais do que isso, pelo local da homenagem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PLL nº 002/98. (Após a chamada.)
APROVADO por 26 votos SIM.
O
SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento):
Eu gostaria de fazer um Requerimento para que pudéssemos fazer a Sessão de
entrega do Título Cidadão Emérito, que acabou de ser votado, dentro da
solenidade do centenário da Escola de Direito. Eu requeiro que a entrega do
título seja feito na Faculdade de Direito.
O
SR. PRESIDENTE: Nós
precisamos, antes de votar este Requerimento, que o projeto se transforme em
lei.
PROC. 0951/98 - PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO Nº 004/98,
de autoria da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, que aprova as contas
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, referentes ao exercício de 1993.
- da CEFOR. Relator
Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
votação nos termos dos artigos nºs 122, 123 e 124, do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão (Pausa.) Em votação. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, eu não poderia deixar de
encaminhar, porque é um assunto que a nossa Comissão trata e eu tive a
deferência do Ver. João Dib, de analisar, com o cuidado que o Vereador sempre
tem, ademais um Vereador de Oposição, fiscalizador contundente da
Administração, como deve ser toda a atividade parlamentar, porque nós, como
Vereadores, temos também como função, não apenas a função legislativa, mas
também a função fiscalizatória. Isso que falo aqui, falo também em nome do meu
companheiro de Bancada, membro da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento,
Ver. Clovis Ilgenfritz.
Nós fizemos
questão que um Vereador de Oposição analisasse esse Processo. É verdade que o
Tribunal de Contas já tinha dado o seu veredicto, parecer favorável, mas esta
Casa tem o direito, o dever, portanto a obrigação de ser fiscalizadora do
Executivo Municipal, e isto fez o Ver. João Dib, levantando inclusive algumas
questões, que são importantes que se leve em consideração, mas dando o parecer
favorável a aprovação das contas do nosso querido ex-Prefeito Tarso Genro.
Então, pediria o voto dos Srs. Vereadores favorável à aprovação das contas, com
esse Parecer do nobre Ver. João Dib.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PDL nº 004/98, Proc. nº
0951/98. (Após a chamada.) APROVADO
por 21 votos SIM.
Quero apenas refazer uma informação que
dei ao Plenário do artigo 124 do Regimento. Se o Parecer da Comissão de
Orçamento fosse contrário ao Parecer do Tribunal de Contas, é que precisaríamos
de 2/3 de votos. Tinha dado a informação que não condizia exatamente com o
artigo 124.
PROC. 0576/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº
007/98, de autoria da
Mesa Diretora, que inclui “Título X - Das Disposições Transitórias” na
Resolução nº 1178, de 16.07.92 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre).
Com Emenda nº 01
Parecer
- da Comissão Especial:
Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº
01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, II da LOM;
-
discussão e votação nos termos do art. 126 e seus §§, do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PR nº 007/98, Proc. nº 0576/98, de autoria da Mesa Diretora.
(Pausa.) Encerrada a discussão. Não havendo quem queira discutir, solicito ao
Sr. 1º Secretário que proceda a leitura dos Requerimentos encaminhados à Mesa.
O
SR. 1º SECRETÁRIO: Processo nº 2808/97, PLCL nº 23/97, que dá
nova redação ao artigo 7º da Lei Complementar 1320, de 02 de maio de 1994, que
dispõe sobre a denominação de logradouros públicos. A Vera. Maria do Rosário
firmou Requerimento, solicitando a renovação de votação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar pela Bancada
do PT.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, esta Casa tem tido, como praxe, nos pedidos de
renovação de votação em votações em que o resultado é muito parelho dos
favoráveis ou contrários à proposição e, no caso em espécie, trata-se de uma
proposição que, inclusive, já havia recebido a maioria dos votos desta Casa e alguns
Vereadores alegando a falta de discussão da matéria mudaram o seu voto de sim
para não, exatamente três Vereadores.
O pedido de renovação objetiva propiciar
que esta Casa Legislativa discuta se nas denominações de nomes de ruas nós
devemos ou não consultar a comunidade em torno e próxima ao logradouro. Esse é
o objeto.
Nós, encaminhando pela Bancada do PT,
solicitamos aos Srs. Vereadores que votem favoravelmente ao Requerimento para
que essa discussão possa ser feita, como, aliás, assim já se pronunciou o Ver.
Nereu D’Ávila do PDT. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Nereu D’Ávila está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PDT.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a nossa Câmara, ao contrário da Assembléia e do
Congresso Nacional, possui esse dispositivo regimental de poder renovar
votações, ou seja, após o resultado, na Sessão seguinte, um Requerimento por
escrito pode pedir a renovação de votação.
Essa é uma questão polêmica, refiro-me a
renovação em si. Tanto é verdade que a Assembléia Legislativa do nosso Estado e
o Congresso não possuem esse dispositivo. De qualquer modo, essa é uma
discussão paralela.
Neste momento está em vigor a
possibilidade da renovação da votação que é o que está sendo solicitado. Quero
encaminhar favoravelmente à renovação da votação, porque, e este é um argumento
favorável da nossa Casa para essas renovações, porque nem sempre uma matéria,
dado que temos todas as tardes Sessões Plenárias, temos uma dezena ou duas dezenas
de Projetos para discutir, votar e apresentar pareceres. Às vezes, um processo
tão importante como esse não é bem discutido por este Plenário, mas isso não
quer dizer omissão de nossa parte em
relação a esses Projetos de Lei. Nas Comissões temos a oportunidade de avaliar
melhor todos os Projetos, na Comissão de Constituição e Justiça todos os
Projetos são examinados, por isso considero importante a renovação de votação
desse Projeto. Ocorre que, em nome de logradouros irregulares, clandestinos, esta
Casa já legislou sobre isso, existe a necessidade da manifestação daquelas
comunidades para indicarem o nome a
rua. O Ver. Juarez Pinheiro pretende que esse processo seja ampliado para todos
os nomes de rua. Creio que há um excesso de zelo. Se a comunidade tem um nome
para indicar, de um desaparecido, de um prócer, uma pessoa importante para a
comunidade, esse nome pode ser encaminhado a qualquer um dos 33 Vereadores para
que venha a denominar uma rua daquela região. Estabelecer-se isso como regra
geral é temerário. Não está em discussão o mérito do projeto do Ver. Juarez
Pinheiro, está sendo discutida a renovação. Por isso, encaminho favoravelmente
a renovação de votação, assim, alerto os Vereadores sobre o seu futuro voto.
Sou favorável à renovação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador).
O
SR. PRESIDENTE: O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, especialmente o Ver. Juarez Pinheiro que é o
autor da proposta, confesso que o discurso do Ver. Nereu D’Ávila me despertou
para dois ou três problemas fundamentais do Projeto que realmente merecem um
debate maior. O primeiro deles é, indiscutivelmente, a ausência, hoje, em Porto
Alegre, de ruas, artérias e praças nos aglomerados urbanos que se tenha que pôr
algum nome. Na verdade, os nomes já estão postos há muito tempo. Em segundo,
como já está preenchida a necessidade de nomeação de praças e ruas, só podemos
nomear os locais mais desertos, os loteamentos, no novo sistema viário e que,
muitas vezes, não têm habitação. Por outro lado, existem sistemas artificiais
na Cidade que não funcionam o dia inteiro. Por exemplo, um dos argumentos pelos
quais eu era contra o nome do bairro Iguatemi, era porque ele seria formado
somente por um processo comercial ali em volta e que, 12 horas depois, passava sem funcionar, após o término do
expediente. Que população a ser consultada é essa? Quando queremos mudar o
nome, já temos que consultar; já temos que consultar se queremos mudar um nome
importante para a Cidade, levando esse nome para uma artéria mais
significativa. Eu lembrava aqui o nome do Prof. Eliseu Paglioli, que foi
Prefeito de Porto Alegre, Ministro da Educação, uma das grandes figuras desta
Cidade, um médico magnífico - a rua que detém o seu nome, para perpetuar a sua
imagem, o seu nome para a posteridade, é uma rua com quatro residências e o
tamanho, aí, também é documento. Há um quarto documento fundamental para o
estabelecimento desse tipo de debate, o de que, muitas vezes, temos a obrigação
cívica, pela imposição do vulto do nome, de destinar o nome de algum logradouro
a pessoas que, muitas vezes, não têm vinculação com o local onde seu nome vai
constar. Vão adquirir essa vinculação “post mortem”. Muitas vezes depois
ficamos sabendo que uma praça, um loteamento que vai ser criado, um local que
vai ser destinado a ter uma praça, ou uma rua, ele passa a ser o local em que
será nomeado com antecedência, na ausência da população, o nome do logradouro
com o nome dessa pessoa já falecida, por lei. Está muito bom esse Pedido de
Renovação porque merece ser novamente debatido, porque o Vereador fica sem
alternativa, assim como a população que, muitas vezes, recebe esse nome,
independente da sua vontade. O Vereador tem a obrigação, como representante, de
homenagear pessoas da Cidade e não encontra logradouros. Não encontra
logradouros satisfatórios para fazer justiça ao nome dessas pessoas que
abrilhantaram a nossa sociedade, e que em vida se doaram e fizeram da sua
existência um exemplo a ser perpetuado. Por isso, parece-me fundamental o
encaminhamento dessa matéria, a discussão do seu mérito, e, mais do que isso, a
solução desses problemas que levanto agora e que não sei como responder. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento de renovação. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foi aprovado o Requerimento nº
107/98 constante da Ata.)
Em votação nominal a prorrogação da
presente Sessão. Há treze Vereadores presentes. Não há quórum para votação.
(Encerra-se a Sessão às 18h07min.)
*
* * * *