ATA DA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 27-5-2002.

 


Aos vinte e sete dias do mês de maio do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou iniciados os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima Quarta Sessão Solene, que foi aprovada. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 118/02 (Processo nº 1952/02). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 309, 330 e 331/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, que discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 089/02, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, que autoriza a abertura do comércio aos domingos e feriados em Porto Alegre, externando o posicionamento da entidade que preside, contrário aos termos em que o Projeto foi apresentado e analisando os potenciais efeitos que a aprovação dessa proposta acarretará para a população porto-alegrense. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Marcelo Danéris, João Antonio Dib, Nereu D'Avila, Cassiá Carpes, Luiz Braz, Carlos Alberto Garcia, Raul Carrion e Fernando Záchia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e professores da Escola Neneca - Pré-Escola, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial da Casa junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e um minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do sexagésimo nono aniversário da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, nos termos do Requerimento nº 033/02 (Processo nº 0764/02), de autoria do Vereador Almerindo Filho. Compuseram a Mesa: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Delmar Jarros, Vice-Presidente da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio; os Senhores Pedro Maciel, Carlos Bastos, Fernando Albrecht, Roberto Brenol e Luiz Borges, respectivamente Editor-Chefe, Editor de Política, Editor, Editorialista e Diretor Comercial da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Almerindo Filho prestou sua homenagem ao transcurso dos sessenta e nove anos de fundação da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, discorrendo sobre dados históricos alusivos ao início e ao desenvolvimento das atividades desse veículo de comunicação e salientando a qualidade do trabalho por ele realizado, no intuito de colaborar com a integração e o desenvolvimento do jornalismo no Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Antonio Hohlfeldt saudou os profissionais da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio - pela passagem do sexagésimo nono ano de sua fundação, relatando o trabalho desenvolvido por Sua Excelência como colaborador do referido jornal e historiando a evolução técnica verificada nos veículos de comunicação escrita, especialmente no que tange à apresentação visual das publicações e ao dinamismo na publicação de notícias. O Vereador João Antonio Dib parabenizou a Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio - pelos sessenta e nove anos de atividades, exaltando a qualidade do produto oferecido aos seus leitores, bem como o compromisso assumido pela Companhia homenageada, no sentido de assumir uma posição de imparcialidade e democracia na divulgação das notícias atinentes à vida política da Cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Carlos Alberto Garcia cumprimentou o Vereador Almerindo Filho pela iniciativa da destinação do período de Comunicações da presente Sessão para homenagear o sexagésimo nono ano de existência da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, tecendo considerações sobre a influência exercida por esse jornal na vida de seus leitores, especialmente no que tange à veracidade e atualidade das informações por ela veiculadas. O Vereador João Bosco Vaz externou sua satisfação em participar da presente solenidade, em homenagem aos sessenta e nove anos de fundação da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, abordando dados alusivos à importância desse jornal para a comunidade porto-alegrense e relatando episódios profissionais envolvendo Sua Excelência e membros da atual diretoria da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio. A Vereadora Clênia Maranhão discursou sobre a importância dos serviços prestados pela Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio - à população gaúcha, comentando a pluralidade ideológica verificada na elaboração desse jornal e a isenção no trato e divulgação das informações por ele veiculadas. Também, saudou os diretores e funcionários da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio pela passagem dos sessenta e nove anos de fundação dessa Companhia. O Vereador Isaac Ainhorn afirmou a justeza da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre aos sessenta e nove anos de fundação Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, mencionando a importância das atividades desse jornal, no sentido de realizar uma cobertura precisa e imparcial dos fatos e informar os seus leitores sobre a conjuntura e os detalhes da vida política da Cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Elói Guimarães, registrando falar também em nome da Bancada do PMDB, homenageou a Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio - pelo transcurso do seu sexagésimo nono aniversário de fundação, salientando o posicionamento adotado pela Companhia hoje homenageada, no sentido de desenvolver suas atividades com independência, ética, simplicidade, compromisso com o bem comum e respeito pela democracia e pela pluralidade de opiniões. O Vereador Ervino Besson discorreu sobre o trabalho realizado pela Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio - ao longo dos seus sessenta e nove anos de existência, analisando aspectos referentes à diversidade de notícias veiculadas por esse jornal e ressaltando as características de utilidade pública e credibilidade sempre presentes no Jornal do Comércio, fruto da seriedade e competência com que essa Companhia sempre desenvolveu seu trabalho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano externou sua satisfação em participar da presente solenidade, proposta pelo Vereador Almerindo Filho, em homenagem aos sessenta e nove anos de existência da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, salientando a seriedade e imparcialidade com que essa Companhia exerce suas atividades desde a sua fundação, o que garante o sucesso dessa publicação junto à população porto-alegrense. O Vereador Reginaldo Pujol cumprimentou os diretores, funcionários e colaboradores da Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio - pela passagem do sexagésimo nono aniversário de fundação desse jornal, exaltando aspectos alusivos ao equilíbrio e ao respeito ao contraditório verificados no exercício das atividades dessa Companhia e no enfrentamento das dificuldades inerentes à manutenção e evolução da qualidade dos veículos de imprensa escrita. O Vereador Cassiá Carpes externou seus votos de sucesso e longevidade à Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, salientando a importância da continuidade dos serviços atualmente prestados por esse jornal em favor da comunidade porto-alegrense e gaúcha, especialmente no que tange à divulgação de notícias relativas às realidades econômica e política da Cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Pedro Maciel, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre à Companhia Jornalística J. C. Jarros - Jornal do Comércio, pelos seus sessenta e nove anos de fundação. Às dezesseis horas e dez minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quinze minutos, constatada a existência de quórum e, após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar o transcurso do qüinquagésimo oitavo aniversário do Teresópolis Tênis Clube, nos termos do Requerimento nº 049/02 (Processo nº 1141/02), de autoria dos Vereadores Luiz Braz e João Bosco Vaz. Compuseram a Mesa: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Júlio de Moraes, Presidente do Teresópolis Tênis Clube, e esposa, Senhora Sílvia de Moraes; a Senhora Marlene Pacheco Ribas, Vice-Presidenta Social do Teresópolis Tênis Clube; os Senhores Marco Rogoski e Lucindo Bertoletti, respectivamente Vice-Presidente de Marketing e Presidente do Conselho Deliberativo do Teresópolis Tênis Clube. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Bosco Vaz justificou os motivos que levaram Sua Excelência e o Vereador Luiz Braz a proporem a presente homenagem aos cinqüenta e oito anos de fundação do Teresópolis Tênis Clube. Também, referiu-se à posição ocupada pelo clube em pesquisa de opinião realizada pela revista Amanhã no corrente ano e aludiu ao trabalho desempenhado pelo quadro funcional daquela instituição como fundamental para o desenvolvimento da mesma. O Vereador Luiz Braz exaltou os cinqüenta e oito anos de existência do Teresópolis Tênis Clube, ressaltando o exemplo demonstrado pela entidade no sentido de diversificar as atividades socioculturais promovidas ao longo de sua existência. Ainda, salientou a justeza da homenagem hoje prestada por este Legislativo, afirmando ser a mesma o reconhecimento da comunidade porto-alegrense ao trabalho realizado pela instituição em prol da sociedade. O Vereador Carlos Alberto Garcia parabenizou os Vereadores Luiz Braz e João Bosco Vaz, proponentes da presente solenidade, exaltando as atividades desenvolvidas pelo Teresópolis Tênis Clube, especialmente aquelas voltadas à integração de práticas esportivas com atividades socioculturais. Também, enfocou o engajamento dos associados e colaboradores no sentido de manter a instituição, destacando a participação da família como fator preponderante para o sucesso da entidade. O Vereador Cassiá Carpes saudou o Teresópolis Tênis Clube pelo transcurso do seu qüinquagésimo oitavo aniversário de fundação, externando os motivos que levaram Sua Excelência a se tornar associado dessa entidade no ano de mil novecentos e oitenta e quatro. Também, lembrou os bailes de carnaval realizados pelo clube e mencionou a importância do incentivo ao esporte, demonstrado por esta organização, como forma de combater o consumo de drogas entre os jovens. O Vereador Dr. Goulart teceu considerações sobre os cinqüenta e oito anos de existência do Teresópolis Tênis Clube, procedendo a relato de fatos ocorridos durante a juventude de Sua Excelência, relacionados a eventos ocorridos na referida entidade. Ainda, teceu considerações sobre as festividades carnavalescas efetuadas pelo clube e discursou a respeito do trabalho social realizado pelo mesmo junto à sociedade porto-alegrense, em defesa dos ideais de solidariedade e fraternidade. O Vereador Elói Guimarães enalteceu o transcurso do qüinquagésimo oitavo aniversário do Teresópolis Tênis Clube, afirmando ser oportuna a presente solenidade e chamando a atenção desta Casa para a importância dos serviços prestados pelos clubes para o desenvolvimento da Cidade. Também, discorreu sobre aspectos históricos e culturais da referida instituição, salientando as características de dedicação e empenho demonstrados por seus dirigentes. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Júlio de Moraes que, em nome do Teresópolis Tênis Clube, agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo ao transcurso do qüinquagésimo oitavo aniversário de fundação desse clube. Às dezessete horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson pronunciou-se sobre as homenagens prestadas hoje por este Legislativo à Companhia Jornalística J. C. Jarros, "Jornal do Comércio" e ao Teresópolis Tênis Clube. Ainda, referiu-se à matéria publicada no Jornal Diário Gaúcho, em sua edição do dia vinte e quatro de maio do corrente, que trata de agressão praticada por ex-aluno da Escola Estadual Santa Rita de Cássia contra a Diretora da referida instituição. O Vereador Estilac Xavier questionou a disposição do Vereador Pedro Américo Leal em se candidatar à Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul nas próximas eleições gerais. Ainda, posicionou-se contrariamente ao Projeto de Decreto Legislativo nº 001/02 (Processo nº 0949/02), de autoria do Vereador João Antonio Dib, que susta os efeitos dos Decretos nºs 13.650 e 13.651/02, pertinentes ao aumento da tarifa de fornecimento de água no Município de Porto Alegre. O Vereador Sebastião Melo analisou criticamente a postura política adotada pelo Partido dos Trabalhadores na condução dos Governos Estadual e Municipal, chamando a atenção desta Casa para possíveis irregularidades na concessão de gratificação salarial de professor do Município. Ainda, manifestou-se favoravelmente à aprovação do Projeto de Decreto Legislativo nº 001/02, sustentando que o aumento da tarifa de água não obedeceu os dispositivos legais em vigor. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Raul Carrion, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor João Amazonas, Presidente de Honra do Partido Comunista do Brasil - PC do B, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion registrou o pesar de Sua Excelência pelo falecimento do Senhor João Amazonas, Presidente de Honra do Partido Comunista do Brasil - PC do B, discursando sobre a trajetória político-partidária de Sua Senhoria, especialmente durante o período da História Contemporânea em que o País foi governado por militares. Também, manifestou seu apoio às reivindicações salariais dos metroviários de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 108/02, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, 109, 110 e 112/02, este discutido pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução n° 073/02, discutido pelo Vereador João Bosco Vaz; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo n° 104/02; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução n° 071/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Zé Valdir, João Bosco Vaz e Juarez Pinheiro; em 5ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 003/02, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Juarez Pinheiro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Beto Moesch discorreu sobre o transcurso, hoje, do Dia Nacional da Mata Atlântica, ressaltando a necessidade da elaboração de projetos, pelo Executivo Municipal, voltados para a preservação das áreas de mata atlântica localizadas na Cidade. Em relação ao assunto, aludiu à disponibilidade de recursos provenientes da Organização das Nações Unidas - ONU - para esse fim e defendeu a importância da criação de um plano diretor de proteção ambiental. O Vereador Carlos Alberto Garcia parabenizou a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer pela organização dos primeiros jogos municipais da terceira idade, que ocorrerão no dia cinco de julho do corrente, nas instalações do Ginásio Tesourinha. Também, mencionou a realização de reunião entre o Poder Público e diversas entidades acadêmicas e representativas desse segmento da população para tratar do referido evento, convidando a todos para participarem do mesmo. O Vereador Fernando Záchia, reportando-se à aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 297/02, referiu-se ao Ofício firmado pelo Senhor Renoir da Silva Cunha, Promotor de Justiça 4ª Promotoria da Cidadania e da Comunidade, enviado ao Senhor Miguel Reale Júnior, Presidente do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, solicitando análise de regulamentação quanto à instalação de controladores eletrônicos de velocidade, no termos do Código de Trânsito Brasileiro. O Vereador Paulo Brum comentou dados divulgados pelo Censo realizado no ano de dois mil, relativos ao número de portadores de deficiência no País, chamando a atenção para a necessidade da implementação de políticas públicas que possibilitem a inclusão social desse segmento da população. Nesse sentido, criticou as diretrizes adotadas pela Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado do Rio Grande do Sul - FADERS - no atendimento aos deficientes físicos no Estado. A Vereadora Clênia Maranhão discorreu sobre os problemas verificados no sistema público de saúde do Município de Porto Alegre, referindo-se a artigo publicado no jornal Zero Hora, em sua edição do dia vinte e seis de maio do corrente, relativo à situação enfrentada por pacientes que necessitam realizar cirurgias através do Sistema Único de Saúde - SUS - e criticando a atuação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre no que tange ao assunto. O Vereador Isaac Ainhorn reportou-se ao pronunciamento efetuado pela Vereadora Clênia Maranhão em Comunicação de Líder, tecendo críticas à atuação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre na administração do sistema público de saúde da Cidade. Também, manifestou-se sobre o aumento dos índices de criminalidade no Estado e defendeu a adoção de políticas públicas que viabilizem a construção de um maior número de habitações populares no Rio Grande do Sul. A Vereadora Sofia Cavedon defendeu o trabalho desenvolvido pelo Partido dos Trabalhadores à frente do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, especialmente no que se refere ao sistema de saúde pública do Município. Ainda, contraditou críticas apresentadas contra o Senhor Flávio Helmann, Diretor do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB - e comentou as eleições do Diretório Central de Estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Na oportunidade, por solicitação do Vereador João Antonio Dib foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao engenheiro Wagner Ribeiro Heinz, falecido ontem. A seguir, constatada a existência de quórum foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Marcelo Danéris, aditado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado o Requerimento nº 103/02 (Processo nº 1963/02 - Requer autorização para representar esta Casa no Seminário "Fortaleciendo Las Capacidades Gerenciales em La Accion Social Municipal", a ser realizado do dia vinte e oito ao dia trinta e um de maio do corrente, em Buenos Aires - Argentina, com percepção de diárias), de autoria do Vereador Zé Valdir. Foi aprovado o Requerimento nº 099/02 (Processo nº 1915/02 - Grande Expediente para homenagear o transcurso dos oitenta anos do Colégio Israelita Brasileiro), de autoria do Vereador Isaac Ainhorn. Foi aprovado o Requerimento nº 102/02 (Processo nº 1945/02 - Período de Comunicações para homenagear o transcurso dos quarenta e cinco anos de fundação da Estância da Poesia Crioula), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Também, foi votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, a qual obteve onze votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Sebastião Melo, Não o Vereador Juarez Pinheiro e tendo optado pela Abstenção o Vereador Zé Valdir, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia e Paulo Brum e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, representando a Associação Empresarial Nova Azenha, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. PEDRO AURÉLIO LLANOS ZABALETA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, e a todos os presentes, permitam-me não me alongar nos cumprimentos, pois dispomos de apenas dez minutos.

O assunto que nos traz a esta Casa hoje é a questão que está novamente em debate: a abertura do comércio aos domingos. A entidade que eu presido, a Associação Empresarial Nova Azenha, tem posição forte e já tradicional neste assunto: temo-nos manifestado contra o que nós entendemos se tratar de desregulamentação.

Existe hoje a liberdade de se abrir o comércio aos domingos na cidade de Porto Alegre. Essa liberdade é regulada por uma convenção de dissídio, renovada anualmente entre o Sindicato Patronal - o SINDILOJAS - e o Sindicato dos Comerciários - SINDEC. A Lei Municipal estabelece que os dois juntos, na convenção de dissídio, determinem as condições para a abertura do comércio aos domingos. Portanto, quando se diz que é necessário liberdade para abrir aos domingos, não está-se dizendo claramente o que acontece. Nós gostaríamos que essa palavra, “liberdade”, fosse tratada com um pouquinho mais de cuidado. Ela está sendo usada de uma maneira que não nos agrada; está-se usando “liberdade” para referir desregulamentação.

Desregulamentação é uma maneira de propiciar a imposição da vontade do economicamente mais forte. Nós vivemos numa sociedade de relações bastante complexas e temos leis e regulamentos que buscam equilibrar os confrontos, os interesses que são discordantes. Portanto, precisamos, sim, de regulamentação. Esse discurso da desregulamentação, vem sendo feito em instância bem maior quando tratamos do assunto ALCA. Há um grande poder econômico que quer liberdade para entrar em todos os mercados, sem sofrer nenhum tipo de restrição, mas reserva-se o direito de restringir o que bem lhe convém. Podemos, por exemplo, citar os muros que existem entre os países México e Estados Unidos da América do Norte, onde não há liberdade para se passar de um lado para outro. A liberdade de comerciar parece que é mais importante do que a liberdade das pessoas circularem.

Além disso, parece-me que há um outro problema sério no uso da liberdade: entidades que estão pregando esta liberdade, SINDILOJAS e FEDERASULA, não estabelecem a liberdade de debate dentro da suas casas. Em nenhuma das duas consigo oportunidade para dizer o que quero referir, hoje, aqui.

Outro argumento que tem sido levantado é a questão da vontade do consumidor. Diz-se que o consumidor é soberano, e que ele é quem deve decidir e escolher. São feitas pesquisas que perguntam, apenas, ao consumidor: “Você quer o comércio à sua disposição aos domingos? Sim ou não.” Freqüentemente um grande número, talvez a maior parte dos pesquisados, responde “Sim, quero.” A pergunta está errada. Obtém-se qualquer tipo de resposta fazendo-se perguntas erradas. Isso não é uma pesquisa, isso é uma indução. Aliás, uma indução, obviamente, não precedida de qualquer esclarecimento. Sugiro, por exemplo - e, por favor, é apenas um exemplo para fazer uma caricatura dessa questão, não vim aqui pregar a desestruturação -, que se pergunte ao contribuinte, que é o mesmo cidadão e consumidor, se ele gostaria que fosse eliminado o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano. “Você é a favor? Sim ou não?” Possivelmente, ele responderia “sim”. Sabemos que isso não faz sentido. A sociedade precisa de um governo que necessita dessa arrecadação para o seu orçamento. Portanto, uma pergunta errada leva, obviamente, a uma conclusão errada.

A mídia tem, freqüentemente, noticiado quebra de índices de volume de atividade comercial, não só na nossa Cidade como em geral no próprio País. Essa queda de índice, que as próprias entidades ditas oficiais relatam, demonstram que nós temos uma economia que não cresce suficientemente para atender à inclusão de trabalhadores, à geração de renda e, portanto, a capacidade de consumo não aumenta o suficiente; isso tem acontecido. Na medida em que isso acontece nós vivemos uma situação que desagrada a grandes empreendimentos, pois, como a renda fica muito apertada, o consumidor procura alternativa em lugares de custo menor, que operam com custo menor, e, portanto, conseguem oferecer seus produtos em uma condição mais vantajosa para o consumidor, como, por exemplo, nos centros de comércio de bairro. Estou citando alguns itens que estabelecem um conflito de interesses e de disputa de fatia de mercado, que é a realidade desse assunto do comércio aos domingos: a disputa de mercado. Se não temos uma capacidade de consumo crescente, e alguns grandes empreendimentos têm a capacidade financeira de impor o seu crescimento, só lhes resta crescer sobre a eliminação de concorrentes.

No nosso entendimento, o mercado não está crescendo por falta de renda, por falta de oportunidade de trabalho. Este é o assunto que gostaríamos de discutir; esse é o assunto que gostaríamos de debater: a economia. A questão de domingo é apenas a ponta do bloco de gelo, a ponta do iceberg que fica fora da água, que fica exposta. Esse debate não é o que nos interessa; interessa-nos um debate maior, mais amplo, muito mais complexo. Nós não aceitamos a posição de que os comerciantes do bairro somos pequenos, estamos com posições ultrapassadas e não estamos acompanhando a modernidade; isso não é verdade. Isso é uma fala que visa unicamente tirar o foco da questão principal. Nós, pequenos comerciantes, somos os grandes empregadores no comércio da cidade de Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul, e nós queremos manter essa posição. Assumimos, então, a questão da geração de empregos. Diz-se que com a abertura, com a liberação do comércio aos domingos, haverá geração de novos empregos, um grande número de novos postos de trabalho. Nós não acreditamos nisso, acreditamos que isso não faz o menor sentido. Eu explico o porquê: em qualquer estabelecimento comercial o número de postos de trabalho é definido pelo dia de pico, pelo dia de maior movimento. Nos dias que não ocorre o pico, sempre se tem uma equipe ociosa; basta, portanto, trocar o dia de folga, o domingo, pela segunda ou pela terça-feira, quando, em geral, os estabelecimentos têm trabalhadores ociosos e não precisam criar um único novo emprego. Se os grandes empreendimentos, que têm capacidade de fazer mídia e pagar pela mídia, tiverem a capacidade de deslocar consumo, apenas adaptando a sua propaganda, do dia de semana para o fim de semana, eles passam a abocanhar uma maior fatia do mercado, e, como a economia não está crescendo, perdem-se postos de trabalho na periferia. A história recente desta Cidade diz que no entorno dos grandes empreendimentos temos sempre saldo negativo de postos de trabalho, perdemos; a economia, como um todo, perde. Esse é o ponto a que nós queremo-nos ater, a economia como uma coisa maior do que apenas o comércio aos domingos, até porque o comércio não é um gerador de riqueza, ela apenas faz circular a riqueza.

Sr. Presidente, existe um último fato importante nesse assunto que me chama muito a atenção e que não vem à tona. Trata-se da questão cultural que existe por trás desses aspectos comerciais. Domingo é o dia da família, é o dia em que nós fazemos a nossa cultura. Todos estamos acostumados a ouvir comentários sobre a fragilização da relações familiares, sobre o custo que isso traz para a sociedade, sobre a desorganização que temos na sociedade por conseqüência da fragilização da família. Portanto, não existe interesse em manter o dia em que a família se reúne, o dia em que fazemos cultura no nosso Estado; aos interesses globalizantes não interessa a manutenção de culturas locais fortes.

Para concluir, chama-me a atenção o fato de que esta Casa já votou esse assunto na atual Legislatura, no início do ano passado, e o resultado foi de vinte e quatro votos a oito pela manutenção da situação atual. Não vemos nenhum fato novo que crie a necessidade de rediscutir o assunto. Muito obrigado pela paciência, uma vez que estendi meu pronunciamento.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Pedro Aurélio Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, nós temos defendido aqui que a Lei atualmente em vigor, em Porto Alegre, é a Lei mais equilibrada e civilizada do ponto de vista do que é bom para a população das várias pontas que a compõe, desde o interesse dos comerciantes, dos trabalhadores no comércio, da própria população, da Prefeitura e deste Legislativo.

É uma Lei que não proíbe a abertura do comércio aos domingos; ela permite. Ela coloca, em si, uma condição de que as várias pontas dessas representações sentarão à mesa e acordarão os domingos que serão abertos durante o ano. Ao fazer isso, ela faz algo muito bom ao pequeno e médio comércio de Porto Alegre, porque ela define entre doze a quatorze domingos que abrirão durante o ano e, com isso, preserva e mantém o pequeno e médio comércio, principalmente dos bairros, que sobrevivem diante dos grandes empreendimentos de comércio que são os shoppings centers.

O que tem de ficar para a população de Porto Alegre, para este Legislativo, para vocês e para os trabalhadores do comércio são duas perguntas: como uma Lei pode compor força necessária para que trabalhadores e patrões possam sentar à mesa em igualdade de condições? Como uma Lei pode preservar o pequeno e médio comércio desta Cidade, que é gerador de renda, de trabalho, e, portanto, é fundamental para a manutenção e o bom desenvolvimento da nossa Cidade, e que o comércio não fique concentrado em grandes shoppings, com grandes lojas, com grandes departamentos, matando, por assim dizer, o comércio de bairro ou mesmo o comércio médio e o comércio pequeno?

Eu acho que a Lei que nós temos atualmente é uma Lei que contempla todos esses pontos e, por isso, deve ser mantida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, caro Presidente Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, da Associação da Azenha. Desde logo declaro que sou favorável à abertura do comércio aos domingos.

Esta Casa é a Casa do Povo de Porto Alegre e nós recebemos a todos. Eu acho estranho, profundamente estranho, que o nosso Presidente da Associação da Azenha não seja recebido no SINDILOJAS ou na FEDERASUL, conforme afirmou.

Dois minutos é muito pouco tempo para se dizer tudo o que precisa ser dito. Vejam, a melhor pesquisa foi exatamente a que mostra que os porto-alegrenses, no domingo anterior ao do Dia das Mães, buscaram Cachoeirinha, Canoas e Novo Hamburgo para fazerem suas compras. De todas as pesquisas, essa foi a mais elaborada.

Agora, esta Casa em momento nenhum deveria ter interferido na questão da abertura do comércio aos domingos. Mas entrou aqui um requerimento da Presidente do Sindicado dos Comerciários, que contou com a assinatura de dezessete Vereadores. Sustentamos luta inglória, mas a luta foi sustentada para que se marcasse posição. O Ver. Marcelo Danéris insiste que há liberdade de comércio, que as lojas podem abrir com os seus proprietários. Isso apenas confirma uma das afirmações que eu sempre faço: não existe comerciário sem comerciante, mas comerciante sem comerciário existe, já que as lojas podem abrir só com os comerciantes. Então, há uma necessidade de a Prefeitura de Porto Alegre chamar para uma reunião, em uma mesma mesa, comerciantes e comerciários e buscar uma solução. Porque se existe, com o dinheiro do povo, uma Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, ela deve cuidar da indústria e do comércio. Mas ela não faz isso. Ela tem uma posição que é tendenciosa, que não é a correta, que não é a que deve ser, porque se recebe dinheiro do povo é para cuidar dos interesses do povo. E, como eu disse, antes do domingo dos Dia das Mães, dezenas de milhares de porto-alegrenses foram – o Presidente está dizendo que não, é claro que os jornais todos mentiram, todas as informações que vieram de Novo Hamburgo, de Canoas e Cachoeirinha são todas mentirosas – comprar, e isso é a estatística, essa é a pesquisa que tinha de ser feita. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’ AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ilustre visitante desta tarde na nossa Casa, Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, da Associação Empresarial Nova Azenha. A democracia é boa pelo contraditório e pela divergência das idéias. Eu discordo de tudo que o Ver. João Antonio Dib disse. Primeiro, porque se alguém procurou o comércio das adjacências, Cachoeirinha, Alvorada, no domingo anterior ao do Dia das Mães, foi por intransigência de uma das partes que sequer está cumprindo um acordo do dissídio coletivo que tem validade até outubro deste ano. No ano passado o comércio abriu doze domingos por força – e aí discordo novamente do Vereador que me antecedeu – da lei desta Casa que deve, sim, interferir na correlação de trabalho. E essa é uma das leis que considero das melhores, porque permite, por meio do diálogo e, inclusive, por suporte consensual das duas partes, definir os domingos em que deve abrir. Agora, se uma das partes não cumpre, e é estranho que de repente nesta Casa, hoje, avolume-se uma campanha para novamente se discutir esse assunto que, no meu entendimento, está exauridamente discutido, que só se procure a discussão na mídia, mas não se procure o Sindicato dos Comerciários para repetir ou até para aumentar os domingos de doze para quatorze ou para quinze, desde que seja do interesse da população.

Agora, a liberdade em nome do mais forte, não é liberdade, é opressão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Senhores Vereadores; Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, Sr. Pedro Zabaleta, é uma satisfação recebê-lo aqui e quero dizer que temos participado desse debate, que não é bem explicado à sociedade porto-alegrense. A partir da sua presença aqui as coisas começam a se desmistificar, porque a população tem a conotação de que é simplesmente o “sim” ou “não”. Mas há mais implicações. Temos que afirmar, como o senhor afirmou aqui, que existe uma divergência entre o pequeno, o grande e o médio. Portanto, não existe, ainda, a consonância entre o capital e o trabalho. No momento em que entendermos que há a combinação entre o capital e o trabalho, seremos a favor. Até que provem o contrário, entendemos que não há um acerto trabalhista para que, em âmbito municipal, tenhamos a abertura do comércio aos domingos. Portanto, a posição do PTB é bem clara, se houver o acerto entre as partes, já que a população não está sabendo dessa divergência entre o grande, o médio e o pequeno, a Câmara não terá só o bônus, porque até agora estamos tendo o bônus. A partir de uma negociação ampla, totalmente favorável ao empresário e ao trabalhador, esta Casa, naturalmente, dará a sua posição a favor da abertura do comércio aos domingos. Mas deve haver, sem dúvida, um entendimento. Esse é o posicionamento do Partido Trabalhista Brasileiro. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Registramos, com muita alegria, a presença de trinta alunos de dois a seis anos da Escola Neneca, que, certamente, estão iluminando um pouco mais os trabalhos deste Plenário. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial da Casa realiza junto a escolas e entidades. Sejam bem-vindas, crianças e professores. (Palmas.)

O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, que é Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, e dizer que hoje, com a Legislação existente, aquele chamado pequeno comércio não está proibido de abrir. O pequeno comércio pode abrir, porque todo o estabelecimento comercial que não precisar de comerciários contratados para abrir suas portas não está proibido de exercer as suas atividades nem mesmo no domingo. Mas eu quero dizer que tenho-me posicionado aqui há bastante tempo contrário à abertura do comércio aos domingos, porque essa abertura, até agora, não garante nenhum tipo de benefício, como por exemplo, o aumento das vagas no comércio para que mais comerciários, para que aquela mão de obra que hoje está desempregada possa ser beneficiada com essa abertura. Eu acredito que aquela negativa que foi feita pelos empresários, quando o Projeto estava tramitando aqui, na outra vez, que foi uma assinatura de todos esses empresários, aquela promessa de aumento do número de vagas dentro do comércio não era verdadeira, tanto é que nós colocamos um Substitutivo para que fosse votado, para que, se houvesse o aumento de vagas, o comércio pudesse abrir; nós estávamos caminhando inclusive para termos os votos necessários, naquela altura dos acontecimentos, mas não houve essa certificação por parte daqueles que faziam esse discurso anteriormente prometendo 20% a mais de vagas no comércio.

Quero cumprimentar V. S.ª pelo trabalho que faz hoje, e dizer que essa discussão deve ser feita por todos os setores da sociedade. Eu acho que a Câmara representa o total da sociedade e, sendo assim, ela tem de estar envolvida nessa discussão. É muito bom que V. S.ª esteja aqui para que possamos fazer parte desse processo, pois cabe também a nós discutirmos e decidirmos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Presidente José Fortunati, Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha. A posição da ANA já é antiga aqui na Casa, desde a época do Presidente Bronzato a Associação Nova Azenha já assumia essa posição relativa à abertura do comércio aos domingos. Quero dizer que este Vereador, na última votação, votou contra a abertura do comércio aos domingos por duas razões: primeira, em momento algum nos foi apresentada uma expectativa de geração de emprego, e entendemos que geração de empregos é algo que cada vez mais deve ser saudado, não só na nossa Capital, mas em todo o mundo, já que vivemos uma recessão de empregos, e não foi oportunizada uma nova geração de empregos.

Também, na época, conversamos com os empresários relativamente à nossa não concordância que um domingo fosse pago idêntico a um dia da semana; eu ainda questionei: onde fica o homem ou a mulher que deixa a sua família em casa, num domingo, para depois nunca se encontrarem, porque vão tirar folga numa segunda, ou numa terça-feira? No momento em que houver crescimento de geração de empregos numa proposta dessas, e os trabalhadores forem regiamente compensados financeiramente, este Vereador vai votar a favor; se houver essa dupla concordância; por enquanto não temos perspectivas. Portanto, como está hoje, somos totalmente contrários à abertura do comércio aos domingos. Queremos mais uma vez parabenizar a Associação Empresarial Nova Azenha por sempre adotar essa política, porque ali vive o pequeno comerciante, que é diferente de outros segmentos dos grandes shoppings. Portanto, receba do nosso Partido o nosso abraço, e continuamos com esta causa contrária à abertura do comércio aos domingos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Pedro Zabaleta, Presidente da ANA, em nome de quem saúdo todas as lideranças de pequenos comerciantes e comerciários presentes nesta Sessão. A Lei atual é bem clara, ela não impede a abertura do comércio aos domingos. Primeiro, ela elenca vinte e três situações desde os açougues, padarias, farmácias que podem abrir, por Legislação Federal. Todos os comércios tocados pelos próprios sócios, seus parentes, podem abrir; e o comércio em geral pode abrir, mediante uma simples observância da livre negociação que tanto se ouve falar neste País, mas quando chega a hora da livre negociação parece que são contra. Então, a Lei é clara, ela permite, e historicamente permitiu que o comércio abrisse na véspera das festas, quando a comunidade até vai aos domingos lá. Se não abriu no Dia das Mães, e não abrirá em outros dias que antecedem o Dia das Mães, é por intransigência do SINDILOJAS, que este ano se negou a fazer um dissídio, contemplando pagar míseros 26 reais para os comerciários que trabalhassem. Então, eles não são a favor da abertura livre do comércio; são a favor é da super exploração dos comerciários, porque se negam a pagar um abono para esse dia.

Por fim, queria dizer que a abertura do comércio indiscriminado aos domingos não só causaria uma super exploração da categoria comerciária, essencialmente feminina, que já sofre a dupla jornada de trabalho, como inclusive causaria a ruína do comércio de bairro, do comércio do Centro e inclusive iria beneficiar os grandes shoppings centers. Os pequenos e médios comerciantes seriam prejudicados e as vendas se concentrariam unicamente nos shoppings centers. Isso acarretaria desemprego na categoria, porque sabemos que os pequenos e médios comerciantes são os que empregam maior número de comerciários.

Por tudo isso, nós, a Bancada do PC do B é historicamente contrária à abertura indiscriminada: todos os domingos, todos os feriados, todos os feriadões; e é a favor da livre negociação entre os sindicatos patronais e o sindicato dos trabalhadores. A nossa saudação e a nossa solidariedade a essa luta que a ANA e outras entidades de pequenos comerciantes vem fazendo contra a tentativa dos shoppings centers de abocanharem todo o comércio da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, quero cumprimentar inicialmente o Sr. Pedro Zabaleta, Presidente da ANA, ressaltando que falo no meu nome somente, e não no nome do Ver. Sebastião Melo, e sou, por princípio, favorável à liberdade de abertura do comércio. Mas, evidentemente, essa discussão nos obriga a fazermos uma reflexão dessa questão que tramita nesta Casa há diversos mandatos, sempre com a possibilidade da discussão da abertura do comércio.

V. S.ª colocava, com muita propriedade, a questão conceitual, ressaltando sempre a importância do domingo pelo aspecto da folga, com relação à união familiar; veja, e colocações feitas por alguns Vereadores que me antecederam referiram sempre a questão do dissídio, do acerto entre o sindicato patronal e o sindicato dos trabalhadores. No entendimento desses, havendo o acerto, se o sindicato patronal, junto com o sindicato dos trabalhadores acertassem a questão financeira, a questão conceitual estaria em segundo plano. Por isso, cumprimento V. S.ª, que permanece dentro dos seus princípios. Primeiro, a questão conceitual da não-abertura. Aqui, a Casa se divide, alguns são favoráveis, e os que não são favoráveis alegam a questão financeira, que não há o acordo financeiro, que não há boa vontade do sindicato patronal. E eu pergunto: se houvesse boa vontade do sindicato patronal, porventura, se o sindicato patronal acertasse financeiramente com o sindicato dos trabalhadores, nós não teríamos o domingo de folga, não teríamos o domingo guardado, direcionado para a família? Isso demonstra que essa é uma discussão antiga, polêmica, importante, e me parece que a Câmara, cada vez mais avança, quando propicia essa discussão para que nós, representantes legítimos do povo, possamos fazer a reflexão: Esta é a vontade da população? É a vontade, mas evidentemente que temos que avançar em outras discussões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradeço ao Sr. Pedro Aurélio Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, que nos deu o prazer e a honra da sua presença na Tribuna Popular. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 14h51min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje o período de Comunicações é destinado a assinalar o transcurso do 69.º aniversário da Companhia Jornalística J. C. Jarros, Jornal do Comércio, nos termos do Requerimento n.º 33/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho.

É com muita honra e alegria que já está conosco, fazendo parte desta Mesa, o Sr. Vice-Presidente da Companhia Jornalística J.C. Jarros, Jornal do Comércio, Dr. Delmar Jarros; os Srs. Diretores do Jornal do Comércio: Jornalista Pedro Maciel, Editor-Chefe; Jornalista Carlos Bastos, Editor de Política; Jornalista Fernando Albrecht, Editor; Jornalista Roberto Brenol, Editorialista; Dr. Luiz Borges, Diretor Comercial.

Quero, inicialmente, em nome da Presidência e da Mesa Diretora, saudar de forma especial o Jornal do Comércio e a Empresa Jornalística J. C. Jarros pela passagem do seu 69.º aniversário.

Somos testemunhas do importante trabalho democrático, na área da comunicação, que o Jornal do Comércio tem feito ao longo da sua vida, ao longo da sua trajetória. É um jornal que traz informações precisas, abertas, democráticas na área econômica, na área política, na área da cultura, na área do lazer, na área do esporte, enfim, em todas as áreas do cotidiano na nossa sociedade. Indiscutivelmente, o Jornal do Comércio tem pautado, no seu cotidiano, as informações de uma forma absolutamente transparente, absolutamente democrática, o que, sem dúvida nenhuma, valoriza em muito a luta de todos aqueles que desejam uma total liberdade de expressão, uma total liberdade de imprensa entre nós. Por isso, aos Diretores e funcionários da Empresa Jornalística J. C. Jarros, Jornal do Comércio, em nome da Presidência, em nome da Mesa Diretora, as nossas felicitações, tendo a certeza de que o Jornal do Comércio, ao longo da sua vida, que certamente será longa, vai continuar lutando pela democratização da informação.

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra, como proponente da homenagem, em Comunicações.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Ex.mo Sr. Presidente, José Fortunati; Dr. Delmar Jarros, Vice-Presidente da Companhia Jornalística J. C. Jarros, Jornal do Comércio; Srs. Diretores do Jornal do Comércio, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, público presente e que nos assistem na TV Câmara. No dia 25 de maio, festejamos o aniversário do Jornal do Comércio. Fundado em 1933 por Jenor Jarros, o Jornal do Comércio vem desenvolvendo-se, ao longo dos anos, no único jornal especializado em economia e negócios do Rio Grande do Sul.

O Jornal do Comércio tem acompanhado e sido testemunha fiel da economia e dos negócios de nosso Estado em todos esses anos. Com uma editoria especializada nas diversas áreas de nossa vida cotidiana, ao abrirmos o JC, como é carinhosamente conhecido, temos um panorama geral e completo das notícias do nosso Estado.

Nas sucessivas páginas do Jornal do Comércio, encontramos toda uma gama de informações necessárias àqueles que têm por obrigação a tomada de decisão. Logo na primeira página, encontramos um editorial sério, que pincela os principais tópicos do dia. Também encontramos a Coluna Cenáculo que, dia após dia, traz uma mensagem de fé, a luz da palavra de Deus. A página dedicada ao jornalista Fernando Albrecht é de uma singularidade inestimável ao Jornal do Comércio como um todo. Como poucos, consegue repassar as principais notícias do Estado e de Porto Alegre com sua sempre dose de humor agudo, que agrada a muitos, mas incomoda muita gente.

No transcorrer do Jornal, vamos assistindo ao perfeito retrato da economia, política e negócios de nosso Estado e seus diversos Municípios, passando pela Coluna do Affonso Ritter, o panorama econômico dos diversos ramos de atividade de nossa economia. Os cadernos ligados à jurisprudência e aos informes públicos oficiais atrelam ao JC uma destacada importância no meio público e jurídico em toda a nossa sociedade.

Especificamente ao tema de nosso maior interesse, a política, o Jornal do Comércio conta com o jornalista Carlos Bastos, expoente em sua área de atuação e verdadeiro referencial aos demais editores de política dos diversos jornais e periódicos de nossa Cidade. Creio que seja política comum do Jornal do Comércio a informação com seriedade e com compromisso com a verdade. No entanto, na sessão de política é que noto mais claramente esse afinamento com a informação correta e a preocupação de passar ao leitor uma informação isenta de juízo de valor.

Não poderia deixar de mencionar que o JC foi o primeiro e principal jornal que referenciou, com seriedade e sem comentários com duplicidade de sentidos, o papel e as atividades dos Parlamentares evangélicos desta Casa, falando por mim e também pelo Ver. Valdir Caetano.

E todo esse profissionalismo do Jornal do Comércio não se restringe apenas à qualidade das informações que fornecem - se ficasse por aí já bastaria - mas também através do investimento em tecnologia e da renovação dos seus quadros funcionais.

Os sessenta e nove anos de idade trazem consigo a maturidade, a sobriedade e o zelo necessários a todo meio de comunicação que almeja solidificar-se no mercado; porém, o Jornal do Comércio não se contentou com um rótulo de jornal tradicional, adicionando aos seus valores a dinamicidade, o crescimento contínuo e o aumento de sua abrangência para muito além de Porto Alegre.

Em nome do Partido Social Liberal, que vislumbra no Jornal do Comércio um veículo promotor da livre iniciativa e da prorrogação do pensamento democrático, visando ao bem comum e ao crescimento da sociedade, desejo ao Jornal do Comércio, aos seus editores, aos jornalistas e aos funcionários uma vida longa. Que Deus continue abençoando o trabalho de cada um de vocês. Esta minha iniciativa, apesar de eu não conhecer os diretores, foi no sentido de que o Jornal do Comércio demonstrou ser um ser jornal imparcial, porque, tanto político de direita como da esquerda, doutor ou pastor, padre, seja lá o que defender, têm espaço no Jornal do Comércio. Foi um prazer ter feito esta homenagem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Falo em meu nome e mais no do Ver. Paulo Brum. Eu acentuo “mais”, porque, obviamente, tenho uma relação pessoal e profissional com o Jornal, o que sempre me colocaria sob suspeita ao vir aqui na condição de Vereador, em nome da população de Porto Alegre, expressar a homenagem aos sessenta e nove anos do Jornal do Comércio.

O Ver. Paulo Brum me dizia: “O Albrecht foi o primeiro a falar da notícia do overbook da semana passada, porque os outros demoraram.” Depois que o Jornal do Comércio publicou, os outros jornais publicaram também. Ao mencionar isso, quero justificar a minha fala e a iniciativa do Ver. Almerindo Filho como autor desta homenagem feita pela Casa.

Sr. Presidente, ao lado da função de vereança ao longo desses vinte anos, eu tenho outros trinta praticamente de profissão de jornalista. Eu posso dizer que, nesse sentido, eu sou um jornalista da "velha guarda", não da velhíssima guarda, mas da "velha guarda", que era a guarda que, como o Pedro Maciel, começamos no final dos anos sessenta; depois sofremos as mudanças dos jornais, entre aspas, que se modernizaram, ganharam diagramação, entraram na época dos computadores, e hoje são um tipo de comunicação absolutamente diferente, até porque passaram a sofrer outras competitividades, como, por exemplo, dos jornais on-line, através da Internet.

Sou também daqueles que, antes de sequer passar na minha cabeça que seria algum dia jornalista ou Vereador, cresci acompanhando meu pai, que era contabilista, ao Centro, no Edifício DabDab, e, juntamente com o Delmar, que deveria estar começando na empresa da família, a gente corria para o prédio do Jornal do Comércio - e dizíamos prédio do Jornal do Comércio - no Largo do Cairu. E lá íamos levar uma série de publicações. Lá havia, também, a Junta Comercial. O Jornal do Comércio era, permanentemente, a paisagem com a qual convivia naqueles primeiros anos de menino, aprendendo coisas para, em primeiro lugar, ajudar o meu pai, no seu escritório, mas, também, quem sabe, para, algum dia, me profissionalizar nesse campo. A vida me levou para outro caminho e não tinha nem idéia de que, um dia, acabaria, muito tempo depois, ocupando também uma página do Jornal do Comércio.

Por incrível que pareça, Delmar, do velho Jornal do Comércio, o que mais guardei na lembrança foi a imagem do velho Jorge Avelino, que era capaz de publicar matérias completamente diferentes da sua profissão. Ele nos trazia uma série de informações no campo do esporte que não tinham nada a ver com a sua profissão. Era isso que lia, por curiosidade, pois era o único jornal que veiculava esse tipo de informação. Tínhamos o Jornal do Dia, o Diário de Notícias, o Correio do Povo, a Folha da Tarde, mas era no Jornal do Comércio que a gente encontrava um tipo determinado de noticiário. Isso continua no presente do Jornal do Comércio. Ele tem, sem dúvida nenhuma, o melhor crítico de cinema do País, que se chama Hélio Nascimento, e que já era o crítico de cinema do Jornal do Comércio daquela época.

O Jornal do Comércio tem a experiência ímpar da página do Brenol, que publica sentenças jurídicas que acabam tornando públicas sentenças e orientando uma série de pessoas e profissionais, colaborando em dúvidas sobre recorrer ou não ao Judiciário, esclarecendo quais são os critérios que se estão trabalhando, e assim por diante.

O Jornal do Comércio tem essa outra iniciativa, que é polêmica, como disse o Ver. Almerindo Filho, que é do Albrecht, de publicar pequenos tópicos. Mas o Jornal do Comércio tem profissionais experimentados, que já são história da nossa imprensa, como é o Carlos Bastos, que retomou a sua coluna. Outro dia eu tinha que conversar com o Bastos, e, escrevendo a história da “Última Hora”, lá encontro eu o Bastos começando a sua vida profissional, na “Hora” e na “Última Hora”. E hoje continua com uma excelente editoria na coluna política.

E, por fim, o próprio Pedro Maciel, que, dentre outras tantas coisas - não sei se continua -, quando lecionava também na Faculdade de Comunicação, como eu, conseguiu produzir alguns livros sobre a área da comunicação.

Então, não é por um acaso que o Jornal do Comércio é, dentre todas aquelas inovações que se viu constrangido a fazer para poder competir e atender ao novo mundo, talvez, de todos os nossos jornais, aquele que guarda a maior coerência a um projeto inicial. Por isso é também o jornal que, tendo começado com anúncios de comércio, com pequenas notas para toda a praça - como dizia o Sérgio Costa Franco, quando fez a história do comércio de Porto Alegre -, traz, por centímetro quadrado, o maior conjunto de informação de que nós dispomos e, sobretudo, a maior qualidade de informação que nós podemos dispor em Porto Alegre. Por tudo isso, parabéns pelos sessenta e nove anos do Jornal do Comércio! Eu, como jornalista, todos nós, com toda a certeza, como Vereadores, nos sentimos orgulhosos em saber que o nosso Jornal do Comércio de Porto Alegre é assim como ele é. Que perdure! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Beto Moesch.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Delmar Jarros, integrantes do Jornal do Comércio representando aqui a sua direção, mas, sobretudo, representando aquela figura extraordinária que eu considero como uma irmã mais velha, pela qual eu tenho muito carinho, que é a Dona Zaida Jarros.

Eu vou falar em nome dos Vereadores Pedro Américo Leal, Beto Moesch, João Carlos Nedel e em meu próprio.

Sessenta e nove anos. É muito tempo ou é pouco tempo? O que sei é que são vinte e cinco mil duzentos e dois dias de um trabalho maravilhoso, excelente, e que deveria ser seguido por muitos outros órgãos de imprensa do nosso País. Sempre que tenho oportunidade de falar no Jornal do Comércio, procuro expressar a gratidão e o afeto que tenho por esse Jornal. Desses sessenta e nove anos, eu acompanhei cinqüenta e seis anos. No meu primeiro contato - e o nome ainda não era Jornal do Comércio, era O Consultor do Comércio, e uma boa parte dele era mimeografado - eu era um estudante muito pobre, que tinha necessidades, e descobri que se pudesse fazer os polígrafos do Júlio de Castilhos eu teria uma fonte de renda que seria muito boa. Mas eu não tinha o dinheiro para fazer os polígrafos e fui lá no Jornal do Comércio, no 3.º andar do Palácio do Comércio e disse: “Eu me chamo João Dib, tenho dezesseis anos, preciso fazer um trabalho, mas não posso pagar, não tenho recursos para pagar, vocês precisam acreditar em mim.” E ainda hoje vejo aquela figura extraordinária do Dr. Jenor Jarros na porta do seu escritório, envidraçado; lá estava o Seu Varela, o Dante Jarros, o Mário Jarros e o Seu Walter, todos olhando para mim, e eu cada vez me sentia menor, cada vez eu me sentia mais diminuído, e eles não diziam nada, só me olhavam. De repente eles me disseram: “Seu Dib, vamos confiar no senhor, pode levar e depois o senhor vem nos pagar.” Ali eu realmente passei a me considerar um estudante rico. Pude até realizar alguns dos meus sonhos de menino pobre, entre eles estava o de ter uma galocha, um par de luvas de couro e uma jaqueta de couro. Primeiro comprei as galochas e as luvas de couro. Depois, descobri que não eram coisas que me agradavam e, portanto, não comprei a jaqueta, mas, se quisesse, eu poderia ter comprado a jaqueta também.

Então, esse afeto e essa gratidão que tenho pelo Jornal do Comércio são permanentes. Vou terminar os meus dias lembrando sempre que o Jornal do Comércio um dia me ajudou e, desde então, torço por ele. E vejo com grande satisfação que a cada dia ele é melhor, que tem muita independência, muita seriedade, muita responsabilidade e nisso ele se mantém como um órgão de imprensa, respeitado como deveriam ser todos os órgãos de imprensa. Não há exagero, não há notícias espalhafatosas, procura informar em todos os setores em que se abra o Jornal do Comércio, e, diariamente, se pode encontrar a solução daquilo que se está procurando, certamente.

É por isso que nós, os quatro integrantes da Bancada, gostamos de ler o Jornal do Comércio e o lemos cinco dias por semana. E neste momento eu quero agradecer, em nome da minha Bancada, a todos aqueles que fazem do Jornal do Comércio um jornal possível: desde o seu Diretor, o meu querido amido Delmar Jarros, a minha querida irmã mais velha Zaida Jarros, até aquele que todas as manhãs, lá no meu edifício, entrega o Jornal do Comércio e eu o leio com tranqüilidade, só que nos sábados eu olho e não há Jornal do Comércio, mas, de qualquer forma, na segunda-feira começa tudo de novo e as informações chegam.

Portanto, nós queremos desejar que vocês continuem com essa mesma seriedade, responsabilidade e independência, que foi a linha que traçou Jenor Cardoso Jarros. A todos, saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queremos parabenizar, em especial, o Ver. Almerindo Filho pela proposição desta homenagem.

Primeiramente, quero dizer que o meu tempo de cinco minutos será dividido com três Partidos: falarei em nome do meu Partido, o Partido Socialista Brasileiro, e acordamos que o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil vão fazer um pequeno aparte, porque não puderam, por uma questão regimental, estar inscritos, mas querem também trazer uma saudação ao Jornal do Comércio. O Ver. Raul Carrion está com a palavra. Ele falará em nome do PC do B. Após, falará o Ver. Adeli Sell, em nome do PT.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradecemos ao Ver. Carlos Alberto Garcia por esta oportunidade. Queremos manifestar, já que, hoje, não estamos na lista do período de Comunicações, a nossa saudação ao Sr. Delmar Jarros, ao Sr. Carlos Bastos, ao Sr. Pedro Maciel. Em nome desses, saudamos toda a equipe de um jornal tão importante na nossa Cidade, no nosso Estado, num Estado onde existe uma imprensa de alta qualidade, e a perseverança desse Jornal, nesses sessenta e nove anos, mostra a sua importância. No campo econômico, por exemplo, tem uma profundidade e uma seriedade muito grandes, onde nós aprendemos tanto nas questões nacionais como nas internacionais, e no campo político possui uma pluralidade também já proverbial.

Então, registramos a nossa saudação, em nome do PC do B, e agradecemos muito ao Ver. Carlos Alberto Garcia, que nos oportunizou esta homenagem. Muito obrigado.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Da mesma forma, quero agradecer ao Ver. Carlos Alberto Garcia e parabenizar a todos do Jornal do Comércio em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores.

É uma grande satisfação podermos ter o Jornal do Comércio ao nosso lado, pela pluralidade, como já foi muito bem destacado aqui, e por sua diversidade. Para nós, Vereadores, as questões econômicas e de direito, que são tão bem colocadas e debatidas no Jornal, além do conjunto, são muito importantes e valorosas, um instrumento de trabalho.

Portanto, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero deixar a saudação calorosa e afetiva ao Jornal do Comércio. Vida longa ao Jornal do Comércio. Muito obrigado, Ver. Carlos Alberto Garcia. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Foi uma forma inteligente que nós encontramos de oportunizar a todas as Bancadas o seu depoimento.

Queremos registrar que o nosso primeiro contato com a direção do Jornal do Comércio, não foi como político, mas como professor. Já faz quase vinte anos que, atuando no IPA, como Diretor da Faculdade de Educação Física, tivemos a oportunidade de ter contato com essa irmã mais velha do Ver. João Antonio Dib, que é a Dona Zaida Jarros, que sempre fez questão de manter a questão do metodismo, inclusive com o
Cenáculo, o que já foi dito pelo Ver. Almerindo Filho.

Eu tenho uma característica, sempre que eu abro o Jornal, Fernando Albrecht - vou fazer uma confissão -, a tua coluna é a primeira que eu leio, por ser uma coluna de política e que no dia-a-dia está inserida no nosso contexto. E a outra é a do Carlos Bastos, que dá um panorama mais direcionado em nível estadual e nacional. E a do Carlos Bastos é uma daquelas que eu já conheço há muitos anos e sei a retidão daquela maneira que ele coloca e faz política.

Quero parabenizar o Jornal do Comércio pela forma com que atua. Ele informa e faz notícia sem sensacionalismo. Isso é uma característica própria.

Uma outra coisa que eu gostaria de dizer do Jornal é que nos últimos anos ele se modernizou. Ele está com um visual mais próximo, mas fácil de ser lido, não só por empresários, mas pela população como um todo.

Portanto, em nome dos partidos com assento nesta Casa, recebam o nosso abraço, o nosso carinho e a gratidão e saibam que o trabalho que o Jornal do Comércio tem feito em prol da população de Porto Alegre e do Estado realmente eleva cada vez mais, porque ele se preocupa com a Capital, preocupa-se com todas as notícias do interior. E durante muitos anos quase todos os projetos saíam na íntegra no Jornal do Comércio.

Cada vez mais acreditamos nessa forma de fazer política, que trata de negócios, economia, cultura e esporte. Parabéns a todos os senhores aqui representados. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cessão do Ver. Cassiá Carpes.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, companheiros jornalistas Roberto Brenol de Andrade, Fernando Albrecht, Pedro Maciel, Delmar, Nenê Bastos – grande parceiro, grande amigo; Ver. Cassiá Carpes, obrigado pelo tempo cedido. Não poderia deixar este Vereador de vir à tribuna, pronunciar-se nesta homenagem do Ver. Almerindo Filho aos sessenta e nove anos do Jornal do Comércio.

Muita coisa já foi dita aqui sobre o Jornal do Comércio, sobre a sua grandiosidade, sobre a sua imparcialidade. Digo e acrescento que a história do Jornal do Comércio se mistura um pouco com a história econômica, social, política e esportiva de Porto Alegre e do Estado. Quando dirijo-me à Mesa, vejo o Nenê Bastos, pessoa com quem há vinte e dois anos exatamente fui fazer um teste de repórter esportivo na RBS TV. O Bastos estava com problema de repórter: o Flávio Porcelo, que fazia o Grêmio, estava passando para fazer Geral, fui lá fazer um teste, fui aprovado e convivi longo tempo com o Carlos Bastos como Diretor de Jornalismo da RBS TV. De público, aqui, pela primeira vez, faço questão de dizer que muito do que sou hoje devo ao jornalista e companheiro Carlos Bastos.

Também o Pedro Maciel, Chefe de Reportagem, naquela época, com quem convivi e também aprendi que no jornalismo, meu amigo Fernando Albrecht, é preciso ser curto e grosso para não falar bobagem e nem informar bobagens.

E o Fernando Albrecht tem essa sensibilidade, as vezes sarcástica, mas não é isso; irônica, mas não é isso; é uma sensibilidade de competência para poder filtrar no jornalismo diário, para poder montar uma coluna diária sem precisar bater de frente com as demais informações que estão no corpo do jornal.

Sexta-feira, aqui, fiz uma brincadeira com o Ver. Zé Valdir; pois não é que hoje o Jornalista Fernando Albrecht está fazendo um tópico sobre o fusquinha do Ver. Zé Valdir, que na realidade é o motorista que é bom? E é claro que vão publicar a resposta do Ver. Zé Valdir. Dentro do fusquinha há um grande motorista, um motorista cuidadoso. Essas coisas do dia-a-dia. E gosto muito disso, de sempre tentar mostrar nos jornais aquilo que muitas vezes acontece nos bastidores, a que o grande público não tem acesso.

Hoje, nós recebemos uma carga muito grande de informação: são as agências, os jornais, as emissoras de rádio, TV, Internet; ficou mais difícil para o jornalista não querer ser exclusivo, mas querer tratar diferente o seu trabalho frente ao seu leitor. Por isso é preciso ter essa sensibilidade.

Eu quero parabenizar esse trabalho brilhante de uma equipe brilhante que tem o Jornal do Comércio. Já falei no Pedro Maciel, no Brenol, no Fernando Albrecht, no Bastos; tem o Sérgio Lagranha, que trabalhou comigo na Caldas Júnior, a Maria, o Milton Gérson, que está aqui conosco; o Adão Oliveira, o Afonso Ritter, o Marco Antonio Birfeldt e até o Macaco Simão. O que é importante é essa diferenciação de que eu falava há pouco.

Tive a oportunidade de participar, na FIERGS, do almoço da entrega do Prêmio Jornal do Comércio, e lá ficou demonstrado o carinho das autoridades, da sociedade, pelo Jornal do Comércio, que continua firme, forte como a Dona Zaida Jarros, que disse lá que tem oitenta e nove anos e fez um discurso nítido, forte, curto, grosso para o aplauso de todos os que lá estavam. Sucesso. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, Srs. Vereadores, diretores, jornalistas do Jornal do Comércio, nosso homenageado deste dia, queria em nome da Bancada do PPS, inicialmente, parabenizar pela iniciativa que se tornou unânime o Ver. Almerindo Filho, pela oportunidade de esta Casa comemorar os sessenta e nove anos do Jornal do Comércio.

Assim como o Ver. João Bosco Vaz, eu também tive a oportunidade, na última sexta-feira, de estar presente na homenagem do Jornal do Comércio e também do Dia da Indústria no ato da FIERGS. Olhando a diversidade daquele público, eu lembrava que só a competência e a pluralidade garantem uma representatividade daquela envergadura. E, naquele momento, nós também pudemos viver emoção de ouvir a Dona Zaida, que é na verdade um símbolo de resistência, construído seguramente na realimentação e na preservação de um sonho.

Eu, ouvindo a Dona Zaida, lembrava do meu avô, que era jornalista, e que ainda na idade da Dona Zaida era capaz de produzir a sua coluna diária. Eu acho que o jornalismo tem essa capacidade de realimentar os espíritos, de preservar a mente, no estímulo que é essa atividade para quem a exerce.

Queria, então, destacar mais uma vez a isenção do Jornal do Comércio, já recolocada aqui por vários Vereadores que me antecederam. Mas eu queria destacar, ainda, uma outra característica do Jornal do Comércio: é a sua capacidade de conciliar, de preservar um projeto jornalístico e, ao mesmo tempo, garantir a implantação da sua modernização tecnológica, atualização precisa, a garantia da notícia no ato dos acontecimentos e na fidelidade aos fatos da realidade. Concilia, portanto, a renovação e a coerência, a história com a modernidade.

Em um país onde tudo é tão passageiro, uma empresa de três gerações é evidentemente uma empresa que mantém a coerência dos idosos e o dinamismo dos jovens que a integram, se recicla, sem abrir mão dos seus princípios. Parabéns, portanto, a Porto Alegre, por existir o Jornal do Comércio; parabéns à Câmara pela oportunidade de poder compartilhar este aniversário que, na verdade, é um momento em que podemos homenagear uma parte da Cidade. Vida longa ao Jornal do Comércio! Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Notem que estamos prestando esta homenagem ao 69.º aniversário do Jornal do Comércio, no período de Comunicações desta Casa. A nossa Bancada já teve oportunidade de se manifestar pela voz do meu colega Ver. João Bosco Vaz. Eu, neste momento, estou usando da palavra, especialmente até, com o tempo que me foi cedido pelo Ver. Dr. Goulart, e igualmente, dentro de alguns minutos, encerrarão essas manifestações com a palavra do Ver. Ervino Besson. Solicitou-me o Líder da Bancada do PFL que eu expressasse o sentimento de satisfação de usar da palavra novamente; e o nosso Presidente, que, na condição presidencial, não só preside, mas faz a grande manifestação de síntese desta homenagem. Curiosamente estabeleceu-se um interessante contraditório aqui, e que expressa a natureza plural desta Casa e do nosso homenageado, o Jornal do Comércio.

Nós, antes da homenagem ao Jornal do Comércio, tivemos a oportunidade de assistir a uma associação comunitária se manifestar aqui, e o Jornal do Comércio tem uma peculiaridade pela natureza de inserção profunda na cidade de Porto Alegre e, como disse o meu colega de Bancada, o Ver. João Bosco Vaz, ele é a própria expressão da história econômica e comercial desta Cidade. Ele nasceu junto à Associação Comercial, lá naquele prédio no Largo Visconde de Cairu. Lá, na humildade, na simplicidade de Jenor Jarros, se criou o que hoje é uma instituição do jornalismo, uma legenda do jornalismo rio-grandense. E o Jornal do Comércio não tem nada de neoliberal, não tem nada de um perfil ligado a grandes estruturas corporativistas, mas a sua história defende o desenvolvimento da atividade comercial, o desenvolvimento econômico e sabe muito bem que é através desses mecanismos que conseguiremos forjar uma Porto Alegre melhor, um Rio Grande melhor e um Brasil melhor. E tem sustentado, sem compromisso nenhum com ninguém, a não ser com o sentimento de que está fazendo o melhor trabalho para Porto Alegre e para o Rio Grande, a liberdade do comércio. Vimos, há pouco, aqui, a visão de não lutar pela abertura do comércio aos domingos, o que, a meu juízo, é uma visão atrasada e dinossáurica. É a visão que tenho sustentado aqui, é um retrocesso, e defendo. Assim como a história do Jornal do Comércio é uma história em defesa do micro, do pequeno e do médio empresário do Rio Grande e de Porto Alegre.

E o Jornal do Comércio não só chega à cidade de Porto Alegre como vai até a fronteira, quando se encontra nos estabelecimentos comerciais, lá na distante São Borja, o Jornal do Comércio como leitura diária dos comerciantes, pequenos e médios empresários daquela Cidade. E isso se alastra por todo o Rio Grande, meu caro Pedro Maciel. Essa é a realidade desse jornal, que com esforço, com denodo, diariamente chega, cedo, junto aos seus assinantes, aos escritórios de contabilidade, junto às empresas comerciais, todo um conjunto formador de opinião, e aqui na classe política. Portanto, vejo com satisfação enorme. E o Ver. Almerindo Filho foi muito feliz, muito oportuno a preceder já o início das homenagens, meu caro Delmar, ao 70.º aniversário. Porque o jornal já está vivendo os seus setenta anos de existência. Nossos cumprimentos a essa iniciativa do Ver. Almerindo Filho.

É um jornal de leitura diária, e nós vamos desde a página 2, desde as frases citadas, a todos os colunistas, aos que estão na Mesa e outros: o Biernfield na sua coluna jurídica; a coluna social. É um jornal feito com muita qualidade, muita modernidade e defendendo os interesses da cidade de Porto Alegre, do Rio Grande, e da sua população, acima de tudo.

Parabéns, Delmar! Parabéns a todos vocês que coordenam essa extraordinária experiência que já chega aos setenta anos de existência, que é o Jornal do Comércio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente José Fortunati, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Cumprimentamos também o nosso Ver. Almerindo Filho, que, de forma oportuna, pede esta homenagem, fazendo com que a Casa, através de seus integrantes - e se pudesse, de todos os integrantes -, se manifeste nesta oportunidade. Porque se trata, senhores presentes, de homenagear uma grande instituição, uma notável e bela instituição que é a Companhia Jarros, o Jornal do Comércio, que vem atravessando a história. Aqui já se disse das características do Jornal do Comércio, sem “espalhafatosidade”, levando o seu trabalho sem pretender fazer alaridos - por assim dizer -, uma das características centrais do Jornal do Comércio. Ele vem atravessando os tempos contando a história, fazendo história e sendo partícipe da história e, de resto, da construção da cidade de Porto Alegre, do Estado, pelo seu trabalho edificante.

Aqui já se mencionou o talento, por exemplo, do Fernando Albrecht, a sua ironia; aquela ironia fina, que não agride e se torna altamente cordial.

A fidelidade, como informa o Carlos Bastos, aquelas notícias inseridas ali, aquelas informações, aqueles comentários - e não me consta, Carlos Bastos, de ter visto, usando uma linguagem jornalística, alguma “barrigada” -, ao longo do tempo em que tu escreves, em que tu noticias, que o Jornal do Comércio vem informando. Então, se trata de um ente da comunidade, da mídia, o Jornal do Comércio, uma peça, por assim dizer, uma estrada geral, uma peça central na informação, no comentário. Mas também tem aquela sua conotação, já aqui mencionada, que é ser o informativo técnico-jurídico, técnico-econômico. E lembro ainda que, quando advogava, fazia a assinatura do Jornal do Comércio, e o fazem profissionais das mais diferentes áreas técnicas para se ter ali uma série de dados importantes. Eu fazia sempre, tinha sempre a assinatura do Jornal do Comércio; eram acórdãos, notícias, enfim, dados oficiais, área de editais que ao profissional da economia, do direito, seja de que área for, torna-se imprescindível ao exercício de suas atividades.

Então quando nós comemoramos o 69.° aniversário do Jornal do Comércio, nós também queremos mencionar a figura da Dona Zaida, essa figura notável de mulher talentosa, tão amiga desta Casa; enfim, à sua ação, ao seu Jornal, ao seu trabalho, a Câmara muito deve. E é nesse sentido que em nome da Cidade todos nós aqui estamos saudando o aniversário do Jornal do Comércio pela justiça que lhe corresponde a presente homenagem. Então, a nossa saudação, e falo também a pedido do Ver. Sebastião Melo, em nome do PMDB, porque o seu Partido, tratando-se de Comunicação, não consta no rol, na listagem com oradores para falar; então eu faço em nome também do PMDB a homenagem ao nosso querido Jornal do Comércio. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações pelo PDT.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente desta Casa, Ver. José Fortunati, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em 1989, no meu primeiro mandato, por sugestão do meu chefe de gabinete naquela época, Sr. Heitor Borela, fizemos uma visita ao Jornal do Comércio que me marcou muito, de uma forma muito carinhosa pela forma como fomos atendidos pela empresa. O jornalista, não me recordo o nome, nos acompanhou e nos mostrou todos os setores da empresa, aquilo me marcou de uma forma muito especial. Os tempos passaram e, em 1994, fui Diretor da CEASA, quando o Jornal do Comércio foi homenageado na Zona Norte, num almoço de confraternização. Lá havia diversos empresários, muitos do interior do Estado, inclusive estava presente a Sr.ª Zaida Jarros. E deu para sentir, pelo discurso daqueles diversos empresários que se pronunciaram naquele momento, o carinho dessas pessoas, desse segmento da nossa economia do nosso Estado, o que representava para cada um deles o Jornal do Comércio. Para surpresa deste Vereador, meu caro cidadão desta Cidade, Sr. Carlos Bastos, fui chamado para falar naquele momento para homenagear o Jornal do Comércio, e estava presente a Sr.ª Zaida, junto com uma equipe de jornalistas e funcionários do Jornal do Comércio. Isso não estava na minha programação, mas as coisas boas, meus caros Vereadores e Vereadoras, acontecem ao natural. Nós temos aqui um computador adormecido, afloraram-me tantas coisas boas, porque me recordei da visita que fiz ao Jornal do Comércio e por diversas vezes minha querida amiga Dona Zaida Jarros emocionou-se, já havia se emocionado antes por ouvir os discursos daqueles empresários que se manifestavam naquele momento e também, como já disse, naqueles momentos bons, quando Deus me colocou naquele momento, consegui me pronunciar, pois não estava na programação, e, como já disse, a Dona Jaida Jarros também se emocionou.

Eu quero parabenizar o Ver. Almerindo Filho por essa brilhante iniciativa. V. Ex.ª, no seu pronunciamento, disse que o Jornal do Comércio é uma empresa tão aberta a tudo e a todos, sem distinção de credo ou religião, raças ou nacionalidade; isso é a grandeza de uma empresa. Portanto, ao encerrar, quero que. V. S.ª transmita, Dona Zaida, um abraço muito carinhoso a toda a brilhante Diretoria da Empresa e a seus funcionários. Que Deus abençoe o caminho de cada um de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu tomei a liberdade de citar aqui também o Jornalista Milton Gérson, da política, pela maneira com que tem nos recebido. Parabéns!

Sessenta e nove anos de Jornal do Comércio! Esta é a justa homenagem que o Vereador proponente, Almerindo Filho, teve a felicidade de fazer a um jornal que tem mostrado a sua imparcialidade, a sua maneira honesta, séria de fazer jornalismo. Eu não poderia deixar de dizer que o Jornal do Comércio foi o primeiro jornal a citar uma questão política, não só deste Vereador, mas também do meu amigo, Ver. Almerindo Filho. Tive a oportunidade de visitar a sede desse jornal e quero falar da maneira como fui recebido. É tudo isso que faz com que o Jornal do Comércio receba esta justa homenagem.

O Jornal do Comércio tem acompanhado o dia-a-dia do nosso Estado há sessenta e nove anos, dentro da postura que lhe é característica, a competência, a lisura, a transparência, não abrindo mão de se modernizar, de se renovar, de se qualificar, caminhando de mãos dadas com o progresso a cada dia. Quero, mais uma vez, citar o Ver. Almerindo Filho por esta justa homenagem. Quero mandar um abraço carinhoso à minha querida Zaida Jarros, uma senhora que nos é muito querida.

Parabenizo esse Jornal que, num momento de dificuldades da Cidade, do Estado e do País, quando se fala de brutalidade, de criminalidade, ele traz, nesta segunda-feira, 27 de maio de 2002: “As guinadas da vida. Leia Salmo 119.127-135. Se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão. Salmo 37.24.” Parabéns, Jornal do Comércio! Que a mão poderosa de Nosso Senhor esteja sempre segurando cada um dos senhores e esse jornal. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Senhores jornalistas que compõem essa equipe que mantém esse veículo de comunicação social ao longo de sessenta e nove anos, que já foram referidos pelo Vereador que me antecedeu, na figura do Milton Gérson, que por muito tempo conosco trabalhou aqui na Casa. O Ver. Luiz Braz, Líder do PFL, nos pede que, em nome do Partido, eu ocupe a tribuna nesta hora para fazer coro aos demais companheiros da representação popular, que nesta tarde desfilaram na tribuna promovendo esta justa homenagem que a sensibilidade do Ver. Almerindo Filho nos permite realizar. Tenho, sabidamente, grande apreço por esse veículo, pelos seus dirigentes, pela Dona Zaida Jarros, por toda sua equipe, e um reconhecimento, que não é meu, é de toda sociedade porto-alegrense, aqui representada em treze segmentos político-partidários, da importância que esse veículo tem no contexto da formação da opinião pública pelo seu equilíbrio, pela sua retidão, pela sua independência e, sobretudo, por ser um veículo altaneiro que ao longo do tempo tem enfrentado as dificuldades que são comuns aos veículos da imprensa escrita brasileira, e tem sabido superá-los com bravura, persistência e determinação. Por isso não seria lícito ao PFL, que vê de forma muito clara essas virtudes do nosso JC, que nós nos silenciássemos nesta tarde, ainda que saibamos que outros fatos precisam acontecer ao longo desta Sessão de 27 de maio, e correndo o risco de ser repetitivo, dada a forma ampla com que já foi homenageado o JC, não seria lícito que nós nos furtássemos de publicamente subscrevermos tudo aquilo que foi dito e acrescentarmos, na medida do possível, a nossa postura, a postura do Partido da Frente Liberal diante desse veículo.

Por isso, meu caro amigo Delmar Jarros, receba do PFL a nossa demonstração de carinho, mas, sobretudo, de respeito por essa conduta do veículo que o amigo dirige, compartilhando com a sua genitora; e leve a toda a sua equipe, àqueles que aqui estão presentes e àqueles que não estão - porque estão preparando o jornal de amanhã - a certeza, e mais do que isso, a convicção de que aqui no Legislativo de Porto Alegre, onde todas as correntes de opinião pública têm assento, o JC é uma unanimidade pela sua conduta ímpar, absolutamente séria e, sobretudo, pela sua perseguição permanente na busca da verdadeira e correta informação. O PFL ressalta esses aspectos porque acha que é importante que os veículos tenham opinião, mas que tenham opinião respeitável e coerente. Do JC de hoje, com seus sessenta e nove anos de idade, pode-se dizer que evoluiu no tempo, na forma, na maneira que é impresso, na maneira que é composto; e na sua retidão, nos seus propósitos originários, continua o mesmo. É esse velho e jovem JC que eu saúdo nesta hora. Saúdo em nome do PFL, em nome do Ver. Luiz Braz, em meu nome pessoal, em nome do Dep. Germano Bonow, que há pouco deixava-me aqui e pedia-me que enaltecesse essa circunstância do grande respeito que nós liberais temos pela atuação do JC.

Meus cumprimentos e leve a toda a sua equipe, a sua genitora, que é a nossa grande comandante, aos seus colaboradores, essa convicção plena de que a Câmara Municipal de Porto Alegre, caixa de ressonância de todos os pensamentos políticos da Cidade, uníssona diz: Parabéns JC, continues sendo o grande veículo que tem sido até agora, porque aí estaremos, permanentemente estaremos, no dia-a-dia, pela leitura, homenageando o seu jornal! Cumprimentos a toda a sua equipe. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fiz questão de usar o tempo de Liderança do Partido Trabalhista Brasileiro para em meu nome, em nome do Ver. Elói Guimarães, que já se pronunciou aqui e em nome do Partido Trabalhista Brasileiro dizer uma coisa que certa vez eu disse dentro da TV Pampa, da Rádio Pampa para o meu amigo Albrecht. Eu não era um exclusivo leitor do Jornal do Comércio. Mas, a partir de que comecei a lê-lo, senti que era um jornal importantíssimo. Não tinha o hábito, mas a partir daquele momento comecei a admirar o jornal, a lê-lo com mais profundidade e na parte política, econômica, social, na parte do esporte - onde tem uma parcela até surpreendente -, comecei a entender a grandeza desse jornal, da liberdade de expressão desse jornal. Nós, que estamos nesta Casa, todos os que já discursaram e elogiaram o jornal, queríamos, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, desejar muitos anos de democracia, muitos anos de participação na vida política, social, econômica, cultural do nosso Estado.

Portanto, sou breve e quero desejar muitos anos a essa empresa que, sem dúvida, será importantíssima na divulgação do trabalho dos Vereadores, do trabalho da nossa Capital, do nosso Estado e da nossa política, que mantém uma cultura viva por intermédio desse órgão tão importante que é o Jornal do Comércio. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Concedemos a palavra ao Sr. Jornalista Pedro Maciel, Editor Chefe da Companhia Jornalística J. C. Jarros, Jornal do Comércio.

 

O SR. PEDRO MACIEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Direção e dos funcionários do Jornal do Comércio, quero agradecer a homenagem que o Ver. Almerindo Filho propôs e que esta Câmara Municipal, por unanimidade, subscreveu e presta ao Jornal do Comércio por ocasião da comemoração de seu 69.º aniversário de atividades ininterruptas.

É, para nós, muito prazerosa uma homenagem como esta, que partiu dos nobres Vereadores e Vereadoras, porque as atividades entre quem tem por ofício fazer leis e quem enfrenta os desafios de elaborar um jornal diário têm muita similitude. Como os senhores e senhoras sabem, nenhuma dessas duas atividades perdura ao longo dos tempos se não houver um elevado nível de credibilidade pública.

Os senhores e nós, da imprensa em geral e do Jornal do Comércio em particular, dependemos de que os fatos e os atos mantenham uma rigorosa simetria. Não podemos - e certamente nem desejamos - que aquilo que pregamos entre em conflito com aquilo que demonstramos na nossa atividade pública todos os dias.

Esta Câmara de Vereadores, graças aos senhores e às senhoras, dispõe dessa consideração política, devido ao correto desempenho de suas atividades. O Jornal do Comércio, como mostram seus sessenta e nove anos de atividades, desde que começou, em 1933, com o nome de Consultor do Comércio, felizmente tem sabido corresponder aos anseios dos duzentos e dez mil leitores altamente qualificados que todo dia recebem em suas empresas, escritórios e residências os trinta mil exemplares do Jornal do Comércio.

Exigentes - felizmente exigentes, porque nos desafiam a fazer cada dia um jornal melhor -, os leitores têm sido o nosso maior incentivo nessa caminhada do Jornal do Comércio, que continua numa trajetória de crescimento e de qualificação de seu conteúdo editorial.

Neste momento de agradecimentos, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, não poderia deixar de prestar uma homenagem àquela que é também uma grande figura, carismática e de grande respeitabilidade, estou-me referindo àquela que é a Presidenta do Conselho de Administração do Jornal do Comércio, Sr.ª Zaida Jayme Jarros, fundadora do Jornal do Comércio junto com Jenor Jarros, e que, ainda hoje, faz questão de comparecer diariamente ao Jornal para incentivar aqueles que hoje o dirigem e, também, prestar sempre uma palavra de carinho, uma palavra de consideração aos funcionários de todos os departamentos do Jornal, a quem chama, carinhosamente, de “meus filhos”.

Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, caros amigos, o Jornal do Comércio se sente muito honrado em comparecer hoje a esta Câmara Municipal para receber esta homenagem, e quero dizer aqui, em nome da direção e dos funcionários, que encaramos como uma espécie de renovação do compromisso que o Jornal do Comércio sempre manteve de prestar um serviço público qualificado, com isenção e dotado de princípios norteados pela verdade e pelo bem comum da sociedade onde todos nós vivemos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Meu caro Delmar, finalizando esta bela homenagem que teve como proponente o Ver. Almerindo Filho, cujo Requerimento foi aprovado por unanimidade, quero que leve à nossa querida e afetuosa amiga Zaida Jarros um forte e fraterno abraço, em meu nome pessoal e de toda esta Casa. Temos a convicção de que o Jornal do Comércio tem ainda um grande papel a cumprir. Já cumpriu, certamente, nos seus sessenta e nove anos, um papel de consolidação da liberdade de expressão. Nós sabemos que a cada momento o Jornal do Comércio se consolida como um instrumento fundamental para que caminhemos em busca do aperfeiçoamento do estado democrático de direito. Vida longa ao Jornal do Comércio.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspende-se os trabalhos às 16h10min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 16h15min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, solicitamos, o Ver. Luiz Braz e este Vereador, já que o Grande Expediente de hoje é destinado a homenagear os cinqüenta e oito anos do Teresópolis Tênis Clube, a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos realizar a homenagem. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento do Ver. João Bosco Vaz. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Damos início a homenagem ao 58.º aniversário do Teresópolis Tênis Clube, por proposição dos Vereadores João Bosco Vaz e Luiz Braz.

Compõem a Mesa Sr. Júlio de Moraes, Diretor-Presidente do Teresópolis Tênis Clube e Sr.ª Sílvia de Moraes; Sr.ª Marlene Pacheco Ribas, Vice-Presidente Social; Sr. Marco Rogoski, Vice-Presidente de Marketing e Sr. Lucindo Bertoletti, Presidente do Conselho Deliberativo.

O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra, em Grande Expediente, como proponente da homenagem.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. Luiz Braz e eu, que somos “prata da Casa” lá no Teresópolis, combinamos de realizar em conjunto esta homenagem merecidíssima. São cinqüenta e oito anos de muita atividade social, de muita atividade esportiva, de congraçamento, de alegria; um clube de bairro, praticamente, que representa uma comunidade, e que, nos últimos três anos, como se diz lá em Bagé, “deu de relho nos adversários”, sendo a marca mais lembrada entre os clubes, pelo terceiro ano consecutivo. Um clube que cresce a cada mandato.

Tivemos lá como Presidente o Joaquim, o Adilson, tantas pessoas que fizeram tantas coisas, cada uma a sua parcela. Agora estivemos lá, na sexta-feira: Ver. Nereu D’Avila e esposa; Ver. Cassiá Carpes e esposa; Ver. Carlos Alberto Garcia e esposa; Ver. Luiz Braz e esposa; este Vereador e esposa e o Ver. Dr. Goulart com o seu Chefe de Gabinete, e pudemos ver a grandiosidade que foi esse evento. Nós conseguimos medir a grandiosidade de um evento pelas personalidades presentes em uma festa. E lá estavam todos os presidentes de clubes, a começar pelo presidente da FEDERACLUBES - a entidade que congrega os presidentes -, os ex-Presidentes do Teresópolis Tênis Clube, associados.

E, quando um clube faz cinqüenta e oito anos, nós, que somos convidados especiais e que lá comparecemos, ficamos encantados com aquilo que o associado vê no seu dia-a-dia: o crescimento, a quadra de tênis coberta, a grande academia, o galpão crioulo lá que funciona, o Lula comandando, as competições internas, agora a Renata, a Lizandra, a Simone, Sônia Lupi - que está presente - organizaram grandes eventos internos, valorizando os funcionários do Teresópolis, isso é importante, o Júlio, a Sílvia, o Lucindo, o Marco, a Marlene, os outros dirigentes e diretores, eu sempre digo, estão lá se doando, estão lá porque amam aquele Clube, não ganham nada, deixam os seus lares, as suas famílias para se dedicar a uma causa; mas o funcionário não, o funcionário, claro, é remunerado, mas também aprende a amar e gostar daquele Clube onde ele trabalha. Então ele é que está no contato direto com o associado, ele é que recebe o elogio, recebe a crítica e a leva até a sua diretoria. Isso, Júlio, a tua diretoria tem sabido fazer muito bem, ou seja, valorizar e muito os trabalhadores do Teresópolis Tênis Clube.

Quero deixar o meu abraço, um beijo na alma e no coração de todos vocês, que vocês continuem assim, trabalhando por aquela comunidade, porque a comunidade precisa do Teresópolis Tênis Clube, quem sabe no próximo ano o Teresópolis vai ser tetra, para ser o nome mais lembrado mais uma vez no “Top of Mind”. Parabéns!

Cedo a outra metade do tempo ao Ver. Luiz Braz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srs. Presidentes, porque nós temos hoje o Presidente da Câmara Municipal e o Presidente do Teresópolis Tênis Clube dividindo a condução, praticamente, dos trabalhos que nós temos aqui nesta tarde. Dona Sílvia, meu amigo Lucindo, que também já presidiu o Teresópolis, e hoje é aquela garantia no Conselho do Teresópolis Tênis Clube. Minha amiga Marlene Ribas, que cuida das festas, o Marcos Rogoski, eu encontrei tanta gente importante aqui, mas eu quero, no nome de uma dessas pessoas muito importantes que eu encontrei aqui, simbolizar todos os que eu encontrei, amigos do Teresópolis. Cito meu amigo Barrás e a esposa, porque foi com o Barrás que eu fiz as maiores participações lá no Teresópolis, naquelas festas todas que ajudávamos a preparar, Mara e eu. E o Barrás era o grande artista encarregado de fazer com que o salão fosse o salão mais bonito desta Cidade. Então, eu quero cumprimentar todos os senhores que vieram hoje aqui para homenagear o Teresópolis nestes cinqüenta e oito anos de atividade.

O meu amigo João Dib pediu para que eu também representasse o PPB aqui desta tribuna, e o faço, e o meu grande amigo, companheiro de Bancada, Ver. Reginaldo Pujol, também pede que eu não esqueça de citar o seu nome aqui nesta homenagem, e eu faço questão que isso aconteça.

Meus amigos, para nós que vivemos parte destes cinqüenta e oito anos lá no Teresópolis, nós assistimos, na verdade, a praticamente um milagre. E esse milagre no campo dos clubes sociais tem de, na verdade, ser exaltado, porque não pensem que hoje a vida de um clube social é uma vida fácil de ser vivida pelos seus administradores. Hoje, quando nós notamos que um clube social está completando cinqüenta e oito anos, com esta pujança do Teresópolis, alguma coisa há de diferente, porque a grande maioria dos clubes sociais dos bairros da Cidade estão falindo, estão com problemas sérios de sobrevivência, não estão conseguindo abrir as suas portas. Enquanto o exemplo é esse, praticamente, pois na maioria dos bairros de nossa Cidade os clubes estão com uma dificuldade muito grande de sobrevivência, o Teresópolis aumenta o seu patrimônio, o Teresópolis aumenta a oferta para os seus associados, fazendo com que seus associados cada vez tenham maiores opções para participar das atividades que ele coloca à disposição. Eu mesmo e a minha esposa, durante boa parte desses cinqüenta e oito anos, estivemos ao lado dos bolonistas, lá no Teresópolis Tênis Clube, e sabemos o amor que os bolonistas têm por aquela atividade, cada vez mais procurando melhorar a participação do Teresópolis entre as outras agremiações, nos diversos campeonatos de bolão que por ali surgem. O Ver. João Bosco, de tantas atividades que tem e também das vivências que tem por ali, participa mais com o pessoal do futebol de salão e de outras áreas esportivas. A Mara e eu ficamos mais ligados ao pessoal do bolão, mas as atividades são muitas. O Clube campestre talvez seja, dos clubes sociais da nossa Cidade que oferece as melhores condições para que alguém possa se afastar de Porto Alegre e ter uma vida social bem requintada e refinada. Então, esse Clube, que nos últimos três anos foi lembrado como o nome, entre os clubes, que mais vezes foi repetido entre as pessoas que foram consultadas para dizer nomes de clubes sociais, esse Clube merece ser reverenciado aqui na Casa do Povo, porque, afinal de contas, o conjunto dos Vereadores, os trinta e três Vereadores deste Plenário, representa o conjunto de toda a nossa sociedade. Porto Alegre é representada por sua Câmara de Vereadores, e não apenas por mim e o Ver. João Bosco, nós apenas fomos encarregados de fazer o Requerimento para colocar esta homenagem em votação neste Plenário, mas todos os Vereadores que deram o seu aval para que esta homenagem pudesse hoje ser realizada aqui, ao Teresópolis, esses Vereadores todos disseram que a sociedade porto-alegrense deveria, teria obrigação de homenagear os cinqüenta e oito anos Teresópolis, dizendo ao Teresópolis “muito obrigado” por todo o trabalho que os senhores, que as senhoras realizam em prol da nossa sociedade, e que possam crescer ainda bem mais para servirem como um exemplo cada vez maior de que nos bairros também se pode fazer crescer um clube social, da mesma forma como o Teresópolis consegue crescer e fazer com que a sociedade possa, cada vez mais, se orgulhar dos seus feitos.

Parabéns ao Presidente Júlio, à Sr.ª Sílvia, que é a primeira-dama, ao meu amigo Lucindo, ao Rogoski, à Marlene e a todos os senhores que fazem com que o Teresópolis, cada vez mais, seja destaque entre todos os clubes sociais aqui em Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes). Senhoras, Senhores e demais autoridades aqui presentes. Quero, primeiramente, parabenizar o Ver. João Bosco Vaz e o Ver. Luiz Braz por essa iniciativa. Tivemos a oportunidade – como o Ver. João Bosco Vaz falou – de, na sexta-feira, estar presentes naquela bela festa que o Clube proporcionou em comemoração aos seus cinqüenta e oito anos.

Presidente Júlio, eu estava lendo agora o discurso proferido por mim no ano passado. E, na minha fala do ano passado, quem me cedeu o tempo, inclusive, foi o Ver. Paulo Brum, que é sócio do Teresópolis Tênis Clube. Hoje, também, a Bancada do Partido dos Trabalhadores pediu-me para falar em seu nome; então, estou aqui com várias missões. No ano passado eu falei do Teresópolis da época do “barracão”, do nosso contato com o Presidente, que começou em 1969, na Companhia União de Seguros Gerais. Depois, falei que o seu filho foi meu aluno no Colégio das Dores.

Mas, hoje, quero fazer algumas abordagens diferentes. Primeiro, quero dizer que o Teresópolis está muito lindo! É um clube que, realmente, quando tu entras, tens cara de administração. Tu olhas e vês que ali tem um cuidado.

Dizem que a primeira imagem é a que fica; pode ter certeza, Presidente, de que, olhando, por si só já conquista. Nós sabemos que isso é fruto de um trabalho coletivo, trabalho coletivo que começa ali com a Marlene, na questão social, de trazer as pessoas, porque, nesse mundo tão conturbado todos nós sempre precisamos, mas, hoje mais do que nunca, quebrar as barreiras e dispor do lazer.

Ao mesmo tempo, a questão do Marco, no desporto, na atividade esportiva, porque uns gostam mais do esporte, outros gostam mais do social, e tem aqueles, que, como eu e o Ver. João Bosco Vaz, gostamos dos dois: gostamos do social e gostamos do desportivo. O Teresópolis consegue fazer com propriedade isso. Consegue aliar todas aquelas pessoas que gostam do convívio social e também consegue congregar a questão esportiva. Um detalhe: consegue com propriedade atingir todas as faixas etárias e, fazendo isso, podemos simbolizar que, se consegue a questão social, a questão desportiva e atingir todas as faixas etárias, podemos colocar isso em um componente: o componente família. Isso é o que eu acho importante, porque congregando a família tu trazes todos.

O Ver. Luiz Braz já disse na sua fala, hoje: grande parte dos clubes estão falindo. O Teresópolis não tem uma receita fixa, a receita é pela colaboração de seu associado, com a mensalidade. Essa mensalidade só pode ser vigente de uma forma melhor pelo fator multivocacional, ou seja, sempre fazendo promoções e mostrando para cada uma das pessoas da comunidade e, principalmente, do Teresópolis, dizendo: “Olha, aquele Clube é bom.”

Eu disse, no início da minha fala: aquela primeira olhada faz com que as pessoas tenham orgulho de dizer que são sócios do Teresópolis. Isso tem facilitado muito esse trabalho de colaboração, de as pessoas terem a motivação e ficarem no Clube.

Hoje, nós vivemos um momento também diferente do mundo, quando, mais do que nunca, para as pessoas, por viverem e necessitarem viver em comunidade, o clube é o local ideal, principalmente, para nós, pais, que temos filhos jovens e adolescentes. Porque lá nós sabemos que eles estão bem cuidados. Lá, eu posso determinar o horário que vou levar os meus filhos e combinar o horário em que vou buscá-los, porque o clube se presta para isso, porque o clube é guardião, e isso o Teresópolis consegue fazer com propriedade.

Para finalizar, quero dizer que um clube, tendo essa visão familiar, tinha que ter um casal: Júlio e Sílvia. Esse aspecto de família: vocês estão sempre juntos. Não é o Presidente Júlio, não. É o casal Presidente Júlio e Sílvia, e isso é muito gratificante, porque dá uma tranqüilidade às pessoas e, conhecendo o Júlio como conheço - ele tem essa visão de mundo, de saber valorizar o ser humano - não tenho dúvida, onde o coração está presente todos ganham.

Por isso, mais uma vez, em nome do Partido Socialista e, hoje também em nome do Partido dos Trabalhadores, continuem com esse trabalho, porque a Cidade vai agradecer, porque vocês cuidam muito bem dos nossos filhos e de toda a sociedade. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) No ano passado, o proponente desta homenagem foi este Vereador; este ano temos a grata satisfação de contar com os colegas Ver. Luiz Braz e Ver. João Bosco Vaz. Eu tenho certeza de que, no ano que vem, serão outros Vereadores, até porque aqui nós temos um percentual alto de sócios.

Eu estava fazendo as minhas contas e vi que eu sou sócio desde 1984, portanto, são dezoito anos como sócio. Vou dizer como fui parar como sócio do Teresópolis. Em primeiro lugar, eu casei e fui para o Bairro, e a minha esposa criou-se dentro do Teresópolis Tênis Clube, na sua adolescência e juventude. Eu me identifico muito com o Bairro e o com o Clube, mas o Teresópolis transcendeu o Bairro, hoje o clube é de Porto Alegre, é do Estado.

Porto Alegre dignifica-se com a presença do Teresópolis Tênis Clube, que está maior do que a nossa capacidade de absorver no Bairro; o Clube Teresópolis leva o nome do Bairro, mas atinge toda a população de Porto Alegre.

O carnaval do Teresópolis é um símbolo de grandiosidade que já consagra o clube em nível municipal, estadual e, por que não dizer, brasileiro.

A prática do esporte, que já foi salientada aqui, é importante nesse momento, quando a nossa juventude e a as nossas famílias estão em contato com esse mal que nos aflige, que são as drogas. A prática do esporte não só para os adolescentes e para a juventude, mas também para os adultos: vejam o Lula, nosso amigo que comanda a bocha lá; a casa do Lula é mais no Teresópolis do que na sua própria casa. As pessoas são assim, identificam-se com o Teresópolis e vivem mais no clube do que nas suas próprias casas.

A família do Teresópolis Tênis Clube é muito grande. O intercâmbio que o Clube faz com outras agremiações é muito importante, mostra a sua grandeza, mas penetra, enraíza praticamente em outras comunidades.

Sendo breve, desejo muitas felicidades a esse clube. Eu tenho a matrícula n.º 5999, um número que não esqueci, até porque comprei esse título de um parente da Cristina, minha esposa. Ele não queria mais, e eu disse: “Deixa para mim.” Eu me identifiquei e até hoje moro no Bairro e passo freqüentemente na frente do Clube, e vejo o seu progresso. Quem passa, vai vendo aquilo crescer, aquilo se modificar e consolidar-se como uma entidade progressista e ativa. Portanto, é um orgulho não só para o Bairro, mas para toda a população de Porto Alegre. Desejo à direção, aos seus funcionários e a todos os associados mais este ano de vida, mas tenho certeza que a grandiosidade do Teresópolis, o caminho do Teresópolis é para grandes façanhas, pela magnitude do empreendimento, da sua direção, dos seus funcionários e dos seus associados. Parabéns mais uma vez, e a sua presença nesta Casa, volto a frisar, será por muitos anos, porque nós temos aqui um carinho muito grande pelo Teresópolis Tênis Clube. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estive sexta-feira no Teresópolis Tênis Clube, onde não ia há muito tempo, e, sentado ali, comecei a caminhar no tempo e veio a saudade, e veio a lembrança do meu tempo de menino, quando nem pensava em ser médico, muito menos Vereador, e lembrei do antigo casarão, onde tivemos os primeiros encontros com o outro gênero; ali se fundiu a maioria da sociedade da nossa zona, os namorados se encontravam nas domingueiras do Teresópolis Tênis Clube; os namorados se encontravam nos bailes do Teresópolis Tênis Clube; o verde do Teresópolis, certamente, era uma esperança na nossa vida de adolescente. Eu não sou desse tempo - e por azar -, mas era no tempo do Ico, do Laurão, do Agamenon, meu amigo querido lá da Av. Aparício Borges. Eu era de um tempo muito antigo. Mas cheguei quando o Teresópolis fez esse novo equipamento, onde se brincou os melhores carnavais da minha juventude. “Bandeira Branca, amor, eu peço paz...” A saudade me trouxe a lembrança do Teresópolis, e, num tempo de guerra, lembrei-me daquela música dentro do Teresópolis, que era uma música de paz.

Sr. Presidente, foi com encanto que estive lá no Teresópolis, na sexta-feira, foi com saudades, foi lembrando um tempo que era o tempo da delicadeza. Naquela época, todas as coisas, para nós, estavam por acontecer, e muitas aconteceram, muitas coisas se criaram dentro de nós, naquela nossa sociedade juvenil, dentro do Teresópolis Tênis Clube. Claro que o Teresópolis Tênis Clube tem de ser o mais lembrado. Já naqueles anos sessenta, quando vim do Rio, meio que tocado pelo Golpe, quando perguntavam qual o clube, a resposta era: vamos ao Teresópolis. Já era o Teresópolis há muito tempo, e o teria de ser por agora. Então, Sr. Presidente, foi com encanto, com nostalgia, com saudade, que cheguei em casa e fui procurar a minha caderneta de sócio do Teresópolis Tênis Clube, Ver. João Bosco Vaz e Ver. Luiz Braz, e encontrei a carteira – eu com cabelos, mais magro e até me achei bonito naquela carteirinha. Quero dizer que, por desencanto, não encontrei os recibos recentes de pagamento do Clube. Neste momento eu não sou mais sócio, mas quero ser sócio, novamente, do Teresópolis Tênis Clube.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de agradecer enormemente ao Ver. Dr. Goulart por me ceder este tempo. Gostaria de parabenizar o nosso Teresópolis, em meu nome e em nome de meus companheiros de Bancada, e gostaria, ainda, de dizer que nem sempre os anos contam; eles contam, mas me parece que pela trajetória do Teresópolis, o que conta é o espírito comunitário, já relatado por todos os Vereadores que passaram pela tribuna, que aqui falaram. Esse espírito comunitário tem de continuar, esse é um espírito porto-alegrense, gaúcho, de abrir os braços, como o Guaíba se abriu para aqueles que vieram aqui; o Teresópolis se abre para a sociedade, para a comunidade, e assim continuará. Vida longa ao nosso querido Teresópolis!

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, no próximo Baile Verde e Branco, eu quero estar como sócio do Teresópolis Tênis Clube. Como disse o Ver. Adeli Sell e como diria o nosso futuro Governador Fortunati: vida longa para o Teresópolis! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes). A Casa tem um entusiasta – se assim poderíamos dizer – teresopolitano, que tem o título 64, que é o Benito Gants, que trabalha aqui na Casa e tem um entusiasmo muito grande pelo Teresópolis Tênis Clube. Eu acho que esta homenagem importante que a Casa presta ao Teresópolis é um momento de reflexão à importância que os clubes têm para a sociedade, para o desenvolvimento da Cidade e, de resto, do Estado. Hoje se homenageia o Teresópolis Tênis Clube, que brilha na constelação dos clubes porto-alegrenses pela sua história, pela sua alegria, pelo seu verde e branco, de esperança e paz; enfim, por toda uma história, por toda a construção de um fator importante na vida das pessoas da sociedade, que é exatamente ofertar recreação. E mais, os clubes e o Teresópolis são clubes-escola, porque ali uma gama de atividades no campo esportivo e recreativo é ministrada. Isso faz com que os clubes tenham um papel relevantíssimo no desenvolvimento social e cultural das comunidades. E o Poder Público – é bom que se diga – ainda não compreendeu o papel dignificante dos clubes, o papel importante que eles têm no desenvolvimento das próprias comunidades, porque aos clubes está afeto dar basicamente a recreação, então eles ofertam à sociedade, a custo zero - é bom que se frise: a custo zero -, a recreação.

Então, temos de examinar as possibilidades, porque todos conhecemos os clubes, deles participamos. No Teresópolis não tive tanta intimidade quanto os que me antecederam na tribuna, a não ser no período em que presidia o clube o grande Joaquim Lamel, quando participei de algumas festas. De resto, os clubes, de modo geral, enfrentam enormes dificuldades. As suas diretorias, os seus associados trabalham, lutam, não há remuneração, é um trabalho de doação que a sociedade ainda não reconheceu, e tem de reconhecer, são horas de trabalho em que os dirigentes deixam de estar nas suas atividades para se dedicar, se doar aos clubes, e isso vale para os homens e para as mulheres. Precisamos, em determinado momento, pensar alguma coisa, de parte do Poder Público, sobre qual é o papel que desempenham os clubes no desenvolvimento da própria sociedade, das comunidades, porque ali é o salão de festas da comunidade, é ali que a comunidade vai. O Ver. Dr. Goulart chamava à memória, à nostalgia o papel dos clubes para o encontro das pessoas, onde nasce a família. Podemos até dizer que o clube é o ventre da pedra fundamental da família, porque é ali que o jovem se encontra com a jovem, ali se dá o primeiro enlace e ali se constrói a família. Então, vejam que papel magnífico tem o clube, de recreação, é um papel sagrado que tem o clube.

Enfim, os clubes, e o Teresópolis, desempenham esse papel que tem de ser saudado nesta data, quando o Teresópolis completa cinqüenta e oito anos de história, de luta, de garra, por onde passaram os seus colaboradores e, juntamente com o seu quadro de funcionários e sócios, constróem essa realidade, essa pequena república que são os clubes sociais, onde as pessoas se encontram, trocam idéias, recreiam, se namoram, se enamoram, e o clube vai levando magnificamente o seu papel.

É muito importante esta homenagem que a Casa do Povo, que fala pela Cidade, presta ao Teresópolis Tênis Clube. O nosso desejo é de que o Teresópolis continue nessa sua caminhada de labor, na busca dos papéis vários que lhe corresponde desempenhar, suprindo aquilo que muitas vezes é dever do Poder Público, e esse, por razões sejam quais forem, não as implementa para a sociedade ou para a comunidade. Portanto, que o Teresópolis leve adiante essa idéia positiva com a esperança que trás no seu verde e com a paz que simboliza o branco.

Lembro de alguns carnavais, famosos, importantes: “O Verde e Branco”; grandes festividades de carnaval em que o Teresópolis ocupava, e de resto ocupa, as manchetes com o seu grande baile de carnaval. A sua diretoria, aos seus associados, a toda essa força humana que empurra o Teresópolis, as nossas homenagens e a nossa saudação pelos cinqüenta e oito anos de boa vida, de construção e de defesa dos valores éticos, morais e sociais. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Sr. Júlio de Moraes, Presidente do Teresópolis Tênis Clube, está com a palavra.

 

O SR. JÚLIO DE MORAES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Agradecemos à Câmara Municipal de Porto Alegre, agradeço em especial aos Vereadores Luiz Braz e João Bosco Vaz por essa homenagem aos cinqüenta e oito anos de fundação do Teresópolis Tênis Clube.

É com muita honra que retorno a esta Casa, pelo terceiro ano consecutivo. Aqui possuo muitos amigos e como foi dito, alguns sócios e freqüentadores do nosso Clube.

Presidir um clube, como o Teresópolis, já há duas gestões, não é uma tarefa fácil, mas posso garantir que é extremamente gratificante. Há uma passagem no Evangelho, segundo Mateus, que diz: “Dai gratuitamente o que recebeste gratuitamente.” Ou seja, não cobrar aquilo ao qual nada se pagou. Essa passagem vai ao encontro de todo dirigente de clube, que recebe gratuitamente a honra de dirigir uma entidade e por esse trabalho comunitário age também gratuitamente. Daí ser uma tarefa gratificante, principalmente pelo engrandecimento pessoal obtido através das amizades fortalecidas, pela convivência com os associados de todas as idades.

Hoje, o nosso TTC é considerado um dos maiores e melhores clubes do Estado. Pelo terceiro ano consecutivo é Top of Mind, como o clube mais lembrado pela população, o que nos orgulha muito. Quando falo nós, refiro-me a minha esposa Sílvia; à Vice-Presidente Marlene Ribas e Marco Rogoski, Vice-Presidente de Marketing, e aproveitando um tempo maior que me foi dado, eu faço referência, primeiro, aos nossos funcionários, hoje aqui representados pelo Júlio, Barraz e o Mário, assim como os nossos diretores, a Sônia e o Vinaté. Estendendo um pouco mais, pela convivência, pela parceria e pelo entendimento na administração do nosso Clube, ao nosso Conselho Deliberativo, hoje, representado aqui pelos nossos conselheiros Sr. Barbosa, “Barbosinha” como é conhecido, e o Sr. Léo Almes, aos quais eu agradeço. E no comando desse Conselho, dessa nossa parceria, entendimento e trabalho, o nosso presidente que representa o órgão máximo do Clube, Dr. Lucindo Bertoletti.

Nós desenvolvemos um trabalho em prol da comunidade, pois o Teresópolis, há muito tempo, deixou de ser um clube de Bairro e para o Bairro. Hoje, o nosso vasto quadro de associados, em torno de seis mil sócios, abrange pessoas de toda a Capital e da Grande Porto Alegre.

Desenvolvemos um trabalho voltado à prestação de serviços a várias associações e instituições e sempre temos espaços para que a comunidade utilize e usufrua de nossas dependências.

Finalizando, agradeço o trabalho da diretoria que me assessora, a todos os colaboradores do Teresópolis Tênis Clube e presto a minha homenagem aos jovens e arrojados tenistas que, despretensiosamente, em 1944, trataram da fundação de uma sociedade esportiva, recreativa e social de nome Teresópolis Tênis Clube – Social e Recreativo.

Mais uma vez, meu muito obrigado pelo carinho e reconhecimento desta Casa. O Teresópolis Tênis Clube está à inteira disposição dos amigos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos agradecer ao Presidente do Teresópolis Tênis Clube, Sr. Júlio de Moraes e sua esposa, Sr.ª Sílvia de Moraes; Senhores Diretores do Teresópolis: Sr.ª Marlene Pacheco Ribas; Sr. Marco Rogoski; Sr. Lucindo Bertoletti, pelas presenças.

Saudamos mais uma vez a iniciativa dos Vereadores João Bosco Vaz e Luiz Braz, por esta justa homenagem aos cinqüenta e oito anos do nosso querido Teresópolis Tênis Clube.

Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h03min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 17h07min): Estão reabertos os trabalhos. Continuamos em Grande Expediente.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Grande Expediente. Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. Senhoras e senhores que nos assistem das galerias e também os que nos assistem pela TV Câmara. No dia de hoje, depois que tivemos, aqui nesta Casa, duas homenagens, uma delas homenageando o 69.º aniversário do Jornal do Comércio, reconhecendo a história daquele jornal, como vários Vereadores se pronunciaram; a segunda foi a homenagem ao Teresópolis Tênis Clube, também reconhecendo o que representa o Teresópolis para a nossa comunidade, principalmente para a Zona Sul de Porto Alegre.

Nesse período de Grande Expediente, Sr. Presidente, quero-me pronunciar sobre dois problemas da nossa Cidade. Neste fim de semana, eu fui procurado por vários pais de alunos que estudam na Escola Santa Rita de Cássia. Conforme amplamente noticiado em nossos jornais, principalmente no Diário Gaúcho, a diretora da escola, na sexta-feira, foi agredida por um ex-aluno de uma forma covarde. Uma diretora, que tem a responsabilidade de dirigir uma escola, é agredida por um aluno que tem um irmão que estuda na mesma escola. Está clara aqui a reportagem. (Lê.) “A Vice-Diretora Magda Madeira, quarenta e cinco anos, afirmou que um aluno de treze anos teria acusado os colegas de terem furtado o seu celular na quarta-feira. Após revistar as bolsas dos colegas, foi para casa. Mais tarde, voltou à escola com a mãe, o irmão mais velho, de quinze anos, ex-aluno, que discutiu com a diretora e acabou agredindo-a. ‘Ele chegou aqui gritando e chamando ela de tudo que é nome. Não satisfeito, antes de ir embora, deu uma voadora nela.’ A diretora foi socorrida, está em casa sem previsão de retorno. ‘Posso ficar boa fisicamente, mas psicologicamente, não.’ Disse Naureci.”

Vejam V. Ex.ªs, uma diretora de escola, que tem a responsabilidade de dirigir essa escola, com a série de dificuldades que todos nós sabemos, ainda é agredida por um aluno. Essa insegurança, convenhamos, é uma situação extremamente difícil. Os pais preocupados com a violência dessa escola, como em outras tantas escolas da nossa Cidade. Esses pais colocam esses alunos nessas escolas para aprender, e sabem eles que na escola está acontecendo essa barbárie? Alunos, ex-alunos vão à escola agredir a direção.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Ervino Besson, há dois anos o Presidente da Casa me deu uma incumbência para que eu, à noite - eram fornecidas viaturas -, fizesse uma vistoria sobre todos os grupos escolares desta Capital. Eu fiz isso. De lá para cá as coisas se agravaram; eu não sei o que a sociedade está esperando; essa democracia que está aí não funciona, não funciona. O estado democrático de direito, que eu tenho ido à tribuna por sete vezes evocar, não funciona; não há estado democrático de direito aqui no Brasil, de jeito nenhum! No regime militar, havia estado democrático de direito, com exceção da imprensa. Agora, eu não sei onde a sociedade vai achar um lenitivo, porque a sociedade que está aí, a sociedade que está ansiosa, através dos colégios que V. Ex.ª está falando, são “voadoras” que se dão nas professoras, agressões, a droga tomou conta de tudo, eu vi isso nas incursões que fiz à noite; eu não sei o que será desta sociedade brasileira. Não sei!

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver. Pedro Américo Leal.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A nossa solidariedade à professora, mas nós não podíamos deixar de agradecer primeiro o aparte Vereador, mas não podemos concordar com o Ver. Pedro Américo Leal que no regime militar havia democracia. Nem sequer escolhíamos os representantes. Então, eu creio que o estado democrático que temos é imperfeito, mas nós precisamos aperfeiçoá-lo, e não ter o regime militar como referência.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Estilac Xavier, nós respeitamos o Ver. Pedro Américo Leal, que é um homem que na área da segurança tem uma história. Como eu disse: “Nós passamos, a História fica.” Em escola não há segurança, estão matando, estão agredindo, ônibus são assaltados, matam motoristas, matam cobradores, comerciantes estão sendo assaltados, matam comerciantes, empresários, enfim, estamos vivendo um caos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Portanto, fica aqui mais um alerta à nossa Secretaria de Segurança: todo o segmento da nossa sociedade, todos os segmentos estão pedindo socorro. Desse modo, fica aqui o alerta, mais uma vez, ao nosso Secretário, à nossa Secretaria de Segurança Pública, porque a coisa anda mal, anda mal e muito mal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro, é uma provocação, no bom sentido, à Bancada do PPB, do nosso Líder, Ver. Pedro Américo Leal, e do nosso Líder Ver. João Antonio Dib.

Eu não entendi ainda por que, Ver. Pedro Américo Leal, Coronel Pedro Américo Leal, V. Ex.ª não apresenta o seu nome, e eu tenho ouvido o seu nome na nominata do seu Partido à Assembléia Legislativa do Estado. Há um sentimento que está colocando isso. Por que o Ver. Pedro Américo Leal, um homem experiente, que debate a questão da segurança pública, não está colocando o seu nome? É uma indagação, Vereador. Acho que V. Ex.ª tem muito a contribuir. O Ver. Isaac Ainhorn está fazendo um aparte anti-regimental, e eu estou registrando, mas ele sabe da importância. Então, Ver. Pedro Américo, V. Ex.ª está convocado a colocar seu nome. Esse debate que vai haver no Rio Grande do Sul é importante, vai dividir águas: ou nós voltamos para a situação anterior, das privatizações, ou nós avançamos, e todos podem contribuir. E a Bancada do PPB não apresentou candidato nesta Câmara, e todas as Bancadas têm candidato.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Fui além, eu me propus a ser candidato ao Governo do Estado, com a idade que tenho. Mas qual não foi a minha surpresa, quando iniciei um trabalho, a minha proposta, e comparecia à Assembléia Legislativa, e digo que fiz o meu melhor discurso de toda a minha vida política, mas o meu Partido não se sensibilizou. O que posso fazer? É um Partido insensível!

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ver. Pedro Américo Leal, sendo membro de um Partido adversário de V. Ex.ª, acho que V. Ex.ª tem dado contribuição e a sua Bancada na Câmara também. Isso é uma convocação, porque tenho ouvido nas ruas, estou manifestando a opinião que ouço nas ruas.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para agregar ao Ver. Leal que ele tem base ética para fazer uma conversão ideológica e vir para o bom caminho.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Aí está também uma conclamação do Ver. Juarez Pinheiro, evidente, que tem um sabor um pouco de pilhéria, no bom sentido, mas quero dizer, Ver. Pedro Américo Leal, que V. Ex.ª pode contribuir no processo. Disse antes para o Líder Ver. João Antonio Dib que falaria duas coisas em relação a sua Bancada. Primeiro, em relação à convocação ao Ver. Pedro Américo Leal; segundo, é sobre o chamado Decreto Legislativo do Ver. João Antonio Dib. Agora, sobre isso quero falar. E vou dizer o seguinte, Vereador: V. Ex.ª intenta sustar um aumento que o Prefeito deu no reajuste da tarifa de água. Agora, foram dois os decretos que o Governo usou. Um decreto que pegava o preço do metro cúbico d’água e outro que diz respeito aos serviços complementares, e V. Ex.ª conhece as duas coisas. Em um deles, o reajuste é de dezessete vírgula alguma coisa por cento. Na semana passada, V. Ex.ª esgrimiu na tribuna uma tabela falando em aumentos de até mil por cento, dependendo da base que quiser pegar, pode ser menos, pode ser novecentos. Mas, V. Ex.ª teria que nos explicar como pode alguém fazer uma ligação de esgoto e água pagando 8 reais e 26 centavos, quando, na verdade, no mercado está a 400 reais a instalação. Eu estou falando aqui da abertura, da caixa, da inspeção, da tubulação, do cimento, da areia, da hora do homem de trabalho e dos impostos, Ver. João Antonio Dib.

 

O Ver. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, saúde é mais importante que dinheiro; não para Administração do Partido dos Trabalhadores. É por isso que eu quis trazer aqui um decreto onde há aumentos de 1.096%.

Eu acho gloriosa a atitude de V. Ex.ªs quando falam que os serviços telefônicos aumentaram duzentos e não sei quantos por cento, passando de dois para quatro ou 5 reais. Eu não consigo entender, sou homem coerente: 1.096% é um aumento abusivo. Eu não posso entender que, para examinar um projeto pluvial, se cobre mais do que o projetista cobraria para fazê-lo. Saúde e paz!

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ver. João Antonio Dib, o equivalente a 0,16 centavos é o que foi aumentado por mil litros de água. V. Ex.ª vai travar um debate aqui. Não sei se aprovará o seu decreto, mas uma coisa é certa: o mérito desta questão já foi enfrentado pela 4.ª Vara da Fazenda Pública, em sentença de Mandado de Segurança, proferida pelo Ex.mo Sr. Juiz de Direito Almir Porto da Rocha Filho, onde ele diz o seguinte: (Lê.) “A matéria é de exclusiva competência do Poder Executivo, independente de apreciação Legislativa, na forma da carta Estadual e da Lei Orgânica.” Aqui o Juiz ataca o quê? Se o Prefeito poderia ou não aumentar por Decreto. Ele afasta. Qualquer decisão de mérito tem que ser pelo Tribunal de Justiça. No 1.º Juizado da 4.º Vara da Fazenda Pública essa questão foi resolvida. Mas ele foi mais longe, ele fez uma distinção no que se pode dizer o que é o reajuste de reposição inflacionária, que determina a Lei n.º 170, com a nova redação depois dada pela Lei n.º 250, em que o IGPM é usado para o reajuste inflacionário e não está tratando dos realinhamentos.

Só que há uma lei, que combinada com esta aqui, diz o seguinte, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. Luiz Braz, que me atenta neste pronunciamento: “Que é determinado para o DMAE ter um investimento de 25%”, e este investimento tem que dar conta anualmente da ampliação do serviço. O custo da tarifa tem de servir para manutenção, a conservação e ampliação do serviço. E esses 25% estão em uma Lei. O Prefeito, quando decretou o reajuste tarifário, ele não só incidiu sobre os valores inflacionários, como aqueles que davam capacidade de investimentos. Por isso que eu acho, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. João Antonio Dib, que o Projeto apresentado pelo eminente Líder Ver. João Antônio Dib - nosso decano aqui, nosso orientador político, inclusive, em algumas questões - ele carece de legalidade. E o que se trata aqui é de saúde pública. Cada dólar economizado e aplicado em saúde pública, saneamento, no caso água e esgoto, o Ver. João Antonio Dib sabe que são economias de 5 a 8 dólares depois em saúde. E essa é uma questão primordial. Eu agradeço o tempo que V. Ex.ª me concedeu na ultrapassagem aqui para concluir o raciocínio. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, em Grande Expediente, por cessão de tempo do Ver. Fernando Záchia.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, eu quero trazer ao conhecimento desta Casa, especialmente dos meus colegas de oposição, que nós temos visto aqui, ao longo desta caminhada da vida parlamentar, que o Governo da Frente Popular é o governo da transparência e da ética na política. Isso é o discurso, porque, na prática, nós temos visto, ao longo, Ver. Isaac Ainhorn, do exercício do mandato, que os dirigentes do Poder Executivo, em nível Municipal e em nível Estadual, contradizem, absolutamente, aquilo que dizem aqui nesta tribuna.

Nas minhas pesquisas diárias ao Diário Oficial - sei que o Líder do Governo, que é atento, vai poder responder com precisão - li que o Sr. Flávio José Helmann da Silva, Professor, ED.1.03.M4.A - e dá aqui o código da Secretaria Municipal de Educação - recebeu uma gratificação de 20% sobre o vencimento básico para exercer atividade em escola classificada de difícil acesso. Esse é o fato. Quando aconteceu isso? No dia 9 de abril. Aí, Ver. Nereu D’Avila, eu vou no Diário Oficial, de 18 de abril, que o professor Flávio José Helmann, que recebeu a gratificação de 20% para exercer atividade em escola de difícil acesso, sabe para onde ele é nomeado? Para a Secretaria do Governo Municipal, incorporando os 20% que o Governo lhe concedeu pelo difícil acesso. Sabe o que mais, Ver. Nereu D’Avila? No mesmo dia em que foi nomeado para a Secretaria do Governo, com as benesses dos 20% da escola que ele nunca trabalhou e em que não vai trabalhar, sabe para que foi nomeado? Para Diretor do DEMHAB. No mesmo dia 21 de maio, foi nomeado Presidente-Diretor do DEMHAB. Na nossa CPI, que vai começar na terça-feira, esse é um dos pontos que vamos olhar com muita precisão. A informação que se tem é que esse cidadão já desempenhava informalmente atividades no DEMHAB, há muito tempo, de forma irregular, porque nem cedido estava, mas, como o Governo é transparente e popular, com certeza deverá ter uma explicação extremamente transparente para esse questionamento. Como o Governo é extremamente transparente, ele deve ter uma informação, com certeza a bancada governista deve ter uma grande justificativa para que esse professor receba 20% para ser professor de escola de difícil acesso, mas que recebe a benesse de ser nomeado na Secretaria do Governo e depois é nomeado como Diretor do DEMHAB. Mas o Governo é transparente e popular.

A segunda questão, Ver. Estilac Xavier, V. Ex.ª, nesta tribuna, parece muito mais líder do Fernando Henrique, porque contradiz o seu Governo, que tem como eixo a radicalização da democracia, o seu Prefeito “renunciante” foi o Prefeito que governou, nesse um ano e pouco, por decretos, especialmente para aumentar tarifas. Pergunto a V. Ex.ª qual foi o trabalhador que recebeu, Ver. João Dib, cinqüenta, trinta, quarenta, mil de aumento? Aliás, o Prefeito “renunciante” deu aumento com a mão esquerda e retirou com a mão direita, o que é bem típico daqueles que abanam de uma forma e praticam de outra. V. Ex.ª não tem absolutamente nenhuma razão.

Esta Casa tem de ter dignidade. Esta Casa tem de desconstituir esse ato absurdo. Esse Prefeito não pode governar acima da lei. A lei estabelece uma forma, e ele não pode fazer por decreto. Esta Casa, por sua dignidade, tem de desconstituir esse ato de aumento abusivo. Mais do que isso, quero dizer à bancada governista que não me assusta a ação que o PT moveu para que eu retire os outdoors da rua. Se tivessem vergonha, teriam de apresentar uma denúncia contra o uso da máquina pública que seu candidato fez ao longo do tempo para se tornar candidato a Governador. Continuo denunciando, não se joga pedra em cachorro morto, porque estamos sustentados no exercício do mandato, naquilo que acreditamos e naquilo que defendemos.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Sebastião Melo, esse decreto do Prefeito, que saiu da Prefeitura muito às pressas para disputar o Governo do Estado, vai às raias do banditismo. Nós sabemos que quem tem uma ligação de três quartos de polegada é a casa do pobre. Esta ele aumentou para religar, depois que ele corta a água, em 94,63%. Agora quem tem uma polegada e meia já está bem mais situado. Para este o aumento foi só de 32,70%. Gostaria de lembrar o PT de que a CORSAN já fez um decreto desses e voltou atrás na Justiça. Saúde e paz.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. João Dib, veja a contribuição que V. Ex.ª traz. É exatamente, se eu fizer um paradigma: aqui em Porto Alegre se cobram impostos dos pequenos, mas os banqueiros não pagam impostos. Agora, V. Ex.ª está dizendo que para os pobres o aumento foi de 94% e para os ricos foi de trinta e poucos. Isso casa, perfeitamente, com a prática do Governo da Cidade. V. Ex.ª traz dados extraordinários para poder corroborar com esse debate.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, Ver. Sebastião Melo, nós não atiramos pedra em ninguém e não consideramos ninguém cachorro. Então, nós tiramos fora do debate essa terminologia. Segundo, nós não somos defensores do Fernando Henrique Cardoso. Tanto quanto está registrado pela imprensa, V. Ex.ª participa agora da chapa que Fernando Henrique Cardoso está apresentando para a sucessão, junto com a Rita Camata e o José Serra. Ou o PMDB não está representado por intermédio da Rita Camata, como Vice do José Serra? Terceiro, V. Ex.ª sabe que esse mandado de segurança intentado por V. Ex.ª...

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Não é o meu.

 

O Sr. Estilac Xavier: ...foi denegado no mérito e vai de encontro – portanto contra – ao que está propondo o Ver. João Antonio Dib. O resto é discussão. O que está aqui é a decisão de um Juiz em primeira instância, que ainda não foi derrubada.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu aceito este debate no momento em que V. Ex.ª quiser discutir essa questão do PMDB com o Fernando Henrique, do seu Partido com o PL, do seu Partido com tantas outras incoerências, e do meu também - todos têm seus problemas, uns podem ter problemas de ordem maior ou menor, mas todos têm as suas dificuldades. Agora, o debate a que nós não podemos fugir, Ver. Estilac Xavier, é que efetivamente o seu Governo exorbitou, aumentando a taxa de água e de esgoto acima daquilo que a Lei lhe permitia. E esta Casa, em nome da sua soberania, tem de tomar uma decisão acertada e desconstituir isso, para que as coisas voltem para o seu leito, ou seja, para o respeito ao estado democrático de direito, para o respeito à autonomia dos poderes. E esta Casa, portanto, na nossa avaliação, já deveria ter votado, mas como o Governo vai empurrando todo dia seus projetos, como na sexta-feira empurrou o do Presidente Vargas, se não se votar nada hoje, vai querer empurrar outro quarta-feira. Então, nós, da oposição, Ver. Isaac Ainhorn, temos de votar essa matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito que prestemos uma homenagem, um minuto de silêncio, pelo falecimento de um grande líder político nacional, inclusive Cidadão de Porto Alegre, o Presidente de Honra do PC do B, João Amazonas, que, na tarde de hoje, em torno das 15h, faleceu em São Paulo. Portanto, solicitamos este minuto de silêncio em homenagem póstuma a esse grande lutador.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Está deferido o Requerimento de V. Ex.ª. Solicitamos aos Srs. Vereadores que, em pé, façamos um minuto de silêncio, pelo falecimento do Sr. João Amazonas.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PC do B.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Ver. Paulo Brum, que preside os trabalhos desta Sessão, demais Vereadores, Vereadoras, todos aqueles que nos assistem aqui e também nas suas casas, através da TV Câmara, quero, neste pronunciamento, em nome da Liderança do Partido Comunista do Brasil, o PC do B, registrar o falecimento, no dia de hoje, em torno das 15h, em São Paulo, aos noventa anos de idade, do grande dirigente comunista João Amazonas, que, no ano passado, foi agraciado, por unanimidade, nesta Casa, com o honroso Título de Cidadão de Porto Alegre, recebido, neste ano, em nome, por um dirigente do nosso Partido.

João Amazonas ingressou no Partido Comunista do Brasil em 1935, tendo sido, desde então, um dos principais dirigentes do nosso Partido. Em 1943, foi um dos organizadores da Conferência da Mantiqueira, que reconstituiu, na clandestinidade, a direção nacional do PC do B, e, desde então, passou a pertencer ao seu comitê central. Em 1946, foi Deputado Constituinte pelo Rio de Janeiro, além de dirigente do Movimento Unificado dos Trabalhadores, que procurou, no pós-guerra, organizar uma central de trabalhadores no nosso País. Em 1962, foi o principal impulsionador da reorganização do Partido Comunista do Brasil, a partir de então com a sigla PC do B, e foi o seu principal dirigente durante quarenta anos. Foi também dirigente estadual do PC do B em diversos Estados, inclusive no Rio Grande do Sul, no período da Legalidade, quando então, lá no “Mata-Borrão”, coordenou, com outras lideranças populares, a organização da resistência ao Golpe, que se tentou naquele momento com o impedimento da posse do Vice-Presidente João Goulart. Foi também um dos que se deslocou para o Araguaia, desde o final da década de sessenta, para organizar a luta camponesa naquela região e preparar uma resistência, se necessário, armada, ao regime militar. No décimo Congresso do PC do B, em dezembro do ano passado, solicitou a sua saída da secretaria política do Partido, sendo eleito Presidente de Honra do PC do B. Naquele momento dizia que seguia nas fileiras do PC do B para contribuir, mas a sua idade já impedia que ele tivesse a principal responsabilidade do PC do B, indicando o nosso camarada Renato Rabelo, atual Presidente, como o novo Presidente do Partido.

Hoje o seu corpo está sendo velado no hall monumental da Assembléia Legislativa de São Paulo. Sua morte é uma perda para o PC do B, para o povo brasileiro e para todos que lutam no mundo pela paz, pela justiça social e pelas liberdades democráticas. É com grande pesar que o PC do B inclina suas bandeiras de combate em homenagem a esse grande revolucionário brasileiro, e reafirma o seu compromisso de luta junto a todos os oprimidos e explorados da nossa Pátria.

Em segundo lugar, nós queríamos também, em nome do PC do B, manifestar a nossa solidariedade aos trabalhadores metroviários de Porto Alegre. Os mil e quarenta e cinco funcionários do TRENSURB, que há cinqüenta dias protocolaram as suas reivindicações junto à sua direção sem obter qualquer resposta. Eles pleiteiam reajuste salarial de 9,92% referente às perdas de maio de 2001 a abril de 2002; reposição das perdas do Plano Real e aumento do vale-refeição, e, apesar de a direção do TRENSURB haver concedido aumento a diretores e a cargos de confiança que variam de 41% a 121%, até hoje não deram uma resposta às reivindicações dos metroviários. Manifestamos a solidariedade do PC do B a eles, que poderão, quem sabe, entrar em greve a partir da zero hora desta terça-feira, inclusive, causando transtornos a nossa população, mas no legítimo direito de ir à luta para reivindicar um salário adequado.

Portanto, encerro o meu pronunciamento, deixando o apoio e a solidariedade do PC do B à justa luta dos metroviários de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1805/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Doutor Lauro Miguel Sturm um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Colinas de São Francisco.

 

PROC. 1845/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/02, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Rua Chrispim Antônio Amado um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Lami.

 

PROC. 1855/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Travessa Cosme e Damião um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

PROC. 1874/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 073/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que altera dispositivos da Resolução nº 1.084, de 14 de dezembro de 1990, que institui o prêmio Ecologista do Ano.

 

PROC. 1875/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que denomina Rua Waldyr Echart um logradouro cadastrado, localizado no Bairro Restinga.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1716/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Edgar Sanches Laurent um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. 1735/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 071/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que altera dispositivos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Comunicações/homenagens/2min)

 

5ª SESSÃO

 

PROC. 1610/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que altera a redação do art. 54 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Mesa - prazo de mandato)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dificilmente nos últimos dias temos conseguido entrar na Ordem do Dia. Hoje, temos noventa e um projetos a serem examinados, na Ordem do Dia, onde está, inclusive, o Decreto Legislativo que torna sem efeito o escorchante aumento de tarifas que o Prefeito, que abandonou a Prefeitura, deixou antes de sair. Provavelmente, nós não consigamos fazer a votação de tão importante matéria. Mas eu sou otimista. Se nós não chegarmos na Ordem do Dia, eu espero que, em breve, nós cheguemos ao dia da ordem.

Há na Pauta do dia de hoje um Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza alterando o problema das homenagens feitas no período de Comunicações e do Grande Expediente. É possível que, reunindo os Líderes desta Casa, a Mesa Diretora, nós cheguemos a uma conclusão. Eu não tenho nada contra as homenagens que aqui são prestadas, muito pelo contrário, são sempre justas, mas nós temos as terças-feiras e as quintas-feiras. Porque não começamos a fazer homenagem terça-feira de manhã e vamos até à noite, e quinta-feira de manhã e vamos até à noite, já que não entramos na Ordem do Dia e não votamos os requerimentos que precisam ser votados? Mas todos os dias nós temos homenagens e mais homenagens.

Espero que o Projeto do Ver. Haroldo de Souza dê a oportunidade de nos reunirmos e buscarmos uma solução para tantos prêmios que esta Casa tem. Nós temos mais de setenta prêmios, e já estão dizendo que é pouco.

Eu penso que nós temos de reexaminar essa questão. Nós temos noventa e um projetos na Ordem do Dia, e, de repente, eles dizem que não deve ser usada a Pauta, dizem: vamos eliminar a Pauta. Eu chego cedo; o Ver. Zé Valdir chega cedo; o Ver. Juarez Pinheiro chega cedo; o Ver. João Carlos Nedel chega cedo e esses que chegam cedo serão prejudicados, porque chegaram cedo. É um momento importante da Casa a discussão da Pauta.

Eu não tive oportunidade - porque mudam - na última Sessão, de fazer um destaque. O Executivo encaminhou um Projeto de Lei denominando uma rua. O Executivo que aí está, cheio de dinheiro, com o sistema financeiro enriquecido pelos 130, 140 milhões de reais aplicados em CDBs e outras coisas mais, mandou esse Projeto de Lei - poderia mandar muito mais nomes de ruas, resolver o problema dos munícipes e, principalmente, colocar as placas nas ruas que não têm nome. Para quem conhece Porto Alegre já é difícil, imaginem para quem não conhece. As ruas da Cidade não têm nomes colocados nas suas placas.

Os Vereadores cuidam disso, mas a Prefeitura, rica e poderosa, coloca dinheiro nos CDBs a 1% ao mês, mas como eles têm muito, talvez até paguem mais. A função do dinheiro dos munícipes não é a de ser aplicado no sistema financeiro, mas a de resolver os problemas.

Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, encerrando, eu vou repetir que sou otimista: ainda que hoje não se consiga entrar na Ordem do Dia ou pouco se possa produzir, eu tenho certeza de que há de chegar o dia da ordem e esta Casa vai trabalhar muito melhor, produzindo, para o povo que espera de nós, diariamente, soluções e não problemas. Saúde e paz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, desisto para que possamos entrar mais rapidamente na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou falar bem rapidamente, porque entrou na Pauta um Projeto que denomina uma rua com o nome do Dr. Lauro Miguel Sturm, uma pessoa de grande projeção na sua vida passada. Ele foi médico e especializou-se em mercado de capitais. Foi um dos fundadores e diretores da Santa Cruz, Companhia de Seguros Gerais; foi Presidente do Sindicato dos Segurados; foi membro do Conselho de Administração da TRAFO, Equipamentos Elétricos; foi uma pessoa que desenvolveu o mercado de capitais no Rio Grande do Sul. Uma pessoa identificada com as artes. Também teve grande destaque como empreendedor. Participou de várias empresas, adquiriu ações, investiu na geração de emprego e renda. Nada mais importante do que registrar na memória de Porto Alegre, na história de Porto Alegre o nome do Dr. Lauro Miguel Sturm.

Mais dois Projetos: um Projeto de Resolução e outro de Emenda à Lei Orgânica.

O Projeto de Resolução fala justamente nesses períodos que nós temos, quando são realizadas homenagens no período de Comunicações e no Grande Expediente. O Ver. Haroldo de Souza pretende reduzir esse espaço para que efetivamente nós possamos homenagear essas empresas e essas pessoas, mas que também não prejudique o normal do andamento dos trabalhos desta Casa. Acho que é um Projeto que merece estudo, acho que se tem de dar uma melhorada na redação, porque não fica muito claro. No Projeto diz o seguinte: “Fala somente o representante e mais dois minutos para cada Bancada.” Só que não diz nada sobre os demais inscritos, que não falaram na homenagem, se continuam com os cinco minutos regimentais. Se continuarem os cinco minutos, esse tempo será acrescido.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Carlos Nedel, é a grande oportunidade para o Projeto do Ver. Haroldo de Souza, que já vai correr o seu quinto dia de Pauta, para que possamos, num esforço conjunto, encontrar uma solução capaz de minimizar esse problema, que é absolutamente sério.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Acho que a Bancada do Partido Progressista Brasileiro poderia estudar uma Emenda que ajustasse, clareando perfeitamente esse Projeto, porque da forma que está, não deixando claro, vamos aumentar o espaço das Comunicações e reduzir ainda o espaço para a Ordem do Dia.

Outro Projeto de Emenda à Lei Orgânica, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, prevê a eleição da Mesa Diretoria, cargo a cargo, a cada ano. Ou seja, o mandato não é mais de dois anos como hoje, e sim, fixa o mandato de um ano. Acho que é uma solução importante para que se sucedam administrações na Mesa Diretora. Acho uma importante medida, que deverá ser aprofundada pelas Sr.ªs e Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Haroldo de Souza propõe uma alteração no Regimento, reduzindo o tempo dos discursos no período de Comunicações. Na justificativa do Vereador, ele detecta um problema que vem acontecendo nesta Casa, que acaba estrangulando, por falta de tempo, o período da Ordem do Dia. Acho que o diagnóstico que ele faz do problema é correto, não concordo com a solução.

Dois problemas, a meu ver, são os que causam essa situação. O primeiro é uma legiferação excessiva, já apontada pelo Ver. João Antonio Dib, muitas leis, às vezes, iniciativas um tanto quanto questionáveis. Mas essa é uma questão que está dentro da atribuição direta desta Casa. O Legislativo é também para fazer leis.

Outro problema, os encômios são excessivos na Casa. Só na tarde de hoje, tivemos duas dessas atividades encomiásticas aqui, laudatórias, eu diria, que estão sendo promovidas com certo excesso. Isso toma muito tempo da Casa.

Por que eu não concordo com a proposta? O problema está diagnosticado corretamente, mas não concordo com a proposição, porque, queiramos ou não, nesta Casa, há duas categorias de Vereadores: aqueles que são líderes, que têm um espaço bem maior para poder dar satisfação do seu mandato para seus eleitores, e aqueles Vereadores que não são lideranças e que, volta e meia, são cobrados pelos seus apoiadores porque não aparecem em determinados espaços, e as pessoa não entendem que esta Casa tem um Regimento, e que nem todos podem falar com tanta freqüência quanto os líderes. E se esses Vereadores forem de bancadas médias e grandes, ainda o problema se agrava porque, gradativamente, aqui na Casa, nós fomos eliminando o princípio da proporcionalidade, inclusive nessa questão da distribuição dos tempos das falas. Por que eu sou contra? Porque a proposição do Vereador vem tirar exatamente desses Vereadores que já têm pouco espaço. E um dos poucos espaços que esses Vereadores, que não são líderes, têm para falar é no período de Comunicações, é no período do Grande Expediente, ou na Pauta; afora isso, esses Vereadores não têm mais espaço. Então o Vereador propõe resolver um problema tirando daqueles que já têm pouco espaço aqui na Casa.

Além disso, eu acho que é problemático também porque nós reduziremos também as falas no período da homenagem. Nós queremos que essas homenagens, essas atividades encomiásticas tenham qualidade. Não podemos passar um recado como se fosse um recado de sinaleira, rapidinho, em dois minutos; para poder fazer um pronunciamento, muitas vezes digno da homenagem que se está prestando, me parece que, no mínimo, o Vereador tem de dispor de cinco minutos. Reduzir mais isso aí é comprometer a qualidade das homenagens, das falas que eventualmente vão ser feitas aqui.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª também é contra que se crie uma bancada que tenha um só Vereador de um Partido?

 

O SR. ZÉ VALDIR: Não falei isso, Vereador. Eu sou contra é que se aplique aqui aquele princípio da Constituição da relação oito por setenta, aquilo que está na Constituição, que acaba equacionando mal a questão da proporcionalidade. Eu acho que os votos que elegem os Vereadores devem ser valorizados da mesma forma como os votos que elegem os Deputados Federais; não podem os Vereadores, porque estão numa bancada maior, assim como os Deputados que estão num Estado maior, o voto deles ser tratado de forma diferenciada. A questão da proporcionalidade se assenta aí. É isso que temos de cuidar, sob pena daquelas bancadas médias e grandes – e a sua Bancada eu classifico como média -, os Vereadores vão acabar sempre sendo prejudicados na sua representatividade, vão ter parte a sua representatividade tolhida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Zé Valdir tem razão. Ver. Zé Valdir, tem muito pouco espaço para Vereador nesta Casa; muito pouco espaço mesmo! Nós somos trinta e três Vereadores e é uma dificuldade. Pega um Líder, por exemplo, como o Ver. João Antonio Dib, que dificilmente passa para os outros o seu tempo de Líder, aí os outros não conseguem falar. Aí o Ver. João Antonio Dib vem aqui e fala, fala, fala; e ficamos escutando. Ver. João Antonio Dib, eu não vou lhe dar aparte, porque tenho muita coisa para falar.

Setenta prêmios, Ver. João Antonio Dib, é muito pouco. Esta Casa tem de homenagear cada vez mais! Agora vi na Pauta, aqui, o Ver. Beto Moesch - Ecologista do Ano. Parabéns, Ver. Beto Moesch! Tem de homenagear.

E o Ver. João Antonio Dib teve uma grande chance, Vereador, de terminar com isso, quando a oposição queria colocar V. Ex.ª de Presidente. V. Ex.ª “chutou o balde” e não quis ser. E aí vem aqui e fala, fala e fala. Não dá, não é, Ver. João Antonio Dib?! Eu não sou ditador. E aí eu fico impressionado como V. Ex.ª, que foi Prefeito e nunca viajou com diária, foi Prefeito e nunca aumentou o IPTU, foi Prefeito e nunca aumentou imposto, foi Prefeito e nunca usou publicidade, e nunca voltou pelo voto da Prefeitura. Eu, às vezes, aceito as reclamações de V. Ex.ª, mas é que sistematicamente V. Ex.ª vem aqui e fala, e fala, e fala, e o pessoal que está em casa, que assiste, de repente entende que parece que os Vereadores aqui não fazem nada.

E sobre bancada de um Vereador só, quero dizer o seguinte: eu só sou favorável à bancada de um Vereador quando o Vereador se elege, quando o Vereador vai para a urna e o povo coloca ele aqui. Agora, bancada de um Vereador, quando o Vereador troca de partido para fazer uma bancada para ele, aí eu sou contra. E sou contra democraticamente. Agora, se V. Ex.ª quiser falar, vou lhe dar o aparte.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Bosco Vaz, eu sou grato pelo aparte de V. Ex.ª. Eu não quero impedir ninguém de falar hoje. E V. Ex.ª falou mais vezes do que eu, e eu não estou bravo.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Só hoje. V. Ex.ª fala dez vezes por Sessão.

 

O Sr. João Antonio Dib: Mas todas as vezes que a minha Bancada precisa do tempo de Liderança, usa. Eu sou um democrata.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: De vez em quando, que o Ver. Pedro Américo Leal tem que dar cada... Hein, Ver. Pedro Américo? Ele está sorrindo, o Ver. Pedro Américo. Olha, o Ver. Beto Moesch faz que não. Só o Ver. João Carlos Nedel que concorda.

Mas para encerrar, quero elogiar o Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia, que está nominando uma rua com o nome do Prof. Valdyr Echart, um grande esportista, um grande homem ligado à arbitragem de futebol no Rio Grande do Sul, foi diretor de árbitros da Federação Gaúcha de Futebol. Portanto, merecida essa homenagem prestada ao Prof. Valdyr Echart pelo Ver. Carlos Alberto Garcia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, acho que o debate aqui estabelecido foi importante, porque trata da questão da proporcionalidade, que é uma das essências da democracia. Ver. Zé Valdir, por falar em proporcionalidade, não somos contra, absolutamente, a que todas as bancadas constituídas por um único Vereador se manifestem, mesmo que tenham sido criadas ao longo da legislatura. Mas há um lapso na Casa em que uma bancada com nove Vereadores tenha apenas um tempo de Liderança, tendo, pelo próprio Regimento, dois vice-líderes, constituídos de acordo com o Regimento. Para que a proporcionalidade fosse dada e para que o princípio do contraditório pudesse ser aplicado nesta Casa, a Bancada do PT teria de ter, no mínimo, mais um tempo de Liderança para poder responder aos questionamentos feitos, inclusive pelas Bancadas com um único Vereador. Mas temos apenas um tempo de Liderança, assim como todas as bancadas.

Nós defendemos que todas as bancadas com assento tenham seu tempo de Liderança, mas há um lapso absurdo que tira a proporcionalidade e que vai de encontro à própria democracia, que é o fato de nós, da Bancada do PT, não podermos, às vezes, responder aos questionamentos, porque temos apenas um tempo.

De outra parte, caro Presidente, chamo a atenção, porque o Vereador-Presidente me questiona como é que é na Assembléia. Eu não me recordo; mas aqui, com certeza, o processo da proporcionalidade não é obedecido.

O Ver. Nereu D’Avila quer mudar o tempo de mandato da Mesa Diretora. Aliás, ele fazia duas alterações. Inicialmente, o Ver. Nereu D’Avila, queria tirar a questão da proporcionalidade da Mesa Diretora e também queria mudar o tempo de mandato. Pessoalmente, eu conversei com o Ver. Nereu D’Avila e o alertei de que a questão da proporcionalidade é um dispositivo de ordem constitucional da Lei Orgânica, e não poderia, logicamente, mudar com Projeto de Resolução. S. Ex.ª, pelo visto, escutou este Vereador e, agora, apenas faz uma alteração à Lei Orgânica estabelecendo que o período de mandato seja de um ano para a Mesa Diretora. Quero chamar a atenção, também, de que esse dispositivo, a meu juízo, é inconstitucional, pois a Constituição Federal e a própria Constituição Estadual estabelecem tempo de mandato das Mesa Diretoras de dois anos, e o princípio da simetria é cogente e a Câmara de Vereadores não poderia dispor de forma adversa. Mas, de qualquer forma, é uma matéria controvertida e durante sua apreciação, nas Comissões, ela virá à baila.

Tenho que comentar a proposta do Ver. Haroldo de Souza. Acho que o Ver. Haroldo de Souza fez um diagnóstico de que as nossas Sessões estão se prolongando demais com homenagens. Diagnóstico que é de todos nós, já que na segunda-feira passada tivemos duas homenagens nesta Casa, e hoje, segunda-feira, tivemos duas homenagens, novamente. O que nós teríamos que enfrentar é limitar – ao máximo – um período de homenagens, impossibilitando que nas Comunicações e no Grande Expediente ocorressem homenagens. Agora, limitar o tempo do Vereador que está escrito no período de Comunicação em dois minutos, parece-me um equívoco. Por exemplo: quando o Ver. Haroldo de Souza propôs uma homenagem à Rádio Guaíba, será que nós, o Ver. Isaac Ainhorn, o Ver. João Bosco Vaz, conseguiríamos falar apenas em dois minutos? E pergunto mais: e se aquele Vereador que não usar o Período de Comunicações para homenagem vier a falar depois sobre outro tema, ficaria também com o seu tempo limitado em dois minutos? Portanto, Ver. João Antonio Dib, acho que o questionamento do Ver. Haroldo é importante no sentido de que temos homenagens demais. Agora, a forma de enfrentar essa questão é outra e não limitando o tempo de fala dos Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PPB.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço pelo tempo destinado pelo nosso Líder, Ver. João Antonio Dib, após discussão provocada pelo Ver. João Bosco Vaz.

Hoje, Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, é o Dia Nacional da Mata Atlântica. Eu, no ano passado, no início da Legislatura, Ver. Juarez Pinheiro, Ver. Estilac Xavier, trazia o tema da Mata Atlântica, aqui, em Porto Alegre, mostrando, justamente, que esta Casa deveria pautar a Mata Atlântica, porque Porto Alegre faz parte do mapa do remanescente de Mata Atlântica existente no Brasil. Poucos são os porto-alegrenses que sabem disso. Aquela Mata Atlântica que vemos em documentários de TVs, por exemplo, ela está aqui presente no território de Porto Alegre, não só em espécimes plantadas, mas remanescentes nativos de Mata Atlântica. A Mata Atlântica é, segundo a ONU, reserva da biosfera. No momento em que temos uma área como a da Mata Atlântica, que começa lá no Rio Grande do Norte, vindo até aqui o Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre, vou insistir sempre, no momento em que uma área como essa é considerada reserva da biosfera, pela Mata Atlântica, facilita o acesso de recursos internacionais a fundo perdido. Portanto, o que nós precisamos é elaborar projetos visando à utilização sustentável da Mata Atlântica, e à sua proteção através de unidade de conservação para conseguir esses recursos. Mas isso não é feito, eu não vi até agora um projeto da Prefeitura de Porto Alegre visando a preservar a Mata Atlântica remanescente aqui do Município, buscando esses recursos que estão aí oferecidos, justamente, por ser reserva da biosfera, patrimônio da humanidade.

Nós, porto-alegrenses, temos a obrigação, perante a humanidade e as futuras gerações, de proteger esse remanescente, porque é o patrimônio da humanidade, segundo a ONU.

Essa Mata Atlântica é tão rica em termos de biodiversidade como a Floresta Amazônica. E é outro dado que poucos sabem. A Mata Atlântica junto com a Floresta Amazônica possuem a biodiversidade mais rica e intensa do Planeta. E nós temos o remanescente aqui, como, inclusive, zona núcleo de remanescente da Mata Atlântica: no Lami, no Morro do Osso, quase toda parte da Zona Sul, dos morros dali. O Ver. Ervino Besson nos levou esses dias, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a analisar uma outra imensa área de Mata Atlântica remanescente ali na Vila Nova, mas já totalmente urbanizada de forma irregular, comprometendo os recursos hídricos, porque aqui é um outro ponto importante que nós temos que registrar no dia nacional da Mata Atlântica. Se nós comprometermos a mata nativa, nós comprometeremos o solo, comprometeremos os recursos hídricos, em termos de qualidade e de quantidade. Foi o que nós vimos lá na Vila Nova.

E as invasões dos morros na cidade de Porto Alegre, invasões clandestinas e muitos empreendimentos de classe média licenciados pela Prefeitura nos morros ainda cobertos de Mata Atlântica.

Nós temos que, de uma vez por todas, fazer cumprir a Lei Orgânica do Município, que diz que nós devemos, no art. 236, parágrafo 1.º, inc. I, elaborar o Plano Diretor de Proteção Ambiental; nós não temos isso. O Executivo não apresentou o Plano Diretor de Proteção Ambiental que seria justamente, concluo Sr. Presidente, para preservar, mapeando esses remanescentes que nós temos aqui em Porto Alegre.

No dia da Mata Atlântica, Porto Alegre, por intermédio da sua Câmara de Vereadores, tinha sim que registrar a sua Mata Atlântica remanescente, a qual temos a obrigação de preservar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, quero fazer uma comunicação especial relativamente à forma como a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer está executando a Lei, de nossa autoria, que institui os primeiros Jogos Municipais da Terceira Idade. Esse evento, que se realizará dia 5 de julho, no Ginásio Tesourinha, na sua primeira reunião preparatória, ofereceu-se a todas as entidades que quisessem se agregar ao evento a possibilidade de novos locais para a realização. Lá, na primeira reunião, estiveram presentes o IPA, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a PUC, o SESI, o SESC, além de inúmeros grupos de convivência com a terceira idade. Esses jogos terão caráter lúdico, recreativo, mas não está impedindo o caráter competitivo. Cito, como exemplo, que o IPA já colocou à disposição da Secretaria Municipal de Esportes, no dia 5 de julho, um sábado, a sua piscina, para realizar uma competição de Master de natação. O que esperamos é que nesses primeiros jogos comece a surgir uma grande afluência de senhoras e senhores.

Quero dizer que Porto Alegre terá um marco com a realização dos primeiros Jogos Municipais da Terceira Idade. Queremos aqui, de público, cumprimentar a Secretária Rejane Pena Rodrigues por essa iniciativa e cumprimentar a Professora Deise Guimarães, que é a coordenadora dos primeiros Jogos Municipais da Terceira Idade. Essa organização dos jogos está sendo construída com todos os segmentos. A Prefeitura não veio com o programa pronto, apresentou um anteprojeto, que foi discutido e está sendo discutido com todas as entidades que trabalham com a terceira idade.

Sabemos, cada vez mais, que, no nosso mundo, a terceira idade é algo presencial. Há alguns anos, dizíamos que o nosso Brasil era o País do futuro, um País de jovens. Hoje, com o advento da longevidade, ficar velho, mas com saúde, é uma outra característica; assim, hoje, no nosso País, temos milhões de pessoas com qualidade de vida. E nada melhor do que os órgãos públicos, as entidades governamentais oferecerem os mais diversos tipos de práticas, sejam desportivas ou culturais, atividades que cuidem da saúde, que cuidem do próprio corpo, e valorizar essa tão decantada, para alguns, terceira idade, para outros, maior idade e, para grande parte da população, melhor idade. Esses grupos de convivência criam uma fraternidade entre si muito grande, fazendo com que, quando uma pessoa falta às reuniões, imediatamente, os seus colegas de convívio procurem saber por que não foi em um determinado dia. Tenho inúmeros depoimentos de familiares que dizem que, quando seus pais ou avós ingressaram no grupo de convivência, eles tiveram um novo sentido de vida.

O Município comprou essa idéia de organizar os primeiros Jogos Municipais da Terceira Idade. Queremos de antemão convidar a todos, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, para que no dia 5 de julho estejam lá no Ginásio Tesourinha, para ver o grande congraçamento, o grande coroamento que serão esses jogos, para alguns, da terceira idade, para outros, melhor idade e, para alguns, maior idade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, esta Casa, na sexta-feira passada, votava Projeto do Ver. Valdir Caetano sobre os pardais. Mas, Ver. Zé Valdir, V. Ex.ª, que também muito competentemente tem trabalhado nessa área, quero dizer que este Vereador recebeu, e a Casa também, por meio do seu Presidente, uma correspondência da 4.ª Promotoria de Justiça de Defesa da Comunidade e Cidadania, através do Dr. Renoir da Silva Cunha, Promotor de Justiça dessa 4.ª Promotoria. O que é que fez o Dr. Renoir sobre essa matéria? Depois de ter ouvido tanto o Secretário Municipal quanto o Secretário Estadual, de ter juntado documentações diversas sobre os pardais, desde certificados de aferimentos, datas de instalação, comprovação de funcionamento, ele faz uma proposta de compromisso de ajustamento para o Município e para o Estado do Rio Grande do Sul, e manda correspondência ao Ministro da Justiça, ao Presidente do CONTRAN, e vai relatando os levantamentos de todos os pardais de Porto Alegre e de todos os pardais do Estado do Rio Grande do Sul.

E começa dizendo em seu despacho: (Lê.) “Diante da documentação entregue durante audiência realizada no dia 24 de abril do corrente ano, pelo Secretário Estadual de Transportes, Sr. Fernando Variani, e pelo Secretário Municipal Sr. Luiz Carlos Bertotto, as quais, após exaustiva análise da extensa documentação, verificou essa Promotoria que tão-somente afirmar o cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro...”, e aí ele começa a relatar, no seu entendimento, as irregularidades do processo.

Não são os Vereadores de oposição, não é o Ver. Valdir Caetano, não é o Ver. Fernando Záchia, é a Promotoria, que teve acesso a documentos, Ver. Valdir Caetano, a que talvez V. Ex.ª e eu não tivemos. A 4.ª Promotoria de Justiça teve acesso a tudo. Inclusive, no seu despacho, ele relata que “a explanação e a documentação entregue pelo Ex.mo Secretário Municipal dos Transportes de Porto Alegre, Sr. Luiz Carlos Bertotto”, folhas tais, chega a afirmar que a instalação dos controladores em Porto Alegre prescinde de estudos e levantamentos, e alega que é a própria EPTC que possui os levantamentos de acidentes de trânsito, e que a Polícia Civil somente toma ciência e faz o registro.

Dentro da sua proposta, ele entende que os pardais, os equipamentos eletrônicos, sempre antes da sua instalação, devem ter um levantamento técnico que comprove a necessidade, por proximidade de escola, proximidade de hospital, por proximidade de fluxo de pedestres, ou que tenha uma ampla movimentação na avenida, o Dr. Renoir também entende a sua não-instalação. Solicita estudos prévios fundamentados e por intermédio de engenheiros de trânsito, baseados em certidões policiais de acidentes para que esses dados sejam absolutamente corretos; características da área, geometria da via, densidade veicular, risco de acidentes e outras motivações técnicas da necessidade de instalação e operação daquela localização para permanência ou instalação de novos equipamentos. E faz o levantamento de diversas irregularidades, inexistência de estudos, estudos prévios fundamentais, falta de assinatura da ART, através de engenheiros, e, encerra, solicitando a desativação dos controladores não sinalizados com fator de risco, repetição de sinalização e distância menores, e outros requisitos.

Dá um prazo de dez dias para que ambos os Secretários possam se manifestar e, não sendo cumprido isso, solicita que, num prazo de trinta dias, sejam desativados os controladores eletrônicos de velocidade que não estiverem regularizados nesse levantamento feito pelo Promotor. Insisto nisso, pois não tem nenhum caráter político; isso tem somente caráter técnico de uma entidade absolutamente isenta a esse processo de discussão aqui dentro. Isso faz com que, Ver. Valdir Caetano, esta Casa, quando aprova o Projeto de sua autoria, esteja no caminho absolutamente correto, não só no caminho político, também no político, mas esteja no caminho técnico, e faz com que as autoridades de trânsito estadual e municipal, obrigatoriamente, reflitam sobre o levantamento, sobre esse trabalho, sobre esse estudo tão inteligente e tão preciso que o Promotor de Justiça Renoir da Silva Cunha fez para esta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a assistência social é um direito que está lá na nossa Constituição, em especial refiro-me às pessoas portadoras de deficiência.

Segundo o censo de 2000 - diga-se de passagem que foi a primeira vez que foi realizado um censo em nosso País -, que pode dar a dimensão do que é a população portadora de deficiência, mesmo que por amostragem, chegou ao número de 14,5% da população brasileira constituída por pessoas portadoras de deficiências.

Trazendo isso para o nosso Estado, é uma imensidão. É uma grande parcela da nossa população gaúcha que é, infelizmente, portadora de deficiência. O Governo do Estado, que assumiu o mandato em 1999, e isso está muito bem caracterizado por suas ações, pouco fez, e eu digo: nada fez no que diz respeito ao atendimento às pessoas portadoras de deficiências.

A FADERS, que era uma Fundação de Atendimento não é mais. Agora é um órgão de articulação política deste Governo que aí está governando o Estado.

Nós participamos, em diversos Municípios, pela função de representar a Fundação Rio-Grandense de Entidades de Deficientes Físicos e lá, nos Municípios mais longínquos, pudemos constatar o desleixo no que diz respeito à assistência às pessoas portadoras de deficiências.

Tivemos, recentemente, uma audiência pública no Município de São Borja, na terra do querido amigo Ver. Isaac Ainhorn, e lá, pasmem com o relato que nos foi feito por uma mãe de uma pessoa portadora de deficiência auditiva: Essa mãe tem duas crianças, duas filhas com deficiência auditiva e que necessitam de um aparelho auditivo para que possam buscar a sua integração social. Essa mãe, em 1998 - quando conseguimos uma coisa inédita no Estado do Rio Grande do Sul, que foi o convênio com o Governo do Estado e o Grupo Hospitalar Conceição para que o Grupo Conceição pudesse fazer todo o processo de cadastramento, de fornecimento e dar assistência às pessoas com deficiência tanto auditiva quanto física que necessitam desses aparelhos para a sua integração social - fez o cadastro para suas duas filhas terem o direito a um aparelho auditivo, Ver. Pedro Américo Leal, três anos e meio após a sua inscrição, quando, já em 1998, segundo o relato da mãe, esteve duas vezes em Porto Alegre tirando as medidas para que pudessem ter esse aparelho, três anos e meio depois, veio a resposta do atual Governo de que o Governo do Estado não dispõe de recursos para fornecer aparelho auditivo àquelas duas meninas que necessitam buscar a sua inclusão social. Isso é direito constitucional, pois a Constituição diz que as pessoas portadores de deficiência têm o direito à reabilitação, à habitação e à inclusão social, e que é dever tanto do Governo Federal quanto do Governo Estadual e dos Governos Municipais propiciar os mecanismos necessários para que essas pessoas tenham o direito a inclusão social plena.

Este Governo que aí está, felizmente, está-se esgotando, felizmente está acabando, pois nada fez, não doou um aparelho auditivo sequer, uma cadeira de rodas sequer àquelas pessoas portadoras de deficiência, que necessitam, que precisam e que a Constituição assim lhes assegura.

A resposta àquela mãe, com duas filhas com deficiência auditiva, é que o Governo do Estado não dispõe de verbas para o fornecimento de aparelhos auditivos.

Até quando nós vamos ter de vir aqui para denunciar essas barbaridades que estão ocorrendo no nosso Estado?

Inclusão social, só na mídia, porque no dia-a-dia, no fato, no concreto, nada. Sabem criticar o Governo Federal que não repassa, que corta as verbas para a assistência social, mas as verbas constitucionais, que vêm para o Estado, onde estão? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, quero, em Comunicação de Líder pelo PPS, usar a tribuna para trazer o debate de dois dramas que têm crescido em nossa Capital. O primeiro se refere à área da saúde, uma questão, inclusive, que já foi trazida muitas vezes a esta tribuna, por intermédio do Presidente da Comissão de Saúde desta Casa, Ver. Dr. Goulart. Uma extensa e emocionante reportagem do jornal Zero Hora deste domingo traz, com enorme clareza, o drama das pessoas que necessitam fazer cirurgias por meio do Sistema Único de Saúde. Após muitos anos de discussão, de denúncias, de cobranças, a Prefeitura de Porto Alegre conquistou a municipalização da saúde. Abria um leque, adjetivado de motivos, dizendo que, enfim, haveria um melhoramento no que se refere ao atendimento de saúde na Capital. Infelizmente, o que a realidade tem nos levado a concluir é o crescimento de uma concepção extremamente desumana no agravamento do atendimento de saúde na Capital. Não bastasse a situação cruel em que vivem as pessoas que têm de disputar as vagas nas emergências, a reportagem da Zero Hora deste domingo trouxe um outro drama: é exatamente o drama das pessoas que vivem a angústia e a aflição de ser contempladas com uma cirurgia da qual necessitam, muitas vezes, com urgência. E os argumentos para justificar a omissão da Prefeitura de Porto Alegre são muitos, no atendimento aos cidadãos que, não tendo dinheiro para pagar um convênio privado, aguardam seis, oito, dez meses, um ano para fazer uma cirurgia. E é também impressionante a própria Secretaria de Saúde do Município afirmar que desconhece os dados de quantas pessoas estão se acumulando nas filas de espera dos postos porque não conseguem as consultas mensais na rede básica de atendimento. Não que as justificativas não sejam verdadeiras. Há muita gente do interior, o pagamento do SUS é muito baixo, mas isso é absolutamente insuficiente para justificar essa enorme queda, essa piora e essa desqualificação no atendimento de saúde na Capital. Primeiro, porque nesses quatro anos de Governo os repasses aprovados pela Assembléia Legislativa no Orçamento do Estado para a área da saúde ficam, na sua grande maioria, tramitando sem chegar no fim da linha nos Municípios. Evidentemente, isso reforça a vinda das pessoas necessitadas de atendimento do interior para a Capital. E o segundo argumento, que também não pode ser reconhecido como justificativa para o drama dos porto-alegrenses, das suas famílias que necessitam fazer uma cirurgia pelo SUS, é o fato de a Prefeitura de Porto Alegre ter todos os anos, sistematicamente, apresentado a esta Casa o seu Orçamento com dinheiro em caixa. Então, enquanto essas justificativas são dadas, enquanto há uma tentativa de também na área da saúde ser construída uma explicação de transferência de responsabilidade, as pessoas morrem em Porto Alegre aguardando as cirurgias. Não podemos saber quantas, porque não há uma estatística também da Secretaria de Saúde que mostre quantas pessoas morreram enquanto aguardavam as cirurgias que não foram garantidas à população pobre da Cidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, comparecemos a esta tribuna para fazer algumas reflexões. Trouxe aqui a Ver.ª Clênia Maranhão sérios problemas que, rigorosamente, não são novidades para quem convive o dia-a-dia da Cidade, enfrentando o caos na saúde. Isso não é monopólio da cidade de Porto Alegre, é verdade. Mas, que aqui em Porto Alegre, um Governo que assumiu com a propalada responsabilidade e alcance, a questão da saúde deixa muito a desejar, e cria cargos, e propõe cargos. Nisso esta Administração é altamente especializada. Ao lado disso, vejo o imobilismo de qualquer solução, infelizmente, seja no plano municipal, seja no plano estadual, de problemas dramáticos, como a saúde, como a segurança pública. Este Estado virou terra de ninguém do ponto de vista da segurança. As pessoas sentem-se cada vez mais inseguras no seu cotidiano.

E um outro problema, com departamentos, com organismos, seja em nível municipal, estadual, não conseguimos resolver, que é o dramático problema da habitação neste País. É possível, Vereador, e eu afirmo isso a V. Ex.ª, resolver o problema habitacional com vontade política, em nível municipal, porque, com quatro mil e seiscentos reais, é possível se construir uma habitação de 46m2, com pátio e terreno, podendo abrigar uma família. Infelizmente, esses valores são altamente inflacionados em função de todo o processo de intermediação que existe.

E, ao lado dessa incompetência no plano municipal e estadual, nós assistimos a um Governo Nacional que não tem soluções, que não tem projetos e que apenas empurra, nós sabemos, o que existe, com a barriga, com o objetivo apenas de chegar ao poder. E nós sabemos que, com esses fatos que hoje ocorrem e que são largamente propalados, o risco do Brasil aumenta até pela irresponsabilidade de um Presidente, que vem a público admitir que, se o Presidente que assumir não tiver competência, nós corremos o risco de nos transformarmos em uma Argentina. Isso é uma crônica de uma morte anunciada. Isso já é uma explicação do que vamos passar a partir de novembro. E nós corremos o risco, mais uma vez, de assistir, no plano nacional, a uma eleição de cartas marcadas, um verdadeiro estelionato político se constituir novamente. De um lado, governos incompetentes, despreparados para enfrentar os problemas diários. Vejam o Governo que aí está, o Governo do Estado anunciava que ia pôr cobro a questão dos pedágios. Eu pergunto se algum Vereador sabe quanto está o pedágio de Eldorado do Sul? Não é 2 reais e 60 sessenta, Vereador, 3 reais e 60 centavos, Ver. João Bosco Vaz? Sabem quanto era, quando o último Governo entregou ao Governo Olívio Dutra? Era 1 real e 70 centavos. Vejam, mais de 100%! É isso que é administrar? É isso que é ter compromisso com o povo? Que gestão é essa?

Viajem pelas estradas do Rio Grande. De outro, lado vão-me argumentar: estrada que não tem pedágio é estrada ruim, é uma tragédia. Estrada “pedagiada”, é claro, infelizmente, sem o controle, já está 3 reais e 60 centavos; aumentou 100% o pedágio com o Governo do PT e, de outro lado, as estradas que estão sob a administração do PT, por exemplo, de Santa Maria a São Borja, são uma verdadeira tragédia.

Eu trago fatos, não quero discutir retórica, teoria; eu quero fatos. Quanto era o pedágio quando o Governo do Olívio Dutra assumiu, e quanto é hoje? Só pergunto isso, mais de 100%. Ao lado disso, é verdade, o óleo diesel em 1998, em nível federal também é a mesma tragédia. Sabem quanto era o óleo diesel em 1998? Quarenta e quatro centavos. Sabem quanto é hoje, na bomba? Noventa e nove; quase um real. É uma incompetência. Frente a esses administradores incompetentes, a tragédia se anuncia, é só empurrar com a barriga o estelionato do José Serra, ou a inviabilidade de um governo que vem sem competência para enfrentar esses aspectos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos colocar as coisas nos devidos lugares. Britto foi quem criou o pedágio, Ver. Isaac Ainhorn; Britto foi quem criou todas essas séries de privatizações das nossas estradas e amarrou de tal maneira o compromisso que foi impossível mexer. E não adianta querer aqui, agora, contar outra história e distorcer a verdade. Nós não aumentamos nenhum pedágio, nós estamos cobrando que quem está responsável pelos pedágios cumpra e mantenha os seus compromissos.

Nunca se investiu tanto neste Estado em saúde, Ver.ª Clênia Maranhão, nunca se passou tanto dinheiro para as Prefeituras, nunca foi considerada a municipalização solidária como um dos Estados ou o Estado que melhor aplica a verba do SUS. Isto é o Governo Federal que diz, analisando o trabalho do Governo Olívio Dutra aqui no Rio Grande.

Mais de um bilhão de verbas repassadas aos Municípios para a saúde, sim. E se formos olhar, aqui em Porto Alegre, os números de postos de saúde de família e o número de postos de saúde que esta Cidade recebeu, nós vamos ver que nunca se fez tanto por saúde. Claro que a população empobrecida, excluída e sem emprego tem mais problemas, e mais gente nós temos para atender, e claro que a demanda é muito maior do que a gente tem capacidade de atender. E não e à toa que a Prefeitura está criando cargos, que a área que mais nomeia é a área da saúde em Porto Alegre; é a área que mais nomeia profissionais, que mais procura estender os serviços, que está equipando novos postos e que procura estender o serviço de uma forma em parceria nos postos de saúde de família.

Nós recebemos o Estado; a herança do Governo Britto é uma herança maldita, nunca o Governo pagou, este Estado pagou, como está pagando a dívida à União, como hoje se paga e compromete profundamente as nossas finanças e orçamentos, em função do acordo que o Governo Britto deixou para o Governo do Olívio Dutra pagar com a União, e o acordo que bravamente o Olívio Dutra foi discutir e conseguiu reduzir, mas que é enorme e que compromete seriamente as finanças do Governo do Estado.

Mas, de novo, temos aqui algumas acusações infundadas, Ver. Mello. A situação do Diretor do DEMHAB, de receber difícil acesso, o senhor deveria verificar melhor. O nosso Diretor, o Flávio Helmann, trabalhou, sim, numa escola de difícil acesso, a Mariano Beck, é o único, e frise-se isso, penduricalho que a educação do Município tem, porque no Município temos salário, não temos penduricalho daqui e de lá, o único que existe é o de difícil acesso, de 20%. E o Diretor do DEMHAB, no tempo em que ficou na Escola, nem requereu o difícil acesso. E, de novo, o Ver. Mello vem aqui fazer acusações infundadas e muito graves, porque atingem a honra de uma pessoa.

Queria aqui, por final, falando pela Liderança da Bancada, dizer que nós não achamos que deve ficar do jeito que está a situação da eleição do DCE da PUC. A Pró-Reitora de Assuntos Comunitários, a Prof.ª Helena Oliveira, disse que a Universidade não tem nada a ver com a eleição, que há um estatuto próprio, que os DCEs têm que resolver, que é por lá que tem que questionar. A PUC lava as mãos diante de uma eleição fraudada, em que não houve possibilidade de debate democrático, o que foi comprovado pelo próprio documento da PUC, dizendo que recebeu a lista no dia anterior, que os alunos estiveram nesta Casa dizendo que não puderam votar, que não puderam inscrever chapa, e muito menos puderam fazer o debate. Esta Casa tem responsabilidade com a democracia. Não podemos ser coniventes com um processo eleitoral que o DCE da PUC realizou.

Recebi um e-mail, de Goiânia; que diz o Sr. Alexandre, quando era aluno da PUC? “Quando era estudante, militei durante cinco anos e meio contra a atual diretoria do DCE da PUC. Trata-se de uma verdadeira máfia, que controla a entidade há mais de dez anos. As tentativas de organizar a oposição são sufocadas na base por ameaças criminosas de violência. A entidade é dirigida pela truculência e pelo dinheiro farto que é depositado.” E nos pede que não sejamos coniventes com o absoluto autoritarismo e fascismo que impera no DCE da PUC. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro um minuto de silêncio em homenagem ao Engenheiro Wagner Ribeiro Heinz, falecido ontem, e que prestava grandes serviços a esta Cidade no Viaduto da Nilo Peçanha.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, requeiro que seja apreciado o Requerimento n.º 103, Processo n.º 1.963/02, de autoria do Ver. Zé Valdir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, só um minutinho. Vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Sempre a oposição e o Governo têm acertado, aqui, mas, por ser hoje o coordenador de plantão, o Vereador Líder do Governo não quis falar com este Vereador.

V. Ex.ª se limite a respeitar o Regimento. Sr. Presidente, eu quero agregar o seguinte, a ordem é: primeiro o Requerimento n.º 103, de autoria do Ver. Zé Valdir; segundo, o Requerimento n.º 99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, e o terceiro Requerimento é o n.º 102, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadoras que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos constantes na Ata.)

 

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Onze votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Portanto, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h59min.)

 

* * * * *