Tribuna Popular

Artistas pedem que vereadores rejeitem extinção de fundos municipais

Projeto do Executivo que prevê esta possibilidade está em tramitação na Câmara Municipal

Tribuna Popular com o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do RS - Sated. Na foto, Fábio Cunha
Cunha diz que proposta pode matar a cultura gaúcha (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Rio Grande do Sul (Sated/RS) pediu hoje (25/6) aos vereadores e vereadoras da capital que rejeitem projeto de lei da prefeitura que estabelece a criação e a extinção de fundos públicos, determina novas regras para movimentação financeira dos atuais fundos e cria o Fundo de Reforma e Desenvolvimento Municipal. “Se esta proposta passar, será a morte da cultura gaúcha”, afirmou Fábio Restori da Cunha, que ocupou a Tribuna Popular da sessão ordinária em nome do Sated/RS.

A proposta citada por Cunha, em tramitação na Câmara Municipal de Porto Alegre, também autoriza o Executivo a reverter os saldos financeiros dos fundos ativos e extintos ao Tesouro Municipal. “A cidade já foi um celeiro da arte, do circo, da dança, da música, da literatura”, enumerou o orador, ao afirmar que, com a falta de fomento na cultura, “a cidade será mais violenta”. Ele completou: “sem educação e sem cultura, o futuro fica comprometido”. Cunha lembrou ainda que a extinção dos fundos, como proposto no projeto, compromete não apenas a cultura, mas também o esporte e a assistência social, entre outras áreas.

O representante do Sated/RS igualmente lamentou que diversos espaços públicos destinados a ocupação por movimentos culturais e artísticos estejam fechados pela falta de investimentos nessa área, caso do Teatro de Câmara Túlio Piva que está há quase quatro anos sem receber espetáculos. “Se acabarem com os fundos e com os espaços, a cidade vai ficar muito triste”, repetiu Cunha. Ele lembrou ainda que até maio de 2017 cerca de 20 grupos de artes cênicas e música ocupavam a Usina do Gasômetro. “Hoje não há nenhum grupo lá. Foram deslocados para escolas”, lamentou. “E, além de nos tirarem de lá, nos colocaram em atrito com a educação”.

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)