Câmara abre festejos do centenário de Julieta Battistioli
A Câmara Municipal de Porto Alegre inaugurou, na manhã desta quarta-feira (14/3), no Salão Adel Carvalho, a exposição Centenário de Julieta Battistioli (1907-2007). A mostra, que faz parte da Quinzena da Mulher e da programação alusiva aos 100 anos de Julieta, reúne 10 painéis de fotos e textos, objetos e documentos que retratam a vida e o trabalho da primeira vereadora da Capital. A organização é do Memorial, com acervo doado pela família da ex-parlamentar. Estiveram presentes à abertura a filha de Julieta, Seraphina Vasconcellos, e as netas Naira Vasconcellos, Rejane Pedroso e Eni Pedroso, além do marido desta, Paulo Pedroso.
A presidenta da Câmara, Maria Celeste (PT), lembrou que as homenagens ao centenário de Julieta culminarão com a publicação, até o final do ano, de um livro com a história da vereadora e seus discursos. O objetivo é referendar o trabalho de uma pioneira, desbravadora, militante e operária, que lutou pelos direitos de todas as mulheres, afirmou. Segundo Maria Celeste, Julieta abriu caminho para que hoje a Câmara da Capital tenha três mulheres nos principais cargos da Mesa Diretora. Também manifestaram-se as vereadoras Clênia Maranhão (PPS) e Neuza Canabarro (PDT) e o vereador Aldacir Oliboni (PT).
O coordenador do Memorial, Jorge Barcellos, lembrou que a exposição é itinerante, seguindo para escolas interessadas após o encerramento da visitação na Câmara, em 15 de abril. A mostra levará adiante a mensagem da importância da participação da mulher na política, disse.
Em nome da família de Julieta, a neta Naira demonstrou a emoção de ver sua avó homenageada. Cumprimento a Câmara pela iniciativa de recuperar a memória de Julieta e da luta das mulheres e levar às escolas esse conhecimento, declarou Naira, que é professora de História. Ela era uma lutadora, que se manteve lúcida até o fim.
Atuação no Legislativo começou em 1947
Nascida em Mostardas (RS) em 13 de janeiro de 1907, Julieta tinha um ano quando se mudou com a família para Porto Alegre, onde morou nos bairros Navegantes, São João e Passo DAreia. Foi tecelã das Indústrias Renner e sindicalista, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), então na ilegalidade.
Em 1947, candidata a vereadora pelo Partido Social Progressista (PSP), Julieta ficou na suplência. Substituiu os vereadores Elói Martins e Marino dos Santos diversas vezes até a cassação deste, permanecendo na Câmara até 1951. Defendeu causas como a melhoria salarial, a redução das taxas hospitalares e o cumprimento da licença-maternidade. Foi perseguida e presa, mas não abandonou seus ideais. Morreu em 1996, aos 89 anos.
A exposição pode ser visitada até 15 de abril, das 9 às 18 horas, de segundas a quintas-feiras, e das 9 às 16 horas, nas sextas-feiras. Informações no Memorial da Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255), telefones (51) 3220-4187 e 3220-4318.
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)