Comissões

Cosmam cobra esclarecimentos sobre construção de Unidades de Saúde

Construção de Unidade de Saúde do Campo da Tuca, Primavera, Coinma, Jardim Leopoldina, Vila Dique e Costa e Silva.  Comunidade se manifesta sobre questões de atendimento à saúde.
Vereadores ouviram demandas das comunidades na área de saúde (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) cobrou, na manhã desta terça-feira (27/03), esclarecimentos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) com relação ao andamento de construções e ampliações das Unidades de Saúde do Campo da Tuca, Primavera, Coinma, Jardim Leopoldina, Costa e Silva e Vila Dique. Durante a reunião, também foram solicitadas informações sobre melhorias no Pronto-Atendimento da Cruzeiro do Sul e na Estratégia de Saúde da Família Timbaúva. 

Vereadores, representantes de comunidades e entidades sociais da área da saúde elencaram problemas e dúvidas com relação a cada equipamento de saúde. A falta de clareza com sobre as etapas em que se encontram os projetos, as responsabilidades de cada órgão municipal e federal e os principais entraves para a implementação das iniciativas permearam todas as manifestações. 

Diante disso, o presidente da Comissão, vereador Cassio Trogildo (PTB), acatou sugestão do vereador Aldacir Oliboni (PT), proponente da reunião, e solicitou que os representantes da SMS e do GHC encaminhem relatórios com o planejamento das ações, elencando a atual etapa e os próximos passos para a implantação dos serviços básicos de saúde.  “Cada Unidade de Saúde tem a sua especificidade, por isso, é importante o envio de relatório com a programação da SMS e do GHC”, destacou Trogildo. 

Atenção Primária
O diretor da Atenção Primária da SMS, Thiago Frank, garantiu que a SMS não está usando a estratégia do turno estendido dos postos de saúde em detrimento da atenção primária, cuja cobertura foi ampliada. “Porto Alegre atingiu em janeiro uma cobertura de 55% de Estratégia de Saúde de Família, a mais alta da história da cidade, embora ainda estejamos atrás de algumas capitais. São 247 equipes.” Destacou ainda que foi feito um concurso do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) e que, a partir do segundo semestre, boa parte da demanda por médicos na atenção primária deve ser suprida. 

Vila Dique

Scheila Mota, da Associação Vila Dique Resiste, disse que a comunidade espera a construção da Unidade de Saúde desde 2014. “Cada hora dizem uma coisa, que a área é de risco, que a área está contaminada. A dúvida que fica é se falta empenho, força de vontade ou a área é importante para a especulação imobiliária. Enquanto isso, quantas pessoas mais vão ter que morrer e mais quantas crianças vão ter que nascer com sífilis para que se faça alguma coisa?”, cobrou.  

O representante da SMS afirmou que é inquestionável a necessidade de atendimento das famílias da Dique, mas descartou a construção da Unidade de Saúde no local. “Me sensibilizo com as questões trazidas aqui, mas não posso concordar com a construção de uma Unidade de Saúde em locais contaminados ou sem saneamento”, disse Frank, citando apontamento feito pelo Ministério Público. Afirmou que constam entre as alternativas a compra de uma unidade móvel de atendimento e um levantamento de postos que possam atender à comunidade. “Se a região da Dique for urbanizada, podemos voltar a conversar sobre a construção da Unidade de Saúde, em função inclusive do aumento do número de habitantes no local”, pontuou.

O vereador Mauro Pinheiro (Rede) disse que o problema da Vila Dique não envolve apenas saúde. “A questão ali é algo maior e precisamos saber o que vai acontecer com aquelas famílias, mas precisamos de uma ação da Prefeitura até a definição.” Na mesma linha, o vereador José Freitas (PRB) defendeu que, antes de resolver o que será feito com os moradores da Vila Dique, é preciso iniciar urgentemente o atendimento de saúde das cerca de 350 famílias. 

Costa e Silva

O vereador André Carús (PMDB) cobrou retorno da Prefeitura com relação à Indicação da Cosmam, aprovada em 2017, que previa a desafetação de parte da Praça Nelson Marchezan para a ampliação da Unidade de Saúde Costa e Silva. “A construção não prevê recursos municipais, mas federais por meio do GHC. Porém, não tivemos mais retorno sobre o assunto. Queremos saber qual o entrave para o não cumprimento da Indicação.”

O gerente de Saúde Comunitária do GHC, Antônio Fernando Selistre, informou que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams) não acatou o pedido de desafetação de área da praça e que agora estuda pedido de permuta. “Estamos nesta luta e discutindo sobre a área em que será construída a Unidade de Saúde da região.” Selistre também explicou o andamento do projeto da Unidade de Saúde do Jardim Leopoldina, disse que a iniciativa mais avançada é a da Unidade de Saúde Coinma e colocou-se à disposição do município para ajudar nos trâmites junto ao governo federal. “O GHC tem facilidade junto ao Ministério da Saúde, e nosso interesse é viabilizar a ampliação e a qualificação do atendimento em Porto Alegre.”

Uma reunião específica da Cosmam para tratar do Pronto Atendimento da Cruzeiro será marcada e, posteriormente, os vereadores farão uma visita ao local. 

Texto: Cibele Carneiro (reg. prof. 11.977)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)