Comissão

Cosmam discute preconceito e desinformação sobre esquizofrenia

  • Reunião alusiva ao Dia Mundial da Esquizofrenia. Sra. Marilia Coelho Cruz e Dra. Clarissa gama fizeram principais pronunciamentos.
    Marília Cruz, da Agafape, falou em nome dos familiares das pessoas com esquizofrenia (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Reunião alusiva ao Dia Mundial da Esquizofrenia. Sra. Marilia Coelho Cruz e Dra. Clarissa gama fizeram principais pronunciamentos.
    Psiquiatra Clarissa Gama explicou que cerca de 2 milhões de brasileiros sofrem de esquizofrenia (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A desmistificação do estigma e o preconceito contra a esquizofrenia foram discutidos na pauta da reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) na manhã desta terça-feira (21/5). Na data de 24 de maio, em que se destaca o Dia Mundial da Esquizofrenia, a luta dos portadores e familiares de quem tem a doença ainda é contra a falta de informação na sociedade.

Conforme o presidente da Cosmam, vereador André Carús (MDB), a pauta foi trazida pela Associação Gaúcha de Familiares Pacientes Esquizofrênicos (Agafape), pois a discussão é pertinente para trazer à população o esclarecimento sobre a doença. “Estamos na semana em que se comemora o Dia Mundial da Esquizofrenia e, tendo em vista essa data, está tramitando na Câmara Municipal um projeto de lei de minha autoria que inclui no calendário oficial de Porto Alegre esta data alusiva. Queremos que todos possam ter mais conhecimento a respeito do que de fato é a doença e desmistificar esse preconceito.”

A presidente da Agafape, Marília Coelho Cruz, diz que, como mãe de um portador da doença, a sociedade precisa se preparar para receber as pessoas que têm a esquizofrenia. “Temos a Associação há 27 anos e sabemos da dificuldade que as famílias têm para buscar socorro. Nós desenvolvemos um trabalho que atua no desenvolvimento social e individual dos pacientes, e a convivência é muito pacífica. Para mim é uma satisfação trabalhar nesta causa.”

Esquizofrenia

A psiquiatra da UFRGS Clarissa Gama explicou que, no Brasil, existem atualmente 2 milhões de pessoas portadoras da doença e que estas são acometidas justamente na faixa etária de maior produtividade. “Isso gera um problema familiar preocupante, pois muitas vezes a procura por diagnóstico é tardia e falta qualificação profissional.” E, segundo ela, a doença é sinônimo de “loucura”, e isso traz discriminação. “Os doentes não são pessoas agressivas; ao contrário, geralmente a esquizofrenia se inicia com uma simples apatia no final da adolescência e no começo da vida adulta, na faixa dos 18 aos 30 anos. Aos poucos, o indivíduo abandona as atividades rotineiras e se isola. Suas reações ficam estranhas e desajustadas – ele não esboça os sentimentos esperados diante de fatos tristes ou felizes.” A doutora destaca que o diagnóstico precisa ser precoce e o tratamento é acessível à população.

SMS

O coordenador da Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Giovane Salum, ressalta que existem, por mês, cerca de 100 internações na Capital e que mais três novos residenciais estão sendo construídos para receber as pessoas que não têm apoio familiar. “Já temos projetos em andamento para ampliar a estrutura de leitos e intensificar a qualificação de profissionais que atuam na área. Precisamos fazer um enfrentamento do estigma e conscientizar a população sobre o transtorno mental, e a Agafape tem sido nossa parceira nessa luta.” 

Como encaminhamento, o vereador Carús destacou que a meta é de aprovar o projeto de sua autoria ainda neste ano para que vigore a partir de 2020. Deste modo, diz Carús, a comissão, em conjunto com a Agafape e o Executivo, poderão elaborar um material informativo para esclarecer sobre a doença. E ainda será feito um pedido de providências para que se acelere a mudança da sede da Agafape, que atualmente está na Galeria Malcon, para a Avenida Siqueira Campos. E o vereador aproveitou para convidar a todos os vereadores e os demais presentes para um ato no dia 24, às 10 horas, no Largo Glênio Peres, em homenagem ao Dia Mundial da Esquizofrenia.

Também estiveram presentes na reunião os vereadores Paulo Brum (PTB), Hamilton Sossmeier (PSC) e Cláudio Janta (SD) e representantes da Fasc, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE) e Polícia Civil.

Texto

Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:preconceitoesquizofrenia